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Guias e Dicas
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Intoxicações por Organofosforados no Brasil: Síntomas, Causas e Prevenção, Notas de estudo de Toxicologia

Este documento discute a crescente utilização de agrotóxicos no brasil, especialmente os organofosforados (of), e seus efeitos negativos na saúde humana. Apresenta sintomas comuns em intoxicações agudas e crônicas, causas comuns, como falta de informação e uso inadequado de equipamentos de proteção, e estatísticas de intoxicações por of no brasil. Além disso, discute a classificação de toxicidade de of e os tipos de síndromes que podem ocorrer.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FARMÁCIA GENERALISTA
Alanna Vommaro
Marina Alves Vieira
Natália dos Santos Leal Oliveira
Rosemeire Gomes Massiço
Sintia Emilia de Aguiar Dutra Aquino
PRAGUICIDAS ORGANOFOSFORADOS E SUA
TOXICIDADE
Governador Valadares
2010
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Baixe Intoxicações por Organofosforados no Brasil: Síntomas, Causas e Prevenção e outras Notas de estudo em PDF para Toxicologia, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FARMÁCIA GENERALISTA

Alanna Vommaro Marina Alves Vieira Natália dos Santos Leal Oliveira Rosemeire Gomes Massiço Sintia Emilia de Aguiar Dutra Aquino

PRAGUICIDAS ORGANOFOSFORADOS E SUA

TOXICIDADE

Governador Valadares 2010

ALANNA VOMMARO

MARINA ALVES VIEIRA

NATÁLIA DOS SANTOS LEAL OLIVEIRA

ROSEMEIRE GOMES MASSIÇO

SINTIA EMILIA DE AGUIAR DUTRA AQUINO

PRAGUICIDAS ORGANOFOSFORADOS E SUA

TOXICIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Farmácia Generalista da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce, para obtenção do grau de bacharel em Farmácia Generalista.

Governador Valadares 2010

Aos nossos familiares, amigos e aos

professores, e em especial a nossa

orientadora Claudine Menezes e co-

orientadora Gabriela Freitas pela dedicação,

paciência e compreensão durante a

realização deste trabalho de suma

importância para nós.

Agradecemos a Deus por estar ao nosso lado

em todos os momentos. Aos nossos pais,

pelo exemplo de vida e por nos ajudarem a

subir mais este degrau na nossa profissão. E

a todos os nossos amigos e familiares que

nos apoiaram. Muito obrigada a todos!

ABSTRACT

Pesticides are regulated by Law 7802 of July 11, 1989 that has provided research to the final destination of the waste and packaging of pesticides, their components and related products. This regulation is important because it will monitor the use of pesticides which is still the main strategy for combating and preventing domestic and agricultural pests. These are divided into classes: cholinesterase inhibitors (organophosphates and carbamates), pyrethrins and pyrethroids, and organochlorines. And exposure to them occurs through occupational, or accidental food. The organophosphates were synthesized to replace the organochlorines, and are distinguished by high levels of consumption and toxicity. The action of these pesticides is by inhibiting enzymes in the body, especially the acetylcholinesterase, leading to an accumulation of acetylcholine in nerve synapses, triggering a series of parasympathomimetic effects. The increasing use of pesticides in Brazil made it to become a world leader in consumption, increasing the number of poisonings in the country, generating higher government spending and making this a concern in the public health, since the direct or indirect exposure these compounds cause acute poisoning and chronic diseases (syndromes) that are evidenced by changes in the performance of the muscular, nervous, endocrine and immune systems, led to the accumulation of acetylcholine. And it is also a potential condition for the onset of cancer, acting as initiators, or altering the DNA as tumor promoters, stimulating cancer cell to divide wildly. Often, the lack of information, misuse, application of huge doses of pesticides and lack of use of personal protective equipment are causes of poisoning, and consequently there is the appearance of signs and symptoms within minutes or up to twelve hours after exposure, where the clinical presentation consists of muscarinic effects, nicotinic and central nervous system. The diagnosis is based on the history of poisoning reported by the patient or guardian, medical history, clinical manifestations, lower levels of acetylcholinesterase and response to treatment. It is important to monitor the clinical and laboratory exams to monitor whether the levels of acetylcholinesterase and the body's vital functions, but it is important to remember that it is presented with abnormal function in specific diseases. Thus, a correct diagnosis is essential to prevent and provide appropriate treatment, which can be done by general measures where what is done is to attempt to keep the cardiovascular and respiratory function, control seizures (usually use the diazepam), lavage depending on the severity and progression, activated charcoal is indicated at a dose of 50g (loading dose) and 25 g every six hours for maintenance for 48 hours in the case of organophosphates, as there is a risk of drug present recirculation. And also by measurements of specific order, where there are muscarinic symptoms that are evident when we perform an exercise that atropinization anticholinergic action, effectively antagonizing the actions on muscarinic receptor sites. The reversal of the effects of nicotinic and peripherals can be done with by pralidoxime (Contrathion ®) for the acetylcholinesterase releases its normal function.

