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PROJETO MÚSICA NA ESCOLA: ação de educação musical ..., Notas de estudo de Música

contribuições do Projeto Música na Escola para a consolidação do ensino de ... sancionada, a qual inclui as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro nos ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Botafogo
Botafogo 🇧🇷

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Baixe PROJETO MÚSICA NA ESCOLA: ação de educação musical ... e outras Notas de estudo em PDF para Música, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

ALDO GOMES DA SILVA

PROJETO MÚSICA NA ESCOLA: ação de educação musical na rede de

educação básica de Nísia Floresta/RN

NATAL/RN

ALDO GOMES DA SILVA

PROJETO MÚSICA NA ESCOLA: ação de educação musical na rede de

educação básica de Nísia Floresta/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizado na área de Educação Musical, como requisito para obtenção do título de licenciado em Música. Orientadora: Prof.ª Ms. Camila Larissa Firmino de Luna

NATAL/RN

ALDO GOMES DA SILVA

PROJETO MÚSICA NA ESCOLA: ação de educação musical na rede de

educação básica de Nísia Floresta/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizado na área de Educação Musical, como requisito para obtenção do título de licenciado em Música.

Aprovada em: 18 de agosto de 2021

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________

PROF.ª MS. CAMILA LARISSA FIRMINO DE LUNA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

ORIENTADORA

_________________________________________________________

PROF.ª DR.ª TAMAR GENZ GAULKE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

1ª EXAMINADORA INTERNA

_________________________________________________________

PROF.º MS. WASHINGTON NOGUEIRA DE ABREU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)

2º EXAMINADOR EXTERNO

Dedico este trabalho a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para o término do mesmo.

RESUMO

O presente trabalho se refere a um estudo de caso sobre o Projeto Música na Escola, que tem sido desenvolvido desde 2017 em uma instituição escolar na cidade de Nísia Floresta (RN), com o público do Ensino Fundamental II. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as contribuições do Projeto Música na Escola para a consolidação do ensino de música na Escola Municipal Yayá Paiva em Nísia Floresta/RN, enfatizando os benefícios que práticas baseadas na Pedagogia de Projetos podem oferecer para a realidade atual do ensino de música no contexto escolar. Buscou-se autores que abordam essa metodologia de ensino, como Nogueira (2001), Moura (2010) e Fernandes (2016), a fim de realizar um diálogo com a literatura que trata sobre o tema em questão. A produção de dados se deu por meio da aplicação de dois questionários elaborados para dois grupos distintos: estudantes e equipe pedagógica, abrangendo representantes de toda a comunidade escolar, com a finalidade de compreender o Projeto Música na Escola e a sua relevância como um todo, investigando como essas atividades contribuem para a aprendizagem e a formação do aluno. Nos resultados obtidos, observou-se uma considerável participação e aceitação do projeto pela comunidade escolar, o qual tem contribuído para uma formação plena do sujeito. Com isso, o trabalho propõe fortalecer as reflexões sobre a Pedagogia de Projetos, difundindo ainda mais essa metodologia, já há algum tempo utilizada no contexto educacional.

Palavras-chave: Educação Musical; Educação Básica; Pedagogia de Projetos.

ABSTRACT

The present work refers to a case study about the Music at School Project, which has been developed since 2017 in a school institution in the city of Nísia Floresta (RN), with the public of Elementary School II. The general objective of this research was to analyze the contributions of the Music at School Project to the consolidation of music teaching at the Yayá Paiva Municipal School in Nísia Floresta/RN, emphasizing the benefits that practices based on Project Pedagogy can offer to the current reality of education of music in school context. Authors who address this teaching methodology were sought, such as Nogueira (2001), Moura (2010) and Fernandes (2016), in order to conduct a dialogue with the literature dealing with the topic in question. Data production was carried out through the application of two questionnaires designed for two distinct groups: students and teaching staff, covering representatives of the entire school community, in order to understand the Music at School Project and its relevance as a whole, investigating how these activities contribute to student learning and education. In the results obtained, it was observed a considerable participation and acceptance of the project by the school community, which has contributed to a full formation of the subject. With that, the work proposes to strengthen the reflections on the Pedagogy of Projects, spreading even more this methodology, already used in the educational context for some time.

