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Extensão Universitária e o Ensino do Atletismo: Análise do Projeto 'Atletismo para Jovens', Notas de estudo de Educação Física

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O ATLETISMO: INVESTIGANDO OS PROJETOS OFERECIDOS. PELAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. Rio Claro. 2015. EDUCAÇÃO FÍSICA ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO
GUILHERME OLEINIK DE MELLO
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O ATLETISMO:
INVESTIGANDO OS PROJETOS OFERECIDOS
PELAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
Rio Claro
2015
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Baixe Extensão Universitária e o Ensino do Atletismo: Análise do Projeto 'Atletismo para Jovens' e outras Notas de estudo em PDF para Educação Física, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO

GUILHERME OLEINIK DE MELLO

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O ATLETISMO:

INVESTIGANDO OS PROJETOS OFERECIDOS

PELAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Rio Claro 2015

EDUCAÇÃO FÍSICA

GUILHERME OLEINIK DE MELLO

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O ATLETISMO: INVESTIGANDO OS

PROJETOS OFERECIDOS PELAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Orientadora: Profª Dra. Sara Quenzer Matthiesen. Co-orientador: Profª Ms. Eduardo V. Mota e Silva.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de bacharel em Educação Física.

Rio Claro

Dedico esse trabalho aos meus pais Paulo e Célia, à minha avó Antônia e ao meu irmão Gustavo.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado em todos esses momentos até aqui, inclusive quando em dúvida escolhi esse curso e essa profissão, que já está provado ter sido uma escolha certa. Agradeço também a todos os meus familiares, especialmente aos meus pais Paulo e Célia, meu irmão (meio mala) Gustavo e minha avó Antônia, que sempre me ajudaram nos momentos que precisei e que foram responsáveis pela minha educação e formação como pessoa, pois sem eles não estaria concluindo um curso em uma Universidade Pública. Sou grato também pelas amizades que perduraram e resistiram a essa mudança de vida pós Universidade, principalmente a do Gabriel Vako, da Jessica Coldebelo, do Vituri, do Jonas, do Pedro e do meu primo Matheus. Sou grato à instituição Unesp e a todos os docentes do Departamento de Educação Física com os quais tive aula e também a todos os professores de Educação Física que tive na escola e nos esportes, sendo alguns decisivos na certeza de que estava escolhendo o curso certo. Agradeço em especial a professora Sara que me orientou não só nesse trabalho, mas, em toda a minha graduação, tendo participação fundamental na minha formação como professor, me acolhendo em seu grupo de estudos desde o primeiro ano, sempre confiando no meu potencial, o que culminou na minha participação como bolsista CNPq – Pibic durante dois anos. E também aos membros do GEPPA Larva, Renan, Mobral Rato, Bruna, Tiago, Guy e o meu coorientador Duzão, com os quais eu convivi e pude ajudar e ser ajudado. Não posso me esquecer das pessoas envolvidas nas experiências práticas que tive ao longo do curso. O pessoal da extensão do atletismo e da musculação; os profissionais do Rio Claro Futebol Clube, que me deram oportunidade de torcer, vivenciar o esporte de alto rendimento e ser Vice-Campeão Paulista da Série A2. O pessoal do Sesi, que me consagrou como Tio Max Steel no Super Férias, e também a academia, em especial a professora Erica, que foi minha primeira supervisora de estágio, onde pude aprender bastante sobre musculação e treinamento. A Marina Yumi, pela experiência de estágio no Posto de Saúde, com os idosos. E a Luciana e Carmo da Academia Boa Forma, onde pude atuar como estagiário, adquirindo experiência, conhecimento e autonomia.

