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Incrível 08/11/2019 Simplesmente maravilhoso, a história de vida do flávio é inspiradora pra qualquer brasileiro, realmente digno de admiração!
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
PONTO DE Feito por SembraMedia com o apoio da Omidyar Network INFLEXÃO
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO EXECUTIVO INTRODUÇÃO Meios nativos digitais da América Latina: um ecossistema vibrante Contexto latino-americano IMPACTO Publicando histórias que fazem a diferença Histórias com impacto VULNERABILIDADE Os meios nativos digitais pagam um preço por perseguir a verdade Buscando independência editorial e sofrendo por isso MODELOS DE NEGÓCIOS Diversidade de modelos de negócios traz resultados Categorizar os mídias digitais em níveis revela os geradores de receitas Diversificar as fontes de receita apoia a sustentabilidade e a independência A publicidade é fundamental e está evoluindo rapidamente Alternativas à publicidade EQUIPES Equipes focadas no conteúdo perdem oportunidades de negócios Patrimônio próprio suplementa pequenos orçamentoss Número recorde de mulheres fundadoras e líderes AUDIÊNCIA EM CRESCIMENTO O tamanho da audiência varia dramaticamente entre os nativos digitais na América Latina Grande massa de seguidores nas mídias sociais amplia o alcance dos meios nativos digitais A internet móvel está estimulando o crescimento e criando um “próspero ambiente de startups” Sites hiperlocais informam comunidades desfavorecidas INOVAÇÃO INOVAÇÃO NOSSAS RECOMENDAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO 6 11 12 12 15 16 17 22 24 25 26 28 29 31 31 33 39 40 40 41 43 44 44 46 48 49 53 59 Índice
Site interativo em inglês, espanhol e português
Papo de Homem começou como um grupo de e-mails sobre masculinidade. Atualmente, tem mais de três milhões de visitas por mês e estimula discussões, debates e diálogos entre homens e mulheres sobre questões de gênero, como desigualdade salarial, pa- péis sociais e violência sex- ual.
Recomendações
INTRODUÇÃO “N osso objetivo é explorar o cres- cente ecossistema de meios nativos digitais na América Latina para melhor compreender seu trabalho como jornalistas e como empreende- dores. Ficamos felizes em poder dizer que eles estão causando um impacto sig- nificativo - e apesar dos desafios que eles enfrentam, muitos deles encontr- aram um jeito de viver disso.”
desde sites de notícias gerais até influenciadores em mídias soci- ais e newsletters de nicho. Nessa região, as startups de mídia estão se tornando fontes de notícias cada vez mais importantes e con- fiáveis e estão transformando o complexo panorama de mídia de muitas maneiras. Esses meios nativos digitais po- dem ter um papel ainda mais importante a desempenhar na América Latina do que os seus equivalentes nos saturados mer- cados de mídia do mundo desen- volvido. A propriedade dos meios de distribuição de notícias está al- tamente concentrada na América Latina. Na Colômbia, três con- glomerados de mídia controlam 57% da audiência de notícias em rádio, internet e mídia impressa. No Brasil, a Globo é um dos 30 maiores proprietários de meios de comunicação do mundo. No México, Televisa domina a audiên- cia televisiva e distribui conteúdo para mais de 50 países em todo o mundo. (Fonte: Rockin ‘the news in Latam) Em toda a América Latina, os meios digitais independentes es- tão cobrindo comunidades desa- tendidas, produzindo conteúdo original e escrevendo histórias sobre assuntos que antes eram tabus. A natureza insurgente de muitas dessas organizações de notícias, lideradas por jornalistas, dá a elas uma “credibilidade de rua”, o que, a longo prazo, pode encaixar bem com o desejo da próxima geração de leitores por informações livres da influência das elites empresariais e dos gov- ernos.
O idioma compartilhado em todo o vasto mercado de mídia em lín-
“Desde o início, vimos o espaço onde se poderia publicar coisas que seri- am difíceis de publicar na mídia tradicional domi- nante como nosso prin- cipal valor... Não esta- mos lutando por furos. Estamos interessados em aprofundar, mesmo que isso signifique que saímos depois dos outros. Um de nossos lemas é: “Não contamos primeiro, con- tamos melhor”.
