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Um estudo sobre a eficácia do building information modeling (bim) no planejamento de obras de construção civil. O texto discute as vantagens de utilizar o bim para planejar obras, como melhor planejamento antes da execução, aumento da produtividade, monitoramento e rentabilidade. Além disso, são citados benefícios do planejamento adequado, como conhecimento pleno da obra, detecção de situações desfavoráveis, agilidade nas decisões, relação com o orçamento, otimização da alocação de recursos, referência para o acompanhamento da obra, documentação e rastreabilidade, criação de dados históricos e profissionalismo para a equipe. O documento também apresenta um caso de uso concreto e resultados de pesquisa sobre a aplicação de softwares bim no planejamento de obras civis.
Tipologia: Teses (TCC)
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Cabedelo 2022
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pelo Curso de Engenharia Civil do UNIESP CENTRO UNIVERSITÁRIO Orientador (a): Ms. Isabelly Camila Diniz de Oliveira Farias. Cabedelo 2022
Anne Alves de Freitas^1 Marialice Balbino Medeiros^1 Isabelly Camila Diniz de Oliveira Farias^2 RESUMO Atualmente, uma indústria da construção civil forte precisa sobreviver às nuances de uma sociedade globalizada, em que uma diversidade de fatores podem causar desequilíbrio à sustentabilidade econômica de empresas. Sendo assim, o planejamento de obras se tornou uma ferramenta importantíssima dentro deste ciclo de vida de uma obra, em que, antes que se inicie uma construção, a sua execução seja totalmente planejada, levando em consideração seus projetos, além de especificações iniciais da construção até sua conclusão. Um exemplo de abordagem que se vem destacando é o uso do BIM ( Building Information Modeling ), que é como traduzido, a modelagem de informações na construção criadas e mantidas durante todas as etapas da obra. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a eficácia do uso do BIM para o planejamento de obras. A pesquisa foi abordada por meio de revisão bibliográfica sobre o tema planejamento de obras utilizando a metodologia BIM e vários outros associados, foram analisados diversos artigos e monografias para tal desenvolvimento, discursões e elaboração de opiniões entre autores. Além disso, apresentamos um exemplo de uma obra em Mangabeira, um dos bairros da cidade de João Pessoa/PB, no intuito de apenas destacar a importância do uso do BIM. Com a análise, concluímos que se torna mais viável um bom planejamento antes da execução da obra, viabilizando o estudo do projeto, do que ter de resolver problemas causados pela falta deste, e através da metodologia BIM, podemos aumentar o monitoramento, a produtividade e assegurar uma boa rentabilidade do projeto. Palavras-chave: Planejamento de Obras; Metodologia BIM; Building Information Modeling. ABSTRACT Currently, a strong construction industry needs to survive the nuances of a globalized society, in which a variety of factors can cause an imbalance to the economic sustainability of companies. Therefore, the planning of works has become a very important tool within this life cycle of a work, in which, before starting a construction, its execution is fully planned, taking into account its projects and technical drawings, in addition to specifications. construction initials. An example of an approach that has been highlighted is the use of BIM (Building Information Modeling), which is, as translated, the modeling of construction information created and maintained during all stages of the work. Therefore, the present work aims to analyze the effectiveness of the use of BIM for the planning of works. The research was approached through a bibliographic review on the subject planning of works using the BIM methodology and several other associates, several articles and monographs were analyzed for such development, discussions and elaboration of opinions between authors. In addition, we present an example of a work in Mangabeira, one of the (^1) Graduando do Curso de Engenharia Civil (^2) Professora Orientadora, graduada em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba, mestrado em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba, Docente do Curso Superior em Engenharia Civil das disciplinas de Cálculo Numérico, Cálculo Diferencial e Integral I e II. E-mail: isabelly.farias@iesp.edu.br.
neighborhoods in the city of João Pessoa/PB, in order to just highlight the importance of using BIM. With the analysis, we concluded that a good planning before the execution of the work becomes more viable, making possible the study of the project, than having to solve problems caused by the lack of it, and through the BIM methodology, we can increase the monitoring, the productivity and ensure a good profitability of the project. Keywords: Construction Planning; BIM methodology; Building Information Modeling.