RESUMO

O atletismo, no Brasil, é um esporte pouco divulgado nas aulas de Educação Física. Vários são os motivos apontados para que isso ocorra: falta de material, deficiência de infraestrutura, falta de interesse dos alunos e ausência de um caráter lúdico no ensino das provas. Entretanto, o GEPPA, Grupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo, por meio da pesquisa e extensão universitária, tem se dedicado à difusão e estudo das inúmeras possibilidades de adequação e criação de oportunidades que envolvem seu ensino. Partindo dessa ideia, o grupo desenvolve o Projeto de Extensão “Atletismo para Crianças e Jovens” na cidade de Rio Claro, que tem, justamente, o intuito de divulgar o atletismo e proporcionar às crianças e jovens da comunidade um contato com essa modalidade esportiva. Constatando-se a eficácia desse Projeto de Extensão, desenvolvido na Unesp-RC, este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo: promover a pesquisa em torno do atletismo, a fim de evidenciar o panorama da extensão de atletismo no ambiente universitário brasileiro. Para atingir o objetivo proposto, foi desenvolvida uma revisão de literatura que em um primeiro momento abordará os principais problemas que cercam o ensino do atletismo, apontando o papel do profissional de Educação Física no seu ensino; aspectos relacionados à extensão universitária brasileira e à sua relação com o ensino e à pesquisa. Além disso, será realizada uma pesquisa exploratória na internet, em busca de materiais que poderão evidenciar a existência de projetos de extensão de atletismo oferecidos à comunidade, que serão descritos no trabalho a partir das informações coletadas. Com base nos resultados dessa pesquisa esperamos concentrar informações referentes a projetos destinados ao ensino do atletismo no Brasil, tomando como ponto de partida que esse tipo de trabalho de extensão universitária é importantíssimo para a difusão de conhecimentos relacionados a essa modalidade esportiva.

Palavras chaves : Atletismo, Extensão Universitária, crianças, jovens Educação Física.

LISTA DE QUADROS

1. INTRODUÇÃO

Como se sabe, o atletismo é uma modalidade esportiva muito antiga, praticada desde os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. Entretanto, por incrível que pareça, essa é, ainda, uma modalidade esportiva muito pouco difundida em nosso país, como observaram Betti (1995), Matthiesen (2005; 2007), Lencina e Rocha (2001), Meurer, Schaefer e Miotti (2008); Justino e Rodrigues (2007); Silva (2005). Embora sejam muitos os professores que trabalham com os esportes nas aulas de Educação Física como forma de ampliar o conhecimento acerca do movimento corporal (BETTI, 1995), são ainda poucas as modalidades esportivas desenvolvidas. Algumas, como é o caso do atletismo, ficam, muitas vezes, excluídas das aulas de Educação Física (LEITE, 2010), sendo que os motivos para que isso ocorra sejam os mais diversos. Comumente, a falta de material, de espaço físico adequado, do interesse dos alunos e dos professores, são os mais freqüentes (MATTHIESEN, 2007; SILVA, 2005), como veremos adiante. Diante desses problemas que afetam o ensino do atletismo, procuramos desenvolver um trabalho de conclusão de curso que esteja articulado às especificidades do Ensino e Extensão, a fim de contribuirmos para a aproximação desta modalidade esportiva - isto é, do atletismo - da realidade de crianças e jovens. O desenvolvimento desse trabalho pode, portanto, fornecer inúmeras informações a respeito do desenvolvimento do atletismo no país, seja em universidades, escolas, clubes, entre outros. Assim, esperamos fazer desse trabalho um instrumento para a localização de outros projetos e atividades que integrem o Ensino (atendendo os interesses de graduandos e/ou pós-graduandos), a Extensão Universitária (atendendo à comunidade interna e/ou externa) e a Pesquisa. Desde 1999, o projeto “Atletismo para crianças e jovens” é um dos Projetos de Extensão Universitária do Departamento de Educação Física, que por meio das aulas regulares, visitas à pista de atletismo ou exposição de imagens em escolas, intenciona se constituir em espaço ímpar para a produção de conhecimentos vinculados ao atletismo atingindo um grande número de pessoas entre crianças e jovens do Ensino Fundamental, universitários e professores. Sendo o projeto destinado a crianças e jovens, é importante salientar que a pedagogia destinada a esse público deve ser cuidadosa, ainda mais quando as atividades envolvem o