Como se referir a estes agentes das mídias digitais
gua espanhola torna mais fácil a colaboração através das fronteiras e o desenvolvimento de estratégias de negócios regionais. Por toda a América Latina, muitos dos jornalis- tas entrevistados estão encontrando um terreno comum
A mídia tradicional carece de credibilidade devido aos reconhecidos laços com o governo e as elites econômicas e trabalhando juntos para investigar a corrupção, fazer a cobertura do tráfico de drogas e resistir à influência de interesses poderosos. Mesmo no Brasil, onde a língua primária é o português, o intercâmbio de experiências é alimentado pelos laços culturais, sociais, religiosos e econômicos comuns que unem o Brasil ao resto da América Latina. As notícias se espalham rapidamente na era digital e os serviços de inteligência de notícias focados no negócio e na prática do jornalismo alimentam a colaboração e compartilham as melhores práticas. Muitos dos em- preendedores de jornalismo que entrevistamos relataram que se beneficiam de ler regularmente o trabalho de or- ganizações de mídia como o Nieman Lab, o CIMA, o IJNet, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, a Fundação Gabriel García Márquez e a SembraMedia, bem como blogs de jornalismo, incluindo News Entre- preneurs, de James Breiner, Clases de Periodismo, de Es- ther Vargas no Peru, Hangouts de Periodismo, de Mauri- cio Jaramillo na Colômbia e Miquel Pellicer na Espanha.
Por toda a América Latina, os meios nativos digitais estão publicando importantes histórias, conectando-se com suas audiências através das mídias sociais e estimulando ações dos cidadãos. Muitos dos meios digitais que fazem parte deste estudo têm produzido histórias que vêm obtendo repercussão significativa no mundo real, protegendo espécies ameaça- das de extinção, levando universidades a desenvolver novas políticas ou forçando a renúncia de funcionários públicos corruptos. Jornalistas empreendedores estão publicando histórias que outros meios de comunicação social em seus países muitas vezes não podem (ou não iriam) cobrir por causa de controle do governo, de ameaças ou pela influência de interesses financeiros. Quando eles divulgam essas histórias, no entanto, veículos nacionais e internacio- nais se apropriam desses conteúdos e os compartilham com uma audiência ainda mais ampla (Algumas dessas histórias estão incluídas mais adiante nesta seção).
A republicação na imprensa internacional é mais valio- sa do que apenas o aumento da credibilidade. Há prec- edentes na América Latina que sugerem que a pressão da comunidade internacional levou (ou constrangeu) os governos a agirem. A atenção da mídia internacional também ajuda os meios nativos digitais a criar credibil- idade, fortalece sua posição entre parceiros e colegas e valida seu trabalho e a qualidade de suas reportagens. Dos sites pesquisados, 72% disseram que seu trabalho jornalístico original influenciou a cobertura de veículos de comunicação nacionais em seus países. Mais de dois terços podem rastrear suas histórias e reportagens in- vestigativas para mostrar que foram coletadas por pub- licações internacionais, principalmente The New York Times , BBC , Al Jazeera , Univision e The Guardian. Em muitos casos, os meios nativos digitais alegam que as organizações de mídia maiores simplesmente se apro- priam e republicam suas imagens, vídeos e outras infor- mações sem lhes dar crédito. No entanto, encontramos alguns casos em que os em- preendedores de notícias digitais desenvolveram relacio- namentos e enviam regularmente histórias para veículos nacionais, conquistando leitores ou gerando receita com esses relacionamentos. Com os cortes de pessoal na mídia tradicional, os meios digitais podem encontrar uma oportunidade crescente de vender seus conteúdos através de acordos de distribuição. Eles também podem aproveitar backlinks para seus sites para obter mais tráfego e atrair público de todo o mundo. Os meios nativos digitais inspiram a ação
66 % Fonte: data.SembraMedia.org Nativos digitais que tiveram seus trabalhos republicados na mídia internacional
(Brasil) Justificando: Depois que Justificando expôs os comentários antifeministas e homofóbicos feitos por um juiz que era cotado para o Supremo Tribunal Fed- eral, o Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBD- FAM) o denunciou e o presidente brasileiro acabou indicando outro candidato. A cobertura efetivamente enterrou a candidatura. Entre outras coisas, Ives Gandra Filho, o juiz em questão, se opôs ao casamento entre divorciados, ho- mossexuais e disse que as mulheres deveriam se subme- ter aos seus maridos.
