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ROMANOS. Prefácio bíblico por Martinho Lutero. ___. Este prefácio cobre todos os capítulos da carta de Paulo aos Romanos, e é.
Tipologia: Notas de aula
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PreUNIGRACE - UNIVERSIDADE DA GRAÇA | PALAVRA VIVA CHURCH Tradução Alemão - Inglês: Andrew Thornton, para o Saint Anselm College Humanities Program Tradução Inglês - Português: Filippe de Souza, para a Unigrace, Palavra Viva Church
Trabalho original: "Vorrede auff die Epistel S. Paul: an die Romer." em D. Martin Luther: Die gantze Heilige Schrifft Deudsch 1545 aufs new zurericht, ed. Hans Volz and Heinz Blanke. Munich: Roger & Bernhard. 1972, vol. 2, pp. 2254-2268. “Martin Luther, painted portrait”, pintura anônima, foto por Thierry Ehrmann
INTRODUÇÃO Comentário de Lutero Esta carta é, de fato, a peça mais importante do Novo Testamento. É o mais puro evangelho. Vale a pena para um cristão, não só memorizá-lo palavra por palavra, mas também para ocupar-se diariamente com ele, como se fosse o pão diário da alma. É impossível ler ou meditar demais nesta carta. Quanto mais se lê, mais precioso se torna e melhor é o gosto. Portanto, quero realizar meu serviço e, com esse prefácio, fornecer uma introdução à carta, na medida em que Deus me dê a capacidade, para que cada um possa obter o máximo entendimento possível dela. Até agora tem sido escurecida por glosas e por muitos comentários inúteis, mas é em si uma luz brilhante, quase brilhante o suficiente para iluminar toda a Escritura. Para começar, temos que nos familiarizar com o vocabulário da carta e saber o que São Paulo quer dizer com as palavras lei, pecado, graça, fé, justiça, carne, espírito etc. Caso contrário, não adianta lê-lo. Você não deve entender a palavra lei aqui de maneira humana, isto é, um regulamento sobre o que deve ou não deve ser feito. É assim que acontece com as leis humanas: você satisfaz as exigências da lei com as obras, quer seu coração esteja nela ou não. Deus julga o que está nas profundezas do coração. Por isso, sua lei também exige do profundo do coração e não deixa o coração repousar nas obras; antes, pune isso como hipocrisia e rejeita todas as obras não feitas das profundezas do coração. Todos os seres humanos são chamados de mentirosos (Salmo 116), uma vez que nenhum deles mantém ou pode manter a lei de Deus nas profundezas do coração. Todos encontram dentro de si uma aversão ao bem e uma ânsia pelo mal. Onde não há desejo livre para o bem, o coração não se coloca na lei de Deus. Também existe certamente o pecado e a merecida ira de Deus, quer surjam muitas boas obras e uma vida honrosa ou não. Portanto, no capítulo 2 , São Paulo acrescenta que os judeus são todos pecadores e diz que somente os praticantes da lei são justificados aos olhos de Deus. O que ele está dizendo é que ninguém é um praticante da lei pelas obras. Pelo contrário, ele lhes diz: "Ensinas que não se deve cometer adultério e comete adultério. Você julga o outro em uma determinada questão e se condena na mesma questão, porque você faz a mesma coisa que julgou em outro." É como se ele dissesse: "Exteriormente, você vive muito bem nas obras da lei e julga aqueles que não vivem da mesma maneira; você sabe como ensinar a todos. Você vê o cisco no olho de outro, mas não percebe a trave em seu próprio."