1. INTRODUÇÃO Desde o início do êxodo rural presente em diversas sociedades no mundo, em que a população urbana se tornou maior do que a rural, estas precisaram aplicar métodos para se alocarem em terras e assim formarem os conglomerados urbanos. A construção de suas casas, de lugares em que poderiam exercer suas atividades laborais e demais unidades necessárias para a sobrevivência e desenvolvimento de suas atividades sociais e econômicas, foi o início do pontapé do que se tornaria um conjunto de conhecimentos modernos e eficientes visando a segurança e a eficiência no uso de custos e materiais. Atualmente, o setor da construção civil é umas das atividades que mais promovem o desenvolvimento econômico do Brasil. Com a alta competitividade entre as empresas construtoras, é indispensável a criação de novas ferramentas e métodos que proporcione cada vez mais crescimento e produtividade para se alcançar um maior destaque. Sendo assim, é necessário ter domínio de todos os acontecimentos que ocorrem em uma obra, desde seu projeto, até a execução, entrega e manutenção. O planejamento de obras se tornou uma ferramenta importantíssima dentro deste ciclo de vida de uma obra, em que, antes que se inicie uma construção, a sua execução seja totalmente planejada, levando em consideração seus projetos e desenhos técnicos, além de especificações iniciais da construção. Desta forma, o profissional consegue mensurar diversas variáveis, como o custo da obra, o tempo necessário para a sua execução e além disso, torna possível com que sejam encontradas possíveis falhas, que se ocorressem com a obra sendo executada, talvez fosse necessário ações como demolições parciais e totais, sendo assim, surgimento de custos maiores com aquisições de novos materiais, contratação de mão de obra por um tempo maior, além de uma geração maior de resíduos da construção civil, o que poderia afetar a sustentabilidade ambiental de uma obra. O planejamento de obras em si é muito importante para as obras civis, diante disso, é possível aprimorá-lo fazendo uso de outras tecnologias que possam oferecer maior exatidão nas variáveis analisadas, mecanismos que possam aumentar a eficiência na execução da obra e auxílio automatizado em encontrar possíveis erros no projeto. Um exemplo de ferramenta é o BIM ( Building Information Modeling ), que é como traduzido, a modelagem de informações na construção. Acredita-se que os programas de computador sejam o BIM, mas na verdade, este conceito se aplica à todas as ferramentas que possibilitam a integração de diversos pontos de uma obra em um só e estas informações possam ser compartilhadas, aplicadas e correlacionadas com outras, evitando assim consideravelmente erros na fase de projeto de uma obra. Mediante o exposto, o presente trabalho tem por objetivo analisar a eficácia da metodologia BIM para o planejamento de obras, verificando-se a aplicação de softwares que fazem uso do BIM no planejamento de obras civis. E ainda, vamos apresentar um exemplo de funcionalidade da ferramenta BIM em uma obra localizada no bairro de Mangabeira na cidade de João Pessoa/PB, avaliando a
De acordo com Laufer e Tucker (1987), o planejamento na construção é definido como um processo de tomada de decisão realizado para que seja antecipada uma ação futura, fazendo uso de meios mais eficazes para tornar tais ações planejadas, realizada. Segundo os autores citados acima, existem três funções principais no planejamento, sendo que estas são: auxiliar no cumprimento de funções primárias de execução, coordenação e controle na obra; coordenar e comunicar diversas partes envolvidas na construção e facilitar futuras tomadas de decisões necessárias. Billotta (2018) explica que, independentemente da construção ser pública ou privada, de porte pequeno ou grande, há continuamente uma necessidade de perpetrar todo o planejamento do início ao fim da obra a ser realizada, para assim antecipar problemas que possam ocorrer durante a construção e ao prever tal deficiência, para assim corrigi-la previamente a execução, para que não haja atrasos e desperdício de materiais. O planejamento na construção civil torna a execução das obras mais eficiente, em um tempo menor e proporcionando maior economia em materiais, equipamentos e mão de obra. Conforme Matos (2010), a indústria da construção civil está passando por uma grande transformação nos últimos anos. Tal transformação se deve pelo acirramento da concorrência causada pela globalização dos mercados, à demanda por bens mais modernos, à velocidade do desenvolvimento de novas tecnologias e pela elevação do grau de exigência por parte dos clientes. Isso faz com que o planejamento e o controle de obras se tornem uma atividade chave nas organizações. De acordo com o autor cima, dos diversos estudos realizados, uma das principais constatações