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Reality Shows: Realidade ou Ficção?, Notas de aula de Design

Este texto discute a natureza de programas de reality shows e a afirmação de que a realidade na televisão é impossível. O documento aborda a popularidade de reality shows, a eugenia e a relação entre a ciência e a religião. Além disso, o texto discute a diferença entre a teoria em ciência e as teorias populares e as idéias absurdas.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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PROCESSO SELETIVO 2006
O texto a seguir é referência para as questões 01 a 04.
No Limite
Em princípio, o telespectador típico, quando liga o aparelho de TV, está em busca de recreação, uma esfera
tradicionalmente mais afeita ao domínio da ficção do que do real. Nem poderia ser de outra forma. A realidade é, no mais das
vezes, aborrecida, sem ritmo ou então desmedidamente cruel, arrasadora. Não há romance possível na queda de um avião que
não deixe sobreviventes.
No geral, a novela é infinitamente mais interessante que o mundo real, não importando muito aqui o significado de “real”. É
verdade que a arte imita a vida, mas o faz melhorando-a, tornando-a mais romanesca, mais humana.
Vale lembrar que “recreação” vem do verbo latino “recreo”, que significa “criar de novo”, “renovar”. Quando em referência ao
corpo ou à mente, “recreo” tem o sentido de “recobrar-se”, “convalescer”, “estimular” e, daí, “divertir-se”. Assim, a diversão, que
tem poderes curativos, é essencialmente algo recriado, algo aperfeiçoado pelo engenho humano.
O paradoxo dos “reality shows”, contudo, não está num suposto desvio das funções recreativas da TV. Na verdade, chamar
qualquer coisa exibida na TV de “reality show” é uma impostura, uma tremenda de uma mentira.
Não estou afirmando que até o noticiário televisivo seja necessariamente falso, embora, num sentido mais amplo, essa
interpretação seja cabível, e não só para a TV. Quero dizer que o que é chamado de realidade em “No Limite” ou qualquer outro
programa do gênero tem muito pouco de realidade. Os personagens se dirigem à câmera de um modo sem paralelo no mundo
real. A câmera se torna personagem, um interlocutor que não existe de verdade. Os protagonistas fazem diante das lentes coisas
que não fariam em circunstâncias normais. Cria-se uma situação em que é impossível “observar” sem, ao fazê-lo, alterar o
observado.
Nem mesmo para o telespectador o “reality show” guarda realismo. Para começar, as imagens são todas devidamente
editadas. E é exclusivamente nessa edição que a história é contada. Não existe uma narrativa natural, um ponto de vista absoluto.
A temporalidade da ação também é totalmente alterada. É fácil imaginar o quão maçante seria um “No Limite” em tempo real, em
que cada segundo transcorrido na chapada fosse levado sem edição à casa do telespectador. As várias câmeras necessárias para
contar integralmente as histórias de todos os personagens exigiriam um tempo de transmissão equivalente às 24 horas do dia
multiplicadas pelo total de dias e pelo número de participantes. Seria uma programação que irritaria até faquires pacifistas em
coma profundo.
Realidade na TV é uma impossibilidade teórica. Mesmo eventos sobre os quais a câmera em princípio não atua, como uma
partida de futebol, têm sua narrativa definida pelas câmeras e pelo editor, de modo não-natural. [...]
Num certo sentido, quando um “reality show” se proclama “real”, está tentando dizer que é uma ficção de outra ordem, uma
representação que permanece representação, mas que tem a pretensão de ser uma ficção menos fictícia do que, digamos, a
novela.
Parece haver aí uma tentativa de aproximar o mundo da TV do telespectador. A ação que de fato transcorre num “No
Limite” é pífia. Em termos objetivos, os eventos não passam de uma gincana de adolescentes – e adolescentes particularmente
imbecilizados, acrescente-se. O que seduz no programa não é, portanto, seu conteúdo propriamente dito, mas o fato de ser
protagonizado por gente “de verdade” e não artistas. É notável que os participantes, ao serem escolhidos, já se tornam astros,
esvaziando um pouco a proposta de levar gente normal à tela. O programa passa a operar como loteria. Pessoas comuns obtêm a
chance de se tornar astros. Há o prêmio em dinheiro, a fama rápida, a possibilidade de posar para revistas masculinas, femininas
ou gays – mais dinheiro.
Todo o processo lembra um pouco o poeminha “Do Rigor na Ciência”, de Jorge Luis Borges, em que o escritor argentino
conta a história do Império que levou a arte da cartografia à perfeição. O mapa de uma Província era tão detalhado que tinha o
tamanho de uma cidade. O mapa do Império ocupava uma Província. O Colégio de Cartógrafos, contudo, achou que era pouco.
Fizeram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto a ponto. As gerações seguintes, menos
viciadas no estudo da cartografia, entenderam que um mapa assim era inútil. Deixaram-no ser destruído pelas inclemências do sol
e dos invernos.
“No Limite, 1, 2 ou 3” é um programa meio chatinho, mas um excelente problema filosófico.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de S.Paulo, 18 fev. 2001.)
01 - Considere os seguintes trechos selecionados do texto:
I. Os personagens se dirigem à câmera de um modo sem paralelo no mundo real. A câmera se torna personagem,
um interlocutor que não existe de verdade. Os protagonistas fazem diante das lentes coisas que não fariam em
circunstâncias normais.
II. Para começar, as imagens são todas devidamente editadas. E é exclusivamente nessa edição que a história é
contada.
III. Não há romance possível na queda de um avião que não deixe sobreviventes.
IV. A ação que de fato transcorre num ‘No Limite’ é pífia. Em termos objetivos, os eventos não passam de uma
gincana de adolescentes – e adolescentes particularmente imbecilizados, acrescente-se.
Os trechos que poderiam ser usados para justificar a afirmação do autor de que “realidade na TV é uma
impossibilidade teórica”, no sentido sugerido no texto, são:
*) I e II somente.
-) I e III somente.
-) II e IV somente.
-) II e III somente.
-) III e IV somente.
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PROCESSO SELETIVO 2006

