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Pressupostos e subentendidos Interpretação de texto -Turma, Esquemas de Comunicação

Observe este exemplo: “João parou de fumar”. Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que João fumava.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Pressupostos e subentendidos
Interpretação de texto -Turma: ITA – PROFa.LENE
01. (Unicamp)
Na coluna “De zero a dez”, de Rubem Tavares, publicada na revista Business Travell, 34, no primeiro
semestre de 2000, p. 13, encontram-se, entre outras, as seguintes notas, parcialmente adaptadas:
“Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e sérios riscos à
segurança dos vôos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram registradas 99 ocorrências em
Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33 ocorrências e, neste ano, só no período de janeiro
a abril, já foram 31. As autoridades deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá-
los em presídios por longos anos.”
“Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que sim. Se todos
entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito encontraria novas atribuições para a
Guarda Municipal. Vide sugestão na nota anterior que também poderia ser aplicada nestes casos.”
a) Qual é a conclusão implícita na sequência “neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31”,
que se encontra na primeira nota?
b) Explicite a sugestão dada no final da segunda nota.
02. (UFMG)
Leia este texto:
Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de fala
produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, pois decorre,
necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos), que
dependem do contexto, da situação de comunicação.
FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37. (Adaptado)
Observe este exemplo: “João parou de fumar”.
Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que João fumava
antes.
Leia, agora, estas manchetes:
1. Petrobrás é vítima de novos furtos.
(O tempo, Belo Horizonte, 8 mar.)
2. Dengue vira risco de epidemia em BH
(Estado de Minas, Belo Horizonte, 9 abr.)
Com base nas informações dadas acima e considerando essas duas manchetes de jornal, indique:
a) quais são os pressupostos que delas se depreendem.
b) os marcadores linguísticos responsáveis pela instauração desses conteúdos implícitos.
03.
Levando em consideração o contexto nacional, que informação está implícita na charge?
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Pressupostos e subentendidos Interpretação de texto -Turma: ITA – PROF a.LENE

01. (Unicamp) Na coluna “De zero a dez”, de Rubem Tavares, publicada na revista Business Travell, 34, no primeiro semestre de 2000, p. 13, encontram-se, entre outras, as seguintes notas, parcialmente adaptadas: “Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e sérios riscos à segurança dos vôos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram registradas 99 ocorrências em Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33 ocorrências e, neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31. As autoridades deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá- los em presídios por longos anos.” “Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que sim. Se todos entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito encontraria novas atribuições para a Guarda Municipal. Vide sugestão na nota anterior que também poderia ser aplicada nestes casos.” a) Qual é a conclusão implícita na sequência “neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31”, que se encontra na primeira nota? b) Explicite a sugestão dada no final da segunda nota. 02. (UFMG) Leia este texto: Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de fala produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, pois decorre, necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos), que dependem do contexto, da situação de comunicação. FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37. (Adaptado)

Observe este exemplo: “João parou de fumar”. Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que João fumava antes.

Leia, agora, estas manchetes:

1. Petrobrás é vítima de novos furtos. (O tempo, Belo Horizonte, 8 mar.) 2. Dengue vira risco de epidemia em BH (Estado de Minas, Belo Horizonte, 9 abr.)

Com base nas informações dadas acima e considerando essas duas manchetes de jornal, indique: a) quais são os pressupostos que delas se depreendem. b) os marcadores linguísticos responsáveis pela instauração desses conteúdos implícitos.

03.

Levando em consideração o contexto nacional, que informação está implícita na charge?

04. Entende-se por palavras-gatilho os vocábulos que, em uma língua, apresentam a propriedade de estabelecer implícitos. Transcreva, do texto a seguir, a palavra que dispara um implícito, explicando-a de acordo com o contexto. Use, também, seu conhecimento de mundo. Horror do 11/3 ainda persegue vítima. O Estado de São Paulo, 11 mar 2006.

Texto para as questões 5 e 6.