corpo, o que, certamente, acontece no campo da Educação Física. Nesse contexto Nascimento (2000) explicita que a criança e o adolescente estão em pleno desenvolvimento, devendo-se ter uma atenção especial com a sobrecarga das atividades, evitando-se, por exemplo, a especialização precoce e, consequentes, lesões. Esta pesquisa buscou investigar projetos oferecidos por diferentes universidades, que tenham mais diversos objetivos, inclusive os do “Atletismo para crianças e jovens”, que é o de divulgar a modalidade e motivar a comunidade, onde estão incluídos os alunos, além de alunos de graduação, de pós-graduação e professores do município, a conhecerem o atletismo. Esse trabalho poderá fornecer muitos dados enriquecendo as pesquisas científicas próprias do universo do atletismo. Além disso, estamos certos de poder motivar alunos de graduação e pós- graduação, professores do município de Rio Claro e região a investigarem e a trabalharem com o atletismo, apresentando-lhes algumas oportunidades de interação com esse conhecimento. Por fim, o que nos motivou ao estudo desse tema, foi a percepção dos resultados do Projeto de Extensão de atletismo da Unesp – Rio Claro, entre 2011 e 2013, que demonstrou eficiência na divulgação dessa modalidade esportiva para a sociedade, atingindo o principal fundamento da extensão universitária; nosso envolvimento com as disciplinas de Atletismo I e II na graduação por meio da participação nas aulas e, posteriormente, no trabalho de monitoria das mesmas disciplinas quando da realização do 4º ano do curso de Bacharelado. Entretanto, um aspecto que contribuiu sobremaneira para a escolha deste tema foi o desenvolvimento de uma pesquisa de Iniciação Científica que teve o atletismo e a extensão universitária como foco, despertando a curiosidade por essa investigação, motivando-nos a estudar mais a respeito dessa relação, ampliando o campo de pesquisa. Todos esses aspectos contribuíram imensamente para a nossa formação como aluno e como pesquisador e culminaram no desenvolvimento desse Trabalho de Conclusão de Curso, que espera deixar uma contribuição ainda maior para o Curso de Educação Física da Unesp-RC, para o Grupo de Estudos Pedagógicos de Pesquisa em Atletismo, para o “Atletismo para crianças e jovens” e para a extensão universitária, de modo geral.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nessa revisão, procuraremos aprofundar em duas temáticas que não costumam ser estudadas em conjunto, quais sejam: o atletismo dentro da área da Educação Física e a extensão universitária. A motivação em torno do estudo do atletismo reside no fato deste ser considerado um esporte de base, que explora diversas capacidades físicas e habilidades motoras, além de sua importância cultural, dadas as suas bases na Antiguidade e evolução até a atualidade, chegando a ser o que é. A extensão universitária chama a atenção do pesquisador, pelo fato de ser uma ferramenta social, um meio pelo qual o conhecimento pode passar de uma maneira rápida e eficiente do plano universitário para o não universitário, chegando à sociedade. Além disso, pode-se notar pela literatura, que no tripé universitário formado pelo ensino, pesquisa e extensão, ela é a que recebe menos atenção e merece ser investigada. Nesse sentido, Furlanetti (2006) cita que a extensão universitária é o “primo pobre” na Universidade, dotando de menos prestígio do que o ensino e a extensão, devido a vários fatores, como: marginalização por parte da comunidade acadêmica, recursos escassos e reduzidos para a prática e o fato de a extensão ser considerada uma atividade e não ciência.

3.1. O atletismo na Educação Física

O atletismo é uma modalidade esportiva muito antiga, praticada desde os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. Entretanto, por incrível que pareça, essa é, ainda, uma modalidade esportiva muito pouco difundida em nosso país, tanto pelas mídias, como televisão e internet, e, principalmente em aulas de Educação Física como observaram Betti (1995), Matthiesen (2005; 2007), Lencina e Rocha (2001), Meurer, Schaefer e Miotti (2008); Justino e Rodrigues (2007); Silva (2005). Um dos aspectos que, certamente, contribui para isso é, segundo Darido (2005), a ênfase dada aos esportes tradicionais como futebol, voleibol e basquetebol, que está diretamente ligada à atenção dada pela mídia, repercutindo,

