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“Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. O trecho mostra bem a atitude de crítica à visão de patriotismo que foi desenvolvida pelo romantismo e ...
Tipologia: Exercícios
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O pré-modernismo surge com as obras “Os Sertões” de Euclides da Cunha e “Canaã” de Graça Aranha. Chamamos de pré-modernismo a uma fase de transição da literatura brasileira que vai do final do século XIX até a Semana de Arte Moderna de 1922. Pontificam aqui alguns autores que, se não podem ser considerados modernistas, pelo menos se distanciam do conservadorismo parnasiano que existia no período. Podemos dizer que se delineia uma certa consciência de ruptura, uma recusa em aceitar o arcaísmo e o academicismo reinantes.
É verdade que este período apresentou uma grande diversidade de estilos e visões de mundo, que se encontra, contudo, no desejo de problematizar nossa realidade sóciocultural. Esse desejo pode ser sintetizado em alguns pontos:
É possível verificar que neste período convivem tendências conservadoras e renovadoras , tornando seu estudo um tanto delicado. Devemos considerar como aspecto conservador a forma que se mantém tradicional como havia se consagrado entre os realistas e naturalistas, no final do séc. XIX. O aspecto renovador está ligado diretamente ao conteúdo, que demonstra senso crítico e apresenta uma nova visão da sociedade brasileira. O Brasil não é mais aquele país “berço esplêndido” de que o poeta
Gonçalves Dias sentia tanta saudade quando estava estudando em Portugal.
São estes alguns aspectos problemáticos da realidade brasileira: a miséria e o subdesenvolvimento nordestinos; a miséria do caboclo paulista e o anacronismo das práticas agrícolas; os novos problemas trazidos pela urbanização, tais como: o subúrbio, as greves, o jogo do bicho, os pobres, etc.
O que você lerá a seguir é uma parte do romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. O trecho mostra bem a atitude de crítica à visão de patriotismo que foi desenvolvida pelo romantismo e que impregnou fundamentalmente o espírito nacional.
Livro da Coleção “Estadão é muito mais jornal’’
“Olga e o marido passaram no “Sossego” cerca de quinze dias. O marido, ao fim de uma semana, já parecia cansado. Os passeios não eram muitos. Em geral, os nossos lugarejos são de uma grande pobreza do pitoresco; há um ou dois lugares célebres, assim como na Europa cada aldeia tem a sua curiosidade histórica.
Em Curuzu, o passeio afamado era o Carico, uma cachoeira distante duas léguas da casa de Quaresma, para as bandas das montanhas que Ihe barravam o horizonte fronteiro. O doutor Campos já travara relações com o major e, graças a ele, houve cavalos e silhão que também permitisse à moça ir à cachoeira.
Foram de manhã, o presidente da Câmara, o doutor, sua mulher e a filha de Campos. O lugar não era feio. Uma pequena cachoeira, de uns quinze metros de altura, despenhava-se em três partes, pelo flanco da montanha abaixo. A água estremecia na queda, como que se enrodilhava e vinha pulverizar-se numa grande bacia de pedra, mugindo e roncando. Havia muita verdura e como que toda a cascata vivia sob uma abóbada de árvores. O sol coava-se dificilmente e vinha faiscar sobre a água ou sobre as pedras em pequenas manchas, redondas ou oblongas. Os periquitos, de um verde mais claro, pousados nos galhos, eram como as incrustações daquele salão fantástico.
Olga pôde ver tudo isso bem à vontade, andando de um para outro lado, porque a filha do presidente era de um silêncio de túmulo e o pai desta tomava com o seu marido informações sobre novidades medicinais: como se cura hoje erisipela? Ainda se usa muito o tártaro emético?”
O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? E não havia gado, nem grande nem pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro. Por quê? Mesmo nas fazendas, o espetáculo não era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. A não ser o café e um milharal, aqui e ali, ela não pôde ver outra lavoura, outra indústria agrícola. Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar. As populações mais acusadas de preguiça traba lham relativamente. Na África, na Índia, na Conchinchina, em toda a parte, os casais, as famílias, as tribos, plantam um pouco, algumas cousas para eles. Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!... Pensou em ser homem. Se o fosse passaria ali e em outras localidades meses e anos; indagaria, observaria e com certeza havia de encontrar o motivo e o remédio. Aquilo era uma situação do camponês da Idade Média e começo da nossa: era o famoso animal de La Bruyère que tinha face humana e voz articulada... Como no dia seguinte fosse passear ao roçado do padrinho, aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o tagarela Felizardo. A faina do roçado ia quase no fim; o grande trato da terra estava quase inteiramente limpo e subia um pouco em ladeira a colina que formava a lombada do sítio. Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; Anastácio estava no alto, na orla do mato, juntando, a ancinho, as folhas caídas. Ela Ihe falou. --- Bons dias, “sá dona”. --- Então trabalha-se muito, Felizardo? --- O que se pode. --- Estive ontem no Carico, bonito lugar... Onde é que você mora, Felizardo? --- É doutra banda, na estrada da vila. --- É grande o sítio de você? --- Tem alguma terra, sim senhora, “sá dona”. --- Você por que não planta para você? do livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma’’ da Editora Klick --- “Quá sá dona!” O que é que a gente come?
