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Palavras Chave: Layout, Projeto, Indústria. ABSTRACT. The textile industry has been increasing over the past decades and increasingly becomes a market in great ...
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Brasília, 2016
Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção
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Relatório submetido como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro de Produção
Prof. Clóvis Neumann, UnB/ EPR (Orientador) Prof. Anníbal Affonso Neto, UnB/EPR Prof. Paulo Celso dos Reis Gomes, UnB/EPR
Brasília, 28 de Junho de 2016
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1. INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta a motivação do trabalho de graduação, partindo da contextualização do tema proposto, definindo, em seguida, o problema em estudo, os objetivos do projeto, a metodologia seguida para o alcance destes objetivos.
A Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira é um setor industrial muito mais abrangente do que se pensa, indo além do vestuário, o principal bem final da cadeia produtiva. Atualmente, apresenta um parque industrial com mais de R$ 80 bilhões em ativos, 30 mil empresas em atividade, mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos. Por conta disso, este setor é um segmento industrial muito relevante para a indústria brasileira, pois apresenta um faturamento de aproximadamente R$ 140 bilhões, o que representa 5 % do PIB do país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil prevê um crescimento para o ano de 2016, o que motiva ainda mais os empresários brasileiros para continuarem no segmento e, segundo informações do BNDES, nenhum setor da indústria de transformação tem maior potencial de gerar empregos do que o setor têxtil e de confecção (BNDES, 2014).
Consonante a esses dados mostrados acima, as empresas responsáveis por esse mercado enfrentam muitos desafios antes de se tornarem referência no ramo. A velocidade das mudanças atualmente exige que as empresas ocupem espaço na mente e no coração dos consumidores, os tornando fidelizados, mas para que isso ocorra, é necessário oferecer um serviço diferente do encontrado no mercado. É necessário que os produtos sejam de qualidade, que estejam prontos na hora correta e que haja confiabilidade entre o pedido e a entrega (BNDES, 2014).
Por ser uma indústria de confecção e se tratar de um mercado altamente personalizado, um grande problema encontrado pela empresa é necessidade de aumentar a sua produção. Diante disso, um fator que auxilia no aumento da produção é o layout das máquinas que busca melhorar o posicionamento das máquinas para diminuir os gargalos entre os fluxos e operações
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No que tange aos procedimentos da pesquisa, este trabalho será tratado como sendo um estudo de caso. O estudo de caso compreende um método que abrange tudo. A essência do estudo de caso se dá a partir de questionamentos do tipo “como” e “por que”, sendo que cada proposição tem um foco distinto na análise. Uma vez que as perguntas sejam direcionadas a respostas claras e precisas, o estudo estará direcionado ao problema fundamental que será o “caso” estudado. O estudo de caso como estratégia de pesquisa caracteriza-se justamente por esse interesse em casos individuais e não pelos métodos de investigação, os quais podem ser os mais variados, tanto qualitativos como quantitativos. O propósito fundamental do estudo de caso é analisar intensivamente uma unidade, a fim de se responder as questões de como e o porquê de certos fenômenos ocorrerem, afirmam Goode e Hatt (1973).
A primeira parte do projeto, por ser de caráter mais teórico, foi pautada na definição dos objetivos do projeto, na definição da metodologia a ser aplicada e em uma revisão bibliográfica aprofundada com a temática de layout, cujo objetivo é guiar e auxiliar o pesquisador durante a realização do estudo de caso.
A segunda etapa do projeto, a qual apresenta caráter mais prático, foi pautada na elaboração do estudo de caso. Inicialmente foi necessário definir do local onde seria aplicado o estudo de caso. O local foi selecionado de forma aleatória até que alguém se interessasse pela proposta do projeto. Definido o local, foram necessárias algumas reuniões com a dona para que fossem levantadas informações a respeito do fluxo de produção dos produtos. Em uma das reuniões com a cliente, foi fornecido todas as notas fiscais de venda do ano de 2014 para que se pudesse ter uma ideia do quantitativo de produção dos produtos. Todas essas notas foram compiladas e separadas por mês e por tipo de produto produzido.
Após essas etapas, foram aplicados os métodos de projeto de layout, os quais foram explicados previamente no referencial teórico, para que fosse possível chegar alcançar o objetivo de otimizar o fluxo de produção existente na empresa.
O presente trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos, conforme mostrado na figura 1 a seguir, e que serão brevemente explicados.
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Figura 1 - Estrutura do Trabalho
Fonte: Autor (2015).
Na Introdução é apresentada uma breve contextualização do projeto, bem como uma definição do problema e dos objetivos do trabalho. É apresentada, também, a metodologia do presente estudo de caso.
Já no capítulo 2, a revisão bibliográfica é apresentada, passando pelos pontos acadêmicos no que se referem ao assunto de layout.
No capítulo 3, são apresentadas todas as informações coletadas na organização e também a apresentação do método utilizado para se chegar ao resultado proposto no objetivo do projeto.
No capítulo 4, são apresentadas as conclusões do projeto e sugestões de trabalhos futuros.
