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Como Estudar as Escrituras: Princípios Básicos para Melhor Entendimento, Provas de Direito

Saiba como estudar as escrituras de forma eficaz, aceitando-as como revelação divina e compreendendo-as pelo mesmo espírito pelo qual foram escritas. Aceite o princípio de que as escrituras devem ser compreendidas pelo mesmo espírito, busque ajuda de fontes adicionais e aplique as escrituras a si mesmo.

O que você vai aprender

  • O que é o primeiro princípio de compreensão das escrituras?
  • Qual é o papel do Espírito Santo na compreensão das escrituras?
  • Como aplicar as escrituras a si mesmo para melhor entendimento?
  • Por que as escrituras devem ser compreendidas pelo mesmo espírito pelo qual foram escritas?
  • Qual é a importância de buscar ajuda de fontes adicionais para o estudo das escrituras?

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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“Pois aquele que procurar diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser-
lhe-ão desvendados pelo poder do Espírito Santo...” (1 Néfi 10:19).
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“Pois aquele que procurar diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser- lhe-ão desvendados pelo poder do Espírito Santo...” (1 Néfi 10:19).

Joseph Fielding McConkie é professor emérito de escrituras antigas da Universidade Brigham Young. Este discurso foi proferido na Semana de Educação da Universidede Brigham Young de agosto de 2006. Joseph Fielding McConkie

Como Estudar as Escrituras

Se os céus se abrissem hoje e Deus falasse, os irmãos não gostariam de ouvir o que Ele teria a dizer? Da mesma forma, se um mensageiro viesse em lugar d’Ele, os irmãos teriam menos interesse? Se a mensagem fosse escrita, os irmãos não gostariam de lê-la? Muitas pessoas fiéis sacrificaram sua própria vida para que a palavra do Senhor, transmitida antigamente a seu povo, fosse preservada para nós. O estudo minucioso destes registros só pode servir de fonte de grandes bênçãos para nós, ao passo que deixar de conhecê-los seria uma perda enorme. Que Princípios Corretos, e não Técnicas, Dirijam Nosso Estudo Ao longo dos anos muitos alunos e outras pessoas vieram a meu escritó- rio, perguntando a respeito de como poderiamse tornar melhores estudantes das escrituras. Também me perguntaram com frequência como é que estu- davam as escrituras homens tais como meu pai, o Élder Bruce R. McConkie, e meu avô, o Presidente Joseph Fielding Smith, ambos conhecidos como eruditos quanto ao estudo do evangelho. Inerente a estas perguntas está a ideia de que há algum método ou segredo desconhecido pela maioria das pessoas que dá àqueles que o conhecem uma grande vantagem em enten- der as escrituras. Eis que revelarei o grande segredo: o fato é que não existe nenhum segredo.

