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Este documento aborda o histórico-cultural dos fatores que contribuíram para o tráfico de drogas no brasil, incluindo a derrocada de valores sociais, o surgimento de novas espécies de drogas e a extensa área de fronteira do país. Além disso, discute as implicações sociais e econômicas do tráfico, como a dependência física e psicológica, a criminalidade organizada e a corrupção. O texto também apresenta medidas propostas para combater o tráfico, como a convenção das nações unidas contra o tráfico ilícito de entorpecentes e substâncias psicotrópicas.
Tipologia: Notas de estudo
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Hodiernamente a temática das drogas constitui pavorosa questão a ser enfrentada pelos Estados-nações. Fator de desagregação da célula mater da sociedade – a família – as drogas chegam a representar fator de ameaça aos governos legalmente constituídos face a formação de uma espécie de administração paralela, aquilo que se convencionou chamar de um Estado dentro do Estado. Na afã de cada vez mais se fortalecerem e angariarem adeptos, os traficantes prestam assistencialismo às comunidades carentes favorecendo-se da omissão Governamental. A mídia, principalmente a televisiva, tem mostrado repetidas matérias que envolvem confrontos entre a polícia e os traficantes, e de forma surpreendente a comunidade se posiciona favorável aos traficantes.
Um outro ponto que causa temor é o poder que o tráfico de drogas ostenta de desencadear a prática de uma série de outros ilícitos penais, principalmente o contrabando de armas, tema este que também será abordado neste trabalho. Delitos como seqüestro, homicídio e lavagem de dinheiro estão diretamente relacionados com o tráfico de drogas.
Neste passo, para que melhor se conheça os fatores de violência e corrupção proporcionados pelo tráfico de drogas, urge necessário, inicialmente, fazermos uma abordagem sob o prima histórico-cultural.
1
O uso de drogas é algo quase tão antigo quanto a própria existência do homem. Este dado é obtido ao se estudar a história da civilização. Por encontraram-se presentes na natureza, logo as drogas foram descobertas pelo homem. Toscanini Batista 1 destaca que a Bíblia Sagrada, no seu livro mais antigo, Gênesis, relata que Noé, após o dilúvio, plantou sua vinha, colheu os frutos, fez uma bebida, tomou e apareceu nu na sua tenda.
Foi o álcool a primeira droga a ser conhecida, logo depois a maconha (séc. VIII a.C.). Posteriormente, há quatro (04) mil anos os sumérios, povo do sul da Mesopotâmia, vizinho da Síria, descobriram que a Papoula não só era uma bela flor de cores delicadas. Seu sumo tinha poder calmante, sonífero e anestésico. O Ópio , derivado da Papoula , era usado como matéria-prima para remédios. Arqueólogos noticiam que em cavernas dos homens primitivos foram encontradas cápsulas de Papaver somniferum , de onde se extrai o Ópio. Na Grécia Antiga, a aludida droga serviu como calmante para gladiadores. No século VII, turcos e árabes descobriram que cheirando a fumaça do suco de papoula solidificada, obtinha-se efeitos mais poderosos. Passaram então a vender droga, sobretudo na Índia e na China.
O Ópio virou negócio lucrativo. Com a expansão das rotas comerciais, no século XVIII, tomou conta da Europa. As experiências com a Papoula se aprimoraram. No século XIX, surgem dois novos produtos derivados da flor: morfina e heroína.
O alemão Frederick Seturner, no ano de 1805, a partir do Ópio bruto, consegui isolar a Morfina. Por volta de meados do século XIX, com a invenção da seringa, iniciou-se o uso injetável da morfina, que em função do seu poder anestésico em muito contribui para com a medicina. O uso intramuscular da morfina foi usado inicialmente pelos alemães, durante a guerra entre França e Alemanha, nos anos de 1870-1871. A partir daí começava o uso abusivo dessa droga. Em 1875 o alemão Alfred Dresser denominou o diacetil da morfina de Heroína (no idioma alemão – heroisch , que significa forte, potente, cheio de energia). A substância descoberta por Alfred Dresser passou a ser produzida em escala comercial, por Adolf Von Bayer, tendo no ano de 1924 sido considerada ilegal, após provado que provocava dependência física e psicológica.
