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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, Notas de estudo de Enfermagem

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi instituída pela Portaria GM no 1944 em 27 de agosto de 2009. O Plano de Ação Nacional (2009-2011), parte integrante deste documento sob o título Matriz de Planejamento do Plano de Ação Nacional (2009-2011) foi desenvolvido pela Área Técnica da Saúde do Homem ? ATSH / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas ? DAPES / Secretaria de Atenção à Saúde ? SAS, entre dezembro de 2008 e junho de 2009, em consonância com a Constitui

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 03/12/2009

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MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
(Princípios e Diretrizes)
Brasília, novembro de 2008
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MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE

DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO

INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

(Princípios e Diretrizes)

Brasília, novembro de 2008

SUMÁRIO

Pág

  1. APRESENTAÇÃO
  2. ABREVIATURAS
  3. INTRODUÇÃO
  4. METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA
  5. DIAGNÓSTICO 5.1. Indicadores demográficos 5.2. Violência 5.2.1. População privada de liberdade 5.3. Alcoolismo e Tabagismo 5.4. Pessoa com deficiência 5.5. Adolescência e velhice 5.6. Direitos sexuais e direitos reprodutivos 5.7. Indicadores de Mortalidade 5.7.1. Causas externas 5.7.2. Tumores 5.7.3. Outras causas de mortalidade 5.8. Indicadores de Morbidade 5.8.1. Causas externas 5.8.2. Tumores 5.8.3. Outras causas de morbidade

6. PRINCÍPIOS

7. DIRETRIZES

8. OBJETIVOS

8.1. Objetivos Gerais 8.2. Objetivos Específicos

  1. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

9.1. União 9.2. Estados 9.3. Municípios

  1. AVALIAÇÃO
  2. BIBLIOGRAFIA

2. ABREVIATURAS

AIH – Autorização de Internação Hospitalar

CID - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde

CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde

DASIS - Departamento de Análise de Situação de Saúde

DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

DPOC - Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas

ESF - Estratégia de Saúde da Família

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCA - Instituto Nacional do Câncer

MS - Ministério da Saúde

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNH - Programa Nacional de Humanização

SE – Secretaria Executiva

SIA - Sistema de Informação Ambulatorial

SIH - Sistema de Informação Hospitalar

SIM - Sistema de Informação de Mortalidade

SUS - Sistema Único de Saúde

SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde

3. INTRODUÇÃO

A proposição da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem visa qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção.

O reconhecimento de que os homens adentram o sistema de saúde por meio da atenção especializada tem como conseqüência o agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS. É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis.

Vários estudos comparativos, entre homens e mulheres, têm comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e que morrem mais precocemente que as mulheres (Nardi et all, 2007; Courtenay, 2007; IDB, 2006 Laurenti et all, 2005; Luck et all, 2000). A despeito da maior vulnerabilidade e das altas taxas de morbimortalidade, os homens não buscam, como as mulheres, os serviços de atenção básica. (Figueiredo, 2005; Pinheiro et all, 2002).

Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária. A resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas também, e, sobretudo, o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas.

Tratamentos crônicos ou de longa duração têm, em geral, menor adesão, visto que os esquemas terapêuticos exigem um grande empenho do paciente que, em algumas circunstâncias, necessita modificar seus hábitos de vida para cumprir seu tratamento. Tal afirmação também é válida para ações de promoção e prevenção à saúde que requer, na maioria das vezes, mudanças comportamentais.

As pesquisas qualitativas apontam várias razões, mas, de um modo geral, podemos agrupar as causas da baixa adesão em dois grupos principais de determinantes, que se estruturam como barreiras entre o homem e os serviços e ações de saúde (Gomes, 2003; Keijzer, 2003; Schraiber et all, 2000) a saber: barreiras sócio- culturais e barreiras institucionais.