Keywords: Pesticides; Organophosphorus; Exposition; Acetylcholine; Signs and Symptoms; Diagnóstio laboratory.

LISTA DE ABREVIATURAS

ACh - Acetilcolina

AChE - Acetilcolinesterase

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

art. - Artigo

CIT - Centros de Informações Toxicológicas

CL 50 - Concentração Letal

DL 50 – Dose Letal

DNA - Ácido desoxirribonucleico

Ed. - Editora

EPI - Equipamento de Proteção Individual

EUA – Estados Unidos da América

g - Grama

IARC - Agência Internacional de Pesquisa em Câncer

IDA - Ingestão Diária Aceitável

IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária

INCA - Instituto Nacional de Câncer

kg - kilograma

LMR - Limite Máximo Residual

mg - miligrama

n° - Número

OF – Organofosforados

p – Página

PARA - Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

SCIELO - Scientific Eletronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas

SNA - Sistema Nervoso Autônomo

LISTA DE SÍMBOLOS

 : Maior ou igual que

 : Maior que

%: Por cento

LISTAS DE TABELAS

TABELA 1: Classificação toxicológica dos agrotóxicos baseados na Dose Letal 50 e na

Concentração Letal 50 de formulações líquidas e sólidas.................................................

TABELA 2: Informações sobre a classificação toxicológica e ingestão diária aceitável

dos inseticidas organofosforados.....................................................................................

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Princípio ativo e nomes comerciais de alguns praguicidas

organofosforados.............................................................................................................

QUADRO 2: Principais sintomas de intoxicação por inibidores da colinesterase e os

sistemas afetados decorrentes da intoxicação..................................................................

SUMÁRIO

  • 1 INTRODUÇÃO
  • 2 OBJETIVOS
  • 2.1 GERAL
  • 2.2 ESPECÍFICOS
  • 3 JUSTIFICATIVA
  • 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
  • 4.1 TOXICOCINÉTICA
  • 4.2 TOXICODINÂMICA
  • 4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
  • 4.3.1 Intoxicação aguda
  • 4.3.2 Intoxicação crônica
  • 4.3.3 Síndromes
  • 4.4 EFEITOS CARCINOGÊNICOS E MUTAGÊNICOS ………………………......
  • 4.5 DIAGNÓSTICO …………………………………………....................................
  • 4.5.1 Clínico ………………………………………………………...........................
  • 4.5.2 Laboratorial …………………………………………………………………
  • 4.6 TRATAMENTO…………………………………………………….....................
  • 4.6.1 Medidas de ordem geral …………………………………………………...
  • 4.6.2 Medidas específicas.................................................................................
  • 4.7 LEGISLAÇÃO
  • 5 METODOLOGIA ………………………………………………………....
  • 6 CONCLUSÃO…………………………………...........................................
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................

dados estatísticos dos Centros de Toxicologia de Belo Horizonte, Campinas,

Florianópolis, Ribeirão Preto, Londrina e Maringá, mostram que, de 495 casos de

intoxicações ocupacionais, cerca de 34,9% foram devidos a organofosforados; de 622

casos de tentativas de suicídio, 38,1% resultaram do uso de compostos deste grupo; de

38 casos de óbitos, 44,7% foram devidos a organofosforados (CAVALIERE, 1996).

O presente estudo teve como objetivo geral desenvolver uma revisão bibliográfica

dos praguicidas organofosforados abordando a sua toxicidade no ser humano seja por

intoxicação ocupacional, acidental ou alimentar.

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Revisão bibliográfica dos praguicidas organofosforados abordando a sua

toxicidade no ser humano seja por intoxicação ocupacional, acidental ou alimentar,

apresentando dados estatísticos que comprovem seu risco à saúde.