O texto a seguir é referência para as questões 01 a 04.

No Limite

Em princípio, o telespectador típico, quando liga o aparelho de TV, está em busca de recreação, uma esfera tradicionalmente mais afeita ao domínio da ficção do que do real. Nem poderia ser de outra forma. A realidade é, no mais das vezes, aborrecida, sem ritmo ou então desmedidamente cruel, arrasadora. Não há romance possível na queda de um avião que não deixe sobreviventes. No geral, a novela é infinitamente mais interessante que o mundo real, não importando muito aqui o significado de “real”. É verdade que a arte imita a vida, mas o faz melhorando-a, tornando-a mais romanesca, mais humana. Vale lembrar que “recreação” vem do verbo latino “recreo”, que significa “criar de novo”, “renovar”. Quando em referência ao corpo ou à mente, “recreo” tem o sentido de “recobrar-se”, “convalescer”, “estimular” e, daí, “divertir-se”. Assim, a diversão, que tem poderes curativos, é essencialmente algo recriado, algo aperfeiçoado pelo engenho humano. O paradoxo dos “reality shows”, contudo, não está num suposto desvio das funções recreativas da TV. Na verdade, chamar qualquer coisa exibida na TV de “reality show” é uma impostura, uma tremenda de uma mentira. Não estou afirmando que até o noticiário televisivo seja necessariamente falso, embora, num sentido mais amplo, essa interpretação seja cabível, e não só para a TV. Quero dizer que o que é chamado de realidade em “No Limite” ou qualquer outro programa do gênero tem muito pouco de realidade. Os personagens se dirigem à câmera de um modo sem paralelo no mundo real. A câmera se torna personagem, um interlocutor que não existe de verdade. Os protagonistas fazem diante das lentes coisas que não fariam em circunstâncias normais. Cria-se uma situação em que é impossível “observar” sem, ao fazê-lo, alterar o observado. Nem mesmo para o telespectador o “reality show” guarda realismo. Para começar, as imagens são todas devidamente editadas. E é exclusivamente nessa edição que a história é contada. Não existe uma narrativa natural, um ponto de vista absoluto. A temporalidade da ação também é totalmente alterada. É fácil imaginar o quão maçante seria um “No Limite” em tempo real, em que cada segundo transcorrido na chapada fosse levado sem edição à casa do telespectador. As várias câmeras necessárias para contar integralmente as histórias de todos os personagens exigiriam um tempo de transmissão equivalente às 24 horas do dia multiplicadas pelo total de dias e pelo número de participantes. Seria uma programação que irritaria até faquires pacifistas em coma profundo. Realidade na TV é uma impossibilidade teórica. Mesmo eventos sobre os quais a câmera em princípio não atua, como uma partida de futebol, têm sua narrativa definida pelas câmeras e pelo editor, de modo não-natural. [...] Num certo sentido, quando um “reality show” se proclama “real”, está tentando dizer que é uma ficção de outra ordem, uma representação que permanece representação, mas que tem a pretensão de ser uma ficção menos fictícia do que, digamos, a novela. Parece haver aí uma tentativa de