REUNIÃO DE MÃES

Na reunião de pais só havia mães. Eu me sentiria constrangido em meio a tanta mulher, por mais simpáticas me parecessem, e acabaria nem entrando - se não pudesse logo distinguir, espalhadas no auditório, duas ou três presenças masculinas que partilhariam de meu ressabiado zelo paterno. Sentei-me numa das últimas filas, para não causar espécie à seleta assembleia de progenitoras. Uma delas fazia tricô, e várias conversavam, já confraternizadas de outras reuniões. O Padre-Diretor tomou assento à mesa, cercado de professoras, e deu inicio à sessão. Eu viera buscar Pedro Domingos para levá-lo ao médico, mas desta vez cabia-me também participar antes da reunião. Afinal de contas andava mesmo precisando de verificar pessoalmente a quantas o menino andava. O Padre-Diretor fazia considerações gerais sobre o uniforme de gala a ser adotado. A gravatinha é azul? - perguntou uma das mães. Meia três-quartos? - perguntou outra. E o emblema no bolsinho? - perguntou uma terceira. Outra ainda, à minha frente, quis saber se tinha pesponto - mas sua pergunta não chegou a ser ouvida. Invejei-lhes a desenvoltura. Tive vontade de perguntar também alguma coisa, para tornar mais efetivo meu interesse de pai - mas temi aquelas mães todas voltando a cabeça, curiosas e surpreendidas, ante uma destoante voz de homem, meio gaguejante talvez de insegurança. Poderia também não ser ouvido - e se isso me acontecesse eu sumiria na cadeira. Além do mais, não me ocorria nada de mais prático para perguntar senão o que vinha a ser pesponto. Acabei concluindo que tanta perguntação quebrava um pouco a solene compostura que devíamos manter, como responsáveis pelo destino de nossos filhos. E dispensei-me de intervir, passando a ouvir a explanação do Padre-Diretor:

  • Chegamos agora ao ponto que interessa: o quinto ano. Depois de cuidadosa seleção, foi dividido em três turmas - a turma 14, dos mais adiantados; a turma 13, dos regulares; e a turma 12, dos atrasados, relapsos, irrequietos, indisciplinados. Os da 13 já não são lá essas coisas, mas os da 12 posso assegurar que dificilmente irão para frente, não querem nada com estudo. Fiquei atento: em qual delas estaria o menino? Pensei que o Diretor ia ler a lista de cada turma - o meu certamente na 14. Não leu, talvez por consideração para com as mães que tinham filhos na 12. Várias, que já sabiam disso, puseram-se a falar ao mesmo tempo: não era culpa delas; levavam muito dever para casa, não se habituavam com o semi-internato. Uma - a do tricô, se não me engano - chegou mesmo a se queixar do ensino dirigido, que a seu ver não estava dando resultado. Outra disse que tinha três filhos, faziam provas no mesmo dia, como prepará-los de uma só vez? 0 Padre-Diretor sacudiu a cabeça, sorrindo com simpatia - não posso nem ao menos lastimar que a senhora tenha tanto filho. E voltou a falar nos relapsos, um caso muito sério. Não vai esse Padre dizer que meu filho está entre eles, pensei. Irrequieto, indisciplinado. Ah, mas ele havia de ver comigo: entre os piores! E por que não? Quietinho, muito bem-mandado, filhinho do papai, maria-vai-com-as-outras ele não era mesmo não. Desafiei o auditório, acendendo um cigarro: ninguém tinha nada com isso. Criança ainda, na idade mesmo de brincar e não levar as coisas tão a sério. 0 curioso é que não me parecesse assim tão vadio - jogava futebol na rua, assistia à televisão, brincava de bandido, mas na hora de estudar o rapazinho estudava, então eu não via? Quem sabe se procurasse ajudá-lo, dar uma mãozinha... Mas essas coisas que ele andava estudando eu já não sabia de cor, tinha de aprender tudo de novo. Outro dia, por exemplo, me embatucou perguntando se eu sabia como se chamam os que nascem na Nova Guiné. Ninguém sabe isso, meu filho, respondi gravemente. Ah, não sabe? Pois ele sabia: guinéu! Não acreditei, fui olhar no dicionário para ver se era mesmo. Era. Talvez estivesse na turma 13, bem que sabia lá uma coisa ou outra, o danadinho. Agora o Diretor falava na comida que serviam ao almoço. Da melhor qualidade, mas havia um problema - os meninos se recusavam a comer verdura, ele fazia questão que comessem, para manter dieta adequada. No entanto, algumas mães não colaboravam. Mandavam bilhetinhos pedindo que não dessem verdura aos filhos. Eis algo que eu jamais soube explicar: por que menino não gosta de verdura? Quando menino eu também não gostava.
  • Pedem às mães que mandem bilhetinhos, e não é só isso: usam qualquer recurso para não comer verdura. Hoje mesmo me apareceu um com um bilhete da mãe dizendo: não obrigar meu filho a comer verdur a. Só que estava escrito com a letra do próprio menino. Chegada era a hora de levá-lo ao médico - uma professora amiga foi buscá-lo para mim.
  • Meu filho - perguntei, ansioso, assim que saímos: - Em que turma você está? Na 12 ou na 13?
  • Na 14 - ele respondeu, distraído. Respirei com alívio: e nem podia ser de outra maneira, não era isso mesmo?
  • Fico satisfeito de saber - comentei apenas. Ele não perdeu tempo:

10. Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula , de Mia Couto, extraído do Sexto caderno de Kindzu, subintitulado O regresso a Matimati. Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse: - Mas você, meu filho, não se meta a mudar os destinos. Afinal, eu contrariava suas mandanças. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu não estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranças, inventor de verdades. Um sonâmbulo passeando entre o fogo. Um sonâmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal. (Mia Couto, Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.) Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda os ensinamentos de seu pai diante do estado desolador em que se encontrava sua terra, assolada pela guerra, e reflete sobre a coerência de suas ações em relação a tais ensinamentos. Levando em consideração o contexto da narrativa do romance de Mia Couto, é correto afirmar que: a) A demanda realizada por Kindzu e que é relatada em seus cadernos funciona como uma forma de fuga para a personagem Muidinga, que se aliena da realidade da guerra pela leitura dos cadernos, indicando de modo inequívoco a função social da literatura. b) A narrativa contida nos cadernos de Kindzu, lida por Muidinga e Tuahir, representa o universo onírico e se contrapõe à realidade objetiva das duas personagens, razão pela qual ambas as narrativas aparecem no livro de modo intercalado, sem, necessariamente, haver uma interseção entre elas. c) Segundo a personagem Kindzu, a sua terra, sonâmbula como ele, seria um lugar da sobreposição entre sonho e realidade, tal como ocorre na narrativa que registra em seus cadernos, em que é impossível o estabelecimento de uma delimitação entre o onírico e o real. d) O sonho, sugerido pelo termo “sonâmbulo”, contrapõe-se à realidade da guerra, sugerida pela palavra “fogo”; terra sonâmbula seria, pois, um lugar em que os limites entre realidade e sonho aparecem bem delimitados e no qual as personagens estão condenadas definitivamente à miséria da guerra.

11. Texto I A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato. Texto II A dois passos do paraíso(...) A Rádio Atividade leva até vocês Mais um programa da séria sérieDedique uma canção a quem você ama” Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve E assina com o singelo pseudônimo deMariposa Apaixonada de Guadalupe” Ela nos conta que no dia que seria o dia mais feliz de sua vida Arlindo Orlando, seu noivo Um caminhoneiro conhecido da pequena e Pacata cidade de Miracema do Norte Fugiu, desapareceu, escafedeu-se Oh! Arlindo Orlando volte Onde quer que você se encontre Volte para o seio de sua amada Ela espera ver aquele caminhão voltando De faróis baixos e para-choque duro (...)”. BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento). Em relação ao Texto I , que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção, a) estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica. b) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica. c) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica. d) direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas. e) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.

Exercícios Complementares

Texto para a questão 12.

