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Um projeto de design de veículos para coleta de resíduos recicláveis, com ênfase na participação de designers em projetos sociais que atendam às classes menos favorecidas. O documento detalha as etapas do projeto, incluindo a triagem de produtos recicláveis, análise de detalhes de formas, materiais e características específicas, e a criação de um veículo simples e prático para facilitar a coleta. Além disso, o documento discute os critérios de custo, reciclagem e reutilização, e apresenta um exemplo de um carro de mão para catador de resíduos recicláveis.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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PROJETO DE CARRO DE MÃO PARA
CATADORES DE RESÍDUOS RECICLÁVEIS
EM MEIO URBANO
TATIANA RITA DE LIMA NASCIMENTO
TATIANA RITA DE LIMA NASCIMENTO
PROJETO DE CARRO DE MÃO PARA CATADORES DE
RESÍDUOS RECICLÁVEIS EM MEIO URBANO
Kleber da Silva Barros
Tatiana Rita de Lima Nascimento
TATIANA RITA DE LIMA NASCIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Design de Produto da Universidade Federal da Paraíba – Campus IV, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de BACHAREL EM DESIGN DE PRODUTO
Tatiana Rita de Lima Nascimento (Graduanda em Design)
APROVADO POR
Kleber da Silva Barros , Mestre em Engenharia da Produção e Professor da Universidade Federal da Paraíba. (Orientador)
Angelica Acioly , Mestre em Engenharia da Produção e Professora da Universidade Federal da Paraíba. (Membro corretor)
Marivaldo Wagner Souza , Doutor em Engenharia de Processos e Professor da Universidade Federal da Paraíba. (Membro examinador)
Rio Tinto, PB, Junho de 2012
DEDICATÓRIA Há um momento na vida do ser humano que ele deve decidir entre dois lados de uma ponte, o que é cômodo e tranquilo, mas sem sonhos e pretensões futuras e o outro que lhe impulsiona para a linha imaginária e compulsória do conhecimento em prol da própria humanidade.
E hoje dedico este trabalho a minha mãe, Teotonia Maria de Lima, que me apoiou e auxiliou nos momentos mais difíceis da minha breve jornada, esta, muitas vezes sem ter e poder o fazê-lo, mesmo assim junto a mim sobreviveu nas tristezas e alegrias de nossas vidas.
EPÍGRAFE
Terra envenenada
Está envenenada a terra, que nos enterra ou desterra. Já não há ar, só desar. Já não há chuva, só chuva ácida. Já não há parques, só parkings. Já não há sociedades, só sociedades anônimas. Empresas em lugar de nações. Consumidores em lugar de cidadãos. Aglomerações em lugar de cidades. Não há pessoas, só públicos. Não há visões, só televisões. Para elogiar uma flor, diz-se: “Parece de plático”.
Eduardo Galeano
RESUMO
Este trabalho tem por finalidade apresentar o projeto de um carro de mão para catadores de materiais recicláveis em meio urbano, o qual foi concebido em favor das reais necessidades dos trabalhadores desta categoria. Tal projeto tem sua principal justificativa embasada no fato de que estes trabalhadores necessitam de um instrumento de trabalho que lhe ofereça o mínimo de conforto no trabalho, bem como possa contribuir de forma eficiente com a atividade de recolher e armazenar material reciclável, tendo em vista que a maioria dos modelos encontrados é produzida de forma arcaica e artesanal pelos próprios catadores. O referido projeto também apresenta considerável valor social pelas contribuições e investigações realizadas no campo do Design Social e Design para sustentabilidade. De forma a embasar teoricamente o trabalho foram feitas conjecturas acerca dos temas Design social, Design para sustentabilidade e Ecodesign, bem como explanação sobre os tipo e características dos resíduos sólidos transportados pelos catadores. Neste contexto, também se realizou uma pesquisa participativa com os catadores do Município de Rio Tinto – PB, para que fosse possível vivenciar na prática as necessidades dos profissionais e as características da profissão in loco. Do ponto de vista da metodologia foram utilizadas metodologias de projeto baseadas em autores como Bonsiepe, Munari e Lobach. Como resultado, foi concebido e desenvolvido o projeto de um novo carro de mão, inspirado em formas naturais de elementos da natureza, que atende a maiorias dos requisitos de um projeto desta natureza, a exemplo de conforto, praticidade, funcionalidade, como também as limitações de renda do público. Além da proposta final, foram sugeridas inovações e possibilidades – caso tornem-se viáveis aos catadores ou empresas – a exemplo de versões do projeto com bicicleta acoplada, ou mesmo com motores mecânicos e elétricos. Esta experiência confirmou, entre outras coisas, a relevância da participação do designer em projetos de produtos de cunho social que visem atender a classes sociais menos favorecidas, promovendo não apenas uma melhoria na prática da atividade destas pessoas, mas um fortalecimento da necessidade de profissionais mais humanizados e inteirados do seu papel na construção de um mundo mais limpo e habitável.