aproximar o mundo da TV do telespectador. A ação que de fato transcorre num “No Limite” é pífia. Em termos objetivos, os eventos não passam de uma gincana de adolescentes – e adolescentes particularmente imbecilizados, acrescente-se. O que seduz no programa não é, portanto, seu conteúdo propriamente dito, mas o fato de ser protagonizado por gente “de verdade” e não artistas. É notável que os participantes, ao serem escolhidos, já se tornam astros, esvaziando um pouco a proposta de levar gente normal à tela. O programa passa a operar como loteria. Pessoas comuns obtêm a chance de se tornar astros. Há o prêmio em dinheiro, a fama rápida, a possibilidade de posar para revistas masculinas, femininas ou gays – mais dinheiro. Todo o processo lembra um pouco o poeminha “Do Rigor na Ciência”, de Jorge Luis Borges, em que o escritor argentino conta a história do Império que levou a arte da cartografia à perfeição. O mapa de uma Província era tão detalhado que tinha o tamanho de uma cidade. O mapa do Império ocupava uma Província. O Colégio de Cartógrafos, contudo, achou que era pouco. Fizeram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto a ponto. As gerações seguintes, menos viciadas no estudo da cartografia, entenderam que um mapa assim era inútil. Deixaram-no ser destruído pelas inclemências do sol e dos invernos. “No Limite, 1, 2 ou 3” é um programa meio chatinho, mas um excelente problema filosófico.

(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de S.Paulo , 18 fev. 2001.)

01 - Considere os seguintes trechos selecionados do texto:

I. Os personagens se dirigem à câmera de um modo sem paralelo no mundo real. A câmera se torna personagem, um interlocutor que não existe de verdade. Os protagonistas fazem diante das lentes coisas que não fariam em circunstâncias normais. II. Para começar, as imagens são todas devidamente editadas. E é exclusivamente nessa edição que a história é contada. III. Não há romance possível na queda de um avião que não deixe sobreviventes. IV. A ação que de fato transcorre num ‘No Limite’ é pífia. Em termos objetivos, os eventos não passam de uma gincana de adolescentes – e adolescentes particularmente imbecilizados, acrescente-se.

Os trechos que poderiam ser usados para justificar a afirmação do autor de que “realidade na TV é uma impossibilidade teórica”, no sentido sugerido no texto, são:

*) I e II somente. -) I e III somente. -) II e IV somente. -) II e III somente. -) III e IV somente.

02 - Segundo o texto, é correto afirmar:

*) Fazer algo para recrear implica recriar a realidade, e a TV é um bom exemplo disso. -) Os noticiários são os únicos programas em que não há interferência ou recriação, pois refletem a realidade tal e qual. -) Os “reality shows” diferem dos demais programas televisivos porque conseguem fazer da realidade algo atraente. -) Os adolescentes são mais afeitos a programas imbecis – por isso o sucesso dos “reality shows”. -) Os “reality shows” fariam mais sucesso se fossem protagonizados por artistas verdadeiros.

03 - Que alternativa resume o paradoxo dos “reality shows” a que o autor se refere?