Grande parte da não-adesão às medidas de atenção integral, por parte do homem, decorre das variáveis culturais. Os estereótipos de gênero, enraizados há séculos em nossa cultura patriarcal, potencializam práticas baseadas em crenças e valores do que é ser masculino. A doença é considerada como um sinal de fragilidade que os homens não reconhecem como inerentes à sua própria condição biológica. O homem julga-se invulnerável, o que acaba por contribuir para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais às situações de risco (Keijzer, 2003; Schraiber et

constituído tanto a partir do masculino como do feminino. Masculino e feminino são modelos culturais de gênero que convivem no imaginário dos homens e das mulheres.

Essa consideração é fundamental para a promoção da equidade na atenção a essa população, que deve ser considerada em suas diferenças por idade, condição sócio- econômica, étnico-racial, por local de moradia urbano ou rural, pela situação carcerária, pela deficiência física e/ou mental e pelas orientações sexuais e identidades de gênero não hegemônicas.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, portanto, além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam na vulnerabilidade da população masculina aos agravos à saúde, considerando que representações sociais sobre a masculinidade vigente comprometem o acesso à atenção integral, bem como repercutem de modo crítico na vulnerabilidade dessa população à situações de violência e de risco para a saúde.

Mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia de seu direito social à saúde é um dos desafios dessa política. Ela pretende tornar os homens protagonistas de suas demandas, consolidando seus direitos de cidadania.

4. METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA

Este documento, como instrumento de planejamento, define, no geral, princípios, diretrizes e papéis dos órgãos ou setores responsáveis pela elaboração e execução de planos, programas, projetos e atividades concretas, a serem oportunamente definidos, visando garantir ações e serviços de saúde que possam promover, prevenir, assistir e recuperar a saúde da população masculina.

Para além da consideração dos determinantes sociais da saúde, optou-se estrategicamente pela identificação das principais enfermidades e agravos à saúde do homem, buscando delinear caminhos que incentivem a procura pelos serviços de atenção primária, antes que os agravos requeiram atenção especializada.

Desta forma, a Política de Atenção Integral à Saúde do Homem se estabeleceu mediante um recorte estratégico da população masculina na faixa etária de 25 a 59 anos. Isto não deve configurar uma restrição da população alvo, mas uma estratégia metodológica.

Este grupo etário corresponde a 41,3 % da população masculina ou a 20% do total da população do Brasil. Ele corresponde a parcela preponderante da força produtiva, e além do mais exerce um significativo papel sociocultural e político.

Aproximadamente 75% das enfermidades e agravos dessa população está concentrada em 5 (cinco) grandes áreas especializadas: cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia. A partir desta constatação foram convidadas as Sociedades Médicas representativas destas áreas, juntamente com a participação de outros profissionais da saúde, pesquisadores, acadêmicos, representantes do CONASS e CONASEMS e de entidades civis organizadas que participaram de 5 (cinco) eventos distintos, onde foram traçados consensos.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem resulta, em grande parte, dos consensos obtidos naqueles eventos, exprimindo com a máxima fidelidade possível, um conjunto de idéias democraticamente discutidas e pactuadas entre os representantes dos setores responsáveis pela gestão e execução das ações.

Entre os temas estudados destacamos a violência, fenômeno difuso, complexo, multi- causal, com raízes em fatores socioculturais, políticos, econômicos e psico-biológicos. Dado a complexidade do problema, há de se enfatizar que a promoção da saúde, a prevenção da violência e a edificação de uma cultura da paz voltada para a população, devem basear-se na intra e inter-setorialidade e interdisciplinaridade.

Na formulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem teve-se também a clareza de integrá-la às outras Políticas de Saúde. Esta integração transversal

5. DIAGNÓSTICO

Estudos que sugerem ser necessária a reflexão da especificidade da saúde da população masculina indicam linhas temáticas que estruturam o debate sobre a saúde do homem. A noção comum é a de que o início desse debate, na década de 70, se caracterizou pela associação do modelo da masculinidade tradicional a déficits e/ou agravos à saúde (Gomes e Nascimento, 2006; Schaiber et all , 2005).