2.2 ESPECÍFICOS

 Conhecer a toxicologia dos praguicidas organofosforados;  Demonstrar a vasta utilização destes produtos no país;  Identificar na literatura revisada dados estatísticos que comprovam o risco da exposição a nível ocupacional, acidental e alimentar;  Esclarecer as normas de utilização destes produtos através da legislação vigente no Brasil.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo o Artigo 2º da Lei 7.802 de 11 de julho de 1989, agrotóxicos e produtos

afins são aqueles agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao

uso nos setores de: produção, no armazenamento e beneficiamento; de produtos

agrícolas; nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas; outros

ecossistemas; e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais com a finalidade

alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres

vivos considerados nocivos.

De acordo com o mecanismo de ação, os agrotóxicos podem ser divididos em:

inibidores da colinesterase (OF e carbamatos), piretrinas e piretróides e organoclorados

(OGA, 2003).

Segundo a ANVISA (BRASIL, 2002), a classificação dos agrotóxicos é realizada

com base no grau de toxicidade do produto sendo estabelecidas quatro classes: classe I –

Extremamente Tóxico; classe II – Altamente Tóxico; classe III – Medianamente Tóxico

e classe IV – Pouco Tóxico.

A classificação toxicológica dos agrotóxicos está apresentada na Tabela 1, tendo

como parâmetros a Dose Letal (DL 50 ) e a Concentração Letal (CL 50 ), que representam

as doses estatisticamente derivadas a partir da administração única de uma substância

química a qual se espera causar a morte de 50% dos animais de uma dada população de

organismos expostos, de acordo com a via de administração, em condições

experimentais definidas.

Tabela 1: Classificação toxicológica dos agrotóxicos baseados na Dose Letal 50 e na Concentração Letal 50 de formulações líquidas e sólidas.

Classe Toxicidade _DL 50 oral (mg kg-^1 )_ Líquido Sólido

_DL 50 dérmica (mg kg-^1 )_ Líquido Sólido

CL 50 inalatória

I Extremamente ≤ 20^ ≤ 50^ ≤ 40^ ≤ 10^ ≤ 0, II Altamente 20 -^200 5 -^50 40 -^400 10 -^100 0,2-2, III Medianamente 200 -^2000 50 -^500 400 -^4000 100 -^1000 2,0-20, IV Pouco tóxico >2000^ >500^ > 4000^ >1000^ > 20, DL: Dose Letal CL: Concentração Letal Fonte: AMARAL, 2007.

A utilização dos OF têm se tornado mais frequente no Brasil, assim como na

maioria dos países em desenvolvimento, eles são utilizados principalmente como

inseticidas (agrícola, doméstico e veterinário), mas também como acaricidas,

nematicidas, fungicidas e herbicidas, no controle de parasitas em fruticultura,

horticultura, cultura do algodão, cereais, sementes e plantas ornamentais. São

rapidamente hidrolisados, tanto no meio ambiente, como nos meios biológicos, e

altamente lipossolúveis, com alto coeficiente de partição óleo/água (OGA, 2003).

A existência dos OF chegou à terceira idade, após 65 anos de sua síntese e em

mais de 50 anos de uso acumularam-se inúmeros casos de intoxicação descritos na

literatura. São muitos os fatos envolvendo os praguicidas em intoxicações acidentais,

ocupacionais e suicidas e que assim desenvolveram seqüelas ou até mesmo morreram

devido à exposição a estes praguicidas usados como armas químicas em cultivos

variados (ROCHA JÚNIOR et al., 2004). No mercado atual existem inúmeros

praguicidas OF, alguns deles estão representados no quadro 1:

Quadro 1: Princípio ativo e nomes comerciais de alguns praguicidas organofosforados

Fonte : OGA, 2003. p 440

Princípio ativo Nome comercial Princípio ativo Nome comercial Acefate Orthene® Leptofos Phosvel® Azinfos metil Gusathion® Malation / Metamidofos Monitor® Clorfevinfos Birlane® Metil Paration / Mevinfos Fosdrin® Clorpirifos Dursban® Monocrotofos Azodrin® Coumafos Co-Ral® Metil Oxidemeton Metasistox R® Demeton Systox® Phorate Thimet® Diazinon / Diclorvos

DDVP® Phosalone Azofene®

Dicrotofos Bidrin® Fosfolan Cylan® Dimethoate Defend® Metil primifos Actellic® Disulfoton Disyston® Profenofos Curacron® Edifentos / Ethion Ethanox® Sulprofos Bolstar® Etil parathion Paration® Temefos Abate® Fenitrotion Agrotion® / Sumition®

Terbufos Counter®

Fention Baytex® Triclorfon Dipterex® / Neguvon® Isofentos Amaze®