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procarvao, Notas de estudo de Gestão Ambiental

manuseio de carvão vegetal

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 31/08/2010

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alexandre-ferreira-14 🇧🇷

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“PRÓ-CARVÃO”
Diagnóstico Sobre a Cadeia Produtiva de Carvão Vegetal e
Lenha do Estado de São Paulo
RELATÓRIO FINAL
Sindicato do Comércio Varejista de Carvão Vegetal
e Lenha do Estado de São Paulo - SINCAL
Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo - FCESP
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP
São Paulo, Setembro de 2000
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“PRÓ-CARVÃO”

Diagnóstico Sobre a Cadeia Produtiva de Carvão Vegetal e

Lenha do Estado de São Paulo

RELATÓRIO FINAL

Sindicato do Comércio Varejista de Carvão Vegetal

e Lenha do Estado de São Paulo - SINCAL

Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo - FCESP

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP

São Paulo, Setembro de 2000

Na cadeia produtiva de carvão vegetal ainda existem muitas incertezas e questões mal resolvidas que dão margem à hesitação ou mesmo perplexidade, face às dificuldades para explica-las e soluciona-las. É uma excelente oportunidade de trabalho para quem aprecia bons desafios. J. O. Brito, 2000.

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO DIAGNÓSTICO

2.1. Cadastro das empresas

Cadastrar o maior número possível de empresas vinculadas à cadeia produtiva, compreendendo: tipo de empresa; razão social; CNPJ; registro no IBAMA; referências de endereços e contatos; zona de localização (rural ou urbana); nome do proprietário; data de início das atividades, etc.

2.2. Perfil do setor

Traçar o perfil dos produtores e distribuidores, compreendendo informações sobre: matéria- prima; tecnologia e infra-estrutura utilizada; mão-de-obra; aspectos quantitativos e qualitativos da produção e comercialização; aspectos ambientais; potencial de crescimento e de evolução da atividade, disposição pela adesão à uma proposta de desenvolvimento estratégico para o setor; sobretudo vinculado a um processo de certificação; conhecimentos sobre o SEBRAE, SINCAL, etc.

3. METODOLOGIA

A base do estudo foi a proposta encaminhada pela CCESP/SINCAL ao SEBRAE-SP, intitulada “Programa de Qualificação e Certificação da Industrialização e Comercialização de Carvão Vegetal e Lenha no Estado de São Paulo”, que previa a realização de um “Diagnóstico Sobre o Segmento de Carvão Vegetal e Lenha das Principais Regiões Produtoras do Estado de São Paulo.”

O principal alvo do estudo foi o carvão vegetal e, inicialmente, se lançou mão dos cadastros de produtores e comerciantes oferecidas pelo CCESP/SINCAL (cadastros próprios e cadastro IBAMA). Devido à forte desatualização destes, optou-se em seguida pelo uso de referências obtidas por meio de contatos locais da equipe de campo junto a produtores, comerciantes e entidades afins em cada região do estado.

A busca e a coleta de informações sobre lenha foram processadas de forma complementar e na esteira do diagnóstico sobre o carvão vegetal. Nesse caso, a amostragem foi conduzida no universo e nos limites atribuídos ao estudo sobre o carvão vegetal.

A categorização das empresas foi realizada tendo como referência as seguintes identificações:

(A) Produtor de carvão vegetal : participante da cadeia que comercializa o carvão vegetal produzido por sua própria empresa.

(B) Distribuidor de carvão vegetal : participante da cadeia que se ocupa unicamente da comercialização do carvão vegetal de terceiros, não mantendo nenhuma atividade vinculada à sua produção.

(C) Distribuidor de lenha: participante da cadeia que, possuindo ou não área florestal própria, tem sua atividade vinculada à comercialização de lenha.

(X) Empresa inativa ou não encontrada. Para efeito da confecção das listas cadastrais das empresas considerou-se a existência de empresas cujo posicionamento poderia ser enquadrado em mais de uma dessas categorias.

Para registro de dados e informações do diagnóstico foi adotada a divisão do Estado de São Paulo em regiões agrícolas, conforme proposta da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Figura 01).

