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práxis psicopedagógica: - por onde começar?, Notas de aula de Diagnóstico

Estudar a importância do Psicopedagogo argentino Jorge Visca, no contexto histórico da ... “Nessa época, os psicopedagogos prendiam-se a uma concepção.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA:
POR ONDE
COMEÇAR?
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Jorge Visca: o Pai da Psico-
pedagogia • A Epistemologia Convergente • O Enquadramento e o Contrato • O Diagnóstico • A
Gnosiologia e o Processo Corretor.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar a importância do Psicopedagogo argentino Jorge Visca, no contexto histórico da psicope-
dagogia
Discutir os enfoques teóricos, técnicos e metodológicos de atendimento e avaliação de
acordo com a epistemologia convergente de Jorge Visca
Instrumentalizar o psicopedagogo para
a elaboração e execução das temáticas da epistemologia convergente: enquadramento e contrato
Conceituar avaliação no processo diagnóstico da epistemologia convergente
• Conceituar a gnosio-
logia e o processo corretor da epistemologia convergente.
PROFESSORA
Doutora Cristina Cerezuela
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PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA:

POR ONDE

COMEÇAR?

PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Jorge Visca: o Pai da Psico- pedagogia • A Epistemologia Convergente • O Enquadramento e o Contrato • O Diagnóstico • A Gnosiologia e o Processo Corretor. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

  • Estudar a importância do Psicopedagogo argentino Jorge Visca, no contexto histórico da psicope- dagogia • Discutir os enfoques teóricos, técnicos e metodológicos de atendimento e avaliação de acordo com a epistemologia convergente de Jorge Visca • Instrumentalizar o psicopedagogo para a elaboração e execução das temáticas da epistemologia convergente: enquadramento e contrato • Conceituar avaliação no processo diagnóstico da epistemologia convergente • Conceituar a gnosio- logia e o processo corretor da epistemologia convergente.

PROFESSORA Doutora Cristina Cerezuela

INTRODUÇÃO

Olá, seja bem-vindo(a)! Você já tem o conhecimento de como a aprendizagem revoluciona o desenvolvimento humano. Jorge Visca (1935-2000) defendia que, “para uma pessoa, a aprendizagem abre o caminho da vida, do mundo, das pos- sibilidades, até de ser feliz” (VISCA, 2008, p. 7). Não é, de certa forma, um pensamento lindo e poético? Relacionar a aprendizagem com a felicidade é algo extraordinário, não é mesmo? Essa é reflexão inicial que faremos para adentrar na discussão do conhecimento que envolve a área da psicopedagogia. Em nosso cotidiano já nos deparamos, alguma vez, com a situação de não conseguir aprender algo plenamente. É desconfortável, concorda? Tal- vez não tenhamos vivido esse transtorno, mas podemos conhecer alguém que apresenta alguma dificuldade ou impedimento de aprender algum saber, quer de forma específica, quer de forma generalizada. A questão é: “o que fazer quando a pessoa não aprende?” Nesta unidade vamos estudar a epistemologia convergente. Você verá os pressupostos teóricos essenciais para sua futura prática profissional. O saber psicopedagógico e as ciências correlatas, bem como o modelo de avaliação e diagnóstico que envolve a teoria criada por Jorge Visca. Para ter segurança na escolha dos instrumentos para a realização de uma avaliação psicopedagógica, você precisa estudar o princípio de análise do sujeito sistêmico. É necessário rigor teórico e prático para que a hipótese diagnóstica seja a mais fidedigna possível. Por isso, neste estudo, você co- nhecerá as cinco unidades temáticas da epistemologia convergente, a saber: enquadramento, contrato, diagnóstico, gnosiologia e processo corretor. Fundamentamos a escrita principalmente nas fontes primárias do pró- prio criador da teoria. Isso permite que você tenha acesso à estruturação original, sem as interferências dos intérpretes e psicopedagogos contem- porâneos. Não é que a dinâmica evolucionista própria das demandas da sociedade não seja benéfica, mas o fazemos pelo compromisso de oferecer a você a gênese do postulado. Bom estudo!