Palavras chave: Projeto; Carro de mão; Catadores; Design social, Design para sustentabilidade.
- UFPB/CCAE/DESIGN/PESQUISA APLICADA AO DESIGN 2011.
Neste capitulo será mencionado os pontos iniciais e primordiais para realização do trabalho proposto. Além de serem especificadas as necessidades de se projetar um carrinho de mão para catador de material reciclado, com os seus reais problemas, objetivos e relevâncias projetuais.
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA
A disparidade cultural, social e econômica, nos últimos séculos, deslanchou a humanidade por uma forma diversificada de consumo. A qual correspondia para alguns, certa insignificância, ou seja, incompletude de sentido ao substituir emoções por aquisição de produtos. Não se sabe ao certo, se esta filosofia partiu das novas organizações industriais, ou mesmo dos consumidores, o fato é que, passou-se a consumir exageradamente por motivos além dos que regem a pirâmide das necessidades primordiais (KAZAZIAN, 2009).
Diante deste fato, Peltier & Sapota (2009), defendem que, foi com a extração de matéria-prima e o acúmulo de produtos descartados e amplamente consumidos que, pesquisadores, começaram a indagar-se sobre a origem desses produtos e preocupação do rejeite dos mesmos. Pois, estes poderiam ser responsáveis por inúmeras catástrofes ambientais, como é possível verificar na Figura 01 e Figura 02.
Presumiu-se na época, que tais produtos eram composições de materiais manipulados, oriundos da natureza. Mas que os próprios, ao entrarem em contato novamente com o ambiente, não se desintegravam, ocasionando por consequência, um enorme problema, ou seja, um acúmulo incessante de materiais, que decerto não havia aproveitamento algum, considerados desperdício (KAZAZIAN, 2009).
Figura 01 – Catástrofe no Japão em
Figura 02 Catástrofe no Rio de Janeiro. Fonte: http://blogs.estadao.com.br
No entanto, apesar dos estudos apontando os graves problemas socioeconômicos e ambientais, enfrentados pela sociedade, na contemporaneidade, estes fenômenos não tem resultado na redução do consumo de bens e serviços, pois os índices têm se mantido constantes nas nações industrializadas e aumentado rapidamente em muitos países em desenvolvimento (GIACOMINI, 2005. apud WORLD WATCH INSTITUTE, 2004).
No Brasil, em favor da elevação do salário mínimo e da renda das famílias mais pobres, terem conquistado maior estabilidade monetária, têm repercutido em impulso nos índices de consumo nesta faixa da população. Ainda com aumento do número de trabalhadores formais e ampliação de crédito, além da distribuição de recursos por programas do governo, que propiciam mais gastos com bens de consumo (BASTOS, 2008).
Isto acarreta na abundância de resíduos sólidos gerados e do mau gerenciamento desses materiais ao serem descartados. Sendo assim, provoca custos financeiros aos cofres públicos, ao se reservar recursos significativos, diariamente, com limpeza urbana (MANUAL GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 2001).