Argumentos contra a redução da maioridade penal

  1. A redução da maioridade penal fere uma das cláusulas da Constituição Federal que não podem ser modificadas por congressistas.
  2. A inclusão de jovens a partir de 16 anos no sistema prisional brasileiro não iria contribuir para sua reinserção na sociedade.
  3. A pressão para a redução da maioridade penal está baseada em casos isolados, e não em dados estatísticos.
  4. Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles diante da violência.
  5. A redução da maioridade penal iria afetar, principalmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas no Brasil, na medida em que este é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira. (Uol-Cotidiano 19/05/2015 – adaptado) 12. Os argumentos apresentados no texto 1 mostram, implicitamente, alguns pressupostos; o pressuposto abaixo indicado corretamente é: a) pressuposto do argumento 1 – A Constituição Federal não deve e não pode ser alterada; b) pressuposto do argumento 2 – Um dos objetivos do sistema prisional é procurar reinserir o preso na sociedade; c) pressuposto do argumento 3 – Argumentativamente falando, os casos isolados são mais eficientes que dados estatísticos; d) pressuposto do argumento 4 – A violência faz parte do cotidiano do sistema prisional brasileiro; e) pressuposto do argumento 5 – O preconceito socioeconômico é mais forte que o racial.

Texto para as questões de 13 a 18. O amor acaba (Paulo Mendes Campos) O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles momos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

13. A partir da leitura atenta do texto, é correto afirmar que: a) o autor, ao longo do texto, desconstrói sua tese inicial apresentando exemplos que, por serem triviais, não ilustram um posicionamento efetivo. b) a duração do amor está diretamente relacionada com o modo pelo qual esse sentimento é tratado pelas pessoas. c) as diferentes experiências retratadas reforçam o posicionamento que revela a noção de finitude atribuída ao amor.

Exercícios Complementares

QUESTÃO 19

A quebra de expectativa, que produz o humor da tira, baseia-se na quebra do pressuposto que sustenta a fala de Mafalda. Esse pressuposto é o de que a) o arbítrio é próprio da juventude. b) a palavra final é sempre da mãe. c) o poder de decisão é da pessoa adulta. d) a voz de comando é da posição superior.

20. Deveríamos viver a vida ou capturá-la? Um artigo recente no New York Times explora a onda explosiva de gravações de eventos feitas em smartphones , dos mais significativos aos mais triviais. Todos são, ou querem ser, a estrela de sua própria vida, e a moda é capturar qualquer momento considerado significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways , em que as máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico. Se você se depara com a morte, por que não compartilhar seus momentos derradeiros com aqueles que você deixou? Há um aspecto disso tudo que faz sentido; todos somos importantes, nossas vidas são importantes, e queremos que elas sejam vistas, compartilhadas, apreciadas. Mas há outro aspecto que leva a um desligamento com o momento. Estarão as pessoas esquecendo de estar presentes no momento, espalhando seu foco ao ver a vida através de uma tela? Você deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a para que os outros a vejam?

No segundo parágrafo, o emprego da conjunção “ou” sugere o seguinte pressuposto: a) não há estrelato fora do meio comercial b) o suporte escolhido não tem relevância c) talvez nem todos sejam importantes d) a vontade de ter sucesso é universal

Gabaritos

01. a) Indica que a situação piorou muito. Haverá, provavelmente, um aumento significativo de acidentes com balões, (a partir da constatação que o número de incidentes em 4 meses já é quase igual ao número de ocorrências no ano anterior.) b) Assim como "enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá-los em presídios por longos anos" resolveria os problemas que os balões causam (...) também resolveria o problema da pichação (se a mesma atitude severa fosse tomada em relação a estes últimos).

02. a) Na primeira manchete, a Petrobrás já foi vítima de furtos. Já na segunda, é que não havia o risco de epidemia da dengue anteriormente em Belo Horizonte. b) Os marcadores são "novos" e "vira".

03. Levando em consideração o país, fica implícita a falta de perspectivas de trabalho que sejam compatíveis com a qualificação do indivíduo.

04. O “horror” perseguia e persegue a vítima. O termo “ainda” pressupõe um evento anterior que ainda se processa. (O texto faz referência ao atentado ocorrido na Espanha em 2004.) 05. D 06. B 07. B 08. B 09. E 10. C 11. A 12. B 13. C 14. D 15. A 16. E 17. D 18. A 19. D 20. C