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Guias e Dicas
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PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA O IDOSO COM ..., Esquemas de Materiais

Inclui exercícios de consciencialização postural, respiração e de mobilidade articular. 2) Exercícios aeróbios (treino aeróbio): atividades que envolvem grandes ...

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pipoqueiro
Pipoqueiro 🇧🇷

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Não perca as partes importantes!

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PROGRAMA DE
EXERCÍCIO FÍSICO
PARA O IDOSO COM
FRAGILIDADE
Manual de apoio
ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA
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P R O G R A M A D E

E X E R C Í C I O F Í S I C O

P A R A O I D O S O C O M

F R A G I L I D A D E

M a n u a l d e a p o i o

ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

Ficha Técnica

/ TÍTULO Programa de exercício físico para o idoso com fragilidade – manual de apoio

/ EDITOR Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

/ ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO CIENTÍFICA DA OBRA: Rita Santos Rocha, Joana Freitas, Fátima Ramalho, Filipa Couto, João Apóstolo

/ FEVEREIRO 2019 / ISBN: 978-989-99426-8-

Os autores deste manual não se responsabilizam por quaisquer inconvenientes ou prejuízos causados aos participantes do programa de exercício físico para o idoso com fragilidade pela implementação indevida e não supervisionada do mesmo.

Projeto AAC no 02/SAICT/2016 Referência n.º 023822

Toque e alcança com membros inferiores: frente e trás 60 Passo toque 61 Marcha 62 Força isquiotibiais - Flexão do joelho 63 Força quadricípite - Extensão do joelho 64 Abdução dos membros inferiores 65 Força costas - Remada baixa 66 Força tricípite – Empurrar para trás (kick back) 67 Força bicípite - Bicípite curl (flexão de braço) 68 Força ombro: Press de ombros (elevação) 69 Rotação externa do ombro – Abdução horizontal 70 Manipulação de objetos 71

Referências 73

ANEXOS

Anexo I – Exemplo de cartaz Anexo II - Grelha de Avaliação de Sessões

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Nota Introdutória

O presente manual de apoio diz respeito a um Programa de Exercício Físico estruturado e adaptado à pessoa idosa com fragilidade. O seu desenvolvimento dá cumprimento ao disposto em candidatura aprovada, inerente ao projeto POCI-01- 0145-FEDER-023822 ( MIND&GAIT - Promoção da autonomia de idosos frágeis através da melhoria da cognição e capacidade de marcha e utilização de produtos de apoio). A informação que nele consta resulta de dados provenientes dos vários investigadores responsáveis pelo desenvolvimento e implementação do programa. O documento foi elaborado em formato digital com o intuito de ser disseminado através da plataforma web do projeto.

O projeto MIND&GAIT envolve seis parceiros e é orientado para as componentes de educação, inovação e investigação baseada na evidência com transferência de conhecimento para a prática clínica. A equipa multidisciplinar inclui a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, os Institutos Politécnicos Santarém, de Coimbra, e de Leiria, a Cáritas Diocesana de Coimbra e a Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça. Esta parceria permite interligar áreas científicas de Enfermagem, Desporto, Terapia Ocupacional, Engenharia Mecânica e Informática, que juntas trabalham no sentido da construção de serviços e produtos de valor para a área da saúde, nomeadamente no contexto geriátrico.

1 | O PROJETO MIND&GAIT

A fragilidade é uma síndrome geriátrica prevalente em idosos institucionalizados. O exercício físico adaptado e a estimulação cognitiva permitem retardar os processos de declínio do idoso. Contudo a ausência de intervenções estruturadas para idosos frágeis pode ser um dos obstáculos para avaliar a sua eficácia.

O projeto MIND&GAIT reúne uma intervenção combinada com uma sessão de estimulação cognitiva e duas de exercício físico por semana, aplicadas em contexto institucional e em grupos de 10 a 12 participantes.

O programa de exercício físico foi validado por profissionais de saúde e de desporto, tendo sido implementado durante 12 semanas como estudo piloto.

Os grupos de intervenção tiveram as sessões prescritas e orientadas, os grupos de controlo mantiveram as atividades da instituição.

