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Guias e Dicas
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Professores refletem sobre escola e democracia em aprendizagem coletiva., Provas de Construção

Este artigo relata os caminhos percorridos por um grupo de professores em uma proposta democrática para elaborar uma proposta pedagógica, enfatizando a importância da realidade social na escola. O texto aborda a necessidade de superar a fragmentação do conhecimento disciplinarizado e promover a aprendizagem coletiva. Além disso, discute a importância da escola como espaço de formação humana e a necessidade de uma escola democrática e cidadã.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

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Universidade do Oeste de Santa Catarina
Eixo temático: Processos do ensino e da aprendizagem
Categoria: Pôster
PLANEJAMENTO MULTIDISCIPLINAR NO ENSINO FUNDAMENTAL DA
ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL IRMÃO MIGUEL.
Márcia Salete Bomm Lazzarin*
Vania Oneide Trentin Sanferari**
Agência financiadora: não contou com financiamento
RESUMO
Este artigo tem como objetivo compartilhar os caminhos percorridos pelo grupo de pro-
fessores da EBM Irmão Miguel na superação de suas dificuldades no planejamento de trabalho
pedagógico no primeiro trimestre de 2014, bem como elencar as possibilidades que encontra-
mos para avançar em nossa prática. Participantes de uma proposta democrática que oportuniza
a elaboração da própria proposta pedagógica, embasados no materialismo histórico dialético,
elaboramos nosso planejamento dando voz e vez aos membros da comunidade escolar. O pla-
nejamento realizado por temas, com a coleta de falas dos envolvidos na dinâmica do processo
de ensino e aprendizagem e que enfatizam a realidade social em que está inserida a unidade es-
colar. Embasados em estudiosos como FREIRE (2005, 2007), JAPIASSÚ (1976), MORIN (2003)
e STRIEDER (2004) elaboramos um planejamento que respeite a diversidade existente e que
oportunize a ampliação dos saberes científicos. Como Unidade integrante do projeto observató-
rio “Estratégias e Ações Multidisciplinares nas Áreas de Conhecimento das Ciências Humanas,
Ciências da Natureza e Linguagens da Mesorregião do Oeste Catarinense: Implicações na Qua-
lidade da Educação Básica” temos a oportunidade de através da formação continuada, ampliar
nossos conhecimentos e por conseqüência rompermos as fronteiras da fragmentação do co-
nhecimento disciplinarizado e caminharmos para uma perspectiva de prática coletiva, onde a
aprendizagem seja o objetivo de todos.
Palavras- chave: Planejamento. Multidisciplinaridade. Aprendizagem
INTRODUÇÃO
A necessidade de repassar conhecimentos adquiridos remota os primórdios da
civilização humana, quando por necessidade de preservação de sua existência o ser humano
necessitou adaptar a natureza a si, desta forma, precisou desenvolver formas que após serem
validadas pela própria experiência, eram passadas para as novas gerações caracterizando assim
um processo de aprendizagem.
Para Freire (2007 p.23-24)
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Eixo temático: Processos do ensino e da aprendizagem Categoria: Pôster

PLANEJAMENTO MULTIDISCIPLINAR NO ENSINO FUNDAMENTAL DA

ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL IRMÃO MIGUEL.

Márcia Salete Bomm Lazzarin* Vania Oneide Trentin Sanferari** Agência financiadora: não contou com financiamento RESUMO Este artigo tem como objetivo compartilhar os caminhos percorridos pelo grupo de pro- fessores da EBM Irmão Miguel na superação de suas dificuldades no planejamento de trabalho pedagógico no primeiro trimestre de 2014, bem como elencar as possibilidades que encontra- mos para avançar em nossa prática. Participantes de uma proposta democrática que oportuniza a elaboração da própria proposta pedagógica, embasados no materialismo histórico dialético, elaboramos nosso planejamento dando voz e vez aos membros da comunidade escolar. O pla- nejamento realizado por temas, com a coleta de falas dos envolvidos na dinâmica do processo de ensino e aprendizagem e que enfatizam a realidade social em que está inserida a unidade es- colar. Embasados em estudiosos como FREIRE (2005, 2007), JAPIASSÚ (1976), MORIN (2003) e STRIEDER (2004) elaboramos um planejamento que respeite a diversidade existente e que oportunize a ampliação dos saberes científicos. Como Unidade integrante do projeto observató- rio “Estratégias e Ações Multidisciplinares nas Áreas de Conhecimento das Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens da Mesorregião do Oeste Catarinense: Implicações na Qua- lidade da Educação Básica” temos a oportunidade de através da formação continuada, ampliar nossos conhecimentos e por conseqüência rompermos as fronteiras da fragmentação do co- nhecimento disciplinarizado e caminharmos para uma perspectiva de prática coletiva, onde a aprendizagem seja o objetivo de todos. Palavras- chave : Planejamento. Multidisciplinaridade. Aprendizagem INTRODUÇÃO A necessidade de repassar conhecimentos adquiridos remota os primórdios da civilização humana, quando por necessidade de preservação de sua existência o ser humano necessitou adaptar a natureza a si, desta forma, precisou desenvolver formas que após serem validadas pela própria experiência, eram passadas para as novas gerações caracterizando assim um processo de aprendizagem. Para Freire (2007 p.23-24)