Figura 01 – Mapa do Estado de São Paulo com as regiões abrangidas pelo diagnóstico

O diagnóstico contou com uma equipe de campo composta de 15 técnicos de nível superior, que realizou consultas diretamente junto às empresas da cadeia produtiva, mediante a aplicação de formulários específicos.

Um dos desafios do estudo foi a não existência de modelos de diagnóstico anteriormente testados, que pudessem ser usados como referência, e que fornecessem indicações mínimas, por exemplo, sobre a receptividade junto às empresas e a eficácia da coleta das informações. Desse modo, houve a necessidade de ajustes nos procedimentos e nos formulários, principalmente na fase

Quadro 01 – Informações básicas obtidas junto às empresas amostradas

  • Empresas que dispuseram informações

Quadro 02 – Capacidade máxima instalada junto às empresas amostradas

No. de fornos disponíveis 4. Capacidade máxima instalada para produção de carvão vegetal (ton/mês) 15.

Quadro 03 – Consumo de matéria-prima para produção de carvão vegetal por tipo de madeira

Produtor Distribuidor Total No. de empresas Valor*^

No. de empresas Valor*^

No. de empresas Valor* Carvão disponibilizado - ton/mês

489 9.030 223 6.760 712 15.

Faturamento - R$ 1.000,00/mês 489 3.521,44^223 3.515,28^712 7.036, Número de clientes 355 13.015^199 37.015^554 50. Mão-de-obra - No. de pessoas 484 2.187^235 973 719 3. Procedência da mão-de-obra:

  • própria
  • terceiros

484 484

1198 989

235 235

689 284

719 719

1887 1273 Renda m. obra - R$ 1.000,00/mês 484 638,10^235 322,09^719 960, Empresas registradas no IBAMA

537 239 244 71 781 370

Empresas com CNPJ 537 214 244 203 781 417 Localização das empresas:

  • rural
  • urbana

537 537

452 85

244 244

67 177

781 781

519 262

Tipo de matéria-prima Estéreos/mês Lenha na forma de madeira roliça de florestas de Eucalipto 62. Lenha na forma de madeira roliça de florestas de Pinus 3. Lenha na forma de madeira roliça de florestas nativas 540 Resíduos da exploração de florestas de Eucalipto 4. Resíduos da exploração florestas de Pinus 450 Resíduos de serraria de Eucalipto 1. Resíduos de serraria de Pinus 9. Total 81.

Quadro 04 – Outras informações sobre matéria-prima

Item N o****. de empresas*

Valor

Raio médio de transporte da matéria-prima – km:

  • matéria-prima própria
  • matéria-prima própria/terceiros
  • matéria-prima de terceiros

Matéria-prima em função da posse da floresta – estéreo/mês:

  • matéria-prima própria
  • matéria-prima própria/terceiros
  • matéria-prima de terceiros

Custo médio de aquisição da matéria-prima (R$/estéreo):

  • Lenha de eucalipto
  • Lenha de pinus
  • Lenha de nativas
  • Resíduo florestal de eucalipto
  • Resíduo florestal de pinus
  • Resíduo de serraria de eucalipto
  • Resíduo de serraria de pinus

Proprietários com interesse na ampliação da área florestal própria 77 58

  • Empresas que dispuseram informações

Quadro 05 – Informações sobre fornos de carbonização*

Tipo de forno No. de fornos Tempo médio de carbonização (dias)

No. de fornadas/mês

Encosta 2.979 8,5 3, Superfície 1.153 7,6 4 Rabo quente 280 7,6 4 Outros 42 - - Total 4.453 - -

  • Aproximadamente 400 empresas que dispuseram informações

Quadro 06 – Número de citações realizadas pelos distribuidores, quanto à procedência de carvão vegetal importado de outros estados

Esta do

Municípios Total de citações

MS Águas Claras, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Naviraí 126 PR Senges, Bitiruna, Jaguaraíva 18 MG Curvelo 1 RO Colorado do Oeste 1 MT Pamanhas 1 SC Caçador, Calmon 3 GO Ipameri, Cristalina 2 BA Teixeira de Freitas 1 Total 152