Outra “fonte de prazer” tornou-se indispensável nos salões europeus, desde o fim do século XIX: a cocaína. Derivado químico da COCA, folha comum encontrada na Bolívia e no Peru, a cocaína chegou aos EUA, onde era vendida pelo Laboratório Parke Davis. Depois de descobertos seus efeitos devastadores, a droga foi proibida pela Convenção de Haia, em 1912.
(^1) Monografia apresentada no curso de Especialização em Metodologia do Ensino Superior, Faculdade de Educação da Universidade de Brasília – UnB, 2000.
2.1 – Etimologia da palavra tóxicos. A palavra “Tóxicos” vem do grego “toxikón”, que significa: “veneno de flecha”. A medicina conceitua o Tóxico como “qualquer substância que, incorporada ao organismo, mesmo em pequena quantidade, pode prejudicar a saúde ou causar a morte”.
Nesse conceito se enquadram os Tóxicos Legais e os Tóxicos Ilegais. Vejamos: TÓXICOS LEGAIS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como Drogas “toda substância que introduzida no organismo, produz nele alguma alteração”. Desde algum tempo porém, ao se falar em drogas, o conceito que a palavra nos passa é o de tratar-se de substâncias capazes de se tornarem viciantes.
Assim podemos afirmar que drogas são substâncias ou produtos (psicotrópicos ou psicoativos), de origem natural ou de laboratório que produzem efeitos prazerosos. Entram na corrente sangüínea, por via oral, por injeção na veia ou por inalação e vai atuar sobre o Sistema Nervoso Central, produzindo alterações da percepção, do humor e das sensações, ainda que,
temporariamente. Sensações de prazer, de euforia, ou aliviando o medo, a dor, as frustrações, as angústias e outras. Interfere na vida psicológica e física da pessoa.
A Ação da droga no organismo vivo, modifica o comportamento e gera um desejo irreprimível de tomá-la de forma contínua ou periódica. O objetivo é o de experimentar seus efeitos psicológicos, ou para evitar o mal estar que a ausência da droga provoca no organismo.
Na verdade os homens sempre tentaram modificar o humor, as percepções e sensações por meio de substâncias psicoativas, com finalidades religiosas ou culturais, curativas, relaxantes ou simplesmente prazerosas.
Estudos têm demonstrado diferentes motivações para o uso de drogas: alívio da dor, busca de prazer e busca de alguma coisa fora do ser, são razões encontradas nos diversos grupos sociais ao longo da história.
Antigamente, tais usos fizeram parte de hábitos sociais e ajudaram a integrar as pessoas na comunidade, através de cerimônias, rituais e festividades. Hoje, tais costumes são esvaziados em conseqüência das grandes mudanças sócio-econômicas. Características da modernidade, como a alta concentração urbana ou o poder dos meios de comunicação, modificaram profundamente as intenções sociais. No decorrer desse processo o uso de drogas vem se intensificando.
Produtos antigos ou recentes, legais ou ilegais, conheceram novas formas de fabricação e comercialização, indo ao encontro de novas motivações e novas formas de procura. Hoje, diante da diversidade de produtos, é fundamental o conhecimento do padrão de consumo e efeitos das substâncias psicoativas, já que o uso e abuso de drogas representa uma questão social complexa.
A problemática implantada pelo uso abusivo das drogas se constitui, nos atuais dias, objeto ensejador de grande preocupação para os Governos de todos os países. Enfrentar o tráfico de drogas, crime globalizado, não tem sido tarefa singela. Sendo um fenômeno que assola todas as classes sociais, o mundo busca mecanismos eficientes de prevenção e repressão ao tráfico e uso de drogas.