(Argentina) El Gato y la Caja : a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner retuitou um artigo publicado por El Gato y la Caja na Argentina sobre a possibilidade de que a votação eletrônica poderia ser manipulada. O artigo (em espanhol) e o alvoroço público resultante po- dem ter contribuído para conter o empenho do presidente Mauricio Macri para implementar o sistema. O artigo e a resposta de Kirchner foram destacados nos principais meios de comunicação, como Infobae e Diario Registrado. Histórias com impacto
(México) Distintas Latitudes : Em 2016, Distintas Latitudes realizou duas investigações sobre assédio sexual nas uni- versidades. O primeiro revelou que apenas quatro das 32 universidades mexicanas estudadas tinham um protocolo para lidar com as queixas dos alunos sobre assédio sexual. O segundo expandiu a investigação para 63 universidades de 11 países da América Latina. Suas histórias sobre como as universidades estavam tratando as queixas de assédio sexual foram republicadas na mídia local, bem como em Univision , PorCausa e Animal Político. Como resultado, o PAN, um dos principais partidos políti- cos do México, pediu às universidades que tomassem me- didas. Em agosto, a UNAM, a maior universidade do país, tornou público seu protocolo para lidar com casos de as- sédio sexual e violência. A Universidade Iberoamericana no México, que havia sido muito criticada pelo manejo desses casos, também publi- cou seu protocolo. Vice News deu segmento ao relatório Distintas Latitudes ex- pandindo o foco para incluir outros países da região. Seu artigo sobre o assédio sexual em universidades colombi- anas fez com que a Universidade Javeriana na Colômbia também desenvolvesse seu próprio protocolo.
Quando a confiança está em jogo, os prêmios de jornal- ismo são um sinal ainda mais importante de credibilidade e qualidade. O reconhecimento externo pode aumentar a credibili- dade entre os leitores e as cerimônias de premiação e as listas de vencedores publicadas ajudam a construir con- exões entre jornalistas e fortalecem as redes de aliados, as fundações e os investidores filantrópicos que os apoiam. Dois terços das organizações de mídia que entrevistamos para este estudo ganharam prêmios nacionais ou interna- cionais de jornalismo ou de organizações humanitárias, evidências da qualidade de suas reportagens e do recon- hecimento que estão recebendo.
Duas das publicações neste estudo, Connectas , da Colôm- bia, e Aristegui Noticias , do México, estiveram entre os meios que participaram da investigação do Panama Papers , vencedora do Prêmio Pulitzer O comitê do Prêmio Pulitzer enalteceu a investigação de um ano por “usar a colaboração de mais de 300 repór- teres em seis continentes para explorar a infraestrutura oculta e a escala global dos paraísos fiscais.” O prêmio é o último de uma série de condecorações pelo esforço de reportagem em escala global conduzido pelo International Consortium of Investigative Journalists, McClatchy, Miami Herald, Süddeutsche Zeitung e outros parceiros de mídia. (Leia o artigo completo em icij.org.)