Houve uma adesão elevada da amostra durante as sessões de grupo, sem desistências ao longo do programa. O programa de exercício demonstrou ser seguro, motivador, e contribuiu para a melhoria do movimento funcional e a manutenção dos níveis de condição física dos participantes. Contribuiu para envolver o grupo em novas experiências e gerar momentos de socialização.

O exercício pode ser tido como uma estratégia terapêutica e prescrito para idosos fragilizados por contribuir para uma melhoria da autonomia funcional e bem-estar da pessoa.

M a n u a l d e A p o i o

depressiva que o leva ao isolamento, à descredibilização e à marginalização, fatores estes que contribuem para uma diminuição da qualidade de vida.

Ao ser dinamicamente modificável, a fragilidade pode ser prevenida através da potenciação e da manutenção das capacidades física, psicológica e social do idoso. Para tal, profissionais de saúde, cuidadores formais e informais e instituições que prestam cuidados geriátricos poderão promover a implementação de intervenções não farmacológicas direcionadas a cada um dos domínios em questão.

2.2 || A Prescrição de Exercício Físico

A estimulação da saúde física e mental da pessoa idosa está associada a uma redução dos efeitos adversos do processo de envelhecimento, podendo ser até considerada como sinónimo de melhoria da capacidade funcional e um aumento da qualidade de vida. Esta abordagem de carácter preventivo, é promotora de um envelhecimento mais ativo, saudável, participativo e inclusivo, e pode significar uma redução dos custos de saúde, devido à sua característica não farmacológica.

O conceito de exercício físico define-se como o desencadeamento dinâmico de movimentos planeados e repetidos que pretendem manter ou melhor uma ou mais componentes da condição física. A pessoa idosa com fragilidade depara-se com uma crescente perda das suas capacidades locomotoras que em parte, está associada à perda de massa e tónus muscular, da força e à diminuição do equilíbrio e da resistência. Os programas de exercício físico que profissionais de saúde ou cuidadores formais ou informais podem implementar com a pessoa idosa com fragilidade devem ser estruturados e adaptados à sua condição específica, através do reajuste do volume e intensidade dos exercícios (Chodzko-Zajko et al. 2009). O exercício físico orientado, estruturado e acompanhado representa uma das melhores estratégias para preservar os níveis de funcionalidade e independência da pessoa idosa com fragilidade (Lopopolo et al. 2006; Lacroix et al. 2017). A implementação de programas de exercício físico aponta para benefícios na função e aptidão física com repercussões no estado cognitivo, salientando-se também benefícios cardiovasculares e melhorias substanciais nos perfis metabólico, inflamatório e lipídico.

As especificidades da condição de fragilidade tornam a intervenção complexa e geram a necessidade de ter em conta precauções que atendam a condicionantes geriátricas como:

  • Condição médica e patológica debilitada;
  • Condições clínicas instáveis;
  • Efeitos secundários da medicação;
  • Perda da capacidade cognitiva (memória, atenção, etc.);
  • Dificuldades de comunicação (habilitações literárias, dicção, etc.);
  • Perda sensorial (visão, audição, propriocepção, etc.);
  • Sedentarismo;
  • Perda de massa muscular e força (sarcopénia);
  • Perda de autonomia da marcha e utilização de equipamentos de apoio;
  • Labilidade emocional (ex.: sintomatologia depressiva, isolamento, solidão);
  • Equipamentos de assistência de saúde permanentes e específicos.

O crescente aumento de investigação sobre programas de exercício físico em pessoas idosas com fragilidade surge em resposta aos benefícios associados. Contudo, e tendo em conta as especificidades desta população não existe nem consenso nos métodos aplicados, nem uma linha orientadora. Neste sentido, dada a complexidade da intervenção, o programa que se propõe sugere uma prescrição de exercício que envolva as várias componentes da condição física, em particular as que dizem respeito à mobilidade articular, resistência muscular e força, equilíbrio e movimentos funcionais (Chodzko-Zajko et al. 2009). O programa, a partir da metodologia dos exercícios pretende intrinsecamente capacitar para as atividades de vida diária.