A dimensão gigantesca do problema das drogas também tem despertado na sociedade civil organizada o interesse pela solução do problema. Organizações não governamentais, famosas ONGs, têm realizado e apresentado estudos no tocante ao uso e tráfico de drogas no Brasil. Tais estudos têm constatado que a maioria dos usuários de drogas são pessoas jovens, pertencentes a todas as classes sociais. Nas escolas a razão mais comum do uso de drogas tem sido a falta de informação acerca dos efeitos maléficos que elas causam em seu usuários.
Alguns fatores são apontados pelos jovens como causadores do envolvimento com o tóxico, quais sejam: falta de diálogo com pais, falta de bom ambiente familiar, modismo, fuga de problemas, auto-afirmação, curiosidade, busca de prazer, fugir da inibição, prazer em violar ou desafiar convenções sociais e familiares, desinformação, etc. Outros motivos levam também as pessoas a ingressarem no mundo das drogas. As condições de vida nas favelas, o fácil acesso às drogas, desemprego, o crime organizado, bem como o sentimento de impunidade são fatores que em muito contribuem o contato com as drogas.
Aqui no Brasil as drogas ilícitas mais consumidas são, em primeiro lugar a maconha, seguida da cola de sapateiro, cocaína, inalantes diversos e crak.
Toscanini Batista define crime organizado como a organização criminosa ou associação ilícita para o cometimento de crimes e obtenção de vantagem financeira.
Acentua ainda o referido Autor que o potencial ofensivo da organização ilícita criminosa (associação ilícita) pode ser avaliado, mediante a análise dos seguintes itens: dano social (prejuízo que a organização possa causar à coletividade); capacidade de intimidação (uso de métodos violentos para intimidar, ameaçar e eliminar pessoas); poder de corrupção (poder para neutralizar a atuação dos organismos de controle, através de subornos e infiltração no Poder Público); o alcance da organização levará em conta o número de participação e a área de atuação (regional, nacional ou internacional).
Algumas características distingue o crime organizado no tráfico de drogas dos demais. Vejamos:
a) Pluralidade de agentes – no entanto, com a dissolução dos poderosos cartéis, ultimamente tem-se montado pequenos grupos anônimos, o que facilita misturar-se ao homem comum. Diferente eram os antigos chefes de cartéis que ostentavam sinais de riqueza, andavam cercados de seguranças portando armamentos pesados, além de trafegarem em luxuosos carros.
b) Atuação como se fosse um empresa, porém informal.
c) Especialização de setores. d) Diversificação de áreas de interesse. e) Finalidade lucrativa. f) Controle territorial. g) Código de honra. h) Ligação com outros ilícitos penais – contrabando e descaminho, pistolagem, crime do colarinho branco, seqüestro, roubo de carga, assalto, lenocínio, extorsão e sonegação fiscal.
4.1 - CURIOSIDADE – a curiosidade é intrínseca ao ser humano. As coisas desconhecidas despertam no homem o desejo de conhecê-las.
4.2 – PRESSÕES DO GRUPO – uma das características do homem é viver em sociedade. Nesta o homem integra vários grupos, a começar pela própria família. De conformidade com sua atuação nos meio social estes grupos vão aumentando, colegas de trabalho, do colégio, da academia, do bairro, etc. Em certas ocasiões, para o indivíduo compartilhar da amizade do grupo, este lhe impõe o cumprimento de determinadas condutas como condição para ingresso, tais como ingerir bebida alcoólica, fazer uso de drogas, etc.
4.3 - DISPONIBILIDADE – este é um grande proporcionador do uso de drogas, tendo em vista que determinada droga só será consumida se estiver disponível no local ou na cidade onde as pessoas se encontram.