que prega Cristo: como ele é tanto Filho de Deus e homem, como ele morreu e ressuscitou por nossa causa. Paulo diz tudo isso nos capítulos 3, 4 e 10. É por isso que somente a fé faz alguém justo e cumpre a lei; fé é que traz o Espírito Santo através dos méritos de Cristo. O Espírito, por sua vez, torna o coração alegre e livre, como a lei exige. Então boas obras procedem da fé em si. É o que Paulo quer dizer no capítulo 3 quando, depois de ter rejeitado as obras da lei, ele parece querer abolir a lei pela fé. Não, ele diz, nós defendemos a lei através da fé, ou seja, nós a cumprimos através da fé. Pecado nas Escrituras significa não apenas obras externas do corpo, mas também todos aqueles movimentos dentro de nós que se elevam e nos impulsionam a fazer as obras externas, ou seja, a profundidade do coração com todos os seus poderes. Portanto, o fazer deve se referir a uma pessoa cair completamente em pecado. Afinal de contas, nenhuma obra externa de pecado acontece, a menos que uma pessoa se comprometa com ele completamente, de corpo e alma. Em particular, as Escrituras enxergam no coração, na raiz, principal fonte de todo pecado: a incredulidade no fundo do coração. Dessa forma, assim como a fé sozinha faz justiça e trás o Espírito e o desejo para realizar boas obras exteriores, é também a incredulidade sozinha que peca e exalta a carne e traz o desejo de realizar más obras exteriores. Foi isso que aconteceu com Adão e Eva no Paraíso (cf. Gênesis 3) É por isso que somente a incredulidade é chamada pecado por Cristo, como ele diz em João, capítulo 16: "O Espírito castigará o mundo por causa do pecado, porque não acredita em mim". Além disso, antes que boas ou más obras aconteçam, que são os bons ou maus frutos do coração, deve haver no coração fé ou incredulidade, a raiz, seiva e poder principal de todo pecado. É por isso que, nas Escrituras, a incredulidade é chamada a cabeça da serpente e do antigo dragão que a descendência da mulher, ou seja, Cristo, deve esmagar, como foi prometido a Adão (cf. Gênesis 3). Graça e dom diferem de forma que a graça realmente reflete a bondade de Deus ou favor que ele tem para nós e pelo qual ele está disposto a derramar Cristo e o Espírito com seus dons em nós, como se torna claro a partir do capítulo 5 , onde Paulo diz: Graça e dom estão em Cristo, etc. " Os dons e o Espírito aumentam diariamente em nós, mas não são completos, uma vez que maus desejos e pecados permanecem em nós, que combatem o Espírito, como Paulo diz no capítulo 7 , e em Gálatas, capítulo 5. E Gênesis, capítulo 3, proclama a inimizade entre a descendência da mulher e a da serpente. Mas a graça faz tanto assim: somos considerados completamente justos diante de Deus. A graça de Deus não está dividida em pedaços, assim como os dons, mas a graça nos leva completamente ao favor de Deus por causa de Cristo, nosso intercessor e mediador, para que os dons possam começar seu trabalho em nós.
Desta forma, então, você deve entender o capítulo 7 , onde São Paulo se apresenta como um pecador, enquanto no capítulo 8 ele diz que, por causa dos presentes incompletos e por causa do Espírito, não há nada condenável naqueles que são em Cristo. Porque nossa carne não foi morta, nós ainda somos pecadores, mas porque nós cremos em Cristo e temos o princípio do Espírito, Deus nos mostra seu favor e misericórdia, de forma que ele não percebe nem julga tais pecados. Em vez disso, ele nos trata de acordo com nossa crença em Cristo até que o pecado seja morto. Fé não é aquela ilusão humana e sonho que algumas pessoas pensam que é. Quando eles ouvem e falam muito sobre fé e ainda vêem que nenhuma melhoria moral e nenhuma boa obra resulta disso, eles caem em erro e dizem: "Fé não é suficiente. Você deve fazer obras se você quer ser virtuoso e chegar ao céu." O resultado é que, quando ouvem o Evangelho, tropeçam e fazem com suas próprias forças um conceito em seus corações que diz: "Eu acredito". Este conceito eles afirmam ser verdadeira fé. Mas, uma vez que é uma invenção e pensamento humanos e não uma experiência do coração, ela não realiza nada e assim não há nenhuma melhoria. A fé é uma obra de Deus em nós, que nos muda e nos faz nascer de novo de Deus (cf. João 1). Ele