Quadro 11 – Condições de moradia da mão-de-obra

  • Empresas que dispuseram informações

Quadro 12 – Condições de infra-estrutura e equipamentos

Produtor Distribuidor Aspecto No. de Empresas*

Inadequado ou inexistente

No. de empresas*

Inadequado ou inexistente Acesso 486 63 226 6 Água potável 510 96 237 11 Eletricidade 511 116 237 16 EPI 492 374 228 136 Escritório 509 362 238 91 Galpão 512 199 240 14 Instalação sanitária 510 133 237 27

  • Empresas que dispuseram informações

Quadro 13 – Condições do meio ambiente

Produtor Distribuidor Aspecto No. de Empresas*

No. de empresas não-conformes

No. de empresas*

No. de empresas não-conformes Emissão de fumaça 456 294 220 190 Emissão de ruído 356 222 216 179 Emissão de pó 360 220 216 181 Erosão no terreno 322 180 16 5 Emissão de efluentes 320 115 28 18 Cuidados com Áreas de Preservação Permanente

Cuidados com recursos hídricos

  • Empresas que dispuseram informações

Produtor Distribuidor Aspecto No. de empresas Valor*^

No. de empresas Valor* No. de pessoas que moram no local 162 730 125 513 No. pessoas com moradia própria 162 446 125 447 No. pessoas sem moradia própria 162 284 125 66 No. pessoas com moradia adequada 162 680 125 457 No. de pessoas sem moradia adequada 162 50 125 5

Quadro 14 - Principais fornecedores de embalagens para carvão vegetal

Quadro 15 – Tipos de embalagens usadas para o carvão vegetal

  • Empresas que dispuseram informações Quadro 16 – Índice de relevância de parâmetros na comercialização do carvão vegetal

  • Empresas que dispuseram informações

     - Papel 531 63, Tipo de embalagem No. de empresas* % de utilização - Ráfia 256 30, - Plástico 26 3, - Granel 18 2, - Total 831 100, 
    • Dicopel – São Paulo/SP 74 22, Fornecedores de embalagens No. de empresas que utilizam %
    • Sacotem – Penápolis/SP 52 15,
    • Campel – Cambé/PR 44 13,
    • Cipapel – Itararé/SP 27 8,
    • Pafibra – São Paulo 17 5,
    • Vetorpel – Guarulhos/SP 17 5,
    • Preferida – Santa do Parnaíba/SP 15 4,
    • Sampapel – Guarulhos/SP 14 4,
    • Embal.Santo Amaro – Sto. Amaro/SP 14 4,
    • PPE Embalagens – São Paulo 6 1,
    • Outras 56 16,
    • Total
      • Umidade 637 49, Itens Analisados Total de empresas * % Relevância
  • Granulometria 630 62,
  • Dureza 627 49,
  • Presença pó/moinha 669 68,
  • Capac. Acendimento 626 56,
  • Densidade 604 57,
  • Presença de tiço 609 50,
  • Emissão de fumaça 609 34,
  • Tipo de embalagem 644 42,
  • Preço 616 84,
  • Média 627 55,

Quadro 20 – Capacidade de absorção de mão-de-obra pela capacidade ociosa de produção de carvão vegetal das empresas amostradas

Quadro 21 – Suposições de demanda envolvendo a madeira de eucalipto para produção de carvão vegetal

  • Com base numa capacidade mensal indicada na Tabela 03 ** 1 ton de carvão vegetal = 9,06 estéreos de madeira de eucalipto *** 1 hectare de floresta de eucalipto = 175 estéreos de madeira, cortada aos 5 anos

Item No. de pessoas Mão-de-obra potencial 3. Mão-de-obra atual 2. Mão-de-obra potencialmente absorvível

Capacidade ociosa de produção de carvão – ton/ano* 78. Volume necessário de madeira – estéreos/ano** 712. Área anual de floresta submetida à colheita – ha*** 4. Área florestal necessária para auto-sutentação 20.