À proporção que o álcool vai sendo absorvido, começam a aparecer os efeitos depressores, tais como fala difícil, perda dos reflexos, falta de coordenação motora, a pessoa mal consegue ficar em pé, fica ousada, acha que pode fazer tudo, até dirigir veículos, o que tem concorrido para o aumento do grande índice de acidentes e mortes no trânsito.
O Álcool é metabolizado no fígado, por isso provoca inúmeros danos físicos ao organismo, como gastrite, cirrose hepática e hepatite alcoólica entre outras, em decorrência do uso contínuo e crônico.
O que muitas pessoas desconhecem, é que o fígado de uma pessoa adulta, normal metaboliza aproximadamente 25g de álcool absoluto por hora, que é a quantidade encontrada numa garrafa de cerveja ou numa dose de uísque.
O álcool absorvido pelo organismo produz várias alterações lesivas, inclusive no cérebro, no aparelho digestivo, no sistema cardiovascular, provocando dormência das pernas, hipertensão grave e outras sérias conseqüências do ponto de vista psicológico e distúrbios de personalidade. Leva também a perda da memória, insônia, tremores, desnutrição, carência vitamínica, intoxicação grave, coma e perigo de vida. São muito freqüentes câimbras, formigamento e edema nos membros inferiores à Síndrome Alcoólica Fetal, caracterizada por retardo mental, irritabilidade, diminuição do desenvolvimento motor, deficiência no crescimento e peso baixo. É possível um comprometimento do coração da criança ao longo do seu desenvolvimento, gerando problemas cardíacos. Pode haver dificuldade de aprendizagem, resultando um menor rendimento escolar.
O alcoolismo é uma doença que constitui um dos maiores problemas sociais e de saúde pública, preocupando autoridades do mundo inteiro. Infelizmente, devido à grande aceitação social, a simples conscientização dos perigos do álcool, parece não evitar que as pessoas busquem nas bebidas alcoólicas a melhor diversão, a solução dos problemas ou uma maneira de fechar um grande negócio. Poucas pessoas encaram o álcool como uma droga e, se o fazem, é como uma droga leve.
O álcool etílico, resultante de fermentação, destilação ou quaisquer metodologias aplicadas, é uma droga psicotrópica que, ingerida, cai na corrente sangüínea e no cérebro, produzindo efeitos danosos à saúde, por desencadear no organismo tolerância, dependência e crise de abstinência e, em conseqüência, a doença alcoolismo.
O organismo, com o hábito do álcool, como qualquer outra droga, adquire tolerância, necessitando maiores quantidades para o mesmo efeito. Muitas pessoas só percebem que estão dependentes, quando não conseguem mais viver sem essa substância e estão ingerindo doses
cada vez maiores. Essa doença é lenta e chega a levar vários anos para que os sintomas sejam detectados. A síndrome da abstinência ocorre com a parada brusca, ou redução do uso do álcool quando a pessoa já é dependente, caracterizando-se por tremores, distúrbios gastrointestinais, inquietação, que nos casos graves de abstinência severa chama-se de “delirium tremens”.
É preciso ter muita força de vontade para deixar de beber, porque a dependência do álcool é física e psicológica. Somente com a ajuda de pessoas especializadas e com muito amor cristão, aliados ao apoio da família, é possível ao doente encontrar o caminho da verdadeira cura.