A reflexão crítica em relação à univocidade da masculinidade, no entanto, desdobrou-se no avanço das discussões, que passaram a incorporar as relações de gênero como determinantes do processo de saúde-doença e a resgatar os homens como sujeitos do direito à saúde.

O diagnóstico objetiva o conhecimento da realidade permitindo a tomada gerencial de decisões racionais, bem como antever o resultado das decisões e contribuir para as prováveis modificações futuras.

Ele se concentra nos determinantes socioculturais, biológicos e comportamentais, examinando as necessidades de ações de promoção, prevenção, tratamento e recuperação.

O diagnóstico também inclui a análise dos grupos da população masculina cujas características e peculiaridades demandam ações específicas de saúde. E, identifica as principais causas de morbimortalidade.

5.1. Indicadores demográficos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o total da população residente do Brasil,em 2005, segundo sexo e grupos de idade é da ordem de 184.184.074, sendo 50,8% de população feminina (93.513.055) e 49,2% de população masculina total (90.671.019).

A população de homens no Brasil, com distinção de diferentes fases do ciclo de vida, é delimitada em termos absolutos e percentuais conforme Tabela 1 e percentuais no Gráfico 1 :

T abela 1 - População masculina de acordo com as diferentes fases da vida Área Técnica Grupo etário População % Infância 0 - 9 18.200.403 20 Adolescência 10 - 24 28.053.005 31 Idade adulta 25 - 59 37.414.895 41 Idoso 60 ou + 7.002.716 8 TOTAL 90.671.019 100 Fonte: IBGE/PNAD/MS/SE/DATASUS,.

Ver n Gráfico 1- Distribuição percentual da população masculina

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50

O grupo populacional masculino dos 25 aos 59 anos corresponde a 37.414.895 habitantes, assim distribuídos nas seguintes faixas etárias, como demonstra a Tabela 2:

Tabela 2 - População masculina dos 25-59 anos, de acordo com as faixas etárias

25 a 29 anos - 7.421. 30 a 34 anos - 6.925. 35 a 39 anos - 6.470. 40 a 44 anos - 5.552. 45 a 49 anos - 4.568. 50 a 54 anos - 3.691. 55 a 59 anos - 2.785.

5.2. Violência

A violência é um fenômeno difuso, complexo, multicausal, com raízes em fatores sociais, culturais, políticos, econômicos e psico-biológicos, que envolve práticas em diferentes níveis.

O homem é mais vulnerável à violência, seja como autor, seja como vítima. Os homens adolescentes e jovens são os que mais sofrem lesões e traumas devido a agressões, e as agressões sofridas são mais graves e demandam maior tempo de internação, em relação à sofrida pelas mulheres (Souza, 2005).

Determinados processos de socialização têm o potencial de envolver os homens em episódios de violência. A agressividade está biologicamente associada ao sexo masculino e, em grande parte, vinculada ao uso abusivo de álcool, de drogas ilícitas e ao acesso as armas de fogo. Sob o ponto de vista sociocultural, a violência é uma forma social de poder que fragiliza a própria pessoa que a pratica.

Fonte:IBGE/MS/SE/DATASUS,

Fonte: IBGE/MS/SE/DATASUS,

mundial e torna o problema da prevenção e do tratamento dos transtornos associados ao consumo de álcool, um grande problema de saúde pública.

A magnitude deste problema estigmatiza e promove exclusão social. No Brasil,há cerca de 6 milhões de pessoas nesta situação.

Homens e mulheres bebem com freqüências diferentes. Este fenômeno também se observa na América Latina, conforme Relatório do Banco Mundial (2002). Mas há certas características a serem observadas: os homens iniciam precocemente o consumo de álcool, tendem a beber mais e a ter mais prejuízos em relação à saúde do que as mulheres.

