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Produção materiais de esnino: Prática e Toeria - 2a ed. completo, Notas de estudo de Literatura

1.Língua - estudo e ensino, 2.Línguas - métodos de ensino, 3.Materiais de ensino - produção

Tipologia: Notas de estudo

2018

Compartilhado em 05/05/2018

luiz-maximo-costa-12
luiz-maximo-costa-12 🇧🇷

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PRODUÇÃO DE MATERIAIS

DE ENSINO:

TEORIA E PRÁTICA

PRODUÇÃO DE MATERIAIS

DE ENSINO:

TEORIA E PRÁTICA

2ª edição

Pelotas EDUCAT – Editora da Universidade Católica de Pelotas 2007

© 2007 Editora da Universidade Católica de Pelotas Impresso no Brasil – Printed in Brazil

Todos os direitos reservados à EDUCAT. Rua Félix da Cunha, 412 96010-000 - Pelotas - RS - Brasil Fone (53) 2128. Fax: (53) 3225. E-mail: educat@phoenix.ucpel.tche.br http://educat.ucpel.tche.br/

Tiragem: 500 exemplares ISBN:

Capa e projeto gráfico: Daniel Clós Cesar – daniel.clos@terra.com.br Editoração: Jaqueline da Silva Oliveira – jackieo@terra.com.br

P964 Produção de materiais de ensino: teoria e prática / [organizado por] Vilson J. Leffa. 2.ed. rev. – Pelotas: Educat, 2007. 206p.

  1. Línguas – estudo e ensino. 2. Línguas – métodos de ensino. 3. Materiais de ensino – produção I. Leffa, Vilson J. [org.] CDD 371.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Cristiane de Freitas Chim – CRB 10/

7 O professor como facilitador virtual: considerações teórico-práticas sobre a produção de materiais para a aprendizagem via web ou mediada por computador | 145 Rafael Vetromille-Castro

8 Produção de livros: da prática à teoria | 173 Nara Widholzer Daniel Clós Cesar

APRESENTAÇÃO

DA SEGUNDA EDIÇÃO

O que mudar ou manter é sempre um desafio quando se lança a edição nova de um livro. Há o pressuposto de que o livro, de algum modo, tenha agradado ao público, o que poderia significar que ele deveria permanecer como está, partindo-se aí da premissa de que “não se mexe em time que está ganhando”. Por outro lado, sabemos que o mundo está num processo acele- rado de mudança, o que significa que uma segunda edição deve não só refletir essas mudanças, mas até antecipá-las. O que es- peramos ter conseguido, com esta edição, é ter mudado o que poderia ser melhorado e ter mantido como estava aquilo que

INTRODUÇÃO

Este livro é de professores para professores. Nasceu de uma turma criativa de alunos do Curso de Mestrado em Letras da Universidade Católica de Pelotas, na disciplina de Produção e Avaliação de Materiais. Depois que nasceu, se me permitem uma metáfora não tão criativa, cresceu robusto e forte e incorporou mais dois professores da própria universidade. Aí cresceu mais e saiu de casa, reunindo mais dois autores. Antes de ser lançado, já estava ficando famoso e começou a atrair mais autores, com a oferta de mais doações, mas então resolvi exercer meu autoritarismo e dar um basta: o livro não podia crescer mais; já estava adulto e precisava sair de casa. Com mais autores, perde- ríamos o controle da situação e poderíamos até chegar ao ponto

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Produção de Materiais de Ensino: teoria e prática

de nem saber mais quem era o pai da criança. Afinal, queríamos um livro e não uma enciclopédia. Um livro que fosse prático, fácil de usar e extremamente útil para os professores, reunindo, num só lugar, informações que não só estão espalhadas pelo mundo, mas que também são, muitas vezes, difíceis de serem encontradas. Este livro é filho do Século XXI. Nasceu para atender às necessidades de hoje, usando os recursos de hoje. O professor atualmente tem, nas mãos, acesso a um mundo de informações e recursos que seriam impensáveis há alguns anos. Na década de 1980, por exemplo, a editora Collins, em convênio com a Uni- versidade de Birmingham, investiu milhões de libras esterlinas para construir uma base de dados lingüísticos que seria usada para a produção de material didático e de dicionários. Hoje, esse investimento milionário equivale, em termos de acervo, a uma fração do que está disponível ao professor através, principal- mente, da Internet. Estamos no meio de um oceano de informa- ções e, como diria Casimiro de Abreu, o que é maior do que o oceano, minha mãe? Maior do que o oceano, meu filho, é a idéia. Glauber Rocha, se estivesse vivo, talvez dissesse que ninguém segura um professor com uma idéia na cabeça e um computador em algum lugar. Emily Dickinson provavelmente acrescentasse que, se não tivesse o computador, bastaria a idéia. Isso, como se percebe, deixa o professor sem opção de reclamar. Pode até di- zer que não tem recursos, o que talvez seja uma meia verdade, mas não pode dizer que não tem uma idéia na cabeça. O poten- cial para a produção de materiais de ensino está disponível ao professor; este livro vai dar algumas dicas de como usar esse potencial. Seu pressuposto teórico básico é de que o trabalho do pro- fessor na escola é mediado por artefatos culturais, entre os quais se incluem, como os mais relevantes, os materiais didáticos

