




































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
interpretaçao de texto AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AA A AAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA BBBBBBBB B B B BB B B B JAJ ajajkhiahciUUFAHGGS\H VHV\HJFSAJHJ ABMabjahuieuYRI
Tipologia: Notas de estudo
1 / 44
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
“O termo texto é proveniente de textus , vinculado ao verbo latino texere com o sentido de tecer, enlaçar, entrelaçar. O autor de um texto tece as ideias, enlaça as palavras e vai construindo com habilidade um enunciado (oral ou escrito) capaz de transmitir uma mensagem, por constituir um todo significativo com intenção comunicativa, colocando o emissor em contato com o receptor. Texto é também qualquer imagem – charges, quadrinhos, figuras e desenhos que transmitem uma mensagem” (DAMIÃO; HENRIQUES, 2000, p. 99).
“O texto é mais que a soma dos enunciados que o compõem – sua produção e compreensão derivam de uma competência específica do falante: a competência textual. O termo texto em sentido amplo é toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (uma música, um filme, uma escultura, um poema etc.) e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso , atividade comunicativa de um sujeito, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor e o evento de sua enunciação”. Discurso = texto no sentido restrito (FÁVERO, 2003, p. 6-7).
Segundo Costa Val (1999), pode-se definir texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa (em uso e tem papel determinante uma série de fatores pragmáticos tais como as intenções do produtor; o jogo de imagens mentais que cada um dos interlocutores faz de si, do outro e do outro com relação a si mesmo e ao tema do discurso; e o espaço de perceptibilidade visual e acústica comum, na comunicação face a face), semântica (precisa ser percebida pelo recebedor como um todo significativo, deve ter coerência) e formal (porque seus constituintes linguísticos devem se mostrar reconhecidamente integrados, de modo a permitir que ele seja percebido como um todo coeso).
“De acordo com a forma que os textos podem assumir, eles costumam ser organizados em dois grandes grupos: os textos em verso e os textos em prosa. Além dessa divisão, há outras classificações que procuram organizar e hierarquizar os textos literários” (CEREJA & MAGALHÃES, 1999, p. 14).
Quanto à forma , os textos podem ser em:
Prosa As linhas ocupam toda a extensão horizontal da página e o texto divide-se em parágrafos.
Versos – poema As linhas não ocupam toda a extensão horizontal da página e o texto divide-se em blocos chamados estrofes, cada linha do poema é denominada verso.
A linguagem é um processo de interação social, um processo discursivo e uma atividade cognitiva que envolve o autor, o texto e o leitor. O sentido não está exclusivamente no autor; nem apenas no texto; ou somente no leitor, mas está na interação entre esses elementos. O objetivo do autor é transformar ideias em texto. O objetivo do leitor é buscar respostas para suas perguntas.
Para construir o sentido do texto é necessário saber: Para quem? Onde o texto vai circular? Quais as expectativas de quem vai ler? Que conhecimentos o leitor tem? Além disso, o contexto em sentido estrito (circunstâncias imediatas do ato do discurso) e o contexto em sentido lato (determinações histórico-sociais e ideológicas em que o discurso é produzido - a família, a escola, a igreja, o sindicato, a política, a informação, a língua) devem ser levados em consideração.
Segundo Costa Val (1999), citando Beaugrande e Dressler, há sete princípios ou padrões de textualidade em que ancoram os textos e estes são os responsáveis pela intertextualidade de um discurso. Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um texto seja realmente um texto e não uma sequência de frases.
É preciso ressaltar que a coerência é o componente decisivo da textualidade. A coerência e a coesão se relacionam com o material conceitual linguístico do texto; a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade são centrados nos usuários e estão relacionados com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
1.2.1 Fatores de Textualidade Centrados no Texto
Segundo Costa Val (1999), a coesão é a manifestação linguística da coerência; advém da maneira como os conceitos e relações subjacentes são expressos na superfície textual. Constrói-se por meio de mecanismos gramaticais e lexicais. Entre os primeiros, encontram-se os pronomes anafóricos os artigos, a elipse, a concordância, a correlação entre os tempos verbais, as conjunções etc. Entre os mecanismos lexicais, estão a reiteração, substituição e associação.
comunicativa. A meta pode ser informar, ou impressionar, ou alarmar, ou convencer, ou pedir, ou ofender etc., e é ela que vai orientar a confecção do texto (COSTA VAL, 1999, p. 10-11). De acordo com Cereja e Magalhães (1999, p. 18), a intencionalidade discursiva “[...] são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa”.