Como Estudar as Escrituras 101 também desejei ver e ouvir e conhecer essas coisas pelo poder do Espírito Santo, que é o dom concedido por Deus a todos os que o procuram diligentemente, tanto em tempos passados como no tempo em que se manifestará aos filhos dos homens. Pois ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre; e o cami- nho está preparado para todos os homens desde a fundação do mundo, caso se arrependam e venham a ele. Pois aquele que procurar diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser-lhe-ão desvendados pelo poder do Espírito Santo, tanto agora como no passado e tanto no pas- sado como no futuro; portanto o curso do Senhor é um cír- culo eterno. (1 Néfi 10:17–19) Entre as inúmeras revelações que nos vieram do Deus Altíssimo muito poucas foram escritas. Entre as escritas ainda menos foram-nos preservadas em forma de livro. Um exemplo de tal forma de coletânea é a Bíblia Sagrada. A palavra bíblia deriva-se da palavra grega biblia que significa “os livros.” Assim, a Bíblia é uma coleção de livros tidos como sagrados, ou santos. É importante observar que os católicos, os protestantes e os judeus dis- cordam entre si quanto aos livros que devem fazer parte desta coletânea. A biblioteca de livros sagrados dos Santos dos Últimos Dias contém muito mais registros de escrituras do que se encontram na biblioteca de outras igre- jas. Apesar deles não concordarem uns com os outros quanto aos livros que devem fazer parte da Biblioteca da Fé—ou seja, a Bíblia—encaram como heresia nosso acréscimo de livros a esta biblioteca. Nós, por outro lado, cremos que, tal qual os antigos, receberemos reve- lações próprias às nossas circunstâncias, se é que temos a mesma fé que eles tinham. Os santos da antiguidade eram fortalecidos ao lerem as revelações dadas aos que os antecediam, mas não se limitavam às revelações prévias e sim, recebiam a sua própria orientação espiritual. Nosso caso é como o deles. Sim, este princípio é fundamental ao nosso entendimento e interpre- tação de tudo que lemos no cânon das escrituras. Se a comunicação com os céus for interrompida—isto é, se dissermos que a biblioteca de revelação está fechada—perderemos tanto a oportunidade de recebermos mais revelações como a chave de compreendermos tudo que já possuímos. Néfi explicou este princípio com as seguintes palavras: Sim, ai do que diz: Recebemos e não necessitamos mais!

102 Buscai Diligentemente: Seleções de “O Educador Religioso” E por fim, ai de todos os que tremem e estão irados por causa da verdade de Deus! Pois eis que o que está edificado sobre a rocha recebe-a com júbilo; e o que está edificado sobre um fundamento de areia treme de medo de cair. Ai do que disser: Recebemos a palavra de Deus e não necessitamos de mais palavras de Deus, porque temos o bastante! Pois eis que assim diz o Senhor Deus: Darei aos filhos dos homens linha sobre linha, preceito sobre preceito, um pouco aqui e um pouco ali; e abençoados os que dão ouvidos aos meus preceitos e escutam meus conselhos, porque obterão sabedoria; pois a quem recebe darei mais; e dos que disserem: Temos o suficiente; destes será tirado até mesmo o que tive- rem. (1 Néfi 10:17–19) O Senhor nunca, nem sequer em toda a eternidade, revelou que não haveria mais revelação. Se Ele assim fizesse, seria como negar-nos a capaci- dade de compreender as revelações que já nos deu. Seria como se escondesse a evidência de sua existência e disfarçasse as verdades do evangelho. A Bíblia é um livro muito diferente nas mãos de quem rejeita a revela- ção do que nas mãos de quem está disposto a receber o Espírito. As palavras são as mesmas, mas a visão é completamente outra. Um livro que nos veio por revelação só é revelação para quem tem o espírito de revelação. O espírito que os irmãos levarem à leitura de um livro predeterminará o aproveitamento que tirarão dele. O Evangelho de São Mateus pode ser escritura para um e para outro, não. Podem até estar juntos na mesma sala lendo o mesmo livro e pode ser escritura sagrada para um e para o outro não. A diferença não se encontra no que foi escrito e sim no espírito com que se lê. Se lermos escritos sagrados com um espírito de contenda, não será escritura; não se trata da voz do Senhor nem representa seu Espírito. É simplesmente tinta preta num papel branco. Se o espírito com que se lê não estiver certo, tampouco estará certa a sua interpretação. Eu gostaria de compartilhar dois textos clássicos das escrituras que nos ensinam este princípio. O primeiro trecho é de uma revelação dada a nós para nos ensinar a discernir a verdade do erro, espíritos bons dos malignos e doutrina correta de doutrina falsa. Ao iniciarmos a leitura, nota-se que o Senhor, o Mestre, com uma pergunta nos motiva a pensar no assunto de discernir os espíritos:

104 Buscai Diligentemente: Seleções de “O Educador Religioso” escrituras sob a orientação do Espírito do Senhor, ouvimos a voz do Senhor e podemos testificar disso. Ler as escrituras sem aquele Espírito é outra coisa. Assim, o primeiro princípio de compreensão das escrituras é que elas devem ser compreendidas pelo mesmo espírito pelo qual foram escritas. Sem o espírito de revelação não há escrituras. Alguns diriam que este é um racio- cínio circular, e de fato é. Precisa-se de vida para dar vida. Não se pode ler no escuro. Não se pode ver nem ouvir as coisas do Espírito sem o Espírito. Assim como a luz atrai a luz, são as trevas que geram más ações. Não Há Senão um Evangelho O segundo princípio focaliza na natureza eterna do evangelho. Todos os princípios do evangelho são absolutos; de eternidade para eternidade são sempre os mesmos. Os mesmos princípios que estão conosco neste nosso segundo estado estavam conosco na vida pré-mortal e não mudarão ao pas- sarmos desta vida ao mundo espiritual. Sua importância não diminuirá na ressurreição. Não há princípios de salvação que não tenham sido decretados antes da fundação da Terra. O Senhor declarou que sua casa é uma casa de ordem e não de confusão. Em uma revelação concedida ao Profeta Joseph Smith, o Senhor enfatiza este princípio, fazendo três perguntas retóricas: A primeira: “Aceitarei uma oferta que não seja feita em meu nome?” A segunda: “Receberei de vossas mãos aquilo que não ordenei?” E a terceira: “Designar- vos-ei algo... sem que seja por lei conforme meu Pai e eu vos ordenei antes de existir o mundo?” (D&C 132:9–11). A resposta a cada uma destas pergun- tas é um não retumbante. O propósito delas é dramatizar o fato de haver um só evangelho, um só plano de salvação, um só sistema de autoridade e uma só organização em que se encontram administradores legais. Se a casa de Deus é uma casa de ordem, não será governada por leis feitas por terceiros e nela não se honrarão as ofertas feitas para outros deuses. Tampouco se permitirá que se aceitem ordenanças feitas sem licença e autoridade. Não posso me tornar o herdeiro de um dos irmãos só por ler seu diário e apreciar as promessas que seu pai lhe fez. De igual modo, os irmãos não podem ser herdeiros de Deus só através de ler as promessas que Ele fez a um povo antigo. Sua salvação e a minha requerem revelação pessoal e imediata. De maneira semelhante, se uma pessoa pudesse obter o direito legítimo de pregar o evangelho e agir em nome de Deus só por ler a Bíblia, ela também poderia tornar-se presidente do país só por ler a constituição. É lógico que isto não será possível sem a devida autorização.

Como Estudar as Escrituras 105 “Procurai Conhecimento, Sim, pelo Estudo e Também pela Fé” Tiro o terceiro princípio da ordem dada pelo Senhor à Escola dos Profetas: “Procurai conhecimento, sim, pelo estudo e também pela fé” (D&C 88:118). Esta declaração afirma primeiramente a importância do estudo e daí sugere a necessidade de se passar além do estudo e abraçar o princípio da fé. Permitam-me ilustrar este princípio. O Profeta Joseph Smith estava estudando o livro de Tiago quando chegou a uma passagem que o inspirou a perguntar a Deus e fazê-lo com fé sem vacilar (veja Tiago 1:5–6). Quando ele colocou o livro na mesa e foi à procura de um lugar sossegado para orar, sua fé tomou o lugar do estudo e por meio desta fé ele pôde fazer o que seus mentores bíblicos haviam feito: abrir os céus. Minha fé que o Livro de Mórmon pertence à biblioteca de livros sagra- dos me dá um enorme conhecimento que de outra maneira eu não teria. Para mim o livro restaura o conhecimento das coisas simples e preciosas que foram tiradas da Bíblia. Por meio dele aprendi que os povos do Velho Testamento tinham aquilo que nós conhecemos como o Sacerdócio de Melquisedeque. Tinham também o batismo, o dom do Espírito Santo e todos os outros prin- cípios e ordenanças redentoras do evangelho. Por meio do Livro de Mórmon posso ganhar mais conhecimento e entendimento acerca do que se ensinou no Velho e no Novo Testamento do que por meio de todos os comentários eruditos que já foram escritos a respeito deste assunto. Do Livro de Abraão aprendi que os povos do Velho Testamento possu- íam o convênio abraâmico junto com a promessa da perpetuidade da semente e da família eterna. Através da fé na tradução de Joseph Smith do Livro de Moisés, aprendi que possuíam o conhecimento de Jesus—o Messias—Adão, Enoque, Noé e Abraão e que o plano de salvação revelado a eles é o mesmo plano de salvação que conhecemos hoje em dia. Isto não se trata de uma retirada à posição anti-intelectual ocupada por muitos do mundo cristão tradicional e sim uma declaração ousada de que reunir a fé com o estudo é como um casal amoroso trazer ao mundo um filho. A criancinha é um ser vivente que proporciona aos pais o profundo amor e compreensão que antes desconheciam. De modo igual, minha fé em Jesus de Nazaré, o muito esperado Messias, Salvador e Redentor da humani- dade, me dá um entendimento mais profundo do Velho Testamento do que seria possível de outra maneira. Todos os seres reproduzem conforme sua espécie, analogamente a fé gera mais fé. A fé que se tem num princípio do evangelho incute a fé em