b) Ópio – é extraído da cápsula verde da planta papaver somniferum , conhecida como papoula, planta esta cultivada na Turquia, Laos, Birmânia, Tailândia, Egito, Índia, China, Irã, México, Colômbia e ex-União Soviética. Principais efeitos: tensão nervosa reduzida, sedação acompanhada de sensações eufóricas, sentimento de calma e profundo bem-estar, redução significativa da reação à dor física/emocional, perda do apetite, reflexos visuais diminuídos, baixa concentração e sonolência e, impotência sexual;
c) Morfina – é o principal hipnoanalgésico do grupo do ópio, usado pela medicina no combate às dores intensas. Os seus efeitos são idênticos ao do ópio, contudo dez vezes mais potentes;
d) Codeína – derivada da morfina, também tem eficácia terapêutica. É utilizada para o alívio de dores de menor intensidade. Produz efeitos similares aos provocados pela morfina, porém bem mais reduzidos;
e) Heroína – É um alcalóide derivado da morfina. Conhecida como “a rainha das drogas”, face o alto poder de destruição do ser humano. Provoca os seguintes efeitos: euforia e aumento do sentimento de bem-estar, supressão da sensação de dor, sonolência, diminuição da atividade física e baixa capacidade de concentração, apatia, contração pupilar, pálpebras caídas, redução do refluxo visual e da visão noturna e aumento da micção, tudo isso em curto prazo. A longo prazo o usuário pode apresentar instabilidade no humor, dificuldades respiratória, tétano, hepatite, endocardite, pneumonia e demais complicações pulmonares, além de provocar considerável número de suicídios;
f) Barbitúricos – de Ação prolongada (de 02 a 04 horas), curta (de 01 ou 02 horas) e ultracurta (no máximo 01 hora), o barbitúrico é uma droga sintética de efeitos depressivo. São sedativos e indutores do sono. Calma e relaxamento são sentidos no início da Ação da substância no organismo. Muitas vezes são consumidos para cortar os efeitos estimulantes, mas essa interação é tóxica e pode levar à morte por parada cardíaca. Pequenas doses causam euforia e alívio de tensão; já as grande doses provocam obscuridade visual, pensamento confuso, fala embolada,
comuns: sensação de bem-estar, euforia geral e sensação de força física, estimulação da imaginação que se segue a um estado de aprazível delírio, perda da noção de espaço e tempo. Doses maiores causam delírios mais profundos, aparecendo, gradualmente, a debilidade motora geral, fadiga, sonolência e sono. Doses habituais causam loquacidade e desinibição, dilatação das pupilas, vermelhidão dos olhos e secura na boca e garganta, aumento da pulsação e do apetite, seguido de estágio posterior em que o usuário torna-se calmo, reflexivo e sonolento; um período hilariante, seguido por um silêncio contemplativo; ilusões e alucinações, nervosismo e irritabilidade, dissociação de idéias e diminuição dos reflexos;
m) Haxixe – é a resina concentrada da maconha. Mias forte que o grau médio da maconha de 08 a 10 vezes. Seus principais produtores são: a Índia, Oriente Médio, Marrocos, Paquistão, México, Paraguai e algumas regiões do Caribe. O haxixe transformado em óleo haxixe se torna de 3 a 4 vezes mais forte que o próprio haxixe, e de 30 a 40 vezes mais potente que a maconha. Produz efeitos iguais aos da maconha.
n) LSD – forma abreviada de Lissergic Saure Diathylamid, dietilamida do ácido lisérgico. Passados Seus efeitos se manifestam após 03 horas do seu consumo, desencadeando-se em três etapas: a primeira denomina-se de “pré-viagem”; a segunda etapa, alucinógena, protrai-se de 03 a 16 horas, e a terceira e última é a etapa depressiva. Seus efeitos alcançam o ponto mais baixo após decorridas 40 horas do momento do uso. Esta droga provoca, na fase alucinógena, distorções perceptivas e visuais, distorção temporal (minutos representam horas), alguns usuários se sentem pesados e ‘puxados para baixo’ pela gravidade, outros apresentam sensações de leveza e flutuação, diminuição da concentração e dos controles sobre processo mentais, confusão de modalidade sensorial, paladar diferenciado, diminuição da motivação/interesse, prolongada depressão e ansiedade.