3.2.1. Distribuição das empresas e responsabilidade pela alocação da produção

Há predomínio de empresas que trabalham diretamente com a produção do carvão vegetal, sendo que grande parte delas está colocando seus produtos diretamente nos pontos de varejo, dispensando a ação de intermediários. Diante do quadro, as ações estratégias na cadeia produtiva devem ser priorizadas junto aos produtores de carvão vegetal. Não pode ser esquecida, porém, a necessidade de um trabalho de valorização das atividades das empresas distribuidoras, no sentido de se evitar a sua mortalidade.

Fig. 02 - Distribuição das empresas por categoria

Produtor Distribuidor

Fig. 03 - Comercialização do carvão vegetal

Produtor Distribuidor

3.2.3. Clientela e geração de receitas

Fig. 06 - Vinculação dos clientes

Produtor Distribuidor

Fig. 07 - Geração de receitas com a comercialização

Produtor Distribuidor

Fig. 08 - Destino dos produtos

"Finos" Carvão

Consumo próprio Atacado Varejo Descarte

Embora os produtores movimentem diretamente o maior volume, os distribuidores ainda são responsáveis pela grande maioria dos clientes consumidores do produto, respondendo, provavelmente, pelo atendimento aos comerciantes varejistas. As empresas distribuidoras poderão representar, dessa forma, importante papel na questão do marketing direto de um programa de valorização da cadeia produtiva de carvão vegetal junto ao público consumidor.

Apesar da menor quantidade distribuída, a geração de receita na comercialização do produto é tão importante quanto à auferida pelos produtores de carvão vegetal, o que demonstra a possibilidade de várias alternativas para a diferenciação do produto a ser comercializado. Isso implica num importante papel dos distribuidores na definição do preço final de comercialização, evidenciando que este se constituirá num ponto estratégico a ser considerado para a capacitação dos empresários do setor.

Fig. 09 - Detalhamento do destino do carvão vegetal

(^24 )

(^17 )

20

0

5

10

15

20

25

Açougue Supermercado Posto de gasolina Churrascaria Outros*

  • Bares, padarias, mercearias, quitandas, depósitos, empacotadores, etc

3.2.5. Informalidade das empresas

A informalidade encontra-se fortemente presente nas empresas da cadeia produtiva de carvão vegetal, levando-se em conta o registro junto ao órgão ambiental competente e à Receita Federal. O comportamento das empresas quanto a tais aspectos são diferenciados quando comparados, produtores e distribuidores de carvão vegetal.

Independentemente de qualquer tipo de consideração, a informalidade conduz os produtores e distribuidores a se sentirem naturalmente receosos quanto à fiscalização e aos potenciais riscos de penalizações. Isso poderá tornar dificultosa a receptividade das ações destinadas à valorização da cadeia produtiva, o que exigirá um trabalho especial de educação e conscientização sobre o tema. A questão da informalidade deverá ser tratada com bastante cuidado, sobretudo junto aos produtores, que poderão alegar dificuldades de sobrevivência dos seus negócios, diante da necessidade do cumprimento da legislação.

Fig. 10 - Empresas produtoras registradas no IBAMA

Registrada Não-registrada

Fig. 11 - Empresas produtoras com CNPJ

Registrada Não-registrada

Fig. 12 - Empresas distribuidoras registradas no IBAMA

Registrada Não-registrada

Fig. 13 - Empresas distribuidoras com CNPJ

Registrada Não-registrada

3.2.6. Ociosidade na produção de carvão vegetal

Observa-se um importante potencial produtivo não ocupado junto aos produtores de carvão vegetal, que poderia ser estimulado num programa que visasse a valorização da atividade junto ao setor. Além da maior geração de receitas aos produtores, haveria ainda um excedente de capacidade de ocupação de mão-de-obra, com a conseqüente oportunidade adicional para fixação do homem ao meio rural. Além disso, o aumento da produção seria conduzido sem a necessidade de grandes investimentos em infra-estrutura, visto que seria fruto do aproveitamento dos equipamentos que se encontram desativados ou subtilizados.

Fig. 14 - Capacidade ociosa em relação à capacidade total de produção de carvão vegetal

Produção atual Capacidade ociosa

Fig. 15 - Capacidade ociosa de absorção de mão-de-obra na produção de carvão vegetal

Ocupação atual Ocupação ociosa