Como Estudar as Escrituras 107 que o casamento fosse para as pessoas que são fracas de natureza e não têm caráter moral, ou Ele estava-se referindo àqueles que estavam em missão e que deviam esperar até completarem a missão para se casarem? Quando João advertiu que não era para ninguém acrescentar nem diminuir daquilo que havia escrito, ele estava proibindo que os outros mexes- sem com as palavras de sua epístola, ou estava anunciando o término de todos os escritos sagrados? (veja Apocalipse 22:18–19). O contexto imediato dá as respostas a todas estas perguntas que acabo de fazer, mas se ainda estamos confusos, precisamos recorrer ao contexto mais amplo de tudo que já foi revelado a respeito daquilo que está em questão. Quando jovem fui capelão no exército. Sempre que nosso grupo recebia ordens de ir ao combate, alguns soldados descobriam que se opunham, por motivos de consciência, a armar-se. Suas reivindicações eram sempre tratadas com respeito e, entre outras coisas, eram mandados ao capelão para buscar seu auxílio em defender sua causa, se é que realmente tinham causa. Em tais casos eu perguntava se eles já tinham feito algo que pudesse comprovar sua nova crença. Nenhum deles conseguiu comprová-lo. A segunda pergunta que eu fazia era se havia algum motivo religioso para sua resolução de não portar armas. A única resposta de que me lembro ser dada era a de que Deus orde- nou a Moisés, dizendo: “Não matarás” (Êxodo 20:13). Sem entrar em detalhes das palestras que tive com estes jovens, obser- vei que sem exceção se surpreendiam ao aprender que a palavra traduzida na Bíblia como matar vem do vocábulo hebraico que significa assassinar. Ficavam ainda mais admirados em saber que a pena do assassinato nos tem- pos de Moisés era a morte. Ficavam igualmente surpresos em saber que o próprio Moisés era um grande general que repetidas vezes liderara os exércitos de Israel à batalha contra seus inimigos aos quais matavam em quantidades espantosas. A ideia aqui é que há um contexto mais amplo para o sexto manda- mento—um contexto inteiramente diferente do que os jovens com quem eu lidava haviam entendido. Equilibrar os Princípios Corretos O quinto princípio diz respeito ao equilíbrio que se deve haver entre os princípios do evangelho. Os princípios corretos às vezes entram em choque um com o outro—uma dificuldade que tem sua origem no jardim do Éden.