Colóquio Internacional de Educação 2014 1164 Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente que ao longo dos tempos, mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Nesse contexto de aprendizagens na sociedade, a escola é o espaço de dinamização do saber formal, com toda a sua diversidade cultural, social e étnico. Um dos grandes dilemas da modernidade está na fragmentação dos conhecimentos imposta nas escolas que fazem o pro- cesso de aquisição do mesmo ser uma tarefa penosa e enfadonha, que por conseqüência anula a alegria e entusiasmo em nossas crianças e jovens, remete a indisciplina, reprovação e evasão, bem como alertando para os baixos rendimentos em avaliações nacionais e internacionais. Essa organização em disciplinas da escola formal interfere na aprendizagem dos estu- dantes, desestimula o desenvolvimento de sua inteligência, sua capacidade de raciocínio e di- ficulta o estabelecimento de relações entre conceitos, saberes, ou seja, de refletir sobre o que estão estudando, conforme Morin (2003, p.36) “O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido”. A escola é o espaço em que conhecemos e aprendemos sobre o mundo e sobre a ação/ trabalho e a relação dos homens no mundo. Essa função da escola, a qual não se caracteriza em outros segmentos da sociedade, o que faz dela um importante instrumento de formação humana. Sob essa perspectiva, é preciso organizar o trabalho escolar coletivo e todas as parti- cularidades que o envolvem. O instrumento capaz e teoricamente definido para isso é o Plano Político Pedagógico - PPP, cuja construção é coletiva, no sentido de elucidar todos os aspectos presentes na Unidade Escolar, desde sua organização, a linha teórica e o trabalho a ser desen- volvido em sala de aula. A Proposta de Educação de Concórdia, desde 2001, vem promovendo discussões com o objetivo de consolidar, junto às escolas e Centros de educação infantil, seus Planos Políticos Pedagógicos, embasados nos princípios de uma Escola Democrática e Cidadã para Todos: que privilegia a formação continuada, que considere o aluno/criança como sujeito histórico, que tenha como ponto de partida a realidade escolar e social, reflexão, acesso à escola, cidadania, autonomia e apropriação do conhecimento. A Proposta de Educação Democrática foi construída coletivamente com os professores da rede municipal, por meio das Conferências de Educação, promovidas nos anos de 2003 e 2006, as quais definiram o embasamento teórico-metodológico pautado no Materialismo Histórico e Dialético. Isso implica em possibilitar através dos conteúdos trabalhados e das relações vividas, que os alunos consigam compreender suas vidas, refletir sobre elas e buscar coletivamente, nos mais diversos grupos sociais, alternativas de mudanças na estrutura social, trabalhando conhecimentos científicos e politicamente comprometidos com a construção de uma sociedade democrática e de educação pública.