Visto essa temática brasileira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), divulgou que, 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de resíduos sólidos, mas apenas 50,75% deles dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. (Em: http:www.msd.gov.brAcesso em: 28 de outubro de 2011).
Figura 03 – Catador de material reciclável http://mogeiroemfoco.blogspot.com.br da Bahia. Fonte:>. <
Figura 04 – Carrinho para catador abarrotado de materiais recicláveis. Fonte: < http://mereceumadose.wordpress.com>
Pois, há no país, cerca de 300 mil a 1 milhão de pessoas, que coletam materiais reciclados. Restando assim para o Brasil, ficar entre os dez países com maior nível de reciclagem de papel no mundo com taxa superior a 45% ao ano, o que significa mais de 3,3 milhões de toneladas recuperadas. Resultando no fator prova do trabalho árduo dos catadores, visto que são também responsáveis por esta estatística (Em: http:www.msd.gov.brAcesso em: 29 de outubro de 2011).
Para ampliar e subsidiar legalmente, este tema, o Congresso Nacional decretou, a Lei No12. 305/2010 da politica dos resíduos sólidos, que designa regulamentar esses profissionais, especificando no Art.18 que todos os Municípios Brasileiros ao implantarem o programa de gestão ambiental, serão beneficiados pelo incentivo do financiamento dos recursos da União, se empregar catadores e separadores de resíduos sólidos, garantindo a estes, meios para que desenvolvam uma atividade segura e satisfatória (Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2010/Lei/L12305.htm> Acesso em: 19 de dezembro de 2011).
Neste contexto, conforme afirma, Magera (2003), a rotina diária do catador, ainda é tida como exaustiva e realizada em condições precárias. Essa muitas vezes, ultrapassa até às doze horas ininterruptas de trabalho exaustivo.
Esta continua atividade é julgada ainda como situação cruel e atroz, pois expõem aos catadores condições desumanas. Os mesmos, com seus carrinhos puxados pela tração humana, carregando mais de 200 quilos de lixo e percorrendo mais de vinte quilômetros por dia (cerca de quatro toneladas por mês). Sendo, no final, muitas vezes, explorados pelos donos dos depósitos de
Figura 09 – Catadora no centro de São http://www.redebrasilatual.com.br Paulo. (^) >Fonte:<
Figura 10 – Catador vestido de Papai Noel e com seu carrinho decorado com<http://sonysantos.blogspot.com.br apetrechos natalinos. (^) >Fonte:
Figura 11 – Carrinhos de Associação de Catadores com panfletos natalinos. Fonte: < http://uniaopormoradiaparana.blogspot.com .br>
Figura 12 - Mobilização dos catadores em prol da coleta seletiva, PR.http://www.jornalipanema.com.br Fonte:
lixo (sucateiros) que trocam os resíduos coletados (MEDEIROS & MACEDO, 2006, p. 66).
Neste contexto, notou-se que, o tipo de ferramenta de trabalho, utilizada pelos catadores, que é um veiculo de transporte de cargas, muito rudimentar, como se pode averiguar nas Figura 09, 10 e 11. Estes servem para armazenar e conduzir os resíduos sólidos, que são coletados nas ruas e em lixões. A maioria dos carros, de mão vigentes é produzida pelos próprios usuários. Verifica- se nisto, fatores que podem acarretar, em falta de segurança, saúde e bem estar para o usuário. Além de não poderem produzir, por redução de conhecimento especifico, um veículo que venha reger a ergonomia do objeto como também as más condições de manejo do produto (MEDEIROS & MACÊDO, 2006)
Um dos grandes problemas, que já se encontra, nos outros projetos desta natureza, é que os mesmos não são projetados para atenderem aos usuários finais e sim a algumas Organizações não Governamentais (ONGs) ou mesmo a Associações desta categoria, algumas Prefeituras Municipais e etc., como é o caso desses modelos das Figura 13, 14 e 15. O que impossibilita de um desempregado que coleta os materiais fazer usufruto deste objeto.