Quaresma chegou a seu quarto despiu-se, enfiou a camisa de dormir e, deitado, pôs-se a ler um velho elogio das riquezas e opulências do Brasil. A casa estava em silêncio; do lado de fora, não havia a mínima bulha. Os sapos tinham suspendido um instante a sua orquestra noturna. Quaresma lia; e lembrava-se que Darvin escutava com prazer esse concerto dos charcos. Tudo na nossa terra é extraordinário! pensou. Da despensa, que ficava junto a seu aposento, vinha um ruído estranho. Apurou o ouvido e prestou atenção. Os sapos recomeçaram o seu hino. Havia vozes baixas, outras mais altas e estridentes; uma se seguia à outra, num dado instante todas se juntaram num unissono sustentado. Suspenderam um instante a música. O major apurou o ouvido; o ruído continuava. Que era? Eram uns estalos tênues; parecia que quebravam gravetos, que deixavam outros cair ao chão... Os sapos recomeçaram; o regente deu uma martelada e logo vieram os baixos e os tenores. Demoraram muito; Quaresma pôde ler umas cinco páginas. Os batráquios pararam; a bulha continuava. O major levantou-se, agarrou o castiçal e foi à dependência da casa donde partia o ruído, assim mesmo como estava, em camisa de dormir. Abriu a porta; nada viu. Ia procurar nos cantos, quando sentiu uma ferroada no peito do pé. Quase gritou. Abaixou a vela para ver melhor e deu com uma enorme saúva agarrada com toda a fúria à sua pele magra. Descobriu a origem da bulha. Eram formigas que, por um buraco no assoalho, Ihe tinham invadido a despensa e carregavam as suas reservas de milho e feijão, cujos recipientes tinham sido deixados abertos por inadvertência. O chão estava negro, e carregadas com os grãos, elas, em pelotões cerrados, mergulhavam no solo em busca da sua cidade subterrânea. Quis afugentá-las. Matou uma, duas, dez, vinte, cem; mas eram milhares e cada vez mais o exército aumentava. Veio uma, mordeu-o, depois outra, e o foram mordendo pelas pernas, pelos pés, subindo pelo seu corpo. Não pôde aguentar, gritou, sapateou e deixou a vela cair. Estava no escuro. Debatia-se para encontrar a porta; achou e correu daquele ínfimo inimigo que, talvez, nem mesmo à luz radiante do sol, o visse distintamente...” Lima Barreto
Nasceu no município de Cantagalo (Rio de Janeiro), em 1866, e morreu no Rio de Janeiro, em 1909.
Os Sertões, Contrastes e Confrontos, Peru Versus
Bolívia, À Margem da História, Canudos, Diário de uma
Expedição.
Em “ Os Sertões ”, principal obra de Euclides da Cunha, aparece o problema da destruição de Canudos. O livro divide-se em três partes: a Terra , o Homem e a Luta. Tal divisão evidencia a existência de um modelo claramente determinista. A obra é o resultado da fusão e reelaboração de artigos que o autor enviava, como
correspondente, ao jornal “O Estado de São Paulo”.
No ano de 1897, Euclides da Cunha foi enviado a Canudos pelo jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”, para fazer a cobertura jornalística de Revolta, permanecendo lá durante três meses, de agosto a outubro. Ao voltar para São Paulo, inicia sua obra-prima “Os Sertões”, também conhecida como “Tragédia da Nacionalidade Brasileira”. Este romance, misto de literatura e de sociologia, é a primeira obra brasileira a denunciar a miséria e o subdesenvolvi- mento. Está dividida em três partes:
A Terra
Nesta parte, Euclides faz um apanhado geral dos caracteres geológicos e topográficos das regiões que medeiam entre o Rio Grande do Norte e o Sul de Minas Gerais, de modo particular a bacia do Rio São Francisco. É uma descrição abundante das regiões sertanejas de Monte Santo (Canudos), que abrangem os rios Vaza- Barris e Itapicurus. O escritor analisa as causas da seca e aponta o homem como um “agente geológico de destruição”, que pratica uma agricultura selvagem e primitiva, baseada nas queimadas, arrasando florestas e criando verdadeiros desertos, onde o ciclo das secas se torna insuportável.
