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Procedimento de Drenagem Torácica, Notas de estudo de Cirurgia Geral

Informações sobre a drenagem torácica, um procedimento cirúrgico de pequeno porte que consiste na criação de uma comunicação entre a cavidade pleural e o exterior por meio de um dreno. São apresentadas as indicações e contraindicações do procedimento, bem como um passo a passo para sua realização. O documento também aborda as possíveis complicações decorrentes da drenagem torácica.

Tipologia: Notas de estudo

2023

À venda por 14/05/2023

viviane-cardoso-47
viviane-cardoso-47 🇧🇷

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Drenagem Torácica
Criação de uma comunicação entre a cavidade pleural e o exterior por meio de
um dreno. É considerada um procedimento cirúrgico de pequeno porte.
Indicações:
Drenagem de ar
Pneumotórax espontâneo sintomático (causando dispneia ou dor
torácica) ou assintomático desde que ocupando mais de 20% dos
campos pulmonares.
Pneumotórax hipertensivo (causando choque obstrutivo, após realização
de toracocentese).
Pneumotórax recorrente.
Pneumotórax secundário a trauma.
Drenagem de líquidos
Hemotórax.
Empiema não loculado.
Derrames recidivantes secundários a tuberculose ou neoplasia.
Contraindicações:
Absolutas:
Pleurodese
Empiema organizado.
Relativas:
Coagulopatias (discrasia sanguínea)
Efusões pleurais transudativas secundárias a doenças sistêmicas: o
tratamento da ausa base deve ser priorizado
Pneumotórax pequeno: considerar toracocentese
Empiema loculado: indica a realização de toracoscopia para
desbridamento das loculações
Quilotórax: risco de desnutrição secundário a drenagem prolongada
do derrame quiloso
Múltiplas toracotomias prévias
Complicações:
Infeções
Dor torácica
Punção do pulmão
Passo a passo:
1. Identificação do paciente, explicação da técnica ao paciente ou ao
responsável legal e obtenção de paciente;
2. Materiais:
Assepsia e antissepsia: gaze, pinças para assepsia; clorexidina
degermante e alcoólica, campos cirúrgicos estéreis;
EPIs: gorro, máscara, óculos de proteção, luvas
estéreis/procedimento e avental estéril de mangas compridas;
Anestésico local (lidocaína injetável);
Gaze, agulhas (30x7 e 40x12), seringas estéreis (10 e 20 mL);
Bisturi (lâmina 10, 11 ou 15), tesoura reta, Kelly curva 4,
porta-agulha, fio de nylon ou algodão 0
Frasco com soro fisiológico ou água destilada
Gazes e material de curativo
Tubo e sistema de drenagem: com selo d’água, colocar 2 cm de
água acima da extremidade do sistema de drenagem
conectado ao dreno.
Conectar o dreno no vaso preenchido de água (não
importa a altura da água), o que importa é o quanto
que o tubo esteja imerso na água. Se não tiver selo
d’água o ar volta.
>2cm: inspirar para vencer a barreira é difícil
<2cm: risco de voltar ar
O dreno sempre deve estar em uma posição abaixo.
3. Posicionamento (decúbito dorsal horizontal, braço do lado a ser drenado
abduzido e posicionado atrás da cabeça de forma a expor a região
axilar).
Escolhe-se o local a ser drenado (5º ao EIC) o ponto de
incisão é determinado a partir do “triângulo de segurança” -
delimitado pela borda anterior do músculo latíssimo dorsal,
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Drenagem Torácica

Criação de uma comunicação entre a cavidade pleural e o exterior por meio de um dreno. É considerada um procedimento cirúrgico de pequeno porte. Indicações: Drenagem de ar ● Pneumotórax espontâneo sintomático (causando dispneia ou dor torácica) ou assintomático desde que ocupando mais de 20% dos campos pulmonares. ● Pneumotórax hipertensivo (causando choque obstrutivo, após realização de toracocentese). ● Pneumotórax recorrente. ● Pneumotórax secundário a trauma. Drenagem de líquidos ● Hemotórax. ● Empiema não loculado. ● Derrames recidivantes secundários a tuberculose ou neoplasia. Contraindicações: Absolutas: ● Pleurodese ● Empiema organizado. Relativas: ● Coagulopatias (discrasia sanguínea) ● Efusões pleurais transudativas secundárias a doenças sistêmicas: o tratamento da ausa base deve ser priorizado ● Pneumotórax pequeno: considerar toracocentese ● Empiema loculado: indica a realização de toracoscopia para desbridamento das loculações ● Quilotórax: há risco de desnutrição secundário a drenagem prolongada do derrame quiloso ● Múltiplas toracotomias prévias Complicações: ● Infeções ● Dor torácica ● Punção do pulmão Passo a passo:

  1. Identificação do paciente, explicação da técnica ao paciente ou ao responsável legal e obtenção de paciente;
  2. Materiais: Assepsia e antissepsia: gaze, pinças para assepsia; clorexidina degermante e alcoólica, campos cirúrgicos estéreis; EPIs: gorro, máscara, óculos de proteção, luvas estéreis/procedimento e avental estéril de mangas compridas; Anestésico local (lidocaína injetável); Gaze, agulhas (30x7 e 40x12), seringas estéreis (10 e 20 mL); Bisturi (lâmina 10, 11 ou 15), tesoura reta, Kelly curva 4, porta-agulha, fio de nylon ou algodão 0 Frasco com soro fisiológico ou água destilada Gazes e material de curativo Tubo e sistema de drenagem: com selo d’água, colocar 2 cm de água acima da extremidade do sistema de drenagem conectado ao dreno. ○ Conectar o dreno no vaso preenchido de água (não importa a altura da água), o que importa é o quanto que o tubo esteja imerso na água. Se não tiver selo d’água o ar volta. ○ >2cm: inspirar para vencer a barreira é difícil ○ <2cm: risco de voltar ar ○ O dreno sempre deve estar em uma posição abaixo.
  3. Posicionamento (decúbito dorsal horizontal, braço do lado a ser drenado abduzido e posicionado atrás da cabeça de forma a expor a região axilar). ● Escolhe-se o local a ser drenado (5º ao 8º EIC) – o ponto de incisão é determinado a partir do “triângulo de segurança” - delimitado pela borda anterior do músculo latíssimo dorsal,

borda lateral do músculo peitoral maior e linha horizontal do mamilo (menor risco de atingir a artéria torácica interna).

  1. Fazer degermação do local com luvas de procedimento, depois fazer lavagem cirúrgica das mãos com paramentação, realizar a antissepsia com clorexidina alcoólica e colocar campos cirúrgicos estéreis.
  2. Anestesia local: primeiro a pele (botão anestésico); em seguida, se introduz a agulha até a costela, sempre aspirando e injetando. Ao tocar a costela, inclinar a agulha em sentido cranial, para injetar o anestésico na borda superior da costela. Nesse ponto, certificar-se de não ter atingido nenhum vaso e administre maior quantidade de anestésico para o bloqueio do feixe intercostal.
  3. Medir o tubo de drenagem a ser introduzido (do local de incisão à fúrcula) e obstruir porção distal e fim da porção a ser introduzido com Kelly curva e evitar a entrada de ar na cavidade pleural pelo tubo antes da conexão com o sistema de drenagem.
  4. Realizar incisão de pele com bisturi (2-2,5 cm ou do tamanho do dreno a ser utilizado) com orientação paralela ao gradil costal na borda superior da costela.
  5. Divulsionar o tecido celular subcutâneo e muscular com o Kelly curvo (dissecção romba, com a concavidade voltada para baixo) até que se atinja a borda superior da costela e a pleura parietal
  6. Perfurar a pleura com o dedo ou com a Kelly. Explorar com o dedo a região para se certificar da ausência de aderências pleuropulmonares ou de órgãos abdominais (principalmente em pacientes politraumatizados). 10. Pinçar a extremidade do dreno com o Kelly curvo ou com a pinça de Mayo, introduzir no tórax, retirando-se concomitantemente a pinça e introduzindo o dreno até o limite definido previamente com o Kelly. ● No caso de drenos flexíveis, utilizar uma pinça longa presa na ponta, a fim de direcioná-los, ● Introduz-se em sentido posterior e cranial, para tratamento de derrame pleural, e em sentido anterior e cranial, para pneumotórax. 11. Concluir a introdução do dreno de forma que todos os orifícios de drenagem fiquem dentro da cavidade pleural. 12. Conectar o dreno ao sistema de drenagem e retirar o Kelly curvo posicionado em sua extremidade distal. 13. Observar a oscilação do selo d’água - abrir clamp do dreno. 14. Fixar o dreno com o fio de algodão em forma de bailarina. 15. Realizar curativo ao redor do dreno com gaze e esparadrapo. 16. Controle radiográfico para checagem de posicionamento do dreno. Retirada do dreno: ● Pneumotórax: indicada 12-24 horas após a cessação de saída de bolhas de ar pelo dreno e a radiografia de tórax demonstrar um pulmão completamente expandido. ● Derrame pleural: indicada quando houver drenagem menor que 100- mL/dia e a radiografia de tórax demonstrar um pulmão completamente expandido. ● Empiema: após resolução da infecção. Retirada do dreno é um procedimento doloroso e o paciente deve receber analgesia antes da retirada do dreno. Deve ser feita de maneira rápida e o defeito na parede torácica deve ser fechado com uma sutura que foi colocada no momento da colocação do dreno torácico ou com um curativo devidamente oclusivo. Para tanto, o paciente deve estar em Valsalva ou em expiração completa para evitar o risco de pneumotórax.