Por fim, são apresentas as referências bibliográficas utilizadas no decorrer da pesquisa.
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Figura 2 - Classificação dos processos de produção para manufatura
Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2002).
Segundo Ritzman e Krajewski (2009) os processos de produção por projeto são avaliados com base em sua capacidade de realizar certos tipos de trabalho em vez de sua habilidade para produzir produtos ou serviços específicos. Os projetos tendem a ser complexos, a exigir um longo tempo de implementação e a ser grandes. Tarefas inter-relacionadas precisam ser completadas, exigindo intensa coordenação. Os recursos necessários para um projeto são agrupados e, então liberados para uso adicional após seu termino. Normalmente, os projetos fazem uso extensivo de certas aptidões e recursos em etapas especificas e no restante do tempo pouco os utilizam. Com um processo de projeto, os fluxos de trabalho são redefinidos a cada novo projeto.
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), este tipo de processo trabalha com itens discretos e customizados, com início e fim bem definidos, o que representa um período relativamente longo de produção. Tem como característica baixo volume e alta variedade e geralmente o produto fabricado é único.
Neste caso, são exemplos de um processo de projeto a construção de um shopping center, o planejamento de um evento importante, as atividades de uma campanha política, ou desenvolvimento de uma nova tecnologia ou produto (Camarotto, 1998 ).
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De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), processo por tarefa também lidam com variedade muito alta e baixos volumes. Em geral, nesse tipo de processo, os produtos são feitos por encomenda e não são produzidos antecipadamente.
Noruma (2013), enquanto em processos de projeto cada produto tem recursos dedicados mais ou menos exclusivamente a ele, em processos por tarefa cada produto deve compartilhar os recursos de operação com diversos outros.
Alguns exemplos de processo por tipo jobbing compreendem muitos técnicos especializados, como mestres ferramenteiros de ferramentarias especializadas, restaurados de moveis, alfaiates que trabalham por encomenda e a gráfica que produz ingressos para evento social local (Ritzman; Krajewski, 2009).
Em um processo por lote difere de um processo por tarefa no que diz respeito à volume, variedade e qualidade (Slack, Chambers e Johnston, 2002).
A diferença fundamental é que os volumes são maiores porque produtos ou serviços iguais ou similares são fornecidos repetidamente. Uma outra diferença está no oferecimento de uma variedade mais limitada de produtos e serviços. A variedade é obtida, principalmente, por uma estratégia de montagem por encomenda e não por estratégias de fabricar por encomenda ou serviços customizados. Uma terceira diferença é que os lotes de produção ou os grupos de clientes soa processados em quantidades maiores do que por intermédio de processos por tarefa (Camarotto, 1998).
Alguns exemplos desse tipo de processo podem ser produção de roupas, calçados, móveis e alimentos congelados (Ritzman; Krajewski, 2009).
Processos de produção em massa são os que produzem bens em grande volume e variedade relativamente estreita, isto é, em termos dos aspectos fundamentas do projeto do produto (Noruma, 2013).
Para Ritzman e Krajewski (2009), as ordens de produção não tem relação direta com os pedidos dos clientes, como ocorre no caso de processos de projeto e por tarefa. Os prestadores de serviço
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Figura 3 - Classificação dos processos de produção para serviços
Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2002).
2.2.1. SERVIÇOS PROFISSIONAIS
Esse tipo de serviço é definido como organizações de alto contato, onde os clientes tendem a despender um tempo considerável no processo do serviço (Camarotto, 1998). Esses serviços costumam ser altamente customizados onde o processo de serviço profissional é altamente adaptado para atender à necessidade específica e cada cliente, (Corrêa, 2012).
Neumann & Scalice (2015), enfatizam que serviços profissionais tendem a ser baseados em pessoas ao invés de equipamentos e focam no processo, e não no produto. Esse tipo de serviço tem um alto grau de contato, personalização e autonomia.
Alguns tipos de serviços profissionais, segundo Slack, Chambers e Johnston (2002) são: advogados, bancos, consultorias, cirurgiões entre outros.
2.2.2. LOJAS DE SERVIÇO
O serviço é proporcionado por meio de combinações entre atividades de escritório que atuam em linha de frente e de retaguarda, pessoas e equipamentos e com foco no produto e no processo, (Neumann & Scalice, 2015).
Ritzman & Krajewski (2009) caracterizam as lojas de serviços por níveis de contato com o cliente, customização, volumes de clientes e liberdade de decisão do pessoal, os quais a posiciona entre os extremos do serviço profissional e de massa.
Alguns tipos de lojas de serviço, segundo Nomura (20 13 ) são: Bancos, empresas de aluguel de carro, dentista escolas entre outros.
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Os serviços em massa envolvem muitas transações de clientes, onde o tempo é limitado e há uma baixa customização, (Neumann & Scalice, 2015).
Corrêa e Corrêa (2012) dizem que em geral esse tipo de processo é baseado em equipamentos e orientado para o produto, onde a maior parte do valor adicionado é realizado no escritório de retaguarda, onde há relativamente pouca atividade de julgamento realizada pelo pessoal da linha de frente. Esse tipo de processo apresenta baixo grau de autonomia, contato e de personalização.