o) Inalantes – vários são os produtos legalmente comercializados que possuem, em sua composição química, substâncias voláteis chamadas de solventes. Estas substâncias podem causar estimulação, depressão e alucinações. A intoxicação aguda desencadeia-se em quatro fases: 1ª) – excitação, euforia, tonturas, perturbações visuais e auditivas, podem ocorrer náuseas, vômitos, tosse, espirros, salivação e vermelhidão facial; 2ª) – confusão mental, desorientação, perda do autocontrole, visão embaçada, cólicas abdominais, dores de cabeça e palidez; 3ª) – redução acentuada do alerta, ausência de coordenação motora, fala embolada e reflexos reprimidos; 4ª) – inconsciência, sonhos bizarros e convulsões. Os inalantes de maior uso no Brasil são a lança perfume, éter, acetona, gasolina e cola de sapateiro. Durante a utilização de inalantes podem ocorrer paradas cardíacas e respiratórias.
Cocaína – começa nos países andinos, passam pela América Central e pelo Caribe até chegar na América do Norte. Cerca de 70% da cocaína consumida nos EUA ingressa pelo México. Na Europa países como Espanha e Holanda são portas de entrada desta droga. Na África o maior centro de distribuição é Angola.
Heroína – sai do Afeganistão, Paquistão e Irã rumo à Europa Ocidental. Já a produção do Mianmar integra uma outra rota, e é distribuída na África, Austrália, Japão e EUA.
Maconha – a produção da América do Sul e da Tailândia é remetida para os EUA. A África envia sua produção para Holanda e França, para em seguida ser distribuída em toda a Europa.
Haxixe – de origem asiática, de países como Índia, Nepal e Paquistão, segue para Europa Ocidental; uma outra rota passa pela África e é enviada para a América do Norte. Para os Estados Unidos é remetida a produção do Marrocos e dos países da América Central.
No Brasil a rota da cocaína vinda principalmente da Bolívia se inicia pela cidade de Porto Velho/RO. Posteriormente a droga é enviada para o porto de Santos/SP como também para Manaus/AM. De Manaus a droga segue para Miami. Uma outra rota se desenvolve entre as cidades de Porto Velho/RO – Cuiabá/MT – Campo Grande/MS, para em seguida ser distribuída nas cidades do Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e porto de Santos/SP. Já a maconha parte dos Estados de Pernambuco e Bahia, que abastece os Estados vizinhos e os grandes centros (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). Uma outra rota desta droga parte do Paraguai, entrando pelo Estado do Mato Grosso do Sul, e em seguida é destina para São Paulo.
Deusimar Wanderley Guedes, em sua obra DROGAS: problema meu e seu^2 , diz que o Brasil deixou de ser um país unicamente de rota na escala do tráfico mundial de drogas para se tornar um grande produtor, principalmente da maconha, onde o Estado de Pernambuco ostenta o título de um dos maiores produtores do mundo. Há ainda que se fazer alusão aos laboratórios clandestinos de refino da cocaína na região norte do país.
(^2) 1ª edição – João Pessoa/PB, 1999, p. 115.
ainda por reações comportamentais e outras reações que sempre incluem um desejo compulsivo ou necessidade de usar a droga de forma continuada, com o fim de sentir seus efeitos ou evitar o desconforto da ausência da mesma”.
Todo o processo que leva à dependência é perfeitamente identificado em quatro etapas distintas:
1ª Fase: Experimentação e uso pela primeira vez – o experimentador limita-se a experimentar a droga, por diversos motivos, tais como: curiosidade, desejo de novas experiências, pressão do grupo etc. Na maioria dos casos, o contato com a droga não passa das primeiras experiências.
2ª Fase: Uso ocasional – o usuário utiliza um ou vários produtos, de vez em quando, se o ambiente for favorável e a droga disponível. Durante essa fase o consumo é pequeno, e o usuário em início está seguro de que pode dominar a droga à sua vontade. Ele não rompe suas relações afetivas, profissionais e sociais.
3ª Fase: Uso regular – o usuário habitual faz uso freqüente da droga. Em sua vida se observam sinais de rupturas a nível afetivo, profissional e social. Mesmo assim, ele ainda “funciona” socialmente, embora de forma precária.
4ª Fase: Dependência – o usuário dependente (toxicômano) vive exclusivamente pela droga e para a droga. Nessa fase a pessoa não é capaz de controlar-se, sentindo forte desejo de repetir a dose, mesmo sabendo que está afetando a sua saúde, seu estado psicológico ou conceito social. Como conseqüência, rompem-se todos os outros vínculos, o que provoca a sua marginalização.
À medida que os consumidores vão passando pela experimentação, uso ocasional, uso regular, até a chegada ao degrau negativo da dependência, defrontar-se-ão com uma sucessão de conseqüências, embora os usuários as considerem especialmente na experimentação e uso ocasional, como conseqüências triviais e acidentais. No entanto, podemos informar que haverá pânico- angústia , após uso da maconha. Reações paranóides , após o uso de cocaína. Asma subseqüente a fumar maconha, colisões com veículos automotores e outros acidentes resultantes da intoxicação de usuários, que podem ou não já estar totalmente dependentes de álcool ou de outras drogas.
A Dependência Física provoca sofrimento no organismo e apresenta quadros ao ponto que, na falta da droga, aparece o chamado sintoma de retirada ou abstinência. Álcool, barbitúricos, heroína, morfina, codeína, estes três últimos derivados do ópio, são muito comprometedores, provocando este tipo de dependência. Em alcoólatras crônicos, a falta do produto gera tremores nas mãos, alterações cardiovasculares, ansiedade alucinações, ilusões auditivas, táteis e visuais, que caracterizam o “Delirium tremens”. O corte do uso de barbitúricos, traz sintomas semelhantes ao do álcool, com agravante de surgir crises convulsivas, levando ao esgotamento físico, até fatal. Quanto à morfina, heroína e outros derivados do ópio, os usuários sofrem excesso de suor, insônia, ansiedade, vômito, diarréia, dores generalizadas, febres e alterações cardiovasculares.
Estabelecida a dependência física, o que pode levar dias ou semanas, no caso dos barbitúricos e do ópio, e um tempo prolongado no caso do álcool, a pessoa, o usuário, o consumidor se torna escravo da droga , pois toda vez que o organismo eliminar uma dose de droga, geralmente destruída pelo fígado e excretada pelos rins, através da urina, surgirão sintomas insuportáveis, vindo o impulso irresistível, o desespero para encontrar nova dose da droga, para aliviar seu sofrimento. Então, é quando o organismo passa a contar com a droga para o seu funcionamento e a suspensão brusca acarreta sérios distúrbios, vindo sintomas físicos que o viciado experimenta quando não tem nova dose. O organismo se adapta à presença constante de uma droga e quer mais.
A Dependência Psicológica é um estado mental que se caracteriza pela necessidade que a pessoa tem de se sentir de modo permanente o efeito de uma droga e ter sensações de desconforto, quando é privada dela. É um impulso quase incontrolável de se administrar a droga com freqüência. Quando esse desejo não é satisfeito, aparece um estado de angústia, depressão e mal-estar, conhecido como “fissura”. A dependência psicológica traz sofrimento intenso.
Escalada é uma atitude que envolve, de um lado, o aumento de consumo de um mesmo produto, (pelo potencial de tolerância desse produto) ou a passagem de um produto a outro (pela natureza do efeito procurado) e, de outro lado, a trajetória pessoal do indivíduo (em função da dependência).
A escalada tem sido entendida como um engajamento cada vez mais profundo com a dependência e que estaria inclusive, ligada ao consumo cada vez maior de drogas.
A família não pode ser um “grupo de estranhos”. Às vezes muito próximos fisicamente, e ao mesmo tempo, distantes em seus corações. O relacionamento familiar é importante, decisivo em tudo, especialmente no tocante à problemática das drogas. Devemos cuidar da saúde, da parte física, mas nunca deixar de andar limpo psicologicamente, com consciência pura, procurando ser mais agradáveis para com as pessoas com as quais estamos convivendo.