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das ciências pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica, neuropsico- lógica e psicolinguística para uma compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem humana (KIGUEL, 1990, p. 25).

Podemos inferir que foi devido às necessidades do atendimento de crianças com distúrbio de aprendizagem que a psicopedagogia surgiu. É bastante significativo o número de alunos que apresentam dificuldades na leitura, na ortografia, na escrita e mesmo no pensamento, exigindo uma abordagem terapêutica. Dado este fato, fica implícita a necessidade de ação do psicopedagogo. De acordo com Weiss (1999), o psicopedagogo é capaz de colaborar para que o aluno estabeleça, com o ato de aprender, uma relação prazerosa e desafiadora, superando seus limites. Para Bossa (2007), na década de 1960, temos a expansão da psicopedagogia. Devido aos fatores do fracasso escolar e do desenvolvimento físico e psicológico do aluno, os psicopedagogos se prendem a um conceito de que os indivíduos que apresentam quaisquer tipos de dificuldades no âmbito escolar são vistos como pessoas com disfunções psiconeurológicas.

Nessa época, os psicopedagogos prendiam-se a uma concepção organicista e linear, com conotação nitidamente patolizante, que encarava os indivíduos com dificuldades na escola como portadores de disfunções, mentais e/ou psicológicos (SCOZ, 1994, p. 23).

Os primeiros cursos de especialização em psicopedagogia no Brasil ocorreram ao final da década de 70, com o objetivo de complementar a formação de psicó- logos e educadores que buscavam soluções para os problemas encontrados em seus alunos ou clientes. O primeiro registro do curso de psicopedagogia ocorreu no ano de 1954, oferecido pelo Centro de Pesquisa e Orientação Educacional (CPOE). Com isso, criou-se o Departamento de Educação Especial para crianças excepcionais. Então no ano de 1967, temos a criação de um curso com duração de dois anos para professores especializados no atendimento psicopedagógico das clínicas de leitura, oferecido pela CPOE. A psicopedagogia vem consolidando a sua identidade e seu campo de atuação próprios, que avançam progressivamente como saber científico e fortalecem as possibilidades do seu reconhecimento profissional.

UNICESUMAR A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) foi fundada em 12 de novembro de

  1. Ela agrega psicopedagogos brasileiros com a finalidade de propiciar-lhes o desen- volvimento, a divulgação e o aprimoramento dessa área do conhecimento. Para saber mais, acesse o site www.abpp.com.br e fique por dentro! Fonte: a autora.

explorando Ideias

Segundo a ABPp (2019), a psicopedagogia é uma área de conhecimento que está se estruturando como um corpo teórico próprio. Seu saber científico está asso- ciado à intersecção das ciências pedagógicas e da saúde afetas ao entendimento do processo de aprendizagem. Conforme Bossa (2007), os primeiros traços da psicopedagogia aconteceram na França no início do século XIX atrelados à Medicina, Psicologia e Psicanálise, para ação terapêutica em crianças que tinham lentidão ou dificuldades para aprender. Foi a psicopedagogia argentina que influenciou a práxis brasileira. Jorge Vis- ca é o psicopedagogo que trouxe a psicopedagogia ao Brasil. Ele desenvolveu a epistemologia convergente, que é um método de trabalho que fundamenta a prática dessa área de saber. A epistemologia convergente propõe um método clínico que envolve três áreas de estudo da psicologia: a psicogenética, a psicanálise e a psicologia social. Essa fundamentação teórica se dá, em principal, pelo fato de Jorge Visca ter se gra- duado em Ciências da Educação e em Psicologia Social. Ele se formou em Ciência Social, em 1966, na Universidad Nacional de Buenos Aires, e em psicologia social pela Escuela Privada de Enrique Pichon-Rivière, em 1971 (VISCA, 1991). Os primeiros grupos de estudos psicopedagógicos no Brasil surgiram por volta da década de 60. Iniciaram-se os cursos na área de psicopedagogia, mas ga- nharam força apenas na década de 90 e, a partir daí, vêm se firmando no mundo do trabalho e se estabelecendo como profissão (YAEGASHI, 1992). Jorge Visca (1987, 1991, 1997) desenvolveu em sua teoria a importância do entendimento de que a aprendizagem da criança deve ser analisada e observada individualmente e na coletividade em que a criança se encontra. Isto é, observar cada uma dessas áreas do contexto da criança e, ao mesmo tempo, observar a criança individualmente. A aprendizagem ou a não-aprendizagem da criança