mata o velho Adão, nos torna pessoas completamente diferentes no coração, mente, sentidos e todos os nossos poderes, e traz o Espírito Santo com isto. Que coisa poderosa viva, criativa e ativa é a fé! É impossível que a fé pare de fazer o bem. A fé não pergunta se boas obras devem ser feitas, mas, antes de ser perguntado, elas foram feitas. Está sempre ativa. Quem não faz tais obras é sem fé; ele procura e pesquisa sobre fé e boas obras, mas não sabe o que é fé ou boas obras. Mesmo assim, ele tagarela com muitas palavras sobre fé e boas obras. A fé é uma confiança viva e inabalável na graça de Deus; é tão certa que alguém morreria mil vezes por ela. Esse tipo de confiança e conhecimento da graça de Deus torna a pessoa alegre, confiante e feliz com relação a Deus e a todas as criaturas. Isto é o que o Espírito Santo faz pela fé. Através da fé, a pessoa fará o bem a todos sem coerção, voluntariamente e com alegria; ele servirá a todos, sofrerá tudo pelo amor e louvor de Deus, que lhe mostrou essa graça. É tão impossível separar as obras da fé quanto é impossível separar o queimar e o resplandecer do fogo. Portanto, esteja atento contra suas próprias ideias falsas e contra os tagarelas que acham que são espertos o suficiente para fazer julgamentos sobre fé e boas obras, mas que na verdade são os maiores tolos. Peça a Deus para trabalhar a fé em você; caso contrário, você permanecerá eternamente sem fé, não importa o que você tente fazer ou criar. Agora justiça é justamente essa fé. É chamada de justiça de Deus ou aquela justiça que é válida aos olhos de Deus, porque é Deus quem a dá e a considera justiça por causa de Cristo, nosso
CAPÍTULO 1 Comentário de Lutero O primeiro dever de um pregador do Evangelho é, através de sua revelação da lei e do pecado, repreender e tratar como pecado tudo na vida que não tem o Espírito e fé em Cristo como sua base. Assim, ele levará as pessoas a um reconhecimento de sua condição miserável, e assim eles se tornarão humildes e ansiarão por ajuda. É o que São Paulo faz. Ele começa no capítulo 1 repreendendo os pecados grosseiros e a incredulidade que estão à vista, como eram (e ainda são) os pecados dos pagãos, que vivem sem a graça de Deus. Ele diz que, através do Evangelho, Deus está revelando sua ira do céu sobre toda a humanidade por causa da vida ímpia e injusta que eles vivem. Pois, embora eles saibam e reconheçam dia a dia que existe um Deus, ainda assim a natureza humana em si, sem graça, é tão má que não agradece nem honra a Deus. Essa natureza se cega e continuamente cai em iniquidade, chegando mesmo a cometer idolatria e outros pecados e vícios horríveis. Não tem vergonha de si mesmo e deixa tais coisas impunes nos outros. Texto Saudações de Paulo 1 Eu, Paulo, escravo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo e enviado para anunciar as boas-novas de Deus, escrevo esta carta. 2 Deus prometeu as boas-novas muito tempo atrás nas Escrituras Sagradas, por meio de seus profetas. 3 Elas se referem a seu Filho, que, como homem, nasceu da linhagem do rei Davi, 4 e, quando o poder do Espírito Santo o ressuscitou dos mortos, foi demonstrado que ele era o Filho de Deus. Ele é Jesus Cristo, nosso Senhor. 5 Por meio dele recebemos a graça e a autoridade, como apóstolos, de chamar os gentios em toda parte a crer nele e lhe obedecer, em honra de seu nome. 6 E vocês estão entre esses gentios chamados para pertencer a Jesus Cristo. 7 Escrevo a todos vocês que estão em Roma, amados por Deus e chamados para ser seu povo santo. Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
As boas-novas de Deus 8 Antes de tudo, quero dizer que, por meio de Jesus Cristo, agradeço a meu Deus por todos vocês, pois sua fé nele é comentada em todo o mundo. 9 O Deus a quem sirvo em meu espírito, anunciando as boas-novas a respeito de seu Filho, sabe como nunca deixo de me lembrar de vocês 10 em minhas orações, sempre pedindo, se for da vontade de Deus, uma oportunidade de ir vê-los. 11 Desejo muito visitá-los, a fim de compartilhar com vocês alguma dádiva espiritual que os ajude a se fortalecerem. 