No Brasil, as internações de mulheres por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, segundo o DATASUS (2006), representaram 2% de todas as internações por transtornos mentais e comportamentais, enquanto os homens apresentaram um percentual de 20%.

Avaliar os determinantes sociais de vulnerabilidade do homem para os problemas com o álcool torna-se, assim, imperioso para a construção de ações efetivas de prevenção e promoção da saúde mental deste segmento. Na medida em que o uso do álcool, como apontam diversos estudos, está sendo iniciado cada vez mais precocemente por homens e mulheres, as ações de promoção e prevenção para jovens e adolescentes também merecem mais investimento e monitoramento.

Transtornos graves associados ao consumo de álcool e outras drogas (exceto tabaco) afetam pelo menos 12% da população acima de 12 anos, sendo o impacto do álcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas ilícitas, segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas(CEBRID, 2006).

A prevalência de dependentes de álcool também é maior para o sexo masculino: 19,5% dos homens são dependentes de álcool, enquanto 6,9% das mulheres apresentam dependência. Segundo estes dados, para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de álcool, uma fica dependente. Entre as mulheres, esta proporção é 10:1(CEBRID, 2005).

De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, 2007), 52% dos brasileiros acima de 18 anos bebem, pelo menos, 1 vez ao ano. Destes, 65% são homens e 41% são mulheres. Do conjunto dos homens adultos, 11% bebem todos os dias e 28% consomem bebida alcoólica de 1 a 4 vezes por semana. (Tabela 3)

Tabela 3 –Primeiro Levantamento Nacional sobre Padrão de Consumo de Álcool na População Brasileira

Fonte:Primeiro Levantamento Nacional sobre Padrão de Consumo de Álcool na População Brasileira – UNIFESP/SENAD (2007)

Em relação ao tabagismo, os homens usam cigarros também com maior freqüência que as mulheres, o que acarreta maior vulnerabilidade às doenças cardiovasculares, câncer, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, doenças bucais e outras.

Homens e mulheres devem ser conscientizados sobre os malefícios dessas práticas por meio de promoção da saúde, de ações preventivas e de hábitos saudáveis.

O uso de álcool e do tabaco está diretamente relacionado aos indicadores de morbimortalidade a serem apresentados como requerentes de ações enérgicas na atenção integral à saúde.

5.4. Pessoas com deficiência

A pessoa com deficiência é muitas vezes infantilizada e inferiorizada, encontrando- se em situação de vulnerabilidade social que a expõe a riscos à saúde. A crença na invulnerabilidade masculina é dissonante em relação à deficiência física e/ou cognitiva, o que leva o deficiente ser mais vulnerável à violência e exclusão.

De acordo com o CENSO/2000, 25 milhões de brasileiros declararam-se como portadores de deficiência, com graus diferentes de dificuldade ou de incapacidade de enxergar, de ouvir, de locomover-se ou com deficiência mental.

Do total dos deficientes , aproximadamente, 11 milhões são homens, dos quais 1. milhões têm deficiência mental e 900 mil são deficientes físicos (falta de membro ou parte dele).

A partir de 18 anos Homens Mulheres Média Brasileira 35% 59% 48% 8% 12% 10% 19% 16% 17% 28% 11% 19% 11% 2% 6% Quantidade usual Homens Mulheres Média Brasileira Ate 2 doses 38% 63% 48% De 3 a 4 doses 25% 19% 22% De 5 a 11 doses 27% 14% 22% 11% 3% 7% Intensidade do beber Homens Mulheres Média Brasileira Abstêmio 35% 59% 48% 12% 16% 14% 16% 13% 15% 22% 9% 15% 14% 3% 9% Dependência (critérios do CID-10) Homens Mulheres Média Brasileira 14% 4% 9%

Frequência de consumo Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) Raramente (menos de 1 vez por mes) Ocasional (de 1 a 3 vezes por mes) Frequente (de 1 a 4 vezes por semana) Muito Frequente (todos os dias)

Bebe mais de 12 doses por ocasião

Bebedor não frequente Bebedor menos frequente Bebedor frequente Bebedor freqüente pesado

procurar ajuda médica diante de quadros irreversíveis de adoecimento, por não terem lançado mão de ações de prevenção ou de tratamento precoce para as enfermidades (WHO, 2001).