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Axiomas, por definição, são verdades inquestionáveis universalmente válidas. Muitas ve- zes, a palavra axioma pode ser empregada como princípio na construção de uma teo- ria ou, também, como base para uma argumentação. Para saber mais sobre o conceito de axioma relacionado à aprendizagem, leia o artigo do Prof. Vitor da Fonseca no link disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/artigosautor/1/Vitor%20da% Fonseca. Fonte: a autora.

explorando Ideias

dições para raciocinar, para desejar aprender, o vínculo afetivo despendido para situações de aprendizagem, a forma de aprender e a comunicação com o outro. Visca (1987, 1991, 2014) tem como objeto de estudo o processo de aprendiza- gem. Esse pressuposto teórico, fundamentado nas três áreas mencionadas, propõe um esquema evolutivo da aprendizagem, que vai além do cognitivo, afetivo e das carências sociais de formas isoladas. Ao contrário, propõe uma visão integrada, visto que, por essa interação, é possível entender o indivíduo com uma unidade. Para o autor, o conhecimento da psicanálise se encarrega de observar o mun- do inconsciente do sujeito, sua dinâmica e seus vínculos com a aprendizagem. O conhecimento da psicogenética de Piaget auxilia a estabelecer os processos construtivos do conhecimento da criança e como ela opera cognitivamente dian- te dos desafios do ensino. A terceira área dessa fusão de saberes, o conhecimento da psicologia social, en- carrega-se da análise da constituição do sujeito em relação à família e a outros grupos e instituições que estão ligadas à aprendizagem e seu processo de desenvolvimento. Você sabia que todo modelo teórico se constrói sobre alguns pontos de par- tida que são aceitos como verdadeiros, denominados axiomas?

Então, quais e quantos são os axiomas da epistemologia convergente? São três: o interacionismo, o estruturalismo e o construtivismo. ■ Interacionismo: entende que a aprendizagem acontece a partir das in- terações do sujeito com o meio. A aprendizagem é entendida como um processo intrapsíquico, e a educação, como processo interpsíquico. ■ Estruturalismo: entende que a aprendizagem não é função isolada, que se produz na relação entre a intensidade e a frequência do estímulo, mas decorre do compromisso total da personalidade, acontecendo somente na relação com o meio externo.

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Comunitário

Institucional

Grupal

Construtivismo: entende que aprendizagem é uma construção paulatina configurada na relação com o meio. Como você já deve estar estudando, a aprendizagem de algo novo é um processo que ocorre em dois estágios psicológicos: o estágio interpsíquico e o estágio intrap- síquico. É por esse motivo que, nos estudos da psicopedagogia, valoriza-se o olhar para a criança envolvendo as análises das relações coletivas e das relações individuais. Visca (1997), em seu livro La Psicopedagogia, descreve que o indivíduo é um organismo que aprende e, da mesma forma, o grupo, a instituição e a comunidade também aprendem. O autor apresenta dois esquemas sobre esse assunto: o nível de integração coletiva, para a aprendizagem de um grupo, e o nível individual. Ressalta, ainda, que a formação em grupo não significa um agregado de pessoas, e sim a constituição de um organismo sistêmico que interfere na aprendizagem coletiva e no indivíduo em específico. Analise o esquema a seguir e reflita sobre a importância do olhar para o sujeito sistêmico:

Figura 2 - Níveis e integração Coletiva / Fonte: Visca (1997, p. 52). As integrações coletivas influenciam o processo de aprendizagem da criança e também se constituem em processos de aprendizagem intragrupal, no sentido de que o comportamento da totalidade é consolidado grupo. Você já deve ter observado em seu cotidiano que, às vezes, fazemos a mesma inter- venção ou temos as mesmas atitudes e obtemos resultados diferentes de acordo com o grupo em que estamos inseridos ou atuando. Se você é docente, pode compreender

UNIDADE 1

O ENQUADRAMENTO

E O CONTRATO

Neste tópico, você estudará duas temáticas importantes para a organização do trabalho psicopedagógico: o enquadramento e o contrato. Esses documentos são formas de assegurar os combinados iniciais durante todo o processo.