12 Quando nos encontrarmos, quero encorajá-los na fé, e também quero ser encorajado por sua fé. 13 Quero que saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas até agora fui impedido. Meu desejo é trabalhar entre vocês e ver frutos espirituais como tenho visto entre outros gentios, 14 pois sinto grande obrigação tanto para com os gregos como os bárbaros, tanto para com os instruídos como os não instruídos. 15 Por isso, aguardo com expectativa para visitá-los, a fim de anunciar as boas-novas também a vocês, em Roma. 16 Pois não me envergonho das boas-novas a respeito de Cristo, que são o poder de Deus em ação para salvar todos os que creem, primeiro os judeus, e também os gentios. 17 As boas-novas revelam como Deus nos declara justos diante dele, o que, do começo ao fim, é algo que se dá pela fé. Como dizem as Escrituras: “O justo viverá pela fé”. A ira de Deus contra o pecado 18 Assim, Deus mostra do céu sua ira contra todos que são pecadores e perversos, que por sua maldade impedem que a verdade seja conhecida. 19 Sabem a verdade a respeito de Deus, pois ele a tornou evidente. 20 Por meio de tudo que ele fez desde a criação do mundo, podem perceber claramente seus atributos invisíveis: seu poder eterno e sua natureza divina. Portanto, não têm desculpa alguma. 21 Sim, eles conheciam algo sobre Deus, mas não o adoraram nem lhe agradeceram. Em vez disso, começaram a inventar ideias tolas e, com isso, sua mente ficou obscurecida e confusa. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se tolos. 23 Trocaram a grandeza do Deus imortal por imagens de seres humanos mortais, bem como de aves, animais e répteis. 24 Por isso, Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração. Como resultado, praticaram entre si coisas desprezíveis e degradantes com o próprio corpo. 25 Trocaram a verdade sobre Deus pela mentira. Desse modo, adoraram e serviram coisas que Deus criou, em lugar do Criador, que é digno de louvor eterno! Amém. 26 Por isso, Deus os entregou a desejos vergonhosos. Até as mulheres trocaram sua forma natural de ter relações sexuais por práticas
CAPÍTULO 2 Comentário de Lutero No capítulo 2 , São Paulo estende sua repreensão àqueles que parecem exteriormente piedosos ou que pecam secretamente. Tais eram os judeus, e todos são ainda hipócritas, que vivem vidas virtuosas, mas sem ânimo e amor; em seu coração eles são inimigos da lei de Deus e gostam de julgar outras pessoas. É assim que acontece com os hipócritas: eles pensam que são puros , mas na verdade estão cheios de ganância, ódio, orgulho e todo tipo de imundície (cf. Mateus 23). Estes são os que desprezam a bondade de Deus e, pela dureza de seu coração, acumulam ira sobre si mesmos. Assim, Paulo explica a lei corretamente quando não deixa ninguém achar que está sem pecado, mas proclama a ira de Deus a todos os que querem viver virtuosamente por natureza ou por livre arbítrio. Ele os faz não ser melhores que os pecadores públicos; ele diz que eles são duros de coração e não se arrependem. Texto O julgamento de Deus 1 Talvez você pense que pode condenar esses indivíduos, mas é igual a eles e não tem desculpa! Quando diz que eles deveriam ser castigados, condena a si mesmo, porque você, que julga os outros, pratica as mesmas coisas. 2 E sabemos que Deus, em sua justiça, castigará todos que praticam tais coisas. 3 Uma vez que você julga outros por fazerem essas coisas, o que o leva a pensar que evitará o julgamento de Deus ao agir da mesma forma? 4 Não percebe quanto ele é bondoso, tolerante e paciente com você? Não vê que essas manifestações da bondade de Deus visam levá-lo ao arrependimento? 5 Mas, por causa de seu coração rebelde, você se recusa a abandonar o pecado, acumulando ira sobre si mesmo. Pois o dia da ira se aproxima, quando o justo juízo de Deus se revelará. 6 Ele julgará cada um de acordo com seus atos. 7 Dará vida eterna àqueles que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. 8 Mas derramará ira e indignação sobre os que vivem para si mesmos, que se recusam a obedecer à verdade e preferem entregar-se a uma vida de perversidade. 9 A todos que praticam o mal, ele trará aflição e calamidade: primeiro para os judeus, e também para os gentios. 10 Mas, a todos que fazem o bem, ele dará glória, honra e paz: primeiro para os judeus, e também para os gentios. 11 Pois Deus não age com favoritismo.