*) Criados para mostrar a realidade ao vivo, os “reality shows” são um exemplo indubitável de ficção. -) Como todo programa televisivo, os “reality shows” são feitos tendo em vista o objetivo da recreação. -) Os “reality shows” perdem em interesse para as novelas, porque, ao fugir da realidade, elas são menos aborrecidas. -) É um programa criado para ser protagonizado por pessoas comuns, que não sabem se apresentar diante das câmeras. -) Não há conteúdo propriamente dito no programa, mas eventos que não passam de gincana de adolescentes.

04 - Acerca da comparação que Schwartsman estabeleceu entre o poema de Borges e os “reality shows”, considere as seguintes afirmativas:

I. Ao mapa do poema de Borges resta a impossibilidade de representação do real. II. Aos “reality shows” resta a impossibilidade de representação do real. III. Ao mapa do poema de Borges resta a impossibilidade de apresentação fiel do real. IV. Aos “reality shows” resta a impossibilidade de apresentação fiel do real.

Assinale a alternativa correta.

*) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. -) Somente a afirmativa I é verdadeira. -) Somente a afirmativa II é verdadeira. -) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. -) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

QUESTÃO DISCURSIVA

Escreva no mínimo 8 (oito) e no máximo 12 (doze) linhas dando continuidade ao trecho abaixo, de maneira que a continuação e a conclusão propostas por você formem, com a introdução, um todo coerente.

Os programas do tipo “reality shows” parecem ter vindo para ficar, pois a cada ano surgem novas versões que continuam atingindo picos de audiência, como as várias edições do Big Brother Brasil. O ingresso do indivíduo comum e de sua realidade banal no domínio da mídia de massa tem sido alvo de diferentes posicionamentos sobre o fenômeno que se tornou conhecido como espetacularização da vida cotidiana. Esses programas provocam reações bastante antagônicas nos telespectadores. De um lado, ________________________

A

Limite mínimo

QUESTÃO DISCURSIVA

“As idéias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do Ocidente, inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, e não foi a Alemanha: foram os EUA.”

Ao dizer “e não foi a Alemanha”, o autor do texto se antecipa a uma possível conclusão do leitor. Utilizando de 4 (quatro) a 5 (cinco) linhas, apresente o fato que levaria o leitor a pensar assim e explique a relação desse fato com o tema exposto no texto Eugenia****.

QUESTÃO DISCURSIVA

Observe a relação entre os dados e a conclusão no quadro abaixo.

Diminui um pouco o abismo entre negros e brancos

A diferença entre a renda da população branca e a da negra caiu, no geral, 4% dos anos 90 para cá. A constatação é do economista Maurício Cortez Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou a evolução dos dados populacionais desse período.

Em 1990, a renda dos brancos com idade entre 24 e 26 anos era 62% maior do que a dos negros. Hoje, a diferença é de 55%.

Em 1990, a renda dos brancos com idade entre 36 e 38 anos era 81% maior do que a dos negros. Hoje, a diferença é de 68%.

Em 1990, a renda dos brancos com idade entre 48 e 50 anos era 130% maior do que a dos negros. Hoje, essa diferença é de 90%.

CONCLUSÃO

Embora ainda seja brutal, a diferença de renda entre brancos e negros é menor entre os jovens. É sinal de que os negros estão chegando ao mercado de trabalho mais bem preparados e ocupando melhores postos.

(Veja , 21 set. 2005.)

A conclusão da revista Veja é apenas uma das possibilidades de análise dos dados sobre a relação entre a renda de brancos e negros em 1990 e 2005. Elabore uma conclusão compatível com os dados e diferente da formulada pela revista. Apresente-a em um texto de 4 (quatro) a 5 (cinco) linhas.

B

C

Limite mínimo

Limite mínimo

QUESTÃO DISCURSIVA

Faça um resumo do texto abaixo, com 12 (doze) linhas, no máximo.