Colóquio Internacional de Educação 2014 1166 “Quando nos situamos no nível do simples multidisciplinar, a solução de um problema só exige informações tomadas de empréstimo a duas ou mais especialidades ou setores de conhecimento, sem que as disciplinas levadas a contribuírem por aquelas que as utilizam sejam modificadas ou enriquecidas. Para iniciar o planejamento, o tema escolhido para o primeiro trimestre foi “cidadania” e todos os professores elaboraram suas atividades evidenciando um aspecto do tema e os trabalhos, ao final do período seriam encadernados em pastas individuais, onde cada aluno teria o compêndio de todas as atividades realizadas. Os professores de linguagem se propuseram a escrever a introdução do compêndio, dinamizando com os alunos como seria a apresentação de um trabalho na produção escrita. A professora de matemática abordou aspectos de matemática financeira, o impacto dos impostos nos valores das mercadorias e a necessidade de planejamento do orçamento familiar. Na disciplina de história abordou-se a organização dos três poderes para o exercício da cidadania, em geografia a discussão acercou-se das etnias que formam nosso povo e em ciências a professora junto com os alunos fizeram uma pesquisa sobre as drogas e as conseqüências dessas na vida das pessoas, não só dos que a consomem, mas a família e a sociedade que sentem seus reflexos. A professora de espanhol preferiu abordar a necessidade do estabelecimento de regras para organização social e aprofundou as normas da escola. Na disciplina ensino religioso, a preferência foi por dinâmicas de grupo visando o relacionamento interpessoal. A professora de língua portuguesa usou o texto do “Estatuto do Homem” para refletir acerca da importância da vida e cada aluno produziu seu estatuto registrando seus anseios e emoções. Na disciplina de artes a professora usou também o Estatuto do Homem, mas fez a ilustração do que estava expresso conforme o entendimento de cada um. A professora de educação física convidou a Equipe Águias para palestrar, demonstrar suas habilidades de basquete em cadeira de rodas e interagir com os estudantes para perceberem que as deficiências não são empecilho para viver em sociedade. No decorrer do trimestre as atividades em algumas disciplinas foram acontecendo e percebemos ainda certa quebra entre essa proposição e os conteúdos programados no currículo. Em outras, porém foram incorporadas ao planejamento tornando-se uma unidade com o conteúdo programado para a turma. Nessas áreas do conhecimento ficou evidenciado o interesse dos alunos pelas atividades e o empenho em realizá-las pois estavam percebendo sua relação com a vida cotidiana, fazendo com que sua aprendizagem seja significativa e de importância para sua autonomia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao encerrar o primeiro trimestre os trabalhos realizados foram relevantes para eviden- ciar um processo de mudança na postura de planejar e executar atividades com temas comuns. Pudemos perceber que alguns educadores desenvolveram seu planejamento de forma a articu- lar o tema estudado com aspectos da vida social dos educandos. Uma das queixas dos alunos foi de que houve repetição de abordagens em alguns momentos, fato característico da multi-

Eixo 6 - Processos do Ensino e da Aprendizagem | Pôster 1167 disciplinaridade, pois ao não planejarem coletivamente, os professores correm o risco, de ao abordar o mesmo tema, também realizarem atividade repetidas. Para nós, essa constatação foi fundamental, para que ao avaliarmos o primeiro passo, já possamos avançar em alguns aspec- tos, ou seja, para o segundo trimestre, quando abordaremos “cultura” já estabelecemos um di- álogo entre os professores das áreas do conhecimento para que as abordagens não se repitam. Nessa interação, estamos avançando para uma reciprocidade para que cada disciplina seja enriquecida com a contribuição das demais, uma busca pela interdisciplinaridade, onde o professor seria o agente de superação dessa compartimentalização dos saberes e comprometi- do com a educação por um mundo melhor. Valho-me ainda, de Strieder (2004, p.21) “Creio que vale a pena integrar-se a essa expectativa. A educação, que começa a apostar no novo pressuposto da biociência, admitindo a vida como dinâmica contínua de apren- dizagem, também tem o compromisso de conectar-se a essa rede de solidariedade com- prometida com a geração da sensibilidade humana. Deixemo-nos guiar por processos eferentes, capazes de criar condições reais de sensibilidade social, capazes de permitir o reencontro da humanidade consigo mesma” Nessa dinâmica é preciso ressaltar aos educadores que multidisciplinaridade é apenas um passo para chegarmos a uma motivação maior com relação a aprendizagem dos alunos pois não há tempo certo para aprender nem existe data marcada para aprender, aprendemos em toda hora e não apenas na sala de aula. É preciso crer que ao ensinar também se aprende, numa relação direta de empatia e solidariedade e que quando o conteúdo é significativo e tem relação com a vida, a aprendizagem acontece naturalmente, assim o aprendizado que envolve emoção e razão atinge os objetivos de autonomia e cidadania. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. SP, Paz e Terra, 2007. ____________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro,Paz e Terra, 2005. JAPIASSU,Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. RJ,Imago editora,1976. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. SP: Cortez, 2003. STRIEDER, Roque. Educar para a iniciativa e a solidariedade. Ijuí: Unijui, 2004.