O enquadramento

De acordo com Jorge Visca (1987), enquadramento, em seu significado mais amplo, é caracterizado por conter um marco, ou seja delimita a situação. Isto é, uma definição das variáveis que compõem o processo psicopedagógico, tornan- do-as constantes ou, em outras palavras, “enquadradas”. É realizado na entrevista contratual com os pais, para a qual são utilizadas algumas constantes, tais como tempo, lugar, frequência, duração e caixa de trabalho. ■ Tempo (50 minutos). ■ Lugar. ■ Frequência. ■ Duração do tratamento: de tempo não limitado, limitado em função do tempo ou em função de um déficit. ■ Caixa de trabalho: conjunto de objetos reais, selecionado a partir do diag- nóstico.

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■ Interrupções regradas: são as condutas permitidas ou esperadas, feriados, férias, entre outros. ■ Honorários: valores e sistema de remuneração.

Sobre os graus de afastamento do enquadre, Visca (1987) utiliza o instrumento conceitual elaborado por Pichon Rivière, que o denomina “Cone Invertido”. Ele serve para avaliar a conduta do sujeito, assim como a do Psicopedagogo. O cone invertido recebe esse nome pela sua representação gráfica. Apresenta seis vetores de análise: os da esquerda – pertença, cooperação e pertinência – e os da direita: comunicação, aprendizagem e telé.

Figura 4 - Graus de afastamento do enquadramento / Fonte: Visca (1987, p. 38).

Para entender os vetores da esquerda: ■ Pertença: sentimento de sentir-se parte, de estar na situação, podendo ser positiva ou negativa. ■ Cooperação: consiste nas ações com o outro. ■ Pertinência: eficácia com que se realiza as ações.

Esses três vetores são cumulativos, ou seja, não haverá “pertinência” se não houver a “cooperação”, e esta não existirá se não houver a “pertença”. Eles dizem respeito ao resultado de uma mudança qualitativa que é indicada, durante o tratamento, pela observação dos vetores da direita.

Pertença Comunicação

Aprendizagem

Mudança

Cooperação

Pertinência Telê

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Figura 5 - Relação integrada entre os vetores / Fonte: Visca (1987, p. 39).

Figura 6 - O funil / Fonte: Visca (1987, p. 39).

Pertença Comunicação

Aprendizagem

Mudança

Cooperação

Pertinência Telê

Pertença Comunicação

Aprendizagem

Mudança

Cooperação

Pertinência Telé

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A posição do cone invertido e o fato de se encontrar aberto em sua parte superior levaram o autor Pichon Rivière a chamá-lo de “o funil”, porque, como dizia ele, era o meio pelo qual se ascendia a uma nova situação. Entre as formas ou graus positivos e negativos e a transformação de pertença em cooperação, e desta para pertinência, verifica-se um contínuo. Com a prática psicopedagógica, você compreenderá que o cone invertido é um esquema muito útil para analisarmos o grau de resistência ou de propen- são à mudança. Visca (1987, p. 43) nos alerta para a evidência e a sutileza dos indicadores em relação às resistências ou propensão às mudanças: “um e outro são diferentes e, muito frequentemente, um indicador evidente também o é de resistências mínimas, enquanto outro sutil revela resistências máximas”.

O contrato

Quando Jorge Visca publicou a primeira edição de sua teoria, em 1985, ele definia o contrato “[...] como um acordo verbal entre duas ou mais pessoas: psicopeda- gogo e paciente ou psicopedagogo, paciente e seus pais” (VISCA, 1987, p. 44). Atualmente, a prática é realizar um contrato formal, por escrito e em duas vias, sendo uma para o contratante e a outra para o contratado.