O Homem
Nesta parte, Euclides pretende apresentar um estudo genérico sobre os elementos étnicos do homem brasileiro, os caracteres da sua índole e sua distribuição pelo território nacional. Aborda a questão das raças (índio, português e negro) e de sub-raças (mestiços). Sua maior crítica é sobre estes últimos que, segundo Euclides, na sua formação evolucionista são produtos do cruzamento de dois elementos étnicos: um superior e outro inferior. Em virtude disto, os mestiços (mulatos, cafuzos, mamelucos) são decaídos “sem a energia física dos ascendentes selvagens e sem a intensidade intelectual dos ancestrais superiores”. Se o mestiço vive em meio aos elementos étnicos superiores se desequilibra, se atrofia, se degrada; o mesmo, porém, não se dá com o mestiço que vive com os elementos inferiores. É o caso dos nossos mestiços do litoral e os do sertão (os sertanejos): “O sertanejo é antes de tudo um forte. Não tem o raquitismo dos mestiços neurastênicos do litoral.” Disserta, então, sobre os dois tipos de mestiços: o do norte ( o vaqueiro) e o do sul ( o gaúcho). Segue-se o relato dos usos, costumes, religião e índole do vaqueiro. Como preparação aos episódios de Canudos, Euclides expõe a genealogia de Antônio Conselheiro, comentando fatos de seus antepassados que cometeram crimes e vinganças. O Messias, então, se fixa naquele lugar, uma fazenda abandonada, que se transformaria no “Arraial de Canudos”. Os sertanejos afluem de todas as partes e formam uma sociedade insólita dentro do Brasil.
Euclides Rodrigues da Cunha (1866 a 1909). Autor de “Os Sertões”, 1ª obra brasileira a denunciar a miséria eo subdesenvolvimento.
Monteiro Lobato é estudado aqui como um pré-modernista, por suas duas maiores características fundamentais em sua obra de ficção: o regionalismo e a denúncia da realidade brasileira. No entanto, no plano puramente estético, Lobato assumiu posições anti-modernistas, como bem atesta o seu artigo sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, intitulado “Paranoia ou Mistificação”.
Como regionalista, o autor nos dá a dimensão exata do Vale do Paraíba paulista do início do século XX, sua decadência, seus costumes e sua gente. Só mais tarde o autor toma consciência da realidade daquela população subnutrida, marginalizada socialmente, sem acesso à cultura, acometida de toda sorte de doenças endêmicas.
Este é o traço mais importante da ficção lobatiana: a descrição e a análise do tipo humano característico da região, o caboclo Jeca Tatu, a princípio chamado de vagabundo e indolente.
“Urupês”, “Ideias de Jeca Tatu”, “Cidades Mortas” e “O Sítio do Pica-pau Amarelo” (Literatura infantil lobatiana, que além do caráter moralista e pedagógico, não abandona a luta pelos interesses nacionais.)
Autor brasileiro das grandes obras: Urupês,Ideias de Jeca Tatu, O sítio do Pica-pau Amarelo,etc.
Como poeta, sua obra é de grande originalidade. Considerado por alguns como poeta simbolista, Augusto dos Anjos apresenta na verdade uma experiência única na literatura universal: a união do simbolismo com o cientificismo naturalista. Por isso, dado o caráter sincrético de sua poesia, convém situá-lo entre o grupo pré-modernista. Os poemas de sua única obra, “Eu” (1912) , chocam pela agressividade do vocabulário e pela visão dramaticamente angustiante da matéria, da vida e do cosmos. Integram a linguagem termos até então considerados antipoéticos, como escarro, verme, germe , etc. Os temas, igualmente, são inquietantes: a prostituta, as substâncias químicas que compõem o corpo humano, a decrepitude dos cadáveres, os vermes, o sêmen, etc.
“Psicologia de um vencido”
Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância A influência má dos signos do Zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme ---- este operário das ruínas. Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!
Na tarde de 25 de fevereiro de 45, faleceu Mário de Andrade, que pedira num de seus poemas:
Mário de Andrade
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-pre-mod-
ernismo.htm
https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-so-
bre-pre-modernismo.htm
http://cantinhomaissaber.blogspot.com/2016/09/pre-modernismo-20-exercicios-com.html
https://enem.estuda.com/questoes/?cat=12&subcat=
https://exerciciosweb.com.br/portugues/exercicios-sobre-o-pre-modernismo/
https://suportegeografico77.blogspot.com/2019/09/questoes-sobre-euclides-da-cunha.
html
https://suportegeografico77.blogspot.com/2019/09/questoes-sobre-lima-barreto.html
http://voupassarnaesa.blogspot.com/p/pre-modernismo-10-exercicios-com.html
https://www.stoodi.com.br/blog/enem/3-questoes-sobre-monteiro-lobato-que-cai-
ram-no-enem/
https://suportegeografico77.blogspot.com/2019/09/questoes-sobre-monteiro-lobato.html