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Produção de Materiais de Ensino: teoria e prática

material junto aos alunos e termina com sua avaliação. Entendo que, quando se fala em produção de materiais, a ênfase não deva estar nem no professor, nem no aluno, mas na tarefa. A relação entre produção de materiais e autonomia do alu- no é feita por Christine Nicolaides e Vera Fernandes no capítulo Autonomia: critérios para a escolha de material didático e suas implica- ções , onde as autoras falam de sua experiência no Centro de Aprendizagem Autônoma de Línguas (CAAL), na Universidade Católica de Pelotas. Além de apresentarem um relato circuns- tanciado de experiências bem-sucedidas, incluindo a preparação de materiais pelos próprios alunos, fazem um balanço da impor- tância da autonomia na aprendizagem, quer por seus aspectos econômicos, já que a sociedade não tem recursos para oferecer instrução personalizada a cada um de seus cidadãos, quer por seus aspectos didáticos, em que a ênfase não está necessaria- mente no aluno, mas no processo de aprendizagem. No terceiro capítulo, Teresinha dos Santos Brandão e Luiz Gustavo Ribeiro Araújo, com Uma (re)leitura do politicamente corre- to no gênero anúncio publicitário em sala de aula , oferecem sugestões de como o professor pode explorar anúncios de publicidade para desenvolver a leitura crítica em seus alunos. Para isso buscam suporte teórico nas idéias de Bakhtin, mas apóiam-se também na prática da publicidade, não só mostrando as estratégias de persuasão usadas pelos publicitários, mas também fornecendo sugestões didáticas de como analisar criticamente um anúncio. Cristina Pureza Duarte Boéssio, em Uma Proposta para o Ensino de Línguas Próximas , mostra que a proximidade entre a língua materna do aluno e a língua estrangeira, embora seja um fator facilitador da aprendizagem, pode também esconder arma- dilhas para o professor, como ocorre muitas vezes no ensino do espanhol para alunos brasileiros. A autora toma como exemplo o problema do infinitivo flexionado, que existe em português,

Introdução

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mas não em espanhol. Defende, para esses casos, o uso de tra- dução, com ênfase na aprendizagem consciente, alertando o alu- no para as diferenças que existem entre um idioma e outro. Denize Nobre-Oliveira, em Produção de Materiais para o Ensino de Pronúncia por meio de Músicas , analisa as dificuldades que o aluno apresenta na produção daqueles sons que não exis- tem em sua língua materna. Para tratar esse problema de modo interessante e motivador para o aluno, propõe o uso de músicas, estabelecendo critérios que o professor deve usar para selecio- nar o que vai usar em suas aulas e dando um exemplo de como determinados fonemas podem ser trabalhados. Defende também a necessidade da aprendizagem consciente, em que o aluno pre- cisa ser chamado à atenção para que se dê conta da existência do problema. A questão da preparação de materiais para comunicações orais é abordada por Adriano Nobre Oliveira, em Regras Práticas para a Criação de Transparências com Mídias Eletrônicas. O autor dá uma série de sugestões extremamente úteis de como preparar uma apresentação, quer usando um retroprojetor ou recursos de multimídia. Uma comparação entre o que diz o autor neste capí- tulo e o que se vê nas inúmeras apresentações, agora cada vez mais com recursos de multimídia, mostra quão oportunas são as sugestões apresentadas. Um livro que se propõe a ajudar o professor na preparação de seus próprios materiais de ensino, nesta época de conheci- mento em rede, não poderia ignorar os recursos da Internet. O capítulo de Rafael Vetromille-Castro, O Professor como Facilitador Virtual: considerações teórico-práticas sobre a produção de materiais para a aprendizagem via Web ou mediada por computador , trata justamente dessa questão. O autor começa com uma reflexão sobre alguns princípios da prática pedagógica presencial e a distância que devem ser contemplados na elaboração de atividades. Descreve

COMO PRODUZIR MATERIAIS

PARA O ENSINO DE LÍNGUAS

Vilson J. Leffa *

1.1 Introdução

A produção de materiais de ensino é uma seqüência de atividades que tem por objetivo criar um instrumento de aprendi- zagem. Essa seqüência de atividades pode ser descrita de várias maneiras, envolvendo um número maior ou menor de eta- pas. Minimamente, deve envolver pelo menos quatro momen- tos: (1) análise, (2) desenvolvimento, (3) implementação e

  • Professor da Universidade Católica de Pelotas. leffav@gmail.com

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Produção de Materiais de Ensino: teoria e prática

(4) avaliação. Idealmente essas quatro etapas devem formar um ciclo recursivo, onde a avaliação leve a uma nova análise, reiniciando um novo ciclo. A produção de materiais é também um processo sistemáti- co e de complexidade variada. Na extremidade mais simples está, por exemplo, o resumo esquemático distribuído durante uma palestra para acompanhar o que diz o palestrante. Na extremi- dade superior da escala, podem ser listados projetos envolvendo o uso de vídeo ou de multimídia interativa, o que pela sua com- plexidade exige um planejamento mais detalhado. Falta de pla- nejamento, nesse nível, pode resultar em perda de tempo, di- nheiro e esforço (Fardouly, 2002).