Outro ponto, que dificulta a atividade está no próprio manuseio e contribuição do veiculo, para o exercício. Pois estes não reduzem o esforço do usuário quanto à capacidade de carga, como se ilustra na Figura 16, fazendo o catador necessitar de mais esforço que o necessário para conduzir e transportar os materiais recicláveis.
Esta problemática apresentada norteará o desenvolvimento de um novo produto, a partir dos objetivos que se seguem.
Figura13 – Carrinho elétrico projetado para catadores, Ex-presidente Luiz Inácio Fonte:< (^) http://www.cabecadecuia.comLula e catador.>
Figura 14 – Projeto Conceitual de um carrinho para catador, do designer Valdir Oliveira. Obteve o segundo lugar no concurso de design social promovido<http://designinnova.blogspot.com.br pelo MDS. (^) >Fonte:
Figura 15 – Carro de coleta de materiais recicláveis do Município de Curitiba<http://www.skyscrapercity.com – PR. (^) > Fonte:
Figura 16 – Carrinho com capacidade máxima de materiais recicláveis. Fonte:http://comgeres.com.br
utilizar do tema para possíveis trabalhos, pesquisas e publicações como: artigos, trabalhos de conclusão de cursos, projetos de pesquisa e etc.
A relevância social caracteriza-se por trazer a sociedade, um produto que atenda a uma demanda social, transformando necessidade em produto. Fazendo também com que este produto possa contribuir não apenas com a facilidade no ato de exercer o trabalho, mas promover maior reconhecimento da profissão, visto que, um novo produto dessa natureza com os reais planejamentos desenvolverá também a boa-estima do usuário. (SILVA,2009). Portanto, esta pode contribuir com a geração de emprego e renda. E com a melhoria na qualidade de vida dos catadores.
Frente a esta perspectiva, busca-se atribuir a um produto as características expostas acima, congregando as necessidades dos catadores, do impacto ambiental e da demanda exposta na legislação. Desenvolvendo um produto que venha contribuir para dinamizar a atividade de coletar e transportar esses elementos recicláveis.
1.4. METODOLOGIA
A metodologia será pautada, na metodologia do projeto do produto, utilizando-se como base para a pesquisa, o processo metodológico da pesquisa participativa, utilizando o método da observação. Serão referenciadas as metodologias de projeto de produtos dos seguintes autores: LOBACH (2000), MUNARI (2009) e BONSIEPE, (2009). Como base teórica será utilizada a metodologia descritiva dos autores: MARCONI & LAKATOS (2006).
1.4.1. Pesquisa Participativa
Esta trata de particularizar e concentrar os olhares dos
designers para uma imersão social de forma participativa. Esta pesquisa, reuni o método da observação participante, a qual o pesquisador se emerge na comunidade, com participação real com o grupo, de tal forma que segundo Marconi & Lakatos (2006), se confunde com integrante do próprio grupo, praticando e estudando as mesmas atividades do grupo. Segundo, Marconi & Lakatos (2006) esse método tem grande relevância para a pesquisa, pois, coloca o observado e observador no mesmo lado, tornando o observador um molde a vivenciar e trabalhar no sistema dos integrantes do grupo observado.
Há duas formas de observação participante, a natural, onde o observador pertence ao mesmo grupo que investiga e, a artificial que o observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações que privilegie garantir um resultado mais eficiente para projeto. (MARCONI & LAKATOS, 2006). Sendo esta ultima a que será adotada neste trabalho.
1.4.2. Metodologia de projeto do produto
A metodologia de projeto de produto surge no desenvolvimento do trabalho, para auxiliar e contribuir com o direcionamento burocrático do caminho a seguir uma pesquisa apropriada, para que se obtenha uma finalização sólida do projeto.
Em detrimento, das metodologias projetuais estudadas dos autores mencionados anteriormente para a pesquisa de criação do produto, foram selecionadas algumas etapas de distintas referências, para que se adeque exclusivamente a este projeto, são elas:
Etapa inicial é de grande importância para a realização de