12 Assim, todos os que pecarem, mesmo não tendo a lei escrita de Deus, serão destruídos. E todos os que pecarem estando sob a lei de Deus, de acordo com essa lei serão julgados. 13 Pois o simples ato de ouvir a lei não nos torna justos diante de Deus, mas sim a obediência à lei é que nos torna justos aos olhos dele. 14 Até mesmo os gentios, que não têm a lei escrita, quando obedecem a ela instintivamente, mostram que conhecem a lei, mesmo não a tendo. 15 Demonstram que a lei está gravada em seu coração, pois sua consciência e seus pensamentos os acusam ou lhes dizem que estão agindo corretamente. 16 Isso se confirmará no dia em que Deus julgar os segredos de cada um por meio de Cristo Jesus, de acordo com as boas-novas que anuncio. Os judeus e a lei 17 Você, que se diz judeu, se apoia na lei de Deus e se orgulha de seu relacionamento especial com ele. 18 Conhece a vontade de Deus: sabe o que é certo, porque foi instruído em sua lei. 19 Está convencido de que é guia para os cegos e luz para os que estão perdidos na escuridão. 20 Considera-se capaz de instruir os ignorantes e ensinar os caminhos de Deus às crianças. Está certo de que a lei de Deus lhe dá pleno conhecimento e verdade. 21 Pois bem, se você ensina a outros, por que não ensina a si mesmo? Diz a outros que não roubem, mas você mesmo rouba? 22 Afirma que é errado cometer adultério, mas você mesmo adultera? Condena a idolatria, mas rouba objetos dos templos? 23 Você, que tanto se orgulha de conhecer a lei, desonra a Deus, desobedecendo à lei? 24 Não é de admirar que as Escrituras digam: “Os gentios blasfemam o nome de Deus por causa de vocês”. 25 A prática judaica da circuncisão só tem valor se você obedece à lei de Deus. Mas se você, que é circuncidado, não obedece à lei de Deus, não é diferente de um gentio incircuncidado. 26 E, se os incircuncidados obedecerem à lei de Deus, acaso não serão também considerados circuncidados? 27 De fato, os gentios incircuncidados que cumprem a lei de Deus condenarão você, judeu, que é circuncidado e tem a lei de Deus, mas não obedece a ela. 28 Pois ser judeu exteriormente ou ser circuncidado não torna ninguém judeu de fato. 29 Judeu verdadeiro é quem o é no íntimo, e circuncisão verdadeira é a do coração, feita pelo Espírito, e não pela letra da lei, recebendo assim a aprovação de Deus, e não das pessoas.
o ponto de vista humano.) 6 Claro que não! Se fosse assim, como Deus poderia julgar o mundo? 7 Alguém poderia argumentar, ainda: “Mas por que Deus me condena como pecador se minha mentira ressalta sua verdade e lhe traz mais glória?”. 8 E alguns até nos difamam, afirmando que dizemos: “Quanto mais pecarmos, melhor!”. Quem diz essas coisas merece condenação. Todos são pecadores 9 Pois bem, devemos concluir que nós, judeus, somos melhores que os outros? Não, de maneira nenhuma, pois já mostramos que todos, judeus ou gentios, estão sob o poder do pecado. 10 Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nem um sequer. 11 Ninguém é sábio, ninguém busca a Deus. 12 Todos se desviaram, todos se tornaram inúteis. Ninguém faz o bem, nem um sequer.” 13 “Sua conversa é repulsiva, como o odor de um túmulo aberto; sua língua é cheia de mentiras.” “Veneno de serpentes goteja de seus lábios.” 14 “Sua boca é cheia de maldição e amargura.” 15 “Apressam-se em cometer homicídio; 16 por onde passam, deixam destruição e sofrimento. 17 Não sabem onde encontrar paz.” 18 “Não têm o menor temor de Deus.” 19 É evidente que a lei se aplica àqueles a quem ela foi entregue, pois seu propósito é evitar desculpas e mostrar que todo o mundo é culpado diante de Deus. 20 Pois ninguém será declarado justo diante de Deus por fazer o que a lei ordena. A lei simplesmente mostra quanto somos pecadores.