Definindo teoria

A palavra "teoria" vem aparecendo bastante na mídia, em parte devido ao debate entre criacionismo e ciência. Existem usos diferentes do termo, que acabam criando confusão. No seu uso popular, o termo descreve um corpo de idéias ainda incerto, baseado em especulações não demonstradas. Teoria, para muitos, significa um corpo de hipóteses esperando ainda por confirmação. Às vezes, o uso popular do termo distancia-se ainda mais do científico, significando idéias que são meio absurdas, fora da realidade: "Ah, esse cara sempre foi um inventor de teorias, não sabe do que está falando", ou "isso aí não passa de uma teoria, provavelmente é besteira". Teoria em ciência significa algo completamente diferente. O termo mais apropriado para uma idéia de caráter especulativo é hipótese, e não teoria. Uma hipótese é justamente uma suposição ainda não provada, aceita provisoriamente como base para investigações futuras. Por exemplo, a panspermia é uma hipótese que sugere que a vida na Terra veio de outras partes do cosmo. Não sabemos se está certa ou errada, mas podemos tentar comprová-la ou refutá-la. Já uma teoria consiste na formulação de relações ou princípios descrevendo fenômenos observados que já foi verificada, ao menos em parte. Ou seja, uma teoria não é mais uma mera hipótese, tendo já passado por testes que confirmam suas premissas. Quando cientistas falam de uma teoria, falam de um corpo de idéias aceitas pela comunidade científica como descrições adequadas para fenômenos observados. A confirmação é por meio de observações e experimentos, o que cientistas chamam de método de validação empírica. Quanto mais sucesso tem uma teoria, maior o número de fenômenos que pode descrever. Quanto mais elegante, mais simples é. Uma teoria de enorme sucesso em física é a teoria da gravitação universal de Newton. Ao propor que objetos com massa exercem uma força de atração mútua cuja intensidade cai com o inverso do quadrado da distância entre as massas, Newton e seus sucessores foram capazes de explicar as órbitas planetárias em torno do Sol, o fenômeno das marés, a forma oblata da Terra (achatada nos pólos), o movimento de projéteis na Terra e no espaço etc. Quando a Nasa lança um foguete da Terra ou o faz colidir com um cometa, a teoria usada no planejamento das missões é a de Newton. Testes em laboratórios e observações astronômicas mostram que a teoria funciona extremamente bem em distâncias que variam de décimos de milímetros até milhões de trilhões de quilômetros, a escala em que galáxias formam aglomerados atraídas por sua gravidade mútua. Isso não significa que a teoria (ou qualquer outra) seja perfeita. Sabemos que ela deixa de ser válida quando objetos estão muito próximos de estrelas como o Sol. Correções são necessárias, no caso fornecidas pela teoria da relatividade geral de Einstein, que, em 1916, generalizou a teoria de Newton. O fato de teorias não serem perfeitas é fundamental para o progresso da ciência. Caso contrário, não nos restaria nada a fazer. E é justamente aqui o lugar da hipótese em ciência, tentando, através de idéias ainda não demonstradas, alavancar o conhecimento, desenvolver ainda mais nossas teorias. Para construir a teoria da relatividade, Einstein supôs que a velocidade da luz é sempre constante e que a matéria curva o espaço. Quando isso foi confirmado, a formulação ganhou o título de teoria. A pesquisa agora gira em torno dos limites dessa teoria e de como pode ser melhorada.

(GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, Mais !, 02 out. 2005.)

D

10 - Segundo o texto A polêmica na sala de aula , a referida polêmica resulta de uma intromissão:

*) dos educadores na esfera da ciência. -) dos cientistas na esfera da religião. -) dos educadores na esfera da política. -) dos cientistas na esfera do ensino. -) dos políticos na esfera da ciência.

QUESTÃO DISCURSIVA

A charge acima foi publicada no jornal Folha de S. Paulo no dia 26/11/2005. Faça uma interpretação dessa charge em um texto de 15 (quinze) a 20 (vinte) linhas. Seu texto deve contemplar, não necessariamente nesta ordem:

  • uma apresentação do contexto político-social em que a charge foi divulgada;
  • a identificação das pessoas ou grupos que poderiam ser os autores das mensagens veiculadas pelo outdoor (“Mais de 3 milhões de empregos”) e pelo cartaz (“Você está demitido”);
  • a identificação dos destinatários de cada uma dessas mensagens;
  • comentário sobre as estratégias textuais do autor da charge para cumprir suas intenções.

Limite mínimo

E