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Protocolo Clínico para a Distocia de Ombro, Notas de aula de Gestão da Qualidade

Um protocolo clínico para a distocia de ombro, uma complicação do parto que ocorre quando o ombro do bebê fica preso no canal do parto. O protocolo aborda a definição, fatores de risco, complicações, medidas preventivas, diagnóstico, tratamento e outras medidas a serem tomadas em caso de falha das manobras anteriores. Além disso, é fornecida uma bibliografia com referências para consulta.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jose92
Jose92 🇧🇷

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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
Protocolo Clínico
PRO.OBS.009 Página 1/7
Título do Documento:
DISTÓCIA DE OMBRO
Emissão: 01/03/2015
Revisão Nº: 01 – 05/09/2017
1
I. AUTOR
Elfie Tomáz Figueiredo
Jordana Parente Paiva
Francisco Edson de Lucena Feitosa
II. DEFINIÇÃO
Impactação do ombro anterior contra a sínfise púbica após desprendimento da cabeça fetal.
Quando o diâmetro biacromial é maior que o diâmetro ânteroposterior (Conjugata Obstétrica).
III. INCIDÊNCIA
Variável:
0,3% em fetos de 2500 a 4000g
5,0 a 7,0% em fetos de 4000 a 4500g
Cerca de 50% ocorrem em fetos de peso normal
IV. FATORES DE RISCO
Antes do trabalho de parto:
Episódio anterior de distócia de ombro
Diabetes gestacional
Pós-datismo
Macrossomia fetal (> 4kg)
Baixa estatura materna
Ganho de peso materno excessivo durante o pré-natal (IMC > 30)
Indução do trabalho de parto
Intraparto:
Pelves anômalas
Primeiro (fase de dilatação) e/ou segundo (fase de descida) períodos prolongados
Uso de fórcipe ou vácuo-extrator
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Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.009 Página 1/

Título do Documento: DISTÓCIA DE OMBRO Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 05/09/

I. AUTOR

  • Elfie Tomáz Figueiredo
  • Jordana Parente Paiva
  • Francisco Edson de Lucena Feitosa

II. DEFINIÇÃO

Impactação do ombro anterior contra a sínfise púbica após desprendimento da cabeça fetal. Quando o diâmetro biacromial é maior que o diâmetro ânteroposterior (Conjugata Obstétrica).

III. INCIDÊNCIA

Variável:

  • 0,3% em fetos de 2500 a 4000g
  • 5,0 a 7,0% em fetos de 4000 a 4500g
  • Cerca de 50% ocorrem em fetos de peso normal

IV. FATORES DE RISCO

 Antes do trabalho de parto:

  • Episódio anterior de distócia de ombro
  • Diabetes gestacional
  • Pós-datismo
  • Macrossomia fetal (> 4kg)
  • Baixa estatura materna
  • Ganho de peso materno excessivo durante o pré-natal (IMC > 30)
  • Indução do trabalho de parto

 Intraparto:

  • Pelves anômalas
  • Primeiro (fase de dilatação) e/ou segundo (fase de descida) períodos prolongados
  • Uso de fórcipe ou vácuo-extrator

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.009 Página 2/

Título do Documento: DISTÓCIA DE OMBRO Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 05/09/

V. COMPLICAÇÕES

 Maternas:

• Traumas e lacerações perineais (Laceração de 4º grau - 3,8%)

• Hemorragias pós-parto (11%)/ atonia uterina / ruptura uterina

• Diástase de sínfise púbica

 Fetais:

• Lesões de plexo braquial (16%)

• Fraturas de clavícula e úmero

• Hipóxia fetal

VI. MEDIDAS PREVENTIVAS

  • Avaliação dos riscos são preditores insuficientes para permitir a prevenção na maioria dos casos. (Categoria C)
  • 48% das distocias de ombro ocorrem em fetos com peso ≤ 4000g.
  • Diminuição do ganho de peso na gestação, principalmente no último trimestre, e atividade física regular: 30 minutos de 3-5 vezes ao dia. (Categoria C)
  • Ausência de evidências na literatura que mostrem benefícios da realização de cesáreas eletivas em pacientes de risco.
  • A indução do trabalho de parto em pacientes não diabéticas com suspeita de macrossomia fetal não altera a morbidade materna e fetal (categoria D).
  • Indução do trabalho de parto no termo reduz o risco em pacientes diabéticas (categoria B).
  • Não existem evidências que embasem a indicação de cesárea eletiva a termo em mulheres grávidas com diabetes insulino dependente (categoria B).
  • A ultrassonografia de rotina no final da gestação em pacientes de baixo risco (população não selecionada) não confere benefícios em predizer macrossomia ou reduzir a morbidade (categoria A).
  • Nas pacientes com fatores de risco para distócia de ombro, deve-se aplicar a manobra de “cabeça-ombro”, realizada pela continuação da exteriorização da cabeça fetal até que o ombro anterior tenha sido desprendido (categoria C).