Cristo tomou sobre si nosso castigo 21 Agora, porém, conforme prometido na lei de Moisés e nos profetas, Deus nos mostrou como somos declarados justos diante dele sem as exigências da lei: 22 somos declarados justos diante de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, e isso se aplica a todos que creem, sem nenhuma distinção. 23 Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus, 24 mas ele, em sua graça, nos declara justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo por nossos pecados. 25 Deus apresentou Jesus como sacrifício pelo pecado, com o sangue que ele derramou, mostrando assim sua justiça em favor dos que creem. No passado ele se conteve e não castigou os pecados antes cometidos, 26 pois planejava revelar sua justiça no tempo presente. Com isso, Deus se mostrou justo, condenando o pecado, e justificador, declarando justo o pecador que crê em Jesus. 27 Podemos então nos vangloriar de ter feito algo para sermos aceitos por Deus? Não, pois nossa absolvição não vem pela obediência à lei, mas pela fé. 28 Portanto, somos declarados justos por meio da fé, e não pela obediência à lei. 29 Afinal, Deus é Deus apenas dos judeus? Não é também Deus dos gentios? Claro que sim! 30 Existe um só Deus, e ele declara justos tanto judeus como gentios somente pela fé. 31 Então, se enfatizamos a fé, quer dizer que podemos abolir a lei? Claro que não! Na realidade, é só quando temos fé que cumprimos verdadeiramente a lei.
Texto Abraão como exemplo de fé 1 Do ponto de vista humano, Abraão foi o fundador de nossa nação. O que descobriu ele? 2 Se suas boas obras o tivessem tornado justo, ele teria motivo para se vangloriar, mas não perante Deus. 3 Pois as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus, e assim foi considerado justo”. 4 O salário daquele que trabalha não é um presente, mas um direito. 5 Contudo, ninguém é considerado justo com base em seu trabalho, mas sim por meio de sua fé em Deus, que declara justos os pecadores. 6 Davi também falou a esse respeito quando descreveu a felicidade daqueles que são considerados justos sem terem trabalhado para isso: 7 “Como são felizes aqueles cuja desobediência é perdoada, cujos pecados são cobertos! 8 Sim, como são felizes aqueles cujo pecado o Senhor não leva mais em conta!”. 9 Por acaso essa bênção é apenas para os judeus, ou se estende também aos gentios incircuncidados? Já dissemos que Deus considerou Abraão justo por meio de sua fé. 10 Mas como isso aconteceu? Ele foi considerado justo somente depois de ter sido circuncidado, ou antes disso? Está claro que foi antes de ele ser circuncidado. 11 A circuncisão era um sinal de que Abraão já possuía fé e de que Deus já o havia declarado justo, mesmo antes de ele ser circuncidado. Portanto, Abraão é o pai daqueles que têm fé mas não foram circuncidados. Eles são considerados justos por causa de sua fé. 12 E Abraão também é o pai daqueles que foram circuncidados, mas somente se tiverem o mesmo tipo de fé que Abraão tinha antes de ser circuncidado. 13 A promessa de que Abraão e seus descendentes herdariam toda a terra não se baseou em sua obediência à lei de Deus, mas sim no fato de ele ter sido considerado justo quando teve fé. 14 Portanto, se a herança prometida é apenas para aqueles que obedecem à lei, a fé é desnecessária, e a promessa, anulada. 15 Pois a lei traz ira sobre aqueles que tentam obedecer a ela. A única forma de não quebrar a lei é não ter lei nenhuma para quebrar!