Alguns tipos de lojas de serviço, segundo Slack, Chambers e Johnston (2002) são: supermercados, serviços de telecomunicações, emissoras de televisão entre outros.
Corrêa e Corrêa (2012) definem layout com sendo uma maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro das instalações de uma operação.
Levando esse conceito para as empresas, Paranhos (2007, p217), destaca que: O layout é muito importante para a produtividade, pois os fluxos dos processos podem ser otimizados ou prejudicados em função da distribuição física dos equipamentos.
Segundo Krajewski & Ritzman, (2009, p. 259), “os layouts afetam não apenas o fluxo de trabalho entre os processos em uma instalação, mas também os processos em outros lugares de uma cadeira de valor”. Isto posto, as decisões para se obter um melhor posicionamento das maquinas devem ser tomadas levando em consideração seus efeitos sobre toda cadeia de valor.
Trazendo um conceito mais amplo para essa definição, Slack, Chambers e Johnston (2009), define que o layout de uma operação ou processo é como seus recursos transformadores são posicionados uns em relação ao outro e como várias tarefas da operação serão alocadas a esses recursos transformadores.
O objetivo principal das decisões sobre layout é, acima de tudo, apoiar a estratégia competitiva da operação, o que significa que deve haver um alinhamento entre as características do layout escolhido e as prioridades competitivas da organização (Corrêa e Corrêa, 2012).
Para Cassel (2014), o objetivo do layout é combinar a força de trabalho com as características físicas de uma indústria (máquinas, rede de serviços, e equipamentos de transporte) de tal modo
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Layout Celular; Layout Misto. Corrêa e Corrêa (2012) diz que há basicamente três tipos de básicos de layout, os quais têm características bastantes especificas e apresentam diferentes potenciais de contribuírem e alavancarem diferentes desempenhos em diferentes critérios de desempenho. Há certo conflito de características entre eles e são chamados de arranjos clássicos: Layout por Processo; Layout por Produto; Layout Posicional. Contudo, há também outros tipos de layout, os chamados híbridos ou mistos, que procuram, de certa forma, aliar características de dois ou mais layouts clássicos. Para Noruma (2013), o mais usual deles é o Layout Misto. Os cinco tipos de layout serão descritos e explicados abaixo.
Também denominado de layout fixo ou Project shop , o layout posicional, é talvez o tipo mais básico de layout e é utilizado quando o produto a ser produzido não pode ser facilmente transportado e tem dimensões muito grandes, (Neumann & Scalice, 2015).
O que ocorre como característica nesse tipo de situação, é que o produto a ser fabricado é montado em um local fixo onde os recursos humanos e materiais se deslocam em volta do produto, ou seja, o material ou pessoa é processado pela operação, (Noruma, 2013).
A figura 4 ilustra esquematicamente esse tipo de layout.
Figura 4 - Estrutura esquemática de um layout posicional
Fonte: Neumann & Scalice (2015).
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O layout posicional se adequa a produtos que são processados em lotes unitários que apresentam grande tamanho ou baixa mobilidade. O objetivo no planejamento é aperfeiçoar a localização de centros de recursos ao redor do produto, (Neumann & Scalice, 2015).
Contudo, Corrêa e Corrêa 2012 diz que o layout posicional trata-se, em geral, de um tipo de layout cuja eficiência é baixa, entretanto permitem um grau máximo de customização.
Nesse tipo de layout os custos de manuseio de material são muito grandes. Assim, os materiais mais usados são colocados perto do local de construção, enquanto são menos usados são colocados mais longes, (Camarotto, 1998).
O layout posicional é um tipo de layout onde os recursos produtivos utilizados por empresas de fabricação são bens sob encomenda, usualmente com produtos que apresentam grandes dimensões, como por exemplo, navios e aviões, (Corrêa e Corrêa, 2012).
No quadro 1 são apresentadas algumas vantagens e desvantagens desse tipo de layout.
Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens do Layout Posicional Vantagens Desvantagens Pequena movimentação de materiais; Baixa utilização e equipamento gerando custo elevado; Melhor planejamento e controle do trabalho;
Falta de estruturas de apoio, como água e energia elétrica; Alta flexibilidade de mix de produtos e processos; Grande necessidade de supervisão; Alta variedade de tarefas para a mão de obra; Grande movimentação de equipamentos. Fonte: Adaptado de Neumann & Scalice, (2015).
Este tipo de layout, também conhecido como layout em linha ou flow shop , é usado quando um conjunto de produtos muito semelhantes são fabricados em volumes grandes. O layout de produção é orientado ao produto caracterizado pelo agrupamento das máquinas e equipamentos em um fluxo linear, (Neumann & Scalice, 2015).
No layout por produto, as máquinas e processos envolvidos na obtenção ou montagem de um produto ou série de produtos encontram-se juntos e em sequência, de modo a propiciar que os materiais ao entrarem na fase de produção, sigam sempre a mesma linha entre os pontos de processamento, segundo Cassel (2014).
A figura 5 ilustra esquematicamente esse tipo de layout.