108 Buscai Diligentemente: Seleções de “O Educador Religioso” Deus colocou, de propósito, Adão e Eva numa situação em que tiveram que escolher entre mandamentos contraditórios. Haviam sido ordenados a mul- tiplicar e encher a terra, algo que não podiam fazer sem comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o que lhes havia sido proibido. Esta circunstância exigia que fizessem uma escolha e arcassem com as con- sequências. Com sabedoria e retidão, escolheram guardar o mandamento maior, ou seja, gerar filhos, o que, naturalmente, requeriu que comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Referimo-nos a este evento como a transgressão de Adão, e não o pecado de Adão. A transgres- são consiste em violar uma lei. O pecado, por outro lado, é a desobediência proposital. A consequência desta lei transgredida, conhecida como a Queda, criou a necessidade de Cristo e da expiação. O que eu gostaria de salientar-lhes no contexto desta palestra é que os princípios corretos entram em choque um com o outro muito mais do que imaginamos. Nós, como Adão e Eva, muitas vezes enfrentamos mandamen- tos contraditórios. Assim como eles, nós também devemos decidir qual é o maior e qual o menor e, como nossos primeiros pais, teremos que sofrer as consequências de nossa escolha. Considerem estas ilustrações: Por um lado queremos ser honestos, por outro lado não queremos ofender ou ser insensatos. As duas são virtudes, mas a virtude exagerada pode tornar-se vício. Ensina-se que devemos perdoar e ser misericordiosos, no entanto, como todo bom bispo sabe, a misericórdia não pode negar a justiça. Se assim fosse o caso, anular-se-iam a responsabilidade pessoal e a doutrina de arrependimento, e, inevitavelmente o plano de salvação. Há a letra da lei e o espírito da lei e há um tempo certo para cada um se destacar. É preciso manter um equilíbrio entre os princípios do evangelho. Por mais bela que seja, a doutrina da graça não pode ser tirana e intimidar todos os outros princípios do evangelho. Não podemos encantar-nos com um só princípio de tal forma que obscureça os outros. O mundo está repleto de exemplos de como este tipo de motim evangélico entra no navio da fé e um princípio se apodera, escravizando, ou jogando na água, os outros princípios. Deve-se lembrar-se de que nenhum princípio pode manter-se correto se for usado incorretamente. Qualquer princípio isolado do corpo dos prin- cípios se torna corrupto no seu isolamento. O que acontece com frequência é que um membro é convidado para dar uma aula sobre tal princípio. A ten- dência é a de isolar aquele princípio de princípios relacionados e só focalizar o estudo naquele princípio isolado. Faz-se um trabalho tão bom de ensinar a

110 Buscai Diligentemente: Seleções de “O Educador Religioso” que se tornaria uma com a vara de Judá, a fim de reunir Israel dispersado (veja Ezequiel 37:19). Por isso, José do Egito disse: “Portanto o fruto de teus lombos escreverá; e o fruto dos lombos de Judá escreverá; e aquilo que for escrito pelo fruto de teus lombos e também o que for escrito pelo fruto dos lombos de Judá serão unidos, confundindo falsas doutrinas e apaziguando contendas e esta- belecendo paz entre o fruto de teus lombos; e levando-os nos últimos dias a conhecerem seus pais e também meus convênios, diz o Senhor” (2 Néfi 3:12; Tradução de Joseph Smith de Gênesis 50:31). O significado disso é que a mensagem dos dois livros é a mesma. Compreendidos corretamente, eles ensinam os mesmos princípios, testificam do mesmo Deus, levando-nos ao mesmo destino. O Livro de Mórmon res- taura ao nosso conhecimento muitas “coisas simples e preciosas” que foram perdidas ou tiradas dos manuscritos bíblicos antes deles serem impressos em forma de livro. Nenhum livro de escritura ameaça outro livro de escritura. Embora difiram nos pormenores, os evangelhos se apoiam um ao outro. As obras-padrão da Igreja não são concorrentes e sim, companheiros. Já ouvi muitas críticas ásperas sobre os comentários. Lembrem-se de que uma grande parte das escrituras consiste em comentários a respeito de outras escrituras. Tudo que se escreve ou se diz acerca do evangelho é comen- tário das escrituras; até a declaração de que não se deve usar comentários não deixa de ser um comentário. Vale a pena salientar que há poucas coisas mais importantes do que o bom senso para entendermos as escrituras. Não há nenhuma passagem de escritura que não possa ser distorcida e há poucas escrituras que já não foram usadas para fins maliciosos. Muitas causas más e políticas perversas foram justificadas com citações das escrituras. Nos tempos de Cristo, os que O rejeitaram utilizaram argumentos baseados nas escrituras. Àqueles que pro- curavam tirar-lhe a vida, Cristo disse: Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas [as escrituras] que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida. Eu não recebo glória dos homens; Mas também vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.

