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Plano Geral de Contabilidade, Resumos de Contabilidade de Gestão

Código do Plano geral de Contabilidade

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 24/01/2023

timoteo-ulika
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Origem egípcia dos Iorubas

Cheikh Anta Diop

Cheikh Anta Diop ( 1923 - 1986 ) foi um dos maiores cientistas do século XX, poli-

mata, o arauto do renascimento africano, em 1954 publicou a obra “Nações Negras e

Cultura” ao qual afirmava que os povos do antigo Egito ( kemet ) eram pessoas negras,

desafiando o status quo da supremacia branca que negava a história do povo preto como

arquitetos da civilização moderna e influeciadores diretos do “mundo” helênico. Diop

o último faraó, assim chamado por seu pupilo e colega de trabalho Theophile Obenga,

é um gigante da humanidade, e leitura obrigatória para todos que querem conhecer o

saber sobre África e seu passado, presente e o que ela será no futuro. Nesse artigo Diop

traça a origem dos Iorubás vindos de kemet, nos mostrando que não estamos longe de

nossos antepassados, já que muitos povos yorubanos e suas divindades vieram para o

Brasil.

Cheikh Anta Diop

Origem egípcia dos Iorubas

Em seu livro, A religião dos iorubás (Lagos, CMS hop Books, 1948), J. Olumide Lucas reconstrói a origem egípcia deste povo como se segue:

Ligação ao Egito antigo. Enquanto a opinião que defende uma origem asiática é incerta, que não há dúvida de que os Iorubas já estavam na África em uma data bem recente. Uma cadeia de provas leva à conclusão, segundo a qual, durante muitos anos teve de se contentar por parte do Egito antigo conhecido como o con- tinente. Os fatos que levam a tal conclusão podem ser agrupada sob os seguintes títulos:

A. semelhança ou identidade da linguagem. B. semelhança ou identidade de crenças religiosas. C. Similaridade ou ideias de identidade e Práticas religiosas. D. A sobrevivência dos costumes e nomes de pessoas, lugares, objetos, etc ... (id. << Introdução >>, p.18)

Lucas cita muitos nomes comuns entre os Egípcios e os iorubás como: ran (nome), bu (nome do lugar), amon (oculto), miri (água) ha (casa grande), hor (ser grande), fahaka ( peixes de prata), na- prit (grão) ... Então,continua a avaliar a identidade de crenças religiosas e cita fatos impressionantes:

Nesta seção, pode ser reproduzir abundantes evidencias da ligação íntima entre os antigos egípcios e os iorubás. Muitos dos principais deuses eram bem conhecidas entre os Iorubas no passado. Entre estes estão os deuses Osiris, Isis, Horus, Shu, Sut, Thot, Jepera, Amon, Anu, Khonsu, Khnum, Jopri, Hathor, Sokaris, Ra, Seb, os quatro deuses elementais, e outros. Muitos dos deuses sobrevivem no nome, nos atributos ou ambos. (Id. << Introdução >>, p.21).

Ra sobrevive entre os Ioruba sob o nome egípcio raro. Lucas cita a palavra, I-Ra-Wo, designando a estrela que acompanha o sol, quando esse sobe, e é composto por um membro característico do iorubá, que é essencialmente uma língua fonética, de acordo com o autor (diríamos que, como todas as línguas africanas), ra, que é a palavra egípcia, e wo, o que significa até.

Da mesma forma, encontramos nos iorubás as palavras egípcias roti, <> e kobiti, que teria dado a palavra grega <>.

Finalmente, no domínio das identidades religiosas, o autor cita.

_- A idéia de uma vida após a morte e julgamento após a morte;

  • O edifício do rei;
  • A importância atribuída aos nomes;
  • A forte crença em uma vida futura [depois da morte];
  • A crença em um espírito guardião que é apenas um aspecto do ka._

O autor lembra neste ponto que, em iorubá, as noções ontológicas dos antigos egípcios, como ka, aju [akhou], ju [KHOU], Sahu e ba. Diga-se de passagem, que, como se verá a seguir, também encontra- mos literalmente, esses termos em Wolof e Fulani.

O autor se estende abaixo no estudo das crenças e continua a identificar detalhes com as crenças egípcias durante 414 páginas. Apenas indicando a existência de hieróglifos em Iorubá, oferecendo algumas fotos dos mesmos.

A identidade dos panteões egípcios e Iorubás são suficientes por si só, para provar um contato pri- mitivo.

O que sabemos do povo Iorubá - com suas lendas diz-nos que teria se instalado no país atual rela- tivamente a pouco tempo, após uma migração do leste para o oeste. Podemos, portanto, considerar em conjunto, com Lucas, que a comunidade do berço primitivo de Iorubá e os egípcios é um fato histórico.

A forma latinizada Horus, que parece derivar o termo orixá [aplicado às divindades iorubás], sugere que a migração pode não ser somente após o contato com os gregos, mas desde a penetração romana.

Finalmente, vemos que Pedrals aponta a colina Kuso, perto de Ile-Ife, a existência de uma colina Kuso, na Núbia, perto da antiga Meroe, oeste do Nilo, << no coração do país Kush>> (Coronelli, mapa de África, 1989), em seguida repetido em Abisinia (Id., p. 107).

Cheikh Anta Diop, Nações Negras e cultura p. 360-1-2-3-4 ( Ed. Bellaterra, Sl., 2012 )

Tradução: Kwame Asafo Nyansafo Atunda Organição: Equipe Medu Neter Livros

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