2.3 || Segurança, Motivação e Monitorização

SEGURANÇA

O profissional ou cuidador que orienta e acompanha as sessões é responsável por garantir medidas de segurança e precaução aquando da realização dos exercícios com

Medidas de segurança para o instrutor, profissional ou cuidador que aplica o programa:

  • Garantir que a pessoa idosa está clinicamente estável;
  • Garantir que a pessoa idosa com fragilidade não tem prescrição médica que contraindique a prática de exercício físico;
  • Garantir que a pessoa idosa tem o seu regime medicamentoso regularizado;
  • Monitorizar os sinais vitais antes e após a realização do exercício físico e sempre que for necessário;
  • Garantir que é capaz de identificar níveis elevados de fadiga a partir de padrões vitais e expressões corporais (postura corporal, expressões faciais, etc.);
  • Garantir que o padrão respiratório da pessoa idosa está normal ao longo de toda a sessão, isto é, que não demonstra hiperventilação ou bloqueios;
  • Reduzir os exercícios realizados com os membros superiores acima da cabeça, isométricos ou com mudanças bruscas de direção;
  • Garantir que nenhum exercício produz uma elevada sensação de dor;
  • Consciencializar o movimento controlado e lento da região cervical e ombros.

Um dos fatores mais importantes no acompanhamento do exercício físico em pessoas idosas com fragilidade é atender às suas características individuais de forma a garantir o sucesso da intervenção e o máximo de adesão coletiva.

O responsável pela implementação do programa de exercício deve conhecer e identificar os limites de cada participante e ser capaz de ensinar, instruir e treinar a pessoa idosa a controlar os movimentos corporais solicitados com as devidas adaptações dos exercícios propostos. Embora este manual tenha sido preparado para auxiliar o cuidador formal ou informal, na sua aplicação, qualquer adaptação ou quando existem situações patológicas complexas, requer a consulta a um profissional com formação qualificada na área do exercício e saúde, de forma a ser proporcionada uma orientação segura.

MOTIVAÇÃO

O sucesso da aplicação do programa, requer igualmente uma forte componente motivacional, de forma a garantir o melhor desempenho durante as sessões.

M a n u a l d e A p o i o

Identificam-se como estratégias para manter a motivação e adesão à prática:

  • Conhecer os elementos do grupo e as capacidades individuais de cada elemento;
  • Relembrar os benefícios do exercício físico para o seu estado de saúde a curto, médio e longo prazo;
  • Atender às atividades preferenciais do grupo;
  • Estabelecer objetivos reais para os participantes;
  • Associar exercícios com movimentos funcionais a fim de o programa ser direcionado para a potenciação da capacidade funcional (ex.: os exercícios poderão ser representativos de atividades de vida diária como vestir, caminhar, limpar o rosto, etc.).

No quadro seguinte são apresentadas estratégias de intervenção a ter em consideração ao intervir com esta população.

M a n u a l d e A p o i o

A planificação das sessões pode estar afixada num local facilmente visível à pessoa idosa com fragilidade. Posters ou cartazes devem também ser afixados, divulgados e distribuídos a fim de sensibilizar os participantes para a prática de exercício físico (exemplo em Anexo I a este Manual). Todos os materiais didáticos e de apoio desenvolvidos deverão ter em conta défices visuais geriátricos.

No decorrer de cada sessão, a pessoa responsável pela implementação do programa de exercício físico deve efetuar um registo em diário de bordo de cada uma das sessões, onde possa efetuar um registo presencial dos participantes, do tipo de exercícios efetuados, bem como um registo de ocorrências adversas. Uma grelha de avaliação (exemplo em Anexo II a este Manual) irá também permitir e acompanhar a evolução individual e de grupo.

O acompanhamento e monitorização das sessões implica a existência de um controlo da intensidade dos exercícios, pelo que é importante que a pessoa responsável pela implementação conheça e identifique os sinais de esforço físico (ex. respiração ofegante, aumento do batimento cardíaco, tonturas, tom avermelhado). Uma das ferramentas que pode ser utilizada é uma escala de esforço percebido (ACSM, 2018).

A Escala Subjetiva de Esforço de Borg Modificada (Figura), pode estar presente no local das sessões. Permite que a pessoa idosa identifique o exercício, numa escala de 1 a 10, como “demasiado leve” a “exaustivo”.