Como Estudar as Escrituras 111 Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus? Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em que vós esperais. Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; por- que de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (João 5:39–47) Às vezes nota-se que há malícia no que se refere às escrituras. Alguns cos- tumam dizer que o figurativo é literal e o literal figurativo. Ao fazê-lo, decla- ram seu amor às escrituras ao passo que viram o significado delas ao avesso. No livro de Moisés lemos que Adão foi criado do “pó” da terra (veja Moisés 3:7). Alguns argumentam que o primeiro homem foi feito de argila. Porém, o mesmo texto diz que os irmãos e eu “nascemos nesta terra pela água, sangue e espírito,” que Deus fizera “e assim vos transformou de pó em alma vivente” (Moisés 6:59). O mesmo autor que emprega “pó” para descrever o nascimento de Adão também o utiliza para descrever o nosso nascimento. Neste mesmo contexto, lemos que Eva foi criada da costela de Adão (veja Moisés 3:21–22). O texto não explica o que se subentende—que isto é simbólico, que é metáfora para nos ensinar que o lugar da mulher é ao lado de seu marido. As escrituras não nos dizem isto; devemos deduzi-lo. Neste caso, nosso conhecimento vem da “doutrina do bom senso.” A mulher não é feita literalmente da costela do homem. Há certas coisas que devemos aprender por nós mesmos. Quando se estuda álgebra, aprende-se que se pode usar o que se sabe para descobrir o que se desconhece. Pode-se fazer assim também no estudo do evangelho. Se, por exemplo, sabemos que certo povo possuía o sacerdócio de Melquisedeque, sabemos também que tinham o dom do Espírito Santo porque é o sacerdócio de Melquisedeque que concede este dom. Alguns alunos já me perguntaram se há evidência de que se praticava o casamento eterno nos tempos do Velho Testamento. Os irmãos não acham lógico que se recebemos a autoridade de fazer o casamento eterno de Abraão ou de alguém de sua dispensação, que se possuía tal autoridade na época deles? Da mesma forma, pode-se raciocinar que se o batismo é uma orde- nança do sacerdócio Aarônico, então um povo antigo que possuía o sacerdó- cio Aarônico também teria possuído a ordenança do batismo.