Keywords: Music Education; Basic education; Project Pedagogy.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EMYP – Escola Municipal Yayá Paiva CEP – Componente da Equipe Pedagógica

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11

2 A MÚSICA NA ESCOLA E O PROJETO COMO MEIO DE CONSOLIDAÇÃO

DO ENSINO MUSICAL .............................................................................................. 14

3 METODOLOGIA...................................................................................................... 21

4 O CONTEXTO DE ENSINO E O PROJETO MÚSICA NA ESCOLA .............. 23

5 O PROJETO MÚSICA NA ESCOLA SOB A PERSPECTIVA DOS

ESTUDANTES E DA EQUIPE PEDAGÓGICA ...................................................... 27

6 ASPECTOS E CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO MÚSICA NA ESCOLA

PARA O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA ... 34

6.1 A perspectiva da comunidade escolar sobre o ensino específico das linguagens artísticas .................................................................................................. 6.2 A perspectiva da comunidade escolar sobre a integração desenvolvida por meio do Projeto Música na Escola ........................................................................... 6.3 A perspectiva da comunidade escolar sobre o desenvolvimento do Projeto Música na Escola ....................................................................................................... 6.4 Contribuições para o aperfeiçoamento do Projeto Música na Escola ............

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 39

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 41

APÊNDICE A – Questionário enviado ao grupo representante dos estudantes da EMYP ........................................................................................................................................ 44

APÊNDICE B – Questionário enviado à Equipe Pedagógica da EMYP ...................... 46

ANEXO A – Logomarca do Projeto Música na Escola ................................................. 47

ANEXO B – Registro fotográfico das edições do Projeto Música na Escola ................ 48

forma democrática. Geralmente, esses alunos cursavam o 7º, 8 ° ou 9º ano. Já os alunos das turmas do 6° ano estudavam a linguagem musical na aula de Arte, com a Prof.ª Camila, por meio de um trabalho específico. Com isso, a proposta pedagógica do projeto também está baseada em uma sequência cronológica, com base nos objetivos propostos do ensino de música no contexto da instituição, culminando em apresentações musicais. O Projeto vem articulando e mobilizando, tanto os alunos, como os demais professores, e até mesmo funcionários, em suas culminâncias, que ocorrem de forma periódica no pátio da escola. A presença de todos no local contribui para a efetividade do Projeto, de forma direta ou indireta, e totalmente espontânea. Para França e Swanwick (2002), a “performance musical abrange todo e qualquer comportamento musical observável, desde o acompanhar de uma canção com palmas à apresentação formal de uma obra musical para uma plateia” (FRANÇA; SWANWICK, 2002, p 14). Isso é promovido, de fato, em cada edição do projeto. Minhas contribuições com o mesmo são de caráter auxiliar, onde colaboro com a parte instrumental, tocando violão e/ou contrabaixo elétrico, juntamente com uma equipe que, por sua vez, é formada por professores, funcionários e os próprios alunos da escola; essa união corrobora com a formação artística e cultural de todos. Vale ressaltar que essa prática artística e pedagógica se difere das demais escolas da rede pública de ensino básico do município, devido à escassez de professores licenciados em Música atuando dentro da realidade escolar na região. O objetivo geral deste trabalho é analisar as contribuições do Projeto Música na Escola para a consolidação do ensino de música na Escola Municipal Yayá Paiva (EMYP) em Nísia Floresta/RN, tendo como objetivos específicos investigar as contribuições que projetos nesse contexto podem fornecer ao ensino e aprendizagem de Música na escola, bem como compreender como iniciativas baseadas na Pedagogia de Projetos podem impactar na realidade da instituição que abraça e se propõe a trabalhar de tal forma. Para isso, foram aplicados questionários aos estudantes, professores e gestores, com o intuito de coletar os dados necessários à investigação, os quais foram analisados categoricamente, alcançando resultados e reflexões sobre os desafios e conquistas encontrados. Sendo assim, percorro esse caminho metodológico a fim de corroborar com uma área que me identifiquei muito no contexto educacional, que é a da “Pedagogia de Projetos”. Vivenciei essa metodologia de ensino como voluntário no Projeto Música na Escola, e em

aulas que lecionei quando fui professor de música no Programa Mais Educação^2 , também na mesma instituição, no ano de 2019, contribuindo com essa nova e emergente realidade da EMYP, com o intuito de promover o fazer musical no processo de ensino e aprendizagem diário. Com isso, no próximo capítulo (Capítulo 2) discorro brevemente sobre o ensino de Música na escola, e sobre a “Pedagogia de Projetos”, dialogando com alguns autores da área. No Capítulo 3, apresento a metodologia aplicada para a produção e análise dos dados referentes a pesquisa aqui apresentada; no Capítulo 4, descrevo de forma mais específica o contexto de ensino investigado; no Capítulo 5, exponho os dados produzidos e, no Capítulo 6, os analiso qualitativamente, com reflexões relacionadas ao meio educacional do município. Por fim, concluo com as Considerações Finais (Capítulo 7), comentando e refletindo sobre essa realidade que vem sendo construída no contexto de ensino da EMYP.

(^2) “O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para indução da construção da agenda de educação integral nas redes estaduais e municipais de ensino que amplia a jornada escolar nas escolas públicas, para no mínimo 7 horas diárias, por meio de atividades optativas [...]” (MEC, 2007).

experiência artística e musical, objetivo último do ensino de música no ensino fundamental e médio (PENNA, 2004, p. 12). Analisando o cenário educacional atual, compreende-se que o ensino de Música vem ganhando força e espaço na rede de educação básica, e se consolidando por meio da presença e atuação de professores licenciados em Música, em um número cada vez maior. Com isso, percebe-se que, alguns dos métodos utilizados em suas sequências didáticas são ações pedagógicas abrangentes, que possibilitam uma melhor vivência experimental dos alunos com o fazer musical. Vários autores defendem que o professor de Música deve estar sempre se reinventando, e atento às possibilidades de implantação de projetos cabíveis à realidade social de cada escola, onde se entende que o contexto de ensino – tanto da Música, quanto de outras disciplinas – cada vez mais deve estar voltado a nortear o aluno para a compreensão do mundo e da sociedade na qual está inserido. Menezes e Cruz (2007) contribuem dizendo o seguinte:

Assim, ao velho armazenamento da multiplicidade de matérias de estudo, isoladas umas das outras, fragmentadas, baseadas na repetição, deveria ser adicionado novos métodos e novas técnicas, novos conhecimentos e novas habilidades, visando transformar a escola num ambiente onde se deve “viver o verdadeiro viver”, e assim preparar a criança para enfrentar situações que a sociedade em mudança estava a exigir (MENEZES; CRUZ, 2007, p. 112).

Com relação ao ensino de música, Swanwick (2003) argumenta dizendo que: O educador musical deve estar consciente de que existe a necessidade de ultrapassar a simples conceituação e reconhecimento de tais elementos, e fazê-los adquirir sentido dentro do contexto musical, caso contrário não haverá nenhum envolvimento nos níveis metafóricos do discurso musical (SWANWICK, 2003, p. 59).

Dessa forma, compreende-se que o fazer musical precisaria fazer sentindo para os estudantes, e que cada professor pode e deveria estar atento às novas ideias e diferentes formatos de aulas no ato de lecionar, sempre em busca de formação, pesquisas, descobertas e, se possível, promovendo a interação de disciplinas, por meio de atividades coerentes e com finalidades pedagógicas. Nesse sentido, Santos e Leal (2018) contribuem ressaltando o seguinte:

[...] se faz urgente a inovação pedagógica em prol de metodologias de ensino e de novo instrumentos de avaliação da aprendizagem. É fundamental que haja um conjunto de mudanças nos espaços de conhecimentos, com o envolvimento da comunicação, da informação e da formação integral

propriamente dita, que permita o repensar da dinâmica do processo de ensino aprendizagem e por conseguinte uma mudança de paradigma (SANTOS; LEAL, 2018, p. 2).

O período entre os séculos XIX e XX, se caracterizou como uma época de muitas transformações em diversas áreas da sociedade, e contribuiu para mudanças fundamentais no formato educacional que vivenciamos hoje. Muitas dessas mudanças estão relacionadas ao movimento “Escola Nova”, o qual se baseia no conceito de aprendizagem por meio da ação, onde o aluno tem suas opiniões e experiências respeitadas, e o termo “aprender a aprender” é enfatizado, fugindo do tradicionalismo formal do ensino de outrora. Do mesmo modo, no século XX surgiram os Métodos Ativos da Educação Musical, e os principais nomes da chamada “primeira geração” de educadores musicais: Émile-Jaques Dalcroze, Zoltán Kodály, Carl Off e Shinichi Suzuki. Métodos distintos, mas com aspectos em comum, que “descartam a aproximação da criança com a música como procedimento técnico ou teórico, preferindo que entre em contato com ela como experiência de vida” (FONTERRADA, 2008, p. 177). Com toda essa reformulação no que tange o processo de ensino e aprendizagem, surge então a possibilidade de desenvolver metodologias de ensino por meio de projetos. Começaram a se destacar educadores que se basearam nessas renovadas propostas educacionais, como por exemplo, Jonh Dewey (1859-1952), educador e filósofo norte- americano, e um dos pioneiros na discussão sobre esse tipo de metodologia. Dewey, em seu livro intitulado “Vida e Educação”, argumentou contra a fragmentação de informações no meio educacional, e defendeu uma escola mais democrática, afirmando que

O verdadeiro desenvolvimento é o desenvolvimento da experiência, pela experiência. E isto será impossível, se não providenciarmos um meio educativo que permita o funcionamento dos interesses e forças que forem selecionados como mais úteis (DEWEY, 1959, p. 66).

Suas propostas e contribuições evidenciadas, foram de suma importância para o contexto educacional, considerando que, posteriormente, elas foram sistematizadas em outros trabalhos como “métodos de projetos” na educação. Sobre a iniciação dessa prática no Brasil, Nogueira (2001) destaca que a Pedagogia de Projetos também chegou por meio da “Escola Nova”, e foi disseminada por Anísio Teixeira e Lourenço Filho – teóricos que pensavam em uma educação ativa e significativa. Moura (2010) informa que a origem da palavra “projeto” deriva do latim projectus , que significa algo lançado para frente; é sair de onde se encontra em busca de novas soluções.

Dentro do contexto dessa metodologia, Boutinet (2002) classifica os projetos na área da educação, em quatro tipos. São eles:

Quadro 1 - Tipos de projetos na área da Educação Projeto educacional Considerado amplo, e objetiva inclusão social, cultural e profissional do indivíduo. Projeto pedagógico Se limita ao campo escolar, e tem como parâmetro essencial a negociação pedagógica, com objetivos pertinentes e finalização avaliativa. Projeto de escola Refere-se à revitalização de um estabelecimento escolar, e tem como principal articulador o conselho escolar. Projeto de formação Contempla^ o^ projeto^ individual^ de^ formação (aperfeiçoamento). Fonte: BOUTINET (2002).

Observa-se que eles possuem funções distintas, e são específicos em propostas e em sua forma contextual. Entretanto, segundo Fernandes (2016),

A Pedagogia do projeto se caracteriza como um caminho metodológico que pode perpassar os níveis descritivos de projeto (projeto educacional, projeto pedagógico e projeto de escola) e se caracteriza pela articulação dos tempos de início e final do projeto (FERNANDES, 20 1 6, p. 30).

Apoio-me então na definição de Boutnet (2002), o qual considera a “Pedagogia do Projeto” como sendo um caminho metodológico que articula os tempos iniciais e finais do processo de ensino e aprendizagem. No entanto, neste trabalho utilizo o termo “Pedagogia de Projetos”, em acordo com a argumentação de Fernandes (2016), o qual justifica a sua escolha da seguinte maneira

[...] utilizei um termo mais genérico, Pedagogia de Projetos, por observar ser mais usual entre os professores, coordenadores e gestores das escolas e por considerá-lo mais didático ao discutir as múltiplas concepções em torno do termo Projeto (FERNANDES, 2016, p. 21).

Por considerar seus argumentos condizentes com o projeto aqui investigado^3 , aproprio-me também desse termo no decorrer do texto no presente trabalho. Com relação ao ensino de música, os Projetos de Música que trabalham com temas que os alunos já possuam algum conhecimento prévio, como músicas do seu cotidiano, com arranjos e rearranjos propostos por eles, os insere de forma direta como protagonistas do

(^3) Projeto Música na Escola.

próprio fazer artístico, tendo a supervisão do professor para guiá-los, captando e mostrando como sistematizar coerentemente, a fim de alcançar o resultado final do discurso musical. Vale ressaltar que o processo de desenvolvimento cognitivo inerente à música, transpõe a uma única possibilidade de aprendizagem, possibilitando, por meio de fazeres musicais, a formação do indivíduo, auxiliando o aluno em tarefas cotidianas relacionadas à socialização e à concentração, por exemplo. Lanzillotti e Machado (2010), argumentam que a música na escola pode estar pautada numa concepção integradora, articulando-a com os múltiplos contextos, bem como com as necessidades e demandas da sociedade, de forma “que desenvolva valores, sensibilidades e que respeite a condição natural do indivíduo” (LANZILLOTTI; MACHADO, 2010, p. 1842). Os trabalhos com projetos musicais em escolas da educação básica, promovem certo relacionamento interpessoal, considerando as suas diversas etapas (momentos de ensaios e apresentações, por exemplo), bem como os combinados realizados com os participantes, para o desenvolvimento do trabalho coletivo, visando o resultado final da ação. Além disso, a interdisciplinaridade também é facilitada por meio dessa metodologia, caso haja o interesse nessa articulação. Pode-se considerar que, o desenvolvimento sociocultural promovido por um projeto musical, se dá muito pelo fato da aproximação dos jovens por um ideal em comum: conseguir mostrar o quanto é capaz de se expressar artisticamente. Muitas vezes, há uma ausência desse tipo de projeto ou de oportunidades de apresentações por parte dos estudantes, o que torna essa prática de suma importância para o desenvolvimento criativo e cultural dos alunos. Para Arroyo (2010), os trabalhos relacionados com a música em projetos no meio educacional foram à “construção cultural do fim do milênio”. Segundo a autora, a música aproxima esses jovens, e seria a principal responsável pelo bom convívio deles na modernidade. Para Dayrell (2005), “a música oferece aos jovens a possibilidade de conjugar a trama de um caminho de busca existencial com os signos de uma pertença coletiva” (DAYRELL, 2005, p. 37) e, de acordo com o Art. 1º, parágrafo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social (BRASIL, 1996). A partir dessa reflexão sobre a Pedagogia de Projetos, venho ressaltar que este trabalho apresenta um estudo de caso qualitativo, onde busco analisar as contribuições do Projeto Música na Escola para a consolidação do ensino de música em uma instituição de educação básica da rede municipal de ensino de Nísia Floresta/RN_._