é a deficiência no planejamento da construção civil que, consequentemente, reflete na baixa produtividade do setor, elevadas perdas e baixa qualidade nos seus produtos. As causas dessa deficiência podem ser agrupadas em: Planejamento e controle, com a atividade de um único setor, não há a devida integração no momento do planejamento, sendo assim, os executores do que está planejado não possuem conhecimento prévio do conteúdo do planejamento, fazendo com que todo o potencial desta ferramenta não seja explorado. Descrédito por conta da falta de certeza dos parâmetros propostos, a falta de domínio presente nas empresas que realizam certo serviço faz com que estas tenham grande nível de incerteza, tanto em suas ações, quanto em informações presentes em seus planos. Isso aumenta o nível de informalidade na obra, em que as ações são tomadas cada vez menos baseadas em informações concretas. Planejamento excessivamente informal, tanto no documento em si, quanto no que é cumprido. Tem-se a noção de que o que deve ser seguido é o que o engenheiro ou mestre de obras ordena e não o que de fato está planejado e suas observações embasadas na literatura técnica e científica. Acreditar no “tocador de obras”, situações de que se acredita que o melhor é aquilo que é recomendado pelo engenheiro e suas experiências em obras, sendo assim dando descrédito ao que consta nos documentos de planejamento da obra. Para isso, se fazem necessário, por parte dos planejadores e principalmente dos executores das obras, a importância de elaborar um bom material de planejamento e fazer com o que foi planejado, seja cumprido. É de essencial importância uma plena integração entre os elaboradores das ferramentas e dos engenheiros executores, tanto no processo de elaboração das ferramentas, quanto no processo de execução da obra. Existem diversos recursos para a realização do planejamento de obras, estes instrumentos, individualmente e quando unidos, mostram determinações necessárias para a plena execução da obra, Baía (2015) cita as principais ferramentas que são utilizadas no planejamento de obras, sendo estas:
Especificações técnicas, estas descrevem, de forma precisa, completa e ordenada, os materiais e os procedimentos de execução a serem adotados na obra. A sua finalidade é complementar a parte gráfica do projeto. Caderno de encargos, é o conjunto das especificações técnicas, critérios, condições e procedimentos estabelecidos pelo contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle dos serviços e obras. É semelhante às Especificações Técnicas, mas normalmente o Caderno de Encargos é mais generalista, servindo para todas as obras, enquanto as Especificações Técnicas são particulares à obra que está sendo executada. Memorial descritivo, identifica-se como outro tipo de resumo das especificações técnicas. Deve ser ajustado ao orçamento, seguindo a mesma ordem deste (ordenamento e nome dos serviços ou atividades). Cronograma, consiste em relacionar atividades com os tempos estimados para a realização de cada uma destas, em ordem. Permite acompanhar o desenvolvimento físico dos serviços e efetuar previsões de quantitativos de mão de obra, materiais e equipamentos, além de permitir que se determine o faturamento a ser feito ao longo da execução da obra. Cronograma de rede das atividades, cronograma utilizado para a programação das atividades, relacionadas no tempo de acordo com o prazo estabelecido para a execução de cada uma destas atividades. Cronogramas de Barras/de Gantt, o cronograma de barras é a representação dos serviços programados numa escala cronológica de períodos expressos em dias corridos, semanas ou meses mostrando o que deve ser feito em cada período. Cronograma de mão de obra, este cronograma é montado a partir do cronograma de barras, alocando-se a cada barra o efetivo previsto para a sua realização e designando as equipes de trabalho para cada atividade. Cronograma de equipamentos, neste cronograma, o primeiro passo será relacionar todas as atividades que necessitam a utilização de equipamentos. Posteriormente, deverá ser verificado no cronograma físico o tempo durante o qual, para aquela atividade o equipamento será utilizado. Finalmente desenhar o cronograma de equipamentos que pode ser em barras, mostrando visualmente a necessidade de equipamentos no decorrer da obra. Cronograma Físico-financeiro, o cronograma físico representa a programação temporal da execução da obra, nos aspectos físicos e financeiros. Geralmente, é preparado um cronograma financeiro, definindo a previsão mensal (ou semanal) de dispêndios. O conjunto da programação física com a organização econômica é conhecido como cronograma físico-financeiro. É uma das ferramentas mais importantes no planejamento da construção civil. Tecnologia na Construção Civil, este agrega agilidade e