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Ponto de Inflexao.pdf, Resumos de Finanças

Incrível 08/11/2019 Simplesmente maravilhoso, a história de vida do flávio é inspiradora pra qualquer brasileiro, realmente digno de admiração!

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 15/02/2020

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IMPACTO, AMEAÇAS E SUSTENTABILIDADE:
UM ESTUDO DOS EMPREENDEDORES DIGITAIS
LATINO-AMERICANOS
PONTO DE
Feito por SembraMedia
com o apoio da Omidyar Network
INFLEXÃO
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IMPACTO, AMEAÇAS E SUSTENTABILIDADE:

UM ESTUDO DOS EMPREENDEDORES DIGITAIS

LATINO-AMERICANOS

PONTO DE Feito por SembraMedia com o apoio da Omidyar Network INFLEXÃO

Este relatório é dedicado a todas as pessoas extraordinárias que

generosamente dedicaram parte do seu tempo para participar

deste estudo. Nós agradecemos sua confiança e disposição para

compartilhar suas experiências como jornalistas e empreendedores,

bem como suas informações privadas.

Seu trabalho e dedicação nos inspiram.

Nosso objetivo ao realizar este estudo é estimular e fortalecer

todo o crescente ecossistema de mídia digital na América Latina

e contribuir para que estes empreendedores tenham a atenção e

crédito que eles merecem.

AGRADECIMENTOS

Realizado por SembraMedia
graças ao apoio da

SUMÁRIO EXECUTIVO INTRODUÇÃO Meios nativos digitais da América Latina: um ecossistema vibrante Contexto latino-americano IMPACTO Publicando histórias que fazem a diferença Histórias com impacto VULNERABILIDADE Os meios nativos digitais pagam um preço por perseguir a verdade Buscando independência editorial e sofrendo por isso MODELOS DE NEGÓCIOS Diversidade de modelos de negócios traz resultados Categorizar os mídias digitais em níveis revela os geradores de receitas Diversificar as fontes de receita apoia a sustentabilidade e a independência A publicidade é fundamental e está evoluindo rapidamente Alternativas à publicidade EQUIPES Equipes focadas no conteúdo perdem oportunidades de negócios Patrimônio próprio suplementa pequenos orçamentoss Número recorde de mulheres fundadoras e líderes AUDIÊNCIA EM CRESCIMENTO O tamanho da audiência varia dramaticamente entre os nativos digitais na América Latina Grande massa de seguidores nas mídias sociais amplia o alcance dos meios nativos digitais A internet móvel está estimulando o crescimento e criando um “próspero ambiente de startups” Sites hiperlocais informam comunidades desfavorecidas INOVAÇÃO INOVAÇÃO NOSSAS RECOMENDAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO 6 11 12 12 15 16 17 22 24 25 26 28 29 31 31 33 39 40 40 41 43 44 44 46 48 49 53 59 Índice