O ano passado marcou um ponto de virada para os mei- os nativos digitais. Pela primeira vez, os empreendedores do jornalismo limparam os prêmios Gabriel García Márquez - um prestigiado reconhecimento geralmente conquistado por jornalistas dos principais jornais. Em 2016, três dos meios de comunicação estudados no relatório levaram prêmios prestigiosos durante o Festival Gabo, em Medellín, na Colômbia. A Agência Pública ganhou com a sua reportagem investi- gativa “São Gabriel e seus demônios” sobre a taxa alta e fora do comum de suicídios na cidade de São Gabri- el da Cachoeira, o município brasileiro com maior in- cidência de população indígena. Além disso, o especial Prêmios e reconhecimentos aumentam a credibilidade, conexões e a confiança na independência e na qualidade editorial
devolveu a casa e o próprio presidente se desculpou pub- licamente com o povo mexicano. A reportagem investigativa de Aristegui também rendeu à equipe uma participação na glória do Prêmio Nacional de Jornalismo em 2016 por seu papel na publicação da investigação sobre o assassinato de 16 civis desarmados pela polícia federal em Apatzingán. A escritora freelancer Laura Castellanos foi contratada para fazer a história do jornal El Universal , que se recusou a publicá-la por causa da sua natureza explosiva. Em resposta, Aristegui Noticias , Univisión e Proceso se uniram para publicar seu trabalho.
Kaja Negra , do México, ganhou o Prêmio Nacional de Jornalismo do Conselho Nacional para a Prevenção da Discriminação, além de muitos outros prêmios por in- formar sobre raça e gênero. Caja Roja, da Argentina, foi nomeado foi para um prêmio da Online News Association (ONA) e m 2016. Em 2015, a Agência Pública, do Brasil, fez parte de um grupo de de 20 meios de comunicação do mundo todo, coordenados pelo ICIJ, que ganhou um prêmio ONA pela sua investi- gação sobre o Banco Mundial. Sin Embargo do México recebeu várias vezes o Prêmio PEN de Liberdade de Expressão e o Prêmio Nacional de Jornalismo. El Gato y la Caja da Argentina ganhou um prêmio da Unesco pela cobertura científica. Linguoo da Argentina, que ganhou os prêmios LatAm Unesco e MIT Under 35, bem como um Google-Knight Fellowship. “100” da Agência Pública , de 2016, que revelava o caso de 100 famílias que tiveram suas casas destruídas e foram obrigadas a mudar para abrir caminho para a construção dos Jogos Olímpicos, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog na categoria Internet. La Silla Vacía venceu em 2016 pela sua série de artigos sobre as negociações de paz entre o governo e as guer- rilhas das FARC. Foi a segunda vez que La Silla ganhou um Gabo. O primeiro foi em 2014 para o Projeto Rosa , um estudo aprofundado de um ativista de direitos humanos torturado por paramilitares de direita. Além disso, o Projeto Rosa de La Silla foi homenagea- do pelo Ministério da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha. Também ganhou o Prêmio Nacional de Jornalismo em 2014 por uma série de histórias sobre as práticas de compra de votos de um político e recebeu o prêmio Príncipe Claus da Holanda em 2016 pelo sua contribuição à democracia. Uma equipe da Repórter Brasil conquistou um Gabo em 2016 por sua cobertura de vídeo e fotografia, que durante quatro anos mostrou como a construção de uma fábrica afetou os moradores de uma vila de pescadores próxima.
O site argentino Chequeado foi homenageado com um prê- mio Gabo pela inovação em 2015 e foi finalista em 2013. Esse reconhecimento inicial impulsionou a reputação de Chequeado e o ajudou a se tornar um líder na região, ofere- cendo treinamento, inspiração e outros apoios para jor- nalistas de outros países. Mais de meia dúzia de outros sites de verificação de dados credenciam a equipe da Chequeado por tê-los ajudado a lançar seus próprios projetos.
Aristegui Noticias ganhou o Gabo por sua investigação de 2015 que revelou que a esposa do presidente mexicano Enrique Peña Nieto havia comprado uma casa de US$ 7 milhões na Cidade do México. O dinheiro foi emprestado por uma empresa cujo proprietário havia recebido milhões em contratos de Peña Nieto durante seu tempo como governador do estado do México. Como resultado dessa reportagem, o governo cancelou um contrato de vários milhões de dólares com essa empresa para construir uma linha ferroviária de alta velocidade, a esposa do presidente