1.2 Análise

A análise parte de um exame das necessidades dos alunos, incluindo seu nível de adiantamento e o que eles precisam apren- der. As necessidades são geralmente mais bem atendidas quan- do levam em consideração as características pessoais dos alu- nos, seus anseios e expectativas, preferência por um ou outro estilo de aprendizagem. Para que a aprendizagem ocorra é tam- bém necessário que o material entregue ao aluno esteja adequa- do ao nível de conhecimento do conteúdo a ser desenvolvido. O que aluno já sabe deve servir de andaime para que ele alcance o que ainda não sabe. Ninguém aprende algo que é totalmente conhecido e nem algo que seja totalmente novo. A capacidade de acionar o conhecimento prévio do aluno é uma condição ne- cessária para o sucesso de um determinado material. O que o aluno precisa aprender, portanto, não é determi- nado apenas pela soma de competências exigida por uma deter- minada circunstância, seja ela originada pela escola, pela comu- nidade ou mesmo pelo mercado de trabalho. Uma determinada

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Produção de Materiais de Ensino: teoria e prática

atividade. Ambos devem começar com um verbo que descreva o comportamento final desejado para o aluno. Para os objetivos gerais usam-se geralmente verbos que denotam comportamentos não diretamente observáveis. Entre esses verbos, os seguintes têm sido usados com mais freqüência: saber, compreender, interpretar, aplicar, analisar, integrar, jul- gar, aceitar, apreciar, criar, etc. Para os objetivos específicos, usam-se verbos de ação, en- volvendo comportamentos que podem ser diretamente obser- vados. Entre eles, destacam-se: identificar, definir, nomear, re- lacionar, destacar, afirmar, distinguir, escrever, recitar, selecio- nar, combinar, localizar, usar, responder, detectar, etc. Verbos que denotam processo – aprender, desenvolver, memorizar, adquirir, etc. – não podem ser usados para elaborar objetivos educacionais; eles não descrevem o resultado da apren- dizagem. O objetivo de aprendizagem tem três componentes essen- ciais: (1) as condições de desempenho; (2) o comportamento que o aluno deve demonstrar (expresso por um verbo); (3) o critério de execução da tarefa. No modelo clássico de Bloom (Anderson; Krathwohl, 2001), o objetivo é sempre apresentado em termos do que o aluno deve alcançar, sob a perspectiva do próprio aluno, não do material desenvolvido. A ênfase está na aprendizagem, naquilo que o aluno deve adquirir e no compor- tamento que ele deve demonstrar – não no ensino, não no mate- rial que vai ser usado para levar o aluno a atingir o objetivo.

É objetivo de aprendizagemÉ objetivo de aprendizagemÉ objetivo de aprendizagemÉ objetivo de aprendizagemÉ objetivo de aprendizagem: “ao ler um texto o aluno deverá ser capaz de identificar três idéias principais”.

Como produzir materiais para o ensino de línguas

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Não é um objetivo de aprendizagemNão é um objetivo de aprendizagemNão é um objetivo de aprendizagemNão é um objetivo de aprendizagemNão é um objetivo de aprendizagem: “Ensinar a diferença entre idéia principal e idéia secundária”.

As condições de desempenho especificam as circunstân- cias sob as quais o comportamento deve ser demonstrado. Po- dem, e devem, ser expressas de modo simples, através de uma afirmação. Alguns exemplos:

Ao assistir o vídeo de um comercial, o aluno deverá...

Ao ouvir a gravação de uma música, o aluno deverá...

O comportamento que o aluno deve demonstrar deve ser expresso por meio de um verbo que denota uma ação direta- mente observável. Os critérios de execução da tarefa podem ser expressos em termos de velocidade, grau de correção ou qualidade. O cri- tério estabelecido no objetivo é visto como o mínimo que o alu- no deve atingir. Se a atividade pede, por exemplo, que o aluno responda a dez perguntas com 70% de acertos (critério), o obje- tivo será atingido com qualquer percentual igual ou acima de 70%. É possível traçar os objetivos do material a ser produzido, não só no domínio cognitivo (envolvendo conhecimento), mas também no domínio afetivo (envolvendo atitudes) e mesmo no domínio psicomotor (envolvendo habilidades). A definição des- ses objetivos leva em consideração não só a análise das necessi- dades mas também o tempo disponível, sendo às vezes muito difícil adequar os objetivos ao tempo de que se dispõe.