Site interativo em inglês, espanhol e português

Como parte deste projeto, desenvolvemos microsites para compartilhar nossos principais
resultados de forma mais ampla.
O site pode ser acessado no link data.sembramedia.org em três idiomas: inglês, espanhol e
português.
Este gráfico interativo foi criado para o site e sua versão online permite visualizar de manei-
ra rápida os principais dados por região e também por país.
licada no YouTube. Ambos tiveram que deixar
suas cidades por conta de ameaças de morte.
Quase metade dos jornalistas entrevistados para
este estudo alegaram ameaças e ataques físicos
em consequência de seu trabalho. Mais de 20%
das organizações admitiram que evitaram cobrir
certos assuntos, pessoas e instituições por conta
de ameaças e intimidação.
Outros enfrentam processos na justiça, ciberataques,
auditorias intermináveis, perda de receitas public-
itárias e retaliações decorrentes de sua cobertura. Os
meios nativos digitais da América Latina têm um
papel ainda mais importante a ser desempenhado
em comparação aos seus colegas do supersatura-
do mercado de mídia dos países desenvolvidos.
A propriedade de empresas de mídia é altamente
concentrada nos países latinos e a publicidade
governamental é frequentemente usada para rec-
ompensar veículos de mídia submissos.
Nativos digitais estão construindo
negócios rentáveis
Uma das revelações deste estudo é que um
crescente número de meios nativos digitais na
América Latina desenvolveu negócios suste-
ntáveis - e até lucrativos - em torno do jornalis-
mo de qualidade.
O advento das mídias sociais e de ferramentas
de web design fáceis de usar tornaram possível
lançar um empreendimento de mídia digital
quase que inteiramente com patrimônio e es-
forço próprio. Mais de 70% dos empreendimen-
tos neste estudo começaram com menos de US$
10 mil, e mais de 10% desse total estão gerando
pelo menos meio milhão de dólares em receitas
anualmente.
Quando organizamos os diversos meios digitais
participantes deste estudo em quatro níveis dis-
tintos, as chaves para o sucesso se tornam mais
claras. No nível mais elevado, a publicidade é a
principal fonte de receita, no caso de audiências
que atingem mais de 20 milhões de sessões por
mês.
No nível intermediário, fontes variadas de re-
ceita, incluindo consultoria, treinamento e sub-
venções, fazem a diferença quando o assunto é
sustentabilidade. No nível mais baixo, mais de
30% atraem menos de 10 mil sessões por mês.
Fontes diversificadas de receita se mostraram a
chave para o sucesso em todos os níveis, e nós
encontramos uma lista crescente com mais de 15
oportunidades de receita, incluindo eventos, as-
sinaturas, financiamento coletivo e conteúdo pa-
trocinado. Mais de 65% afirmaram que tinham
pelo menos três fontes de receita.
Falando de um modo mais amplo, encontra-
mos dois caminhos para gerar receita: crescer
a audiência para atrair tráfego e publicidade ou
potencializar a lealdade da sua audiência para
estimular doações. Estes dois caminhos não são
excludentes.
Diversificação de receitas é chave para
o sucesso
Diversificação de receitas é uma chave para o
sucesso, especialmente nos níveis intermediári-
os, e nós identificamos mais de 15 tipos difer-
entes de fontes de receita, incluindo eventos,
treinamentos, assinaturas, crowdfunding e pub-
licidade nativa.
Mais de 65% afirmaram que estavam gerando re-
ceita através de três fontes pelo menos.
Na camada superior, onde a audiência chega a ul-
trapassar mais de 20 milhões de visitas por mês,
a publicidade é a principal fonte de receita, mas
não é a única. Nos níveis intermediários, não
há um modelo de negócios dominante e fontes
diversificadas de renda que combinam publici-
dade com fontes de financiamento oriundas dos
leitores, como eventos e crowdfunding, são cru-
ciais para a sustentabilidade.
Quando analisamos os níveis inferiores, acha-
mos muitas oportunidades de melhoria. Apesar
de sua dedicação ao jornalismo de qualidade,
mais de 30% obtiveram menos de U$ 10 mil em
receitas totais em 2016.
De modo geral, encontramos dois caminhos
para estes negócios crescerem: construir audiên-
cia para atrair tráfego e anúncios ou aprimorar a
fidelidade da audiência para estimular pequenas
doações e outras 15 formas de gerar receita.
Estes dois caminhos não são excludentes.
ras desse estudo foram alimentadas pela proxi-
midade desses jornalistas com as audiências que
eles atendem. Muitas das ideias inovadoras neste
estudo foram alimentadas pela proximidade dos
meios com seu público.
Mídias sociais ampliam a audiência do
jornalismo
No Brasil, Papo de Homem alavancou sua
relação com mais de 500 mil seguidores nas mí-
dias sociais para coletar 20 mil respostas para
uma pesquisa sobre gênero.
O resultado foi uma série de artigos sobre temas
nem sempre abordados pelo jornalismo, inclu-
indo disparidade de renda, violência doméstica
e padrões de voto.
Ao criar uma relação com acadêmicos e intelec-
tuais na Colômbia, La Silla Vacía criou uma seção
especial em seu site na qual professores podem
compartilhar suas pesquisas com uma audiência
de mais de um milhão de visitantes.
Além disso, jornalistas de La Silla Vacía estão desen-
volvendo reportagens e infográficos que tornam a
pesquisa acadêmica mais acessível ao público.
Mais que isso, eles transformaram essa seção em
uma nova oportunidade de receita e estão ob-
tendo patrocínio das universidades.

Papo de Homem começou como um grupo de e-mails sobre masculinidade. Atualmente, tem mais de três milhões de visitas por mês e estimula discussões, debates e diálogos entre homens e mulheres sobre questões de gênero, como desigualdade salarial, pa- péis sociais e violência sex- ual.

