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Documento que apresenta o teorema de stokes e gauss (ou da divergência) no contexto do cálculo vectorial. O texto aborda o significado destes teoremas, seus respectivos corolários e aplicação a integração de superfície e volume.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
1 / 38
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Não perca as partes importantes!
Edson de Faria
Departamento de Matem ´atica
IME-USP
15/07/
Nesta aula apresentaremos os seguintes t ´opicos:
Operadores diferenciais: gradiente, laplaciano, divergente e
rotacional
Teorema de Stokes
Teorema de Gauss, tamb ´em conhecido como Teorema da
Diverg ˆencia
Algumas aplicac¸ ˜oes
Operador divergente. Se F = ( F 1 , F 2 ,... , Fn) e um campo de´
vetores, onde cada Fi e uma func´ ¸ ˜ao diferenci ´avel em n vari ´aveis, seu
divergente ´e a func¸ ˜ao escalar denotada por div ( F ) ou ∇ · F e
definida assim:
div ( F ) = ∇ · F =
∂ x 1
∂ x 2
∂ Fn
∂ xn
A notac¸ ˜ao ∇ · F e mais sugestiva, pois indica que o divergente ´´ e o
produto escalar (simb ´olico) do operador ∇ = (∂ x 1
,... , ∂ x n
) pelo
campo F. (Aqui, usamos a abreviac¸ ˜ao ∂ x i
= ∂/∂ xi .)
Operador rotacional. Este ´ultimo s ´o est ´a definido em dimens ˜ao tr ˆes
(n = 3). Se F = P i + Q j + R k e um campo de vetores, onde cada´
componente P, Q, R e uma func´ ¸ ˜ao diferenci ´avel a tr ˆes vari ´aveis, seu
rotacional ´e a func¸ ˜ao vetorial denotada por rot ( F ) ou ∇ × F e
definida assim:
rot ( F ) = ∇ × F =
Ry − Qz
i + ( Pz − Rx ) i +
Qx − Py
i.
A notac¸ ˜ao ∇ × F e mais sugestiva, pois indica que o rotacional ´´ e o
produto vetorial (simb ´olico) do operador ∇ = (∂ x , ∂ y , ∂ z ) pelo
campo F.
De fato, ´e f ´acil verificar que, simbolicamente,
i j k
∂ x ∂ y ∂ z
P Q R
Observac¸ ˜oes:
Os quatro operadores diferenciais introduzidos acima s ˜ao
extremamente ´uteis na formulac¸ ˜ao sint ´etica de algumas das
equac¸ ˜oes fundamentais da F´ısica.
Entre os exemplos, citamos as equac¸ ˜oes de Maxwell do
eletromagnetismo, a equac¸ ˜ao do calor, a equac¸ ˜ao da onda, as
equac¸ ˜oes b ´asicas da mec ˆanica dos flu´ıdos (entre as quais as
equac¸ ˜oes de Navier-Stokes).
Considere agora o campo vetorial F = ∇φ (um campo com esta
propriedade ´e chamado de campo gradiente). Um c ´alculo direto mostra
que
∇ × F (x, y, z) =
i j k
∂ x ∂ y ∂ z
− x
( x
2
2
2 )
3 / 2
− y
( x
2
2
2 )
3 / 2
− z
( x
2
2
2 )
3 / 2
ou seja, o rotacional de F e identicamente nulo. Um campo com esta´
propriedade ´e denominado um campo irrotacional.
Observac¸ ˜oes:
O que ocorre com o campo F no exemplo acima ´e geral: todo campo
gradiente de classe C
1 e irrotacional (exerc´´ ıcio!).
Outro fato geral que est ´a por tr ´as desse exemplo ´e a identidade
2 φ = ∇ · (∇φ), ou seja, o laplaciano de uma func¸ ˜ao (de classe C
2 )
e o divergente de seu gradiente. Para mais identidades deste tipo,´
veja o livro de T.M.Apostol, C ´alculo, vol. II, §12.14.
O teorema de Stokes e uma generalizac´ ¸ ˜ao do teorema de Green:
relaciona a integral de superf´ıcie do rotacional de um campo de
vetores ao longo de uma superf´ıcie limitada por uma curva com a
integral de linha do campo ao longo desta curva.
Teorema
Sejam F : Ω → R
3 um campo de vetores de classe C
1 e S ⊂ Ω uma
superf´ıcie param ´etrica orientada cujo bordo ∂ S ⊂ Ωe uma curva suave. ´
Seja n : S → R
3 a normal unit ´aria, e suponha que a curva ∂ S est ´a
orientada com a orientac¸ ˜ao induzida por n. Ent ˜ao temos:
∂ S
F · dr =
S
(∇ × F ) · n dA (1)
Observac¸ ˜ao: O teorema ainda ´e v ´alido se o bordo ∂ S e uni ˜´ ao de duas ou
mais curvas fechadas; neste caso o lado esquerdo de (1) ´e a soma das
integrais de linha sobre cada curva, com a orientac¸ ˜ao induzida.
Basta demonstrar a primeira das igualdades em (2); as outras duas s ˜ao
totalmente an ´alogas. Seja σ : W → R
3 a parametrizac¸ ˜ao da superf´ıcie S,
onde W ⊂ R
2 e uma regi ˜´ ao do plano, e escrevamos σ em termos de suas
componentes:
σ( u, v) = X ( u, v) i + Y ( u, v) j + Z( u, v) k.
Assumiremos que X , Y , Z s ˜ao func¸ ˜oes de classe C
2
. Com essa notac¸ ˜ao,
temos
S
−Py dx ∧ dy + Pz dz ∧ dx =
W
− Py
∂( u, v)
∂( u, v)
dudv.