Como Estudar as Escrituras 113 Conclusão Completamos o ciclo. Vamos unir agora os sete princípios. Iniciamos com o preceito de que as escrituras, ou seja, revelação, só são revelações quando são acompanhadas do espírito de revelação. Joseph Smith e Oliver Cowdery nos ilustram este princípio de forma notável. Depois que João Batista havia restaurado o sacerdócio Aarônico a eles e depois que se batizaram um ao outro e o Espírito Santo havia caído sobre eles, Joseph Smith disse: “Estando agora com nossa mente iluminada, as escri- turas começaram a abrir-se ao nosso entendimento e o significado e intenção verdadeiros das passagens mais misteriosas se revelaram a nós de uma maneira que antes não havíamos atingido nem pensado ” (História de Joseph Smith 1:74). Acrescentamos o segundo princípio, a ideia de que os princípios do evangelho são imutáveis. Toda escritura vem da mesma fonte, tem o mesmo propósito e ensina a mesma doutrina. O evangelho de Jesus Cristo não evo- luiu e não está evoluindo. É imutável, absoluto e eterno. A doutrina na qual Adão e Eva acharam a salvação é exatamente a mesma pela qual cada um de seus filhos em todas as gerações se salvarão. Esta doutrina sempre estará foca- lizada no mesmo Salvador, na mesma Expiação, na obediência às mesmas leis e ordenanças e requererá o mesmo sacerdócio. Há somente um Salvador e um só evangelho. Quando o Cristo já res- surreto visitou o povo do Novo Mundo, Ele fez o que fez no Velho Mundo. Foi ao templo, chamou e ordenou doze homens como testemunhas especiais de seu nome e ensinou o mesmo evangelho que ensinara àqueles de sua pró- pria nação. O evangelho e seus convênios e promessas permanecem sempre os mesmos. Não havia um evangelho para os pioneiros e outro para nós, nem um para os apóstolos e profetas e outro para o restante da Igreja. Temos um só evangelho do mesmo modo que só há um Salvador. Cada um de nós faz os mesmos convênios e cada um recebe a mesma promessa de bênçãos. Neste contexto, as promessas das revelações são nossas; foram-nos dadas; podemos colocar nossos próprios nomes nelas. O terceiro princípio é o de procurar aprender tanto pelo estudo como pela fé. Deve ser óbvio que a única forma de aprender o princípio da fé é por meio de exercê-la. A noção de que devemos buscar conhecimento tanto pela fé como pelo estudo significa que a fé não requer que deixemos nossa mente do lado de fora quando entramos da sala de aula Escola Dominical ou em qualquer outra ocasião em que procuramos aprender o evangelho. Quer

114 Buscai Diligentemente: Seleções de “O Educador Religioso” dizer, porém, que seria um evangelho fraco se não nos proporcionasse reve- lação que fosse além dos limites de nosso entendimento e do conhecimento comum. A mesma revelação nos diz que Deus, e não a natureza, é o autor de todas as leis. Esta revelação declara que todas as leis, luz e vida vêm de Deus e que Ele está acima de tudo. Deus é o criador de tudo isso e não um simples observador. O quarto princípio observa que tudo tem seu contexto apropriado. Todos os princípios do evangelho têm um contexto imediato e um contexto geral, este último sendo o contexto da plenitude do evangelho. Nenhum princípio do evangelho existe na solidão. Isolar qualquer princípio do con- junto de princípios que constituem o evangelho é corromper o princípio. O evangelho não consiste somente na graça, somente no amor, somente na fé, nem somente em qualquer princípio. Os princípios evangélicos se sustentam um ao outro. O quinto princípio consiste no devido equilíbrio que deve haver entre os princípios do evangelho. A ignorância não pode nutrir a fé e a inteligência dos homens não pode substituí-la. A Bíblia permanece sendo um livro selado para aqueles que a estudam unicamente com sua própria mente. O signifi- cado e propósito da Bíblia desaparecem para aqueles que reduzem sua men- sagem a algumas frases que sempre citam para justificar seu entendimento superficial e sua crença naquilo que não pertence ao corpus da fé. O sexto princípio nos incentiva a buscar sabedoria e ajuda de todas as fontes que nos conduzem a um entendimento maior. Nenhuma fonte pode exceder a voz de um profeta vivente, sim, a voz unida de todos os profetas do passado nos diz que devemos escutar o profeta atual. Observamos no sétimo princípio que buscamos o mesmo destino que buscavam os fiéis do passado, portanto os ensinamentos de que escreveram são de grande valor para nós. Para que isso nos ajude, devemos nortear o mapa que nos deixaram conforme os princípios corretos e lê-lo pela luz do mesmo espírito conhecido por eles. Sempre que alguém interpreta um trecho das escrituras, podemos medir o nível de bom senso e integridade espiritual que ele possui. O que fazemos com as escrituras, inclusive negligenciá-las, proporciona ao Senhor uma forma de avaliar nossa alma. Que todos nós possamos apresentar-Lhe uma boa avaliação, é a minha oração.