facilita a composição dos preços e serviços e possibilitam uma dimensão global do que se tem planejado e do que vai ser executado na obra. Indicadores de desempenho, os indicadores de desempenho e/ou produtividade servem para medir ou avaliar o comportamento dos aspectos principais do processo, podendo ser utilizados para avaliar, controlar e melhorar produtos e serviços. É importante para comparar o que foi planejado com o que realmente está ocorrendo ao longo da execução da obra. Softwares de projeto e de gerenciamento, no universo dos softwares de projeto, destacam-se as ferramentas CAD, com softwares como AutoCAD. Estes softwares são importantes para a realização de desenhos técnicos e a geração de vistas conforme desejado. Já quanto aos softwares de planejamento, é possível citar o MS Project, dentre outros. Todos estes vêm possibilitar uma melhor comunicação entre
fluxo de trabalho, cronograma, os entregáveis, a comunicação, a determinação de funções, o sistema de armazenamento de dados, arquivos e informações, o nível de detalhe em cada fase e a discriminação do uso do modelo em todos os ciclos de vida da edificação. Figura 1: Participação do BIM no ciclo de vida de uma empresa Fonte: Eastman et al. , 2011. Autodesk (2017) explica que o é uma metodologia em que a sua execução se inicia com a criação de um modelo de projeto 3D inteligente, pelo operador do software, que será usado para facilitar as tarefas de coordenação, simulação e visualização, ajudando também proprietários e prestadores de serviços a aprimorar o modo como as edificações e a infraestrutura são planejadas, projetadas, construídas e gerenciadas. O fluxo de elaboração de projeto em BIM (Figura 2) deve se dar de forma integrada entre os diversos profissionais envolvidos no projeto, planejamento e execução da obra. São geradas inúmeras informações simultaneamente e em diferentes disciplinas de projeto. Apesar de todas as informações do projeto estarem contidas em um modelo com banco de dados único, a integração entre os profissionais ainda se faz quase que obrigatória, explica Pinto (2019). Tal integração se faz necessária por conta da diversidade de informações que podem abranger mais de uma área do conhecimento ou então mais de uma especialidade, o que pode ir além das especialidades de um profissional. Succar (2008) afirma que o BIM é a integração de modelagem de produto e método, sendo um conjunto de políticas, processo e tecnologias, que interagem entre si de forma constante e integrada, com o intuito de definir e coordenar as informações geradas ao longo do desenvolvimento e manutenção do edifício ou de alguma obra de interesse.
Figura 2: Fluxograma do funcionamento do BIM Fonte: Goes (2011) De acordo com Kousheshi e Westergren (2008) o uso das ferramentas BIM melhoram a gestão de negócios ao transformar as disciplinas de projeto e gestão, como o caso da orçamentação, planejamento executivo, análise de construtibilidade, gerenciamento de riscos, suprimentos, entre outros; em processos paralelos e integrados. Andrade et. al. (2011), explica que obra vinculam o BIM a uma ferramenta, a uma tecnologia e a um processo, porém todas se relacionam, uma vez que, as informações do modelo podem reduzir a distância, potencializar a comunicação e eficiência na indústria da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação. Ainda de acordo com o autor citado acima, a essência do BIM traz a essência de uma indústria da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação muito mais colaborativa, onde se faz o uso de tecnologias disponíveis para o aprimoramento e coordenação do fluxo de informações, onde são reduzidos erros e aumentada a integração entre as diversas disciplinas presentes em um projeto. Assim, aumentando a eficiência do projeto à execução e manutenção da obra. Uchoa (2017) explica que a utilização de BIM é atualmente a melhor técnica de desenvolvimento de projetos em que é feito o uso de modelos em 3D, em que o produto é desenvolvido de forma inteligente, utilizando elementos parametrizados com todas as informações de cada objeto utilizado. A partir deste modelo, é adicionado o fator tempo ao projeto, relacionando informações dos prazos de início e término do evento (4D), além de informações de custos dos insumos aplicados no item/serviço (5D). A tendência de elaboração de projetos de arquitetura e engenharia atual é fazendo uso do BIM, sendo que sua utilização está crescendo de forma exponencial e os escritórios de arquitetura e engenharia que não aplicam esta tecnologia estão ficando defasados em produtividade e qualidade do produto final. Sua aplicação em canteiro de obras tem por objetivo propor o aumento da eficiência nas fases de construção e de operação do ativo. Diversas dimensões de dados inteligentes podem ser vinculadas ao modelo 3D, desta forma, o nD representa o estado das disponibilidades de informações múltiplas. O modelo 5D inclui modelo 3D, 4D (tempo) e 5D (custo). Os estudos pesquisados sobre 5D limitaram- se a descrições de conceito ou geração automática de quantidade. Nenhuma tentativa foi feita