sobremaneira, no desenvolvimento dessas modalidades esportivas no campo escolar. Por outro lado, vale observar que simplesmente inserir essa modalidade esportiva como parte do conteúdo em aulas de Educação Física não garante que ele seja ensinado e, portanto, aprendido a contento, uma vez que a forma como isso ocorre é determinante para os resultados da aprendizagem. È ainda muito comum verificar-se no trabalho com crianças e jovens, a adoção de metodologias que visam alcançar o rendimento, como ressaltam Marques e Iora (2009), extrapolando-se aquilo que deveria ser entendido como o objetivo do esporte no universo escolar, isto é, “educar através do esporte”, realçando-se, por exemplo, a “idéia da competição, uma idéia que deveria estar em segundo plano” (LEITE, 2010, p. 1). Além disso, é ainda possível verificar que a ênfase dada ao ensino do atletismo recai sobre determinadas provas, como é o caso das corridas, que enaltecem os grandes nomes mundiais, conhecidos como super atletas, que estão sempre superando recordes, o que, consequentemente, os coloca em evidência na mídia. Mas e os demais? O atletismo não se resume apenas a um atleta ou só a provas como os 100 metros rasos ou a maratona. É muito mais do que isso. Em anos olímpicos, como foi 2012, pôde-se ouvir um pouco mais sobre ele nos noticiários esportivos, mas e nos outros anos? O quanto se ouviu falar de atletismo em 2014, por exemplo? O quanto se tem divulgado o atletismo? Enfim, quando nos voltamos para a Educação Física, percebemos o quanto o atletismo é pouco difundido pelos professores e, consequentemente, pouco praticado pelas crianças e jovens, salvo raras exceções (MATTHIESEN; CALVO, 2006). Sabe-se também que o atletismo é um dos conteúdos mais ricos e abrangentes que compõem a Educação Física, sendo que a modalidade se utiliza de várias habilidades utilizadas em outros esportes, que são o correr, saltar, arremessar e lançar. Se formos parar para pensar, tudo o que jogamos ou praticamos utilizam essas habilidades. Por exemplo, no basquetebol se corre, salta, arremessa e lança. Isso, obviamente, respeitando-se as peculiaridades de cada esporte, pois, o arremessar de um pode não ser exatamente igual ao outro. Gomes (2008) diz que essas habilidades devem ser as primeiras a serem ensinadas em uma iniciação esportiva, pois, elas constituem a base de outras atividades. Levando em conta que a partir do momento que uma habilidade é

passe a ser componente curricular, portanto área de conhecimento” (p. 162). Ou seja:

§ 3º. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente currícular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos (Lei nº 9.394, 1996, p. 27833).

Com isso, a Educação Física passa a ser obrigatória na educação básica, de modo que seu conteúdo, inclusive o atletismo, deve ser abordado por seus professores. Mesmo com a sua obrigatoriedade, não é difícil observar que o atletismo não tem sido trabalhado por professores de Educação Física em suas aulas. Dentre os motivos apresentados por Betti (1995), Matthiesen (2005; 2007), Lecina e Rocha (2001), Meurer, Schaefer e Miotti (2008), Justino e Rodrigues (2007) para que isso ocorra, estão: as deficiências de infraestrutura, a falta de material, a ausência de interesse dos alunos, a falta do caráter lúdico das provas de atletismo, os quais evidenciam a dificuldade de difusão dessa modalidade, restringindo, portanto, o conhecimento em torno dessa modalidade esportiva. Entretanto, destaca Matthiesen (2005), tais justificativas apresentadas pelos professores para o não ensino do atletismo, também revela que estas não se constituem em motivos que justificam a negligência em relação ao ensino dessa modalidade esportiva, considerando-se as inúmeras possibilidades de adequação e criação de oportunidades que envolvem seu ensino. Há, também, a justificativa apresentada por alguns autores de que muitos dos problemas que cercam o ensino do atletismo em aulas de Educação Física estão presentes na própria Universidade que, muitas vezes, não prepara o professor de forma adequada. Nesse sentido, Oliveira (2013) diz que para o atletismo ser ensinado, ele deve primeiramente ser aprendido de forma ampla, a partir da ementa do curso de Educação Física, que propõe que o atletismo seja estudado no aspecto histórico e evolutivo e no desenvolvimento técnico de todas as provas que constituem a modalidade, além da vivência e manuseio de materiais específicos, como os implementos oficiais e os materiais alternativos.(não entendi essa frase!) O autor diz que só será possível preparar um profissional capacitado como orientador e, principalmente, educador a partir do seguimento dessa ementa.

Apesar dessas dificuldades existentes e, por que não, inerentes ao ensino do atletismo, são várias as iniciativas que demonstram a possibilidade de ensiná-lo no campo escolar, a exemplo do Projeto de extensão “Atletismo para crianças e jovens” o qual, como veremos, utiliza uma exposição de imagens do atletismo olímpico e paraolímpico, visitas e atividades práticas na pista de atletismo com materiais alternativos, como estratégias para estimular o ensino no espaço escolar. Projetos como esse existem Brasil afora, como poderá ser verificado nos resultados desse trabalho, demonstrando que os argumentos em torno das impossibilidades para o ensino do atletismo na escola, como a falta de espaço, de material, de interesse dos próprios professores e dos alunos pela modalidade são plenamente superáveis quando há empenho, criatividade, parcerias e compromisso profissional.

3.2. Sobre a Extensão Universitária

A Universidade pública brasileira tem como base um tripé que é composto pelo Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária. Essas três funções devem receber uma atenção equivalente e igualitária, o que é assegurado por lei, constando no artigo 207 da Constituição Brasileira, que admite a existência de uma “indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão” (SILVA, 1996). Como mostra a Figura 1: Figura 1: Relação Universidade/Ensino/Pesquisa/Extensão

Fonte: (HAWANY, 2012)

  1. Fornecimento de subsídios para o aprimoramento da estrutura e diretrizes da própria universidade na busca da qualidade;
  2. Facilita a integração ensino-pesquisa-extensão;
  3. Possibilita a integração universidade-comunidade;
  4. Possibilita a comunidade universitária conhecer a problemática nacional e atuar na busca de soluções plausíveis (SQUARCINI ET AL, 2011 p.50).

Um dos aspectos da extensão universitária que também chama a atenção é o retorno que essa atividade proporciona aos acadêmicos e participantes do projeto, sendo que o FÓRUM (2001) caracteriza as atividades como uma “via de mão dupla”, onde os discentes e docentes envolvidos, terão oportunidade de aplicar o conhecimento acadêmico e como retorno trarão um aprendizado que será acrescido à respectiva área de conhecimento. Além disso, reforça o FÓRUM (2001), a Extensão por ter um caráter interdisciplinar, favorece uma visão integrada do social. Nota-se que as possibilidades de se trabalhar com a Extensão Universitária no campo da Educação Física são muito grandes, haja vista que a área tem um campo de atuação bastante extenso e com uma infinidade de conteúdos que podem ser abordados pelos projetos de extensão, como veremos a seguir. Em uma análise mais aprofundada sobre a extensão universitária, Jezine (2004) menciona que quando a Extensão assume uma função acadêmica, ela implica na formação do aluno, do professor, da sociedade e, também, na composição de um projeto político pedagógico fundamentado na crítica e na autonomia, sendo os pilares para a produção de conhecimento. Cita ainda que essa é uma missão desafiadora para a Extensão, pois, ela assume o papel de ensinar (socialização do conhecimento) sem ser especificamente Ensino, e, pesquisar (fundamentar as soluções dos problemas da sociedade) sem ser Pesquisa. A extensão universitária, na perspectiva acadêmica, nos leva aos ideais de multidisciplinaridade, integração curricular e aplicação dos conhecimentos técnicos adquiridos através da Pesquisa, a ciência técnica, caminhando para uma visão multidimensional, em que as dimensões político-social-humana estejam presentes na formação do sujeito, no caso, os alvos do projeto, que é a própria comunidade (JEZINE, 2004).

3.3. A Extensão Universitária na Unesp

Tratando de Extensão Universitária em uma Instituição de Ensino Superior, no caso, na Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, em que o referido trabalho de conclusão de curso está sendo realizado, observamos que há uma resolução recente que rege a Extensão Universitária nesta Instituição, composta por dez capítulos e cinquenta. Por ser uma resolução muito extensa, serão citados apenas alguns artigos necessários para a melhor visualização do que são e qual a importância dessas atividades. O capítulo I, Artigo I, da Unesp (2012) registra que a Extensão Universitária “ representa um trabalho onde a relação escola-professor-aluno-sociedade passa a ser de intercâmbio, de interação, de influência e de modificação mútua, de desafios e complementaridade ” e, também, é “ um meio de formar profissionais-cidadãos capacitados a responder, antecipar e criar respostas às questões da sociedade ”. (p.

No capítulo II, Artigo 8º, Unesp (2012) define as atividades de extensão universitária como: (...) as ações desenvolvidas sob a forma de programas, subprogramas, projetos e atividades, inseridos nas áreas temáticas estabelecidas pela PROEX, em consonância com as orientações do Plano Nacional de Extensão Universitária, visando: I - integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, buscando o comprometimento da comunidade universitária com interesses e necessidades da sociedade, em todos os níveis, estabelecendo mecanismos que relacionem o saber acadêmico ao saber popular; II - democratizar o conhecimento acadêmico e a participação efetiva da sociedade na vida da Universidade; III - incentivar a prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política, formando profissionais-cidadãos; IV - participar criticamente das propostas que objetivem o desenvolvimento regional, econômico, social e cultural; V - contribuir para reformulações de concepções e práticas curriculares da Universidade, bem como para a sistematização do conhecimento produzido (p. 2-3).