5.6. Direitos sexuais e direitos reprodutivos

É necessário conscientizar os homens do dever e do direito à participação no planejamento reprodutivo. A paternidade não deve ser vista apenas do ponto de vista da obrigação legal, mas, sobretudo, como um direito do homem a participar de todo o processo, desde a decisão de ter ou não filhos, como e quando tê-los, bem como do acompanhamento da gravidez, do parto, do pós-parto e da educação da criança.

Vale ressaltar que os adolescentes e adultos jovens também devem ser reconhecidos como sujeitos dos direitos sexuais e reprodutivos. Importante lembrar que, sua vida sexual e reprodutiva pode estar imersa em preconceitos.

A paternidade na adolescência não deve ser vista apenas como algo a ser evitado. Os adolescentes e jovens adultos devem ser assistidos diante de suas necessidades e projetos de vida, e não apenas segundo a percepção do profissional de saúde.

A eles devem ser disponibilizadas informações e métodos contraceptivos. Na eventualidade de uma gravidez, o importante é assegurar condições para que a paternidade seja vivenciada de modo responsável.

Em relação à terceira idade, as pessoas devem ser consideradas como sujeitos de direitos sexuais, reconhecendo que o exercício da sexualidade não é necessariamente interrompido com o avanço da idade. A sexualidade é uma importante dimensão da vida subjetiva, afetiva e relacional das pessoas.

5.7. Indicadores de Mortalidade

Ao se analisar, no ano de 2005, as causas de mortalidade na população masculina dos 25-59 anos se observou que, em 75% dos casos, os óbitos incidem em 5(cinco) grupos principais de entidades mórbidas (Gráfico 2).

A maior porcentagem de óbitos deve-se às Causas Externas (CID 10 - Cap. XX); em segundo lugar, estão as Doenças do Aparelho Circulatório (CID 10 – Cap. IX), em terceiro, os Tumores (CID 10 – Cap. II); em quarto, as Doenças do Aparelho Digestivo (CID 10 – Cap. XI) e, finalmente, em quinto lugar, as Doenças do Aparelho Respiratório (CID 10 – Cap. X), conforme demonstrado no Gráfico anterior.

Há de se chamar atenção que, as Causas Externas de mortalidade, embora apresentem uma alta incidência nas faixas etárias mais jovens (dos 25 aos 40 anos), são quantitativamente superadas pelas Doenças do Aparelho Circulatório a partir dos 45 anos, e pelos Tumores a partir dos 50 anos, conforme demonstrado no Gráfico 3.

Fonte: MS / SVS / DASIS-SIM, 2005

5.7.1. Causas externas (CID 10, Cap.XX)

Sob esta denominação, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, em sua Décima Revisão (OMS, 1996), engloba uma série polimorfa de agravos, dos quais os mais importantes são os Acidentes (V01-X59), notadamente os Acidentes de Transporte (V01-V99), as Lesões Auto provocadas Voluntariamente (X60-X84) e as Agressões (X85-Y09). Estes três tipos de agravos corresponderam, em 2005, à maioria dos óbitos (78%), por causas externas.

Gráfico 2 - Percentagem de óbitos de acordo com as causas (CID 10) População masculina de 25 -59 anos

Gráfico 3 – Percentagem de óbitos de acordo com as causas mais freqüentes dos diferentes grupos etários da população alvo

CID XX

0

5

10

15

20

25

30

Cap II Cap IX Cap X Cap XI CapXX Outros

20

5

30

25 12 8

CID IX

CID II

CID X CID XI

Na Tabela 4, dos 25 aos 44 anos, predominam as agressões como principal determinante de óbitos por Causas externas. A partir dos 45 anos, são os Acidentes de Transporte os fatores predominantes. Os Suicídios apresentam uma evolução lenta e irregular, diminuindo sua freqüência a partir dos 45 anos.