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.009 Página 4/

Título do Documento: DISTÓCIA DE OMBRO Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 05/09/

  1. E xterna : Pressão supra-púbica ( Manobra de RUBIN I ):

• Objetivo de reduzir o diâmetro biacromial e fazê-lo passar sob a sínfise.

• A pressão supra púbica deverá ser feita por um assistente do lado das costas fetal, para

baixo e para lateral, acima da sínfise púbica, empurrando a região posterior do ombro anterior no sentido do tórax fetal.

• Atenção : Não fazer simples compressão vertical do ombro contra a sínfise, impactando-o

contra a mesma. Isto apenas acarretará trauma materno-fetal.

Pressão Supra Púbica

  1. E pisiotomia:

• Realizá-la apenas quando da necessidade de outras manobras, com o intuito de facilitar a

introdução dos dedos ou mão. Lembrar que a distócia de ombro é uma impactação óssea e a realização da episiotomia não fará com que o ombro seja liberado.

• Não diminui o risco de lesão do plexo braquial.

  1. R etirada do braço posterior:

• Palpar o braço posterior até a dobra do cotovelo e, ao fazer pressão nesta, o antebraço irá

fletir sobre o braço, permitindo ao obstetra apreende-lo, agarrar a mão fetal e puxá-la suavemente para fora, desprendendo o braço posterior e depois o ombro. Isto reduzirá o diâmetro bi-acromial e, então, o ombro anterior passará sob a sínfise púbica e sairá.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.009 Página 5/

Título do Documento: DISTÓCIA DE OMBRO Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 05/09/

Retirada do ombro posterior

  1. T oque, manobras internas (Manobras de segunda linha):

• Manobras que visam girar o ombro anterior nos planos oblíquos e sob a sínfise púbica.

Necessitam de episiotomia ampliada.

• RUBIN II: abdução do ombro anterior (introduzem-se dois dedos na vagina e realiza-se

compressão posterior no ombro anterior do feto empurrando-o em direção ao feto). Manter a manobra de McRoberts enquanto esta é executada.

• WOODS (parafuso): Usando-se as duas mãos, associa-se à manobra de Rubin II uma

pressão bi-digital na face anterior do ombro posterior, aduzindo este ombro e ao mesmo tempo abduzindo o anterior, fazendo o feto rodar no sentido horário.

• WOODS INVERTIDA (reversa): Usando-se as duas mãos, faz-se pressão bi-digital na face

anterior do ombro anterior e, ao mesmo tempo na face posterior do ombro posterior, objetivando rodar o feto no sentido anti-horário, desfazendo-se a impactação.

  1. A lterar a posição (Manobra de GASKIN):

• Posicionar a paciente sobre os quatro membros, apoiada sobre as mãos e pernas.

Aumenta a Conjugata Obstétrica em 1,0 cm. Liberar o ombro posterior com uma suave tração descendente.

IX. OUTRAS MEDIDAS (MANOBRAS DE TERCEIRA LINHA)

Quando da falha das manobras anteriores.

• Fratura proposital da clavícula: Reduz o diâmetro bi-acromial

• Manobra de Zavanelli: Reposicionamento cefálico para dentro da pelve, seguindo o

mecanismo inverso exato da exteriorização cefálica. Exige anestesia e tocólise.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.009 Página 7/

Título do Documento: DISTÓCIA DE OMBRO Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 05/09/

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

  1. Sentilhes, L., Sénat, M-V., Boulogne, A-I., Deneux-Tharaux, C., Fuchs, F., Legendre, G., Le Ray, C., Lopez, E., Schmitz, T., Lejeune-Saada, V. Shoulder dystocia: guidelines for clinical practice from The French College of Gynecologists and Obstetricians (CNGOF). European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology 203 (2016) 156–161.
  2. THE ROYAL COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNAECOLOGISTS. Shoulder Dystocia. RCOG Green-top Guideline No. 42. Março, 2011.
  3. ZUGAIB, M., Zugaib Obstetricia, 3a edição – Barueri-SP/Manole, 2016.
  4. ADVANCED LIFE SUPPORT INOBSTETRICS – ALSO. Distocia de ombro. Advisory Board, 4ª edição, 2000-2001.
  5. Parantainen, J., Palomäki, O., Talola, N., Uotila, J. Clinical and sonographic risk factors and complications of shoulder Dystocia – a case-control study with parity and gestational age matched controls. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology 2 177 (2014) 110 – 114.