A aceitabilidade relaciona-se ao recebedor, ao que ele espera: “um texto coerente coeso, útil e relevante, capaz de levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do emissor” (COSTA VAL, 1999, p. 11).
A informatividade está relacionada ao grau de informações que o texto veicula. Um discurso menos previsível é mais informativo e se torna mais interessante para o recebedor, mas um texto completamente inusitado pode ser repudiado por ele, pois não conseguirá entendê-lo. Assim, diz Costa Val (1999, p. 14), “[...] o ideal é o texto se manter num nível mediano de informatividade, no qual se alternam ocorrências de processamento imediato, com ocorrências de processamento mais trabalhoso”.
A intertextualidade refere-se às relações que os textos mantêm entre si, isto é, um texto cita outro, por isso a sua interpretação depende do conhecimento de outro(s) texto(s).
A situacionalidade refere-se à pertinência do texto em relação ao contexto. Diz Costa Val (1999, p. 12): “O contexto pode, realmente, definir o sentido do discurso e, orienta tanto a produção quanto a produção”.
Além desses aspectos, outros fatores são necessários para a interpretação de um texto:
conhecimento das formas discursivas e textuais , inferências , argumentatividade focalização , que têm a ver com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
Conhecimento das Formas Discursivas e Textuais: conhecer os gêneros textuais, como carta, e-mail, blog, receita de bolo, editorial, anúncio, bula de remédio, charge, telegrama etc. “[...] facilita as previsões e os esforços interpretativos, uma vez que sabemos o que esperar deles” (ASSUNÇÃO, 2008, p. 31).
Assim também, conhecer os tipos textuais (descritivo, narrativo etc.) também contribui para a interpretação.
Pressupostos e Inferências: quando deduzimos algo que não foi escrito ou falado, mas que está implícito. “Os procedimentos de leitura nos exigem o trânsito não apenas pelos ditos do texto, mas também pelos não-ditos, por aquilo que está implícito, subentendido (já explicado anteriormente), mas possível de apreensão” (ASSUNÇÃO, 2008, p. 31). É preciso reconhecer a intenção de quem produz a mensagem, perceber a força ilocutória (a intenção) para que a comunicação se concretize.
Argumentatividade: Defesa dos pontos de vista, visando a convencer o interlocutor. Para a realização de suas intenções, o texto precisa de argumentos consistentes, relevantes. São eles
Focalização: Refere-se ao foco principal da abordagem do assunto, segundo Assunção (2008), ou seja, a escolha que o autor faz para expor o que pretende, quando reconhecida e compreendida pelo leitor, ajuda-o a interpretar o texto.
Enfim, é de fundamental importância conhecer as pistas do mundo linguístico e extralinguístico para a compreensão e interpretação da diversidade de gêneros textuais que circulam à nossa volta, condição para uma interação eficiente e eficaz com o mundo que nos cerca.
Para Marcuschi (2003), a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual – opinião da maioria dos autores que tratam a língua e seus aspectos discursivos e enunciativos.
Gênero textual é empregado “[...] como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio- comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica” (MARCUSCHI, 2003, p. 22-23).
“ Gêneros textuais são tipos específicos de texto de qualquer natureza, literários ou não. Tanto na forma oral como na escrita, os gêneros textuais são caracterizados por funções específicas
2.2.1 Texto Descritivo
É o discurso que apresenta as características do objeto descrito, permite ao leitor ver o que está sendo descrito. A sequência descritiva é largamente empregada na comunicação oral cotidiana para identificar e caracterizar uma pessoa, uma paisagem, por exemplo, e em diferentes gêneros textuais escritos como enciclopédias, obras científicas e técnicas, anúncios publicitários, artigos de revistas e jornais, poemas e histórias de ficção.
A Natureza da Descrição
Descrever é usar a linguagem para construir verbalmente imagens de seres (animados ou inanimados), de cenas ou processos, a partir de determinado ângulo de visão. A descrição coloca, em primeiro plano, a existência dos seres com seus atributos permanentes ou transitórios. Se o objeto é focalizado fixamente (coisa, pessoa, paisagem, ambiente), o efeito é a criação de um quadro estático. Se o objeto é visualizado em seus deslocamentos no espaço e em suas transformações no tempo, o efeito é dinâmico. Recorte da realidade captada pelos sentidos, o texto descritivo é produto de um ato de observação de um locutor-descritor que vê e quer fazer ver e que submete o objeto descrito a operações muito próximas da fotografia e do cinema.
Sequências textuais descritivas são usadas em diferentes situações comunicativas: na caracterização de personagens e do espaço narrativo, em relatos de experiências e de pesquisas, em reportagens, guias turísticos, catálogos, anúncios. O objetivo comunicativo da sequência descritiva , sua delimitação, ordem e forma de inserção dependerão do gênero de texto.
Organização do Discurso Descritivo
A organização da sequência descritiva envolve três elementos: o objeto, representado no texto como tema nuclear da descrição; o observador-descritor, com seu ângulo de visão e predisposição em relação ao objeto; os dados pertinentes ao tema-núcleo, que o locutor seleciona em função de seus conhecimentos de mundo e de linguagem, dos conhecimentos que pressupõe em seu destinatário e dos efeitos de sentido pretendidos.
Sobre a organização do texto descritivo, ainda podemos distinguir:
que designa o objeto da descrição e funciona como tópico discursivo organizador do texto.
localização do objeto no espaço e sua distinção em relação a outros da mesma classe ou de classes similares.
aspectos, propriedades e qualidades do objeto. Esse processo pode determinar a decomposição do tópico em dois ou mais subtópicos. Na operação de expansão, o tópico discursivo é sucessivamente retomado por repetição ou por substituição lexical (anáforas nominais), resultando na manutenção temática e, ao mesmo tempo, o destaque de novos ângulos do objeto descrito.
O objetivo comunicativo e o gênero do texto orientam o olhar do locutor, determinando os aspectos a serem selecionados e o grau de objetividade ou subjetividade , tendo importância não só o anglo de visão (de longe e de fora, de perto ou de dentro etc.), mas também o efeito de sentido. Nas descrições técnicas e científicas , busca-se o efeito da objetividade , assim o locutor tende a não se representar no texto e a privilegiar as propriedades baseadas na percepção convencional.
Nas descrições publicitárias , o locutor tende a deixar marcas de subjetividade no texto, como o uso de primeira pessoa, as modalidalizações afetivas e avaliativas, expressas pela seleção lexical, por expressões qualificadoras e intensificadoras e operadores argumentativos. Nos textos literários , cujo objetivo é criar uma visão particular do objeto, são frequentes palavras e imagens que sugerem impressões subjetivas e percepções sensoriais : ruídos, cheiros, sensações de frio, calor, associações, lembranças.
Marcas Linguísticas do Discurso Descritivo
ou em relação a outros que estão próximos ou pertencem a classes ou categorias afins.
situação no espaço ou de propriedades, atitudes, qualidade; nas descrições dinâmicas, verbos que expressam transformação ou movimento.
especialmente no gerúndio ou particípio e de sintagmas adjetivos (adjetivos, locuções, expressões e orações adjetivas desenvolvidas e reduzidas de gerúndio e particípio), modificando substantivos como adjuntos ou predicativos.
acontecimentos, reais ou inventados. O hábito de narrar é muito antigo. As narrativas têm sido transmitidas por diversas linguagens: pela imagem (linguagem visual), pela palavra (linguagem verbal: oral ou escrita), pelos gestos (linguagem gestual), pelos sons (linguagem musical). A Narração refere-se a um tipo de texto escrito onde se conta uma história envolvendo personagens que, diante de determinados acontecimentos, agem, reagem, pensam, falam, sentem. Narrar é contar o que se passou com certos seres, em determinado local (espaço) e época. Uma narração não deve ser um amontoado de fatos; deve ser uma sequência de acontecimentos significativos inter-relacionados. Na narração, sempre há ideias que dão o sentido da história – esse sentido é o Tema.
Motivos para contar ou narrar: informar sobre temas comuns, fazer fofoca, convencer ou seduzir com um caso exemplar, entreter com uma história ou transmissão esportiva, fazer rir com uma piada ou anedota.
De acordo com o tipo de narrativa, encontram-se presentes estes ou aqueles elementos, podendo estar, assim, todos ou alguns deles, mas sempre há a necessidade de permitir ao leitor ter um registro da cena. Também, é de se notar a presença do ponto de vista. Dependendo da postura temática do narrador, irá ele evidenciar certos acontecimentos em detrimento de outros, sendo a seleção dos dados, portanto, uma tarefa dissertativa.
Considerando a diferença entre o acontecido e o fictício, costuma-se reservar a denominação: Relato para gêneros midiáticos (cujo objetivo básico é informar sobre fatos realmente acontecidos) Narrativa para gêneros ficcionais, como o conto ou o romance. O relato e a narrativa podem ser empregados de forma indistinta dentro do texto.
São elementos estruturais da narrativa: o quê o fato que se pretende contar; quem as partes envolvidas; como o modo como o fato aconteceu; quando a época, o momento, o tempo do fato; onde o registro espacial do fato, o lugar; porque a causa ou motivo do fato; por isso resultado ou consequência do fato. Há aqueles que respondem a só uma ou duas dessas perguntas, contanto com a ativa participação do leitor.
O discurso narrativo está presente em texto de vários gêneros: domínio ficcional (contos, romances, cordéis, canções ficcionais), domínio jornalístico (nas notícias e reportagens), domínio jurídico (atas, textos do domínio jurídico que relatam decisões tomadas em reunião), relatórios de projetos e atividades escolares, acadêmicas e de trabalho. Enfim, o discurso narrativo serve a diferentes objetivos comunicativos , dependendo gênero do texto, intencionalidade do locutor e situação comunicativa.
mais que perfeito.
ou decrescente dos fatos), retrospecção (citando fatos passados), prospecção (projetando acontecimentos futuros).
desfecho. As Narrativas Reais não criam suspenses e nem desfechos inesperados.
relatados às suas próprias percepções); observador externo (sabe dos fatos apenas em seus aspectos perceptíveis externamente); onisciente (sabe tudo o que está acontecendo com todas as personagens e pode penetrar em seu mundo interior); onisciente seletivo (narra sob o ponto de vista de uma das personagens); introdutor de fala alheia (recorre a outras sequências discursivas como discurso direto, indireto e indireto livre).
mudança de parágrafo) ou com expressões dicendis (segundo fulano, de acordo com beltrano, explica siclano...); discurso indireto, paráfrase da fala de outrem ou expressões dicendis (disse que, perguntou se, indagou se...); discurso indireto livre com marcas do narrador e marcas do discurso do personagem e discurso direto com o destinador , quando o locutor narrador, “conversa” diretamente com o seu leitor virtual.
intermediário entre o Plano da Narrativa (Enunciado) e Plano da Narração (Enunciação).
temporal onde os personagens e fatos são narrados.
locutor-narrador e o destinatário (leitor/ouvinte).
ação dos personagens em determinado tempo e espaço.
receptor/destinador/ ouvinte/leitor.
2.2.3 Texto Injuntivo
Injunção é imposição, ordem formal, exigência. Assim, o discurso injuntivo é aquele usado para orientar pessoas na realização de tarefas ou para regulamentar práticas sociais.
Funções do texto injuntivo: orientar, aconselhar, advertir, convidar, ameaçar, sugerir, convencer (persuadir), instruir regulamentar práticas sociais, indicar o que fazer, como fazer e/ou por que fazer.
aproxima para alcançar um objetivo maior.
prescreve, aconselha...
portarias...
manuais de uso, de montagem, de instalação, operação ou confecção;
indicando o que fazer , como fazer e por que fazer.
As três etapas da injunção:
realizar – ação desejada) a ser atingido. O macrobjetivo acional não precisa estar claro, pois pode ser inferido. Exemplos: convites, horóscopo, sermões, discursos...
macrobjetivo. Em gêneros instrucionais , os comandos têm de obedecer a uma ordem cronológica, uma sequência lógica (receitas, manuais de instruções...); em gêneros prescritivos , os comandos precisam ser todos atendidos simultaneamente, para que o macrobjetivo seja atingido. (leis, estatutos, regimentos...); em gêneros de aconselhamento , os comandos dependem da interação entre o locutor-enunciador e o alocutário (conselhos sobre beleza, saúde, comportamento...).
atingir o macrobjetivo acional. Justificar é convencer o alocutário com argumentos lógicos,
ou persuadi-lo, seduzi-lo, mediante apelos emocionais, premiação e/ou brindes. Às vezes a justificativa é apenas implícita (argumentos de autoridades, depoimentos pessoais, indicadores percentuais ou de quantidades...)
Estratégias do discurso injuntivo: utilizar o gerúndio para ensinar o modo de realização; explicar usando palavras como: “pois”, “dois pontos”, ou o pronome relativo “que” ou “o qual”; concluir usando: “portanto”, “pois”, “assim”; formular uma condição usando explícita ou implicitamente o “se”; formular finalidade, propósito ou intenção usando a preposição “para” ou palavras como “finalidade”, “projeto”, “desejo”, “meta”, “alvo”; “objetivo”, “aspiração” ou verbos como “desejar”, “pretender”; ameaçar ou admoestar, usando expressões de alternância como “ou” ou “ora...ora”.
sorrindo, é proibido pisar a grama, você deve fazer assim etc.
necessário etc.
2.2.4 Texto Dissertativo
“ Dissertar é debater, discutir, questionar. É desenvolver um raciocínio; desenvolver argumentos que fundamentem nossa posição; polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos; estabelecer relações de causa e consequência” (AMARAL; ANTÔNIO; PATROCÍNIO, 1994, p. 50).
O texto dissertativo “Exige do redator um posicionamento diante de determinado assunto, quer expressando sua opinião quer postulando uma tese. Existe a possibilidade dissertativa na descrição e também na narração” (DAMIÃO; HENRIQUES, 2000, p. 153).
A dissertação pode ser:
assunto, comentando-o; apresentação de determinadas informações ou problemas, explicação de assuntos ou fatos. Não há defesa de um ponto de vista, apesar de estar
desenvolvimento e não pode conter ideias conclusivas. Na dissertação , o exórdio propõe: estabelecer a ideia geral, situar o assunto no contexto, motivar o destinatário, apresentar a proposta temática” (DAMIÃO; HENRIQUES, 2000, p. 135).
respeito do tema ou questão polêmica, apresentando também as razões.
ponto de vista ao mesmo tempo em que procura invalidar argumentos e provas que possam sustentar pontos de vista diferentes.
fecho redacional; deve terminar de forma incisiva, dando ao leitor a sensação de ter sido esgotado o plano do autor. Não há necessidade de uma conclusão explícita com expressões do tipo concluindo, finalmente, em suma e outras. Tal recurso é mais frequente nas dissertações e no discurso jurídico, porque prepara o espírito do leitor para assimilar as conclusões do autor. Na dissertação , a peroração é o fecho, é a última oportunidade de convencer.
Resumindo:
Estrutura do discurso expositivo: apresentação do tema; desenvolvimento do tema (explicação, demonstração e estabelecimento lógico entre os dados enunciados); e conclusão (síntese do exposto).
Estrutura do discurso argumentativo (modelo 1): indicação do tema ou objeto de argumentação; formulação da tese defendida; demonstração, por meios de argumentos, de que é verdadeira; conclusão (tenta-se convencer ou persuadir).
Estrutura dos textos argumentativos (modelo 2): formulação da tese a refutar; consideração do ponto de vista adverso; refutação por meio de contra-argumentos; conclusão por ridicularização (ironia) ou por meio da razão.
Marcas Linguísticas do Texto Dissertativo
refutar opiniões; em sentido restrito, um conjunto de afirmações ou suposições de tal forma encadeadas que uma delas, chamada conclusão, decorre das demais, chamadas razões ou premissas; conclusão e raciocínio de causalidade podem ser expressos pelos paradigmas como então, ou se então.
usamos frequentemente palavras e expressões conhecidas como indicadores de raciocínio ou inferência: como (razão), então (conclusão), se (suposição), mas (oposição) etc.
Exemplo: Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. Não me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros (Clarice Lispector).
Para produzir um texto dissertativo, deve-se ter, também, o conhecimento de estratégias que podem orientar na sua criação.
Parágrafo : um minitexto. Parágrafo é o texto (ou parte de um texto) formado por uma ou por um conjunto de sentenças que, relacionadas semântica e/ou sintaticamente entre si, tratam de uma ideia central. Um bom parágrafo, assim como um texto formado por mais de um parágrafo, deve ter: unidade de sentido (todas as sentenças devem convergir para uma ideia central); coerência (as frases devem atender aos princípios de um discurso lógico, com informações em quantidade e em qualidade suficientes para o interesse do leitor); coesão (as sentenças precisam de elementos linguísticos adequados como conjunções, pronomes, preposições etc.). A maioria dos parágrafos se estrutura em introdução, desenvolvimento e conclusão (macroestrutura do texto).
Exemplo: (Não há cidadania sem efetivo acesso à Justiça). Não há acesso à Justiça se esta apenas atende à parcela da população que consegue desfrutar os recursos mal distribuídos da sociedade de consumo. Não há acesso à Justiça se grande parte da população não detém os meios concretos para exercê-lo, e socorre-se de mecanismos primitivos de justiça privada, em que a violência converte-se no cenário do cotidiano. Não há acesso à Justiça quando o Estado se revela impotente para responder às demandas reais da sociedade, inclusive através de seu poder competente: o Judiciário (José Roberto Batochio, Folha de S. Paulo, 20/5/93).
O tópico contém a ideia-chave, apresentada de forma genérica; a seguir, especifica-se pela repetição da mesma frase "não há acesso à Justiça", por três vezes.