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Figura 7- Modelo de contrato / Fonte: acervo da autora.

O contrato é uma forma de assegurar as contratantes realizadas no acordo, dando segurança aos envolvidos. Cada psicopedagogo adapta o modelo de contrato para sua realidade. Se você já estivesse atendendo, como faria o seu contrato? Já pensou sobre isso? Você pode fazer esse exercício de duas maneiras: uma pensando como contratada (o que poderia oferecer como diferencial); e outra, como contratante. Vamos lá?

CONTRATANTE: Sr(a) RG n. Residente na Bairro , Cidade , Fone: Os deveres do contratante acima estão relacionados nos seguintes termos: Cláusula 1ª. Participar das entrevistas quando solicitado. Cláusula 2ª. Não omitir ou negligenciar fatos que possam comprometer o diagnóstico. Cláusula 3ª. Cooperar com o diagnóstico, acatando as possíveis orientações do terapeuta. Cláusula 4ª. Não faltar às sessões. Caso ocorra, deve ser justificado com antecedência. Essa falta não será abatida no valor mensal do diagnóstico. Cláusula 5ª. O responsável deverá entregar e retirar a criança no horário estabelecido, atrasos não serão tolerados. Cláusula 6ª. Crianças menores de 13 anos deverão estar acompanhadas de responsáveis maiores no trajeto consultório/casa, salvo termo de responsabilidade dos responsáveis. Cláusula 7ª. Dias inativos por feriados, nos quais o atendimento pode ser inviabilizado, não eximem o pagamento e o atendimento não pode ser remarcado. Cláusula 8ª. O valor da mensalidade referente às sessões é de R$ , ( ) mensais, sendo atendimento(s) por semana, iniciando dia .. Cláusula 9ª. A data de pagamento das mensalidades dos atendimentos será até o dia 10 de cada mês. Paragrafo Único - Pontualidade nas datas de pagamentos das mensalidades dos atendimentos, evitando maiores transtornos. Cláusula 10ª. A desistência das sessões diagnósticas só ocorrerá por expressa e por escrita comunicação, com antecedência de 30 dias da rescisão contratual pelo contratante. Cláusula 11ª. O presente contrato tem duração até o final dos atendimentos descritos na cláusula 8ª e poderá ser rescindido nas seguintes hipóteses: a - pelo contrato, b - pelo contratante, c - por inadimplência. Parágrafo Único: Em todos os casos de rescisão citados, o contratante fica obrigado pagar o valor da parcela do mês em que ocorre a rescisão. Cláusula 12ª. Por estarem juntos e contratados, assinam o presente instrumento em duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo, para que se produzam todos os efeitos legais.

Cidade, de de. Assinatura do Contratante: Assinatura do Contratado:



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O DIAGNÓSTICO

Neste tópico, você estudará uma das essências do trabalho psicopedagógico: o diagnóstico. Para Visca (1987), essa temática da epistemologia convergente pode ser estudada pela ótica de três níveis de abordagem: o metacientífico, o científico e o técnico. Em outras palavras, o primeiro diz respeito à filosofia nos quais conhecimento psicopedagógico, o segundo, ao objeto da psicopedagogia, que é a aprendizagem, e o terceiro, à determinação da ação exploratória. Esses três níveis de análise são complementares e se realimentam recipro- camente. É dessa análise que o diagnóstico é concebido por Visca (1987). Ele justifica a simultaneidade em função de dois fatores: a “matriz do pensamento diagnóstico” e o “processo diagnóstico”. Visca (1987) explica que:

A primeira é um instrumento conceitual que, encontrando-se a meio caminho entre o corpo legal e o caso particular, serve de veícu- lo e elemento facilitador dos processos ascendentes, e descendentes que todo especialista deve realizar durante sua tarefa diagnóstica. O segundo, poder-se-ia dizer, é o manual de instruções de acordo com o qual opero. Deve orientar em função de princípios, mas, de maneira alguma, deve substituir o discernimento, a criatividade e a espontaneidade (VISCA, 1987, p. 50).