Tabela 4 - Principais causas externas de óbitos nas diferentes faixas etárias da população masculina dos 25-59 anos, Faixa etária Agressões % AC.Transporte % Suicídios % 25 - 29 7.765 32,4 3.779 21,2 772 17, 30 - 34 5,229 21,8 3.178 17.8 692 15, 35 - 39 (^) 3.879 16,3 2.834 15,9 709 16, 40 - 44 2,822 11,8 2,600 14,7 709 16, 45 - 49 1,987 8,3 2,300 12,9 601 13, 50 - 54 1,364 5,7 1.812 10,2 471 10, 55 - 59 894 3,7 1.304 7,3 498 9, TOTAL 23.940 100,0 17.807 100,0 4.362 100, Fonte: MS / SVS / DASIS-SIM,

5.7.2. Tumores (CID 10, Cap. II)

Os tumores que incidem com maior freqüência na faixa etária dos 25 - 59 anos são oriundos dos aparelhos digestivo, respiratório e urinário. Cerca de 43,2% de todos os tumores assinalados na CID I0, Cap. II, tem origem no aparelho digestivo.

A mortalidade por câncer do aparelho digestivo , no ano de 2005, teve sua maior expressão numérica no câncer de estômago, ainda que imediatamente seguida pelo câncer de boca e de esôfago. (Gráfico 4)

Gráfico 4 – Percentual de Mortalidade masculina por câncer do aparelho digestivo, 2005

No Gráfico 5, pode-se observar que a freqüência de óbitos por neoplasia maligna do aparelho digestivo vem aumentando, a despeito dos métodos de diagnósticos cada vez mais precoces e do eficiente arsenal terapêutico utilizado.

0 5 10 15 20 25

BOCA

ESOFAGO

ESTOMAGO

COLO, ANUS, RETO

FIGADO

PANCREAS

Fonte: MS / SVS / DASIS – SIM

No ano de 2000, morreram cerca de 6.266 homens por câncer do aparelho digestivo, enquanto no ano de 2005, o número de óbitos se elevou para 7.941, com tendência a aumentar.

Gráfico 5 - Mortalidade masculina ( 25-59 anos) no Brasil por Neoplasias Malignas do Aparelho Digestivo

As neoplasias malignas do aparelho respiratório determinaram o maior número de mortalidade na faixa populacional dos 25-59 anos, tendo ocorrido um total de 12.005 óbitos no ano de 2005.

No contexto geral das 10 neoplasias malignas que mais freqüentemente causaram a morte, logo após o câncer de pulmão, traquéia e brônquios, aparece o câncer de próstata, como se pode observar na Tabela 5.

Tabela 5 – As 10 neoplasias que mais freqüentemente causaram a morte em 2005 Traquéia, brônquios, pulmão 12. 005 Próstata 10. 214 Estômago 8. 124 Esôfago 5. 022 Boca e faringe 4. 684 Colon, reto, anus 3. 840 Fígado e vias biliares 3. 418 Sistema Nervoso Central 3. 404 Pâncreas 2. 858 Laringe 2. 789 Fonte: MS / SVS / DASIS – SIM, 2005

O câncer da próstata é uma neoplasia que geralmente apresenta evolução muito lenta, de modo que a mortalidade poderá ser evitada quando o processo é diagnosticado e tratado com precocidade.

Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cânceres no ano de 2008, aponta o câncer de próstata como sendo o mais freqüente, só superado pelo câncer de pele não- melanoma (Tabela 6).

Fonte: MS / SVS / DASIS – SIM, 2005