(3)
A id ´eia da prova ´e aplicar o teorema de Green a esta ´ultima integral dupla.
Mas para tanto, precisamos reescrever o integrando. Observe que as
derivadas parciais Py e Pz s ˜ao calculadas no ponto σ( u, v). Isto nos
motiva a considerar a func¸ ˜ao de duas vari ´aveis
φ( u, v) = P( X ( u, v) , Y ( u, v) , Z( u, v)).
Afirmamos que o integrando na integral dupla acima ´e igual a
∂ u
(φ Xv ) (^) −
∂ v
(φ Xu) (^).
Utilizando a regra da cadeia (e a regra de Leibniz), temos
∂u
(φXv ) = φ uXv + φ Xuv =
Px Xu + Py Yu + Pz Zu
Xv + φ Xuv. (4)
∂v
(φXu) = φ v Xu + φ Xvu =
Px Xv + Py Yv + Pz Zv
Xu + φ Xvu. (5)
Subtraindo (5) de (4) e tendo em conta que Xuv = Xvu (pois X e de classe´
C
2 ), conclu´ımos que
∂u
(φXv ) −
∂ v
(φ Xu) = − Py [ XuYv − Xv Yu] + Pz [ ZuXv − Zv Xu]
= − Py
∂( u, v)
∂( u, v)
o que estabelece nossa afirmac¸ ˜ao.
Al ´em disso, temos φ( u( t), v( t)) = P( x( t), y( t), z( t)). Juntando esses
fatos, podemos escrever
,
∂W
(φXu) du + (φ Xv ) dv
b
a
φ( u( t), v( t))
Xu( u( t), v( t))
du
dt
dx
dt
dt
b
a
P( x( t), y( t), z( t))
dx
dt
dt =
∂ S
P( x, y, z) dx. (8)
Substituindo (8) em (7) e a express ˜ao resultante em (6), deduzimos que
"
W
− Py
∂( u, v)
∂( u, v)
dudv =
∂ S
P dx. (9)
E finalmente, substituindo (9) em (3), obtemos
"
S
− Py dx ∧ dy + Pz dz ∧ dx =
∂ S
P dx.
Isto estabelece a primeira f ´ormula em (2). Como observamos antes, a
demonstrac¸ ˜ao das outras duas f ´ormulas ´e inteiramente an ´aloga. E como
tamb ´em observamos antes, somando as tr ˆes f ´ormulas em (2), obtemos a
f ´ormula (1) do enunciado. Isto conclui a demonstrac¸ ˜ao do teorema de
Stokes.
Observac¸ ˜oes:
A integral de linha no lado esquerdo de (1) ´e `as vezes chamada de
circuitac¸ ˜ao do campo F ; j ´a a integral de superf´ıcie no lado direito de
(1) ´e o fluxo do campo ∇ × F. Portanto, o teorema de Stokes diz que
a circuitac¸ ˜ao de um campo ao longo de uma curva fechada que ´e
fronteira de uma superf´ıcie orientada S e igual ao fluxo do rotacional´
do campo atrav ´es de S. (Aqui, assume-se que a orientac¸ ˜ao da curva
∂S e a induzida pela orientac´ ¸ ˜ao de S.)
Em particular, o teorema de Stokes possui como corol ´ario imediato,
enunciado no slide a seguir, um crit ´erio bastante ´util no c ´alculo de
certas integrais de superf´ıcie.
Exemplo 2: Seja F : R
3 → R
3 o campo dado por
F ( x, y, z) = ( x
2 z , − xy
2 , yz sin z).
Seja S a parte do parabol ´oide z = x
2
2 que fica abaixo do plano
z = y + 4 (veja a figure 1 no slide a seguir), orientada pela normal unit ´aria
n cuja componente z e positiva. Queremos calcular o fluxo de´ ∇ × F
atrav ´es de S. O primeiro passo ´e, naturalmente, calcular o rotacional de
F. Temos:
∇ × F (x, y, z) =
i j k
∂ x
∂ y
∂ z
x
2 z − xy
2 yz sin z
= ( z sin z , x
2 , − y
2 ).
No entanto, calcular diretamente a integral de superf´ıcie deste rotacional
sobre S e uma tarefa um tanto ingl ´´ oria...
Figura 1: O parabol ´oide z = x
2
2 e o plano z = y + 4.
Temos:
n
∂ r
∂x
∂ r
∂ y ∥ ∥ ∥ ∥ ∥
∂ r
∂x
∂ r
∂ y
1
√
2
( 0 , − 1 , 1 ) ; dA
∂ r
∂ x
∂ r
∂ y
dxdy =
2 dxdy.
A primeira dessas igualdades nos diz em particular que
(∇ × F ) · n
′ = −
1
√
2
( x
2
2 ).
Portanto, temos:
S′
(∇ × F ) · n
′ dA
′ = −
D
( x
2
2 ) dxdy ,
onde D e o disco´ x
2
1
2
2 ≤
17
4
.
Para calcular esta ´ultima integral dupla, usamos a mudanc¸a de
coordenadas r = r cos θ , y =
1
2
1
2
Obtemos ent ˜ao:
D
(x
2
2 ) dxdy =
√ 17 2
0
2 π
0
r
2 cos
2 θ +
1
2
dθ rdr
√ 17 2
0
2 π
0
r
3
2 sin θ
dθ dr
= 2 π
√ 17 2
0
r
3 dr =
289 π
32
Portanto, temos finalmente:
S
(∇ × F ) · n dA =
S
′
(∇ × F ) · n
′ dA
′ = −
289 π
32
[Disto tamb ´em segue que
C
x
2 z dx − xy
2 dy + yz sin z dz = − 289 π/32,
cujo c ´alculo direto seria bem mais trabalhoso.]