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Nesses itens da matriz de pensamento diagnóstico, conseguimos visualizar a fundamentação do Interacionismo, do Estruturalismo e do Construtivismo. Você consegue identificá-los? Releia os pontos de 1 a 4 e tente relacionar: 1.1 e 1.2 – se fundamentam no princípio interacionista. 1.3 – se fundamenta no princípio estruturalista. 1.4 – se fundamenta no princípio construtivista. Ainda sobre o diagnóstico propriamente dito, ao nos explicar as possíveis causas a-históricas, Visca (1987) descreve os obstáculos que dificultam a apren- dizagem, classificando-os em três categorias: o obstáculo epistêmico, o obstáculo epistemofílico e o obstáculo funcional. Por uma questão didática, achamos que seria pertinente estudar os obstáculos na última unidade deste livro, quando trataremos da intervenção psicopedagógi- ca na perspectiva da educação inclusiva, para que as suas características fiquem mais próximas de outras condições que consideramos impeditivas da aprendi- zagem, facilitando, assim, a comparação e diferenciação entre elas. 2) O prognóstico – é uma hipótese sobre o estado futuro que o fenômeno atual poderá adotar, condicionado aos seguintes itens: ■ 2.1 Sem agentes corretores – sem a incidência de nenhuma variável te- rapêutica. ■ 2.2 Com agentes corretores ideais – imagina-se qual será a evolução do sujeito em função de tudo que idealmente poderia ser feito com ele. ■ 2.3 Com agentes corretores possíveis – os que o sujeito e a família real- mente podem assumir, tanto por fatores objetivos quanto subjetivos.

3) A indicação – fecha a matriz de pensamento diagnóstico e está dividida em duas grandes categorias: ■ 3.1 Indicações gerais – referem-se ao encaminhamento a outros profis- sionais (neurologista, psiquiatra, fonoaudiólogo e outros profissionais). ■ 3.2 Indicações específicas - vinculadas direta ou indiretamente à apren- dizagem (o tratamento em si).

Você deve ter percebido que a matriz de pensamento diagnóstico é um instru- mento de muito valor para o exercício da psicopedagogia. Ele organiza as in- formações específicas que precisamos obter durante o processo diagnóstico. A importância desse instrumento conceitual é que ele facilita a representação do

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objeto de estudo em qualquer um dos estados que se manifeste, garantindo a unicidade e particularidade de cada caso. b) O processo diagnóstico A teoria de Visca (1987) postulou que o processo diagnóstico consiste no conjunto de passos. De acordo com eles, obteremos uma imagem do sujeito, em função do seu aprendizado. É por meio dele que realizamos o diagnóstico, o prog- nóstico e as indicações da matriz de pensamento diagnóstico que você estudou no item anterior. Visca (1987) propõe que o processo diagnóstico se inicie desde o primeiro contato com os pais ou com o próprio sujeito, e termine somente com a devolu- ção. A seguir, temos o esquema sequencial para o processo diagnóstico elaborado pelo autor. Possui cinco passos, com uma ordem distinta. Veja o Quadro 1 a seguir:

Ações do psicopedagogo Procedimentos internos dopsicopedagogo

1 Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA)

Primeiro sistema de hipóteses. Linhas de investigação.

2 Testes

Escolha dos instrumentos. Segundo sistema de hipótese. Linhas de investigação.

3 Anamnese

Verificação e decantação do segundo sistema de hipóteses. Formulação do terceiro sistema de hipóteses.

4 Elaboração do informe

Elaboração de uma imagem do sujeito, que articula aprendizagem com os aspectos ener- géticos e estruturais, a-históricos e históricos que o condicionam. 5 Devolução para o sujeito e os pais ou responsáveis

Devolução para o sujeito e os pais ou respon- sáveis. Quadro 1 - Sequência do processo diagnóstico / Fonte: Visca (1987, 1991). A epistemologia convergente é uma proposta diferente da convencional. A dife- rença consiste no fato de que ela retira a criança do papel secundário no processo e a coloca como protagonista.