16 É por isso que a promessa vem pela fé, para que ela seja segundo a graça e, assim, alcance toda a descendência de Abraão, não somente os que vivem sob a lei, mas todos que têm fé como a que teve Abraão. Pois ele é o pai de todos que creem. 17 Conforme aparece nas Escrituras: “Eu o fiz pai de muitas nações”. Isso aconteceu porque Abraão creu no Deus que traz os mortos de volta à vida e cria coisas novas do nada. 18 Mesmo quando não havia motivo para ter esperança, Abraão a manteve, crendo que se tornaria o pai de muitas nações. Pois Deus lhe tinha dito: “Esse é o número de descendentes que você terá!”. 19 E sua fé não se enfraqueceu, embora ele soubesse que, aos cem anos, seu corpo, bem como o ventre de Sara, já não tinham vigor. 20 Em nenhum momento a fé de Abraão na promessa de Deus vacilou. Na verdade, ela se fortaleceu e, com isso, ele deu glória a Deus. 21 Abraão estava plenamente convicto de que Deus é poderoso para cumprir tudo que promete. 22 Por isso, por sua fé, ele foi considerado justo. 23 E, quando Deus considerou Abraão justo, não o fez apenas para benefício dele. As Escrituras dizem 24 que foi também para nosso benefício, pois elas garantem que também seremos considerados justos por crermos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor. 25 Ele foi entregue à morte por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para que fôssemos declarados justos diante de Deus.
3 Também nos alegramos ao enfrentar dificuldades e provações, pois sabemos que contribuem para desenvolvermos perseverança, 4 e a perseverança produz caráter aprovado, e o caráter aprovado fortalece nossa esperança, 5 e essa esperança não nos decepcionará, pois sabemos quanto Deus nos ama, uma vez que ele nos deu o Espírito Santo para nos encher o coração com seu amor. 6 Quando estávamos completamente desamparados, Cristo veio na hora certa e morreu por nós, pecadores. 7 É pouco provável que alguém morresse por um justo, embora talvez alguém se dispusesse a morrer por uma pessoa boa. 8 Mas Deus nos prova seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores. 9 E, uma vez que fomos declarados justos por seu sangue, certamente seremos salvos da ira de Deus por meio dele. 10 Pois, se quando ainda éramos inimigos de Deus nosso relacionamento com ele foi restaurado pela morte de seu Filho, agora que já estamos reconciliados certamente seremos salvos por sua vida. 11 Agora, portanto, podemos nos alegrar em Deus, com quem fomos reconciliados por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. A diferença entre Adão e Cristo 12 Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram. 13 É fato que as pessoas pecaram antes que a lei fosse concedida, mas, porque ela não existia, seus pecados não foram levados em conta. 14 Mesmo assim, do tempo de Adão até o de Moisés, todos morreram, incluindo os que não desobedeceram a uma ordem explícita de Deus, como Adão desobedeceu. Na verdade, Adão é um símbolo, uma representação daquele que ainda haveria de vir. 15 Mas há uma grande diferença entre o pecado de Adão e a dádiva de Deus. Pois o pecado de um único homem trouxe morte para muitos. Ainda maior, porém, é a graça de Deus e sua dádiva que veio sobre muitos por meio de um único homem, Jesus Cristo. 16 E o resultado da dádiva de Deus é bem diferente do resultado do pecado de um único homem, pois enquanto o pecado de Adão levou à condenação, a dádiva de Deus nos possibilita ser declarados justos diante dele, apesar de nossos muitos pecados. 17 A morte reinou sobre muitos por meio do pecado de um único homem. Ainda maior, porém, é a graça de Deus e sua dádiva de justiça, e todos que a recebem reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo. 18 É verdade que um só pecado de Adão trouxe condenação a todos, mas um só ato de justiça de Cristo removeu a culpa e trouxe vida a todos. 19 Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa a Deus, muitos serão declarados justos.
20 A lei foi concedida para que todos percebessem a gravidade do pecado. Mas, à medida que o pecado aumentou, a graça se tornou ainda maior. 21 Portanto, assim como o pecado reinou sobre todos e os levou à morte, agora reina a graça, que nos declara justos diante de Deus e resulta na vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.