Insights e ideias incluem:
Conectar os empreendedores digitais com or-
ganizações que protegem e defendem jornalis-
tas por meio de suporte legal.
Fomentar a sustentabilidade com subsídios, in-
vestimento e uma aceleradora focada no forta-
lecimento das equipes de gestão, no crescimen-
to das audiências e na diversificação de receita.
As recomendações no fim deste trabalho foram feitas para ajudar esta vibrante comunidade de
startups de mídia digital a evoluir para um ecossistema ainda mais robusto.
Fornecer formação em negócios que inclua as
melhores práticas com exemplos reais de mod-
elos de diversificação de receitas e os mais re-
centes modelos de publicidade.
Construir pontes e alianças para expandir au-
diências e compartilhar recursos.

Recomendações

INTRODUÇÃO “N osso objetivo é explorar o cres- cente ecossistema de meios nativos digitais na América Latina para melhor compreender seu trabalho como jornalistas e como empreende- dores. Ficamos felizes em poder dizer que eles estão causando um impacto sig- nificativo - e apesar dos desafios que eles enfrentam, muitos deles encontr- aram um jeito de viver disso.”

— Janine Warner

co-fundadora e diretora executiva da SembraMedia
e Knight Fellow do International Center for Journalists

desde sites de notícias gerais até influenciadores em mídias soci- ais e newsletters de nicho. Nessa região, as startups de mídia estão se tornando fontes de notícias cada vez mais importantes e con- fiáveis e estão transformando o complexo panorama de mídia de muitas maneiras. Esses meios nativos digitais po- dem ter um papel ainda mais importante a desempenhar na América Latina do que os seus equivalentes nos saturados mer- cados de mídia do mundo desen- volvido. A propriedade dos meios de distribuição de notícias está al- tamente concentrada na América Latina. Na Colômbia, três con- glomerados de mídia controlam 57% da audiência de notícias em rádio, internet e mídia impressa. No Brasil, a Globo é um dos 30 maiores proprietários de meios de comunicação do mundo. No México, Televisa domina a audiên- cia televisiva e distribui conteúdo para mais de 50 países em todo o mundo. (Fonte: Rockin ‘the news in Latam) Em toda a América Latina, os meios digitais independentes es- tão cobrindo comunidades desa- tendidas, produzindo conteúdo original e escrevendo histórias sobre assuntos que antes eram tabus. A natureza insurgente de muitas dessas organizações de notícias, lideradas por jornalistas, dá a elas uma “credibilidade de rua”, o que, a longo prazo, pode encaixar bem com o desejo da próxima geração de leitores por informações livres da influência das elites empresariais e dos gov- ernos.

A língua comum
cria oportunidades
regionais

O idioma compartilhado em todo o vasto mercado de mídia em lín-

Não há um termo claro para distinguir os veícu-
los que nasceram online dos sites criados por
jornais, revistas ou estações de rádio e TV. Ao
longo deste relatório, nós usamos algumas pou-
cas expressões de modo intercambiável para faz-
er referência a estes projetos jornalísticos e seus
fundadores, incluindo: nativos digitais, projetos
de mídia digital, empreendedores de mídia digital
e jornalistas empreendedores.
Para sermos breves e para dar variedade, tam-
bém usamos termos mais genéricos: mídia digi-
tal, agentes digitais, empreendimentos, sites, or-
ganizações e projetos. Essa variedade de termos
também reflete o fato de que nem todos os en-
trevistados deste estudo comandam sites - alguns
são aplicativos móveis, outros existem apenas nas
mídias sociais.
De modo semelhante, usamos o termo mídia
tradicional para nos referirmos às publicações
impressas e estações de rádio e televisão.

“Desde o início, vimos o espaço onde se poderia publicar coisas que seri- am difíceis de publicar na mídia tradicional domi- nante como nosso prin- cipal valor... Não esta- mos lutando por furos. Estamos interessados em aprofundar, mesmo que isso signifique que saímos depois dos outros. Um de nossos lemas é: “Não contamos primeiro, con- tamos melhor”.

— Daniela Pastrana

Diretora Geral,
Pie de Página , México

Como se referir a estes agentes das mídias digitais

gua espanhola torna mais fácil a colaboração através das fronteiras e o desenvolvimento de estratégias de negócios regionais. Por toda a América Latina, muitos dos jornalis- tas entrevistados estão encontrando um terreno comum

Latinobarómetro vem fazendo pesquisas sobre
a credibilidade da imprensa em 18 países lati-
no-americanos, desde 2004. Nos últimos dez anos,
dois terços dos entrevistados estavam de acordo
com a afirmação de que os meios de comunicação
“são frequentemente influenciados por institu-
ições ou pessoas poderosas”.
Na mesma pesquisa, as pessoas foram pergun-
tadas se concordavam com a afirmação de que
“os meios de comunicação são suficientemente
independentes”, e os resultados foram igual-
mente sombrios.
Apenas um quarto dos entrevistados pensava
que os jornalistas eram independentes.
Os meios de comunicação na Argentina, no
Brasil, na Colômbia e no México ficaram abaixo
da média em credibilidade. Fonte: Latinobarómetro, 2016

A mídia tradicional carece de credibilidade devido aos reconhecidos laços com o governo e as elites econômicas e trabalhando juntos para investigar a corrupção, fazer a cobertura do tráfico de drogas e resistir à influência de interesses poderosos. Mesmo no Brasil, onde a língua primária é o português, o intercâmbio de experiências é alimentado pelos laços culturais, sociais, religiosos e econômicos comuns que unem o Brasil ao resto da América Latina. As notícias se espalham rapidamente na era digital e os serviços de inteligência de notícias focados no negócio e na prática do jornalismo alimentam a colaboração e compartilham as melhores práticas. Muitos dos em- preendedores de jornalismo que entrevistamos relataram que se beneficiam de ler regularmente o trabalho de or- ganizações de mídia como o Nieman Lab, o CIMA, o IJNet, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, a Fundação Gabriel García Márquez e a SembraMedia, bem como blogs de jornalismo, incluindo News Entre- preneurs, de James Breiner, Clases de Periodismo, de Es- ther Vargas no Peru, Hangouts de Periodismo, de Mauri- cio Jaramillo na Colômbia e Miquel Pellicer na Espanha.

Por toda a América Latina, os meios nativos digitais estão publicando importantes histórias, conectando-se com suas audiências através das mídias sociais e estimulando ações dos cidadãos. Muitos dos meios digitais que fazem parte deste estudo têm produzido histórias que vêm obtendo repercussão significativa no mundo real, protegendo espécies ameaça- das de extinção, levando universidades a desenvolver novas políticas ou forçando a renúncia de funcionários públicos corruptos. Jornalistas empreendedores estão publicando histórias que outros meios de comunicação social em seus países muitas vezes não podem (ou não iriam) cobrir por causa de controle do governo, de ameaças ou pela influência de interesses financeiros. Quando eles divulgam essas histórias, no entanto, veículos nacionais e internacio- nais se apropriam desses conteúdos e os compartilham com uma audiência ainda mais ampla (Algumas dessas histórias estão incluídas mais adiante nesta seção).

Histórias coletadas por veículos
nacionais e internacionais

A republicação na imprensa internacional é mais valio- sa do que apenas o aumento da credibilidade. Há prec- edentes na América Latina que sugerem que a pressão da comunidade internacional levou (ou constrangeu) os governos a agirem. A atenção da mídia internacional também ajuda os meios nativos digitais a criar credibil- idade, fortalece sua posição entre parceiros e colegas e valida seu trabalho e a qualidade de suas reportagens. Dos sites pesquisados, 72% disseram que seu trabalho jornalístico original influenciou a cobertura de veículos de comunicação nacionais em seus países. Mais de dois terços podem rastrear suas histórias e reportagens in- vestigativas para mostrar que foram coletadas por pub- licações internacionais, principalmente The New York Times , BBC , Al Jazeera , Univision e The Guardian. Em muitos casos, os meios nativos digitais alegam que as organizações de mídia maiores simplesmente se apro- priam e republicam suas imagens, vídeos e outras infor- mações sem lhes dar crédito. No entanto, encontramos alguns casos em que os em- preendedores de notícias digitais desenvolveram relacio- namentos e enviam regularmente histórias para veículos nacionais, conquistando leitores ou gerando receita com esses relacionamentos. Com os cortes de pessoal na mídia tradicional, os meios digitais podem encontrar uma oportunidade crescente de vender seus conteúdos através de acordos de distribuição. Eles também podem aproveitar backlinks para seus sites para obter mais tráfego e atrair público de todo o mundo. Os meios nativos digitais inspiram a ação

“Queremos que o debate público

seja baseado em dados e fatos, não

em preferências ideológicas, precon-

ceitos, interesses partidários ou pela

mera negligência ou superficialidade.

Com os dados e a verificação que

compartilhamos, contribuímos para

melhorar o nível de conhecimento e

compreensão dos eventos públicos e

aumentar a transparência e a profun-

didade do debate”.

66 % Fonte: data.SembraMedia.org Nativos digitais que tiveram seus trabalhos republicados na mídia internacional

— Da declaração de missão do
Chequeado
Juiz cotado para o Supremo Tribunal
Federal é descartado depois que suas
atitudes sexistas foram reveladas

(Brasil) Justificando: Depois que Justificando expôs os comentários antifeministas e homofóbicos feitos por um juiz que era cotado para o Supremo Tribunal Fed- eral, o Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBD- FAM) o denunciou e o presidente brasileiro acabou indicando outro candidato. A cobertura efetivamente enterrou a candidatura. Entre outras coisas, Ives Gandra Filho, o juiz em questão, se opôs ao casamento entre divorciados, ho- mossexuais e disse que as mulheres deveriam se subme- ter aos seus maridos.

Plano presidencial naufragou após
divulgação de problema em voto
eletrônico

(Argentina) El Gato y la Caja : a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner retuitou um artigo publicado por El Gato y la Caja na Argentina sobre a possibilidade de que a votação eletrônica poderia ser manipulada. O artigo (em espanhol) e o alvoroço público resultante po- dem ter contribuído para conter o empenho do presidente Mauricio Macri para implementar o sistema. O artigo e a resposta de Kirchner foram destacados nos principais meios de comunicação, como Infobae e Diario Registrado. Histórias com impacto

Universidades elaboram novas
políticas após revelação de assédio
sexual

(México) Distintas Latitudes : Em 2016, Distintas Latitudes realizou duas investigações sobre assédio sexual nas uni- versidades. O primeiro revelou que apenas quatro das 32 universidades mexicanas estudadas tinham um protocolo para lidar com as queixas dos alunos sobre assédio sexual. O segundo expandiu a investigação para 63 universidades de 11 países da América Latina. Suas histórias sobre como as universidades estavam tratando as queixas de assédio sexual foram republicadas na mídia local, bem como em Univision , PorCausa e Animal Político. Como resultado, o PAN, um dos principais partidos políti- cos do México, pediu às universidades que tomassem me- didas. Em agosto, a UNAM, a maior universidade do país, tornou público seu protocolo para lidar com casos de as- sédio sexual e violência. A Universidade Iberoamericana no México, que havia sido muito criticada pelo manejo desses casos, também publi- cou seu protocolo. Vice News deu segmento ao relatório Distintas Latitudes ex- pandindo o foco para incluir outros países da região. Seu artigo sobre o assédio sexual em universidades colombi- anas fez com que a Universidade Javeriana na Colômbia também desenvolvesse seu próprio protocolo.

Quando a confiança está em jogo, os prêmios de jornal- ismo são um sinal ainda mais importante de credibilidade e qualidade. O reconhecimento externo pode aumentar a credibili- dade entre os leitores e as cerimônias de premiação e as listas de vencedores publicadas ajudam a construir con- exões entre jornalistas e fortalecem as redes de aliados, as fundações e os investidores filantrópicos que os apoiam. Dois terços das organizações de mídia que entrevistamos para este estudo ganharam prêmios nacionais ou interna- cionais de jornalismo ou de organizações humanitárias, evidências da qualidade de suas reportagens e do recon- hecimento que estão recebendo.

Panama Papers ganha o Prêmio Pulitzer

Duas das publicações neste estudo, Connectas , da Colôm- bia, e Aristegui Noticias , do México, estiveram entre os meios que participaram da investigação do Panama Papers , vencedora do Prêmio Pulitzer O comitê do Prêmio Pulitzer enalteceu a investigação de um ano por “usar a colaboração de mais de 300 repór- teres em seis continentes para explorar a infraestrutura oculta e a escala global dos paraísos fiscais.” O prêmio é o último de uma série de condecorações pelo esforço de reportagem em escala global conduzido pelo International Consortium of Investigative Journalists, McClatchy, Miami Herald, Süddeutsche Zeitung e outros parceiros de mídia. (Leia o artigo completo em icij.org.)

Empreendedores digitais levam todas
no Prêmio Gabriel García Márquez de
Jornalismo

O ano passado marcou um ponto de virada para os mei- os nativos digitais. Pela primeira vez, os empreendedores do jornalismo limparam os prêmios Gabriel García Márquez - um prestigiado reconhecimento geralmente conquistado por jornalistas dos principais jornais. Em 2016, três dos meios de comunicação estudados no relatório levaram prêmios prestigiosos durante o Festival Gabo, em Medellín, na Colômbia. A Agência Pública ganhou com a sua reportagem investi- gativa “São Gabriel e seus demônios” sobre a taxa alta e fora do comum de suicídios na cidade de São Gabri- el da Cachoeira, o município brasileiro com maior in- cidência de população indígena. Além disso, o especial Prêmios e reconhecimentos aumentam a credibilidade, conexões e a confiança na independência e na qualidade editorial

devolveu a casa e o próprio presidente se desculpou pub- licamente com o povo mexicano. A reportagem investigativa de Aristegui também rendeu à equipe uma participação na glória do Prêmio Nacional de Jornalismo em 2016 por seu papel na publicação da investigação sobre o assassinato de 16 civis desarmados pela polícia federal em Apatzingán. A escritora freelancer Laura Castellanos foi contratada para fazer a história do jornal El Universal , que se recusou a publicá-la por causa da sua natureza explosiva. Em resposta, Aristegui Noticias , Univisión e Proceso se uniram para publicar seu trabalho.

Outros vencedores de prêmios incluem

Kaja Negra , do México, ganhou o Prêmio Nacional de Jornalismo do Conselho Nacional para a Prevenção da Discriminação, além de muitos outros prêmios por in- formar sobre raça e gênero. Caja Roja, da Argentina, foi nomeado foi para um prêmio da Online News Association (ONA) e m 2016. Em 2015, a Agência Pública, do Brasil, fez parte de um grupo de de 20 meios de comunicação do mundo todo, coordenados pelo ICIJ, que ganhou um prêmio ONA pela sua investi- gação sobre o Banco Mundial. Sin Embargo do México recebeu várias vezes o Prêmio PEN de Liberdade de Expressão e o Prêmio Nacional de Jornalismo. El Gato y la Caja da Argentina ganhou um prêmio da Unesco pela cobertura científica. Linguoo da Argentina, que ganhou os prêmios LatAm Unesco e MIT Under 35, bem como um Google-Knight Fellowship. “100” da Agência Pública , de 2016, que revelava o caso de 100 famílias que tiveram suas casas destruídas e foram obrigadas a mudar para abrir caminho para a construção dos Jogos Olímpicos, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog na categoria Internet. La Silla Vacía venceu em 2016 pela sua série de artigos sobre as negociações de paz entre o governo e as guer- rilhas das FARC. Foi a segunda vez que La Silla ganhou um Gabo. O primeiro foi em 2014 para o Projeto Rosa , um estudo aprofundado de um ativista de direitos humanos torturado por paramilitares de direita. Além disso, o Projeto Rosa de La Silla foi homenagea- do pelo Ministério da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha. Também ganhou o Prêmio Nacional de Jornalismo em 2014 por uma série de histórias sobre as práticas de compra de votos de um político e recebeu o prêmio Príncipe Claus da Holanda em 2016 pelo sua contribuição à democracia. Uma equipe da Repórter Brasil conquistou um Gabo em 2016 por sua cobertura de vídeo e fotografia, que durante quatro anos mostrou como a construção de uma fábrica afetou os moradores de uma vila de pescadores próxima.

Reconhecimento precoce fomenta
credibilidade

O site argentino Chequeado foi homenageado com um prê- mio Gabo pela inovação em 2015 e foi finalista em 2013. Esse reconhecimento inicial impulsionou a reputação de Chequeado e o ajudou a se tornar um líder na região, ofere- cendo treinamento, inspiração e outros apoios para jor- nalistas de outros países. Mais de meia dúzia de outros sites de verificação de dados credenciam a equipe da Chequeado por tê-los ajudado a lançar seus próprios projetos.

Aristegui Noticias premiado por
reportagem

Aristegui Noticias ganhou o Gabo por sua investigação de 2015 que revelou que a esposa do presidente mexicano Enrique Peña Nieto havia comprado uma casa de US$ 7 milhões na Cidade do México. O dinheiro foi emprestado por uma empresa cujo proprietário havia recebido milhões em contratos de Peña Nieto durante seu tempo como governador do estado do México. Como resultado dessa reportagem, o governo cancelou um contrato de vários milhões de dólares com essa empresa para construir uma linha ferroviária de alta velocidade, a esposa do presidente