Muita gente pensa que a causa de todos os males dos jovens está nas drogas. É um erro. Na verdade, a droga sempre é usada por causa de problemas já existentes. Vejamos:
Todas as substâncias químicas – drogas – alteram o funcionamento do organismo. Mas só as drogas que produzem prazer levam à dependência. Se não fosse por causa do prazer, ninguém se tornaria dependente. O prazer pode ser a ausência de dor, euforia, bem-estar, sensação de força, poder, leveza etc.
É bom lembrar que a busca do bem-estar faz parte da vida de todos nós. O problema é buscar este bem-estar através das drogas. Se um adolescente precisa de tais meios, é porque há algo errado nas relações do seu dia-a-dia.
Os pais se perguntam o que fazer para que seus filhos não comecem a usar drogas, o que fazer para que eles as deixem e o que fazer para que não voltem a usá-las.
Quando há uma desconfiança de mudanças inexplicáveis no comportamento de um filho, os pais têm que perceber o que está errado. Há um mal-estar, sofrimento e determinadas dificuldades que ele não consegue resolver. Assim o filho que começa a utilizar drogas atravessa uma crise e é esta que os pais devem detectar. É preciso intuição, amor e perspicácia para ajudar a resolver estes problemas.
A primeira reação dos pais ao descobrirem que seu filho usa drogas é de perplexidade, angústia ou pânico. Às vezes seguido do sentimento de culpa ou de estarem sendo traídos.
a) - O controle firme por parte dos pais, termina por levar o adolescente ao autocontrole.
Qualquer liberdade deve ser conquistada no contexto de regras de convivência na família e na comunidade. A orientação dada pelos pais deve ser natural, tranqüila, sem radicalismo, com exemplo, sem violência, mas com firmeza.
Pais e filhos devem desenvolver esforços para se confiarem, se acreditarem. Os pais confiando que o filho será capaz de atingir êxito, não enganando ou mentindo. Os filhos, entendendo que devem consideração à família, respeito aos pais e serem cumpridores de suas obrigações, compreendendo que todos nós vivemos organizados por limites que nos impõem horários, higiene, alimentação, estudo, trabalho, prática de esportes, cuidados com a saúde, lazer, horários para dormir e acordar e muitos outros.
b) - A Família é uma equipe – com Papéis e Objetivos Os problemas de uma família serão solucionados por ela própria, desde que esteja unida, capacitada para definir seu papel. Naturalmente que os membros podem ter problemas entre si, mas quando funcionam como equipe podem se constituir em sistema altamente eficaz na resolução dos problemas.
c) - Comunicação com finalidade de esclarecer e solucionar conflitos na família A comunicação na família, a comunicação entre pais e filhos é uma necessidade básica. É a possibilidade, é a prática da conversa, uns com os outros. É a conversa sobre sexo, álcool, drogas lícitas e ilícitas e outros problemas variados. O pai, a mãe, mostrando que os grandes objetivos da vida do homem consistem em amar, ser amado, trabalhar, ser caridoso, acreditar em Deus, ser honesto, ter princípios separar o bem do mal.
São estes, os grandes princípios vitais que iniciam uma integração da família, conduzindo-a um destino desejável. Que o pai possa assumir o seu papel verdadeiro, que é o de levar o seu filho a se tornar um adulto consciente e seguro. Que o filho possa aceitar o controle exercido pelos pais, como medida que termine por instituir o autocontrole.
Todos os membros da família funcionando em conjunto, como equipe, com emprego de comunicação objetiva, propiciarão que cada um conquiste soluções sadias, mutuamente satisfatórias.
Sem estes princípios, o relacionamento familiar não será alcançado, e a possibilidade de você ficar sabendo que seu filho está no mundo das drogas é muito grande.