Escala Subjetiva de Esforço de Borg Modificada

A escala visual analógica de dor é outra escala que pode ser utilizada, permitindo identificar grau de intensidade a controlar entre “leve” (1 a 4) a “moderada” (5 a 6).

EQUIPAMENTO

O profissional deve preparar o material mais ajustado ao grupo e que pode ser utilizado na instituição. Caso exista investimento em equipamentos, o profissional deve de optar por material de pequenas a médias dimensões, com resistência leve ou elástica, e de fácil manuseamento. Caso não existam materiais, podem ser utilizados recursos do dia a dia. A tabela que se segue apresenta uma sugestão de materiais e de gestão do espaço para as aulas.

GESTÃO DE EQUIPAMENTOS

MATERIAL

Música Balões Papel Lenços de papel Tabuleiros (ex. refeitório) Molas, Palhinhas, Garrafas

Halteres Bastões Bandas Elásticas Garrafas / sacos Bolas Arcos

ESPAÇO

Limites da área disponível para as sessões Área livre de materiais no chão no decorrer das atividades Estruturas de apoio para os participantes: cadeira / paredes / mesas / pilares Cadeiras de preferência sem braços de apoio lateral

O modo de exercício depende das habilidades funcionais, recursos disponíveis, e da satisfação sentida pelos participantes. A apresentação dos exercícios no próximo capítulo sugere a intensidade de esforço correspondente, contudo deve existir o alerta para a execução sempre abaixo dos limites de dor.

3 | O PROGRAMA DE EXERCÍCIO

3.1 || Contextualização

O programa que será apresentado foi aplicado em contexto institucional, com sessões de grupo para 10 a 12 elementos, sob a orientação de um profissional da área do exercício e saúde, e com o apoio dos assistentes e técnicos da instituição.

As sessões de exercício foram aplicadas com uma frequência semanal de duas vezes, ao longo de 12 semanas e têm a duração de 30 a 45 minutos.

O programa visa desenvolver o padrão motor funcional dos participantes. Respeita as variáveis de treino definidas e considera as adaptações específicas e individuais do grupo e de cada pessoa.

3.2 || Estrutura das Sessões

As sessões do programa de exercício devem ser compostas por três fases principais: a) aquecimento; b) parte fundamental; e c) retorno à calma e alongamentos. Em cada uma das fases, devem ser asseguradas as seguintes componentes do exercício:

  1. Exercícios de aquecimento: garantem uma transição gradual e suave entre o estado de repouso (pré-treino) e de exercício. Inclui exercícios de consciencialização postural, respiração e de mobilidade articular.
  2. Exercícios aeróbios (treino aeróbio): atividades que envolvem grandes grupos musculares e o treino cardiovascular (ex.: caminhar);

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  1. Exercício de resistência – força: ação motora de grandes grupos musculares para atividades funcionais (ex.: levantar da cadeira); exercícios de equilíbrio, coordenação e sensoriomotores podem estar incluídos nesta fase;
  2. Alongamentos: transição entre o exercício e o estado de repouso. Podem ser incluídos exercícios de alongamentos, relaxamento e respiração.

A estrutura da sessão deve enquadrar as seguintes componentes:

ABERTURA DA SESSÃO / AQUECIMENTO

ENVOLVIMENTO:

  • Criar um ambiente descontraído, animado e dinâmico recorrendo a música/ Recursos de Vídeo/Imagem/ Objetos de caracterização
  • Promover a integração do participante na sessão
  • Potenciar exercícios na posição sentada para que todos se sintam capazes de as/ os realizar
  • Educar para o controlo da intensidade, hidratação e segurança durante a sessão

AQUECIMENTO GERAL:

  • Consciencialização da posição neutra do corpo
  • Exercícios para treinar o padrão respiratório
  • Reconhecimento da mobilidade geral sem limitar os padrões de movimento
  • Aumentar gradualmente o movimento corporal (explorar os segmentos corporais, amplitudes e planos de movimento)
  • Aumento da temperatura corporal e amplitude articular

EXEMPLO DE DINÂMICAS DE ABERTURA:

  • Ler/ Contar uma história/ Conto
  • Colocar uma música
  • Cumprimentar e dizer “bom dia” combinado com movimento
  • Apresentar o Material que será utilizado na sessão