Figura 3: Fluxograma do modelo aplicado para o planejamento Fonte: Uchoa, 2017. Após a proposta de aplicação de um software BIM no planejamento das obras, o autor citado acima realizou entrevistas com profissionais de construção que faziam uso destas ferramentas e obteve-se o resultado em que 72,2% dos profissionais entrevistados afirmaram que o uso destas plataformas melhoram o desempenho em atividades programadas, 58,3%
afirmaram que a organização aplicada ao planejamento aprimora o controle do tempo de execução das atividades e 59,7% dos entrevistados afirmaram que a eficiência no gerenciamento dos custos da obra aumenta com o uso de ferramentas BIM. 90,3% acreditam que o uso dos softwares BIM contribui positivamente no que se trata de melhorias gerais no controle de obras civis. O autor afirma que o BIM é importante para um gerenciamento de qualidade, pois oferece consistência nas informações oferecidas, já que a virtualização do processo de construção oferece condições bem próximas da realidade; que as ferramentas em BIM podem ser aplicadas em práticas padrão na indústria já utilizadas em atividades de gerenciamento com qualidade, além de ferramentas como estas contarem com elementos temporários de obras, como formas, escoramentos e andaimes, oferecendo assim condições mais próximas relacionadas ao custo e demais variáveis importantes na instalação destes componentes temporários. Baia (2015) elaborou um trabalho em que é realizado o planejamento de obras civis fazendo o uso de ferramentas BIM, em que contou com as etapas presentes conforme a Figura 4. Figura 4: Etapas de realização do trabalho Fonte: Baia, 2015. Neste trabalho a autora demonstrou boa parte da versatilidade dos softwares BIM, em que a modelagem computacional da construção foi utilizada usando o software Revit (Figura 5), no entanto, elementos do planejamento, como o orçamento, foi realizado fazendo uso do software MS Project. Para o planejamento 4D e 5D foi utilizada o software BIM Navisworks. Sendo assim, a autora realizou a criação do modelo 3D da obra, em que o software possibilitou a criação automática das plantas baixas e a possibilidade de visualização da obra em diversos pontos de vista, o que facilita a visualização por parte de clientes e demais interessados.
De acordo com a autora, o uso do software tornou possível o acompanhamento de todas as etapas da construção, possibilitando a realização de estudos de possíveis conflitos que possam ocorrer antes da realização da obra, desta forma, evitando gastos que pudessem ser necessários durante a execução da obra. Neste contexto de analises de autores podemos identificar o que não foi abordado no empreendimento do Trevo das Mangabeira, a falta de planejamento condiz com o efeito cascata de complicações na obra, não muito detalhada a sociedade, pois o empreendimento trata-se de uma obra pública por trazer muitos benefícios ao bairro. A falta desse planejamento, constrói uma linha de obstáculos permanente, afetando completamente o dia a dia e os profissionais responsáveis. Deve-se levar em consideração que cada obra tem um modelo a seguir, dependendo muito do que vai construir, no entanto, a obra mencionada poderia ter seguido um planejamento convencional ou apenas ter considerado uma ferramenta mais eficaz para este tipo e tamanho de empreendimento. Koo e Fischer (1998, p. 9-10) afirmam que ao gerar um cronograma, os responsáveis pelo planejamento devem levar em consideração uma enorme quantidade de informações relevantes para o projeto. Além de interpretar desenhos 2D e especificações, eles também devem lidar com questões de construtibilidade, produtividade, recursos e alocação de equipamentos. O que de fato não ocorreu na construção do trecho dos Trevo das Mangabeiras, conforme citado anteriormente, foi uma obra dada como exemplo do não uso da metodologia BIM e suas consequências. Observou-se o elevado custo da obra, aumentando o tempo de construção e a incompatibilidade do projeto. O empreendimento Trevo das Mangabeiras está localizado na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, especificamente no Bairro de Mangabeira, às margens da Av. Hilton Souto Maior, com previsão de conclusão inicial de 360 dias a partir da data de licitação que foi realizada no dia 19/09/2013 e conclusão prevista em 14/09/2014, com valor global de R$ 18.618.968,18. No entanto construção teve em média, desenvolvimento em dois anos e meio sendo inaugurada no dia 31/08/2015 onde inicialmente foi anunciado investidos de 14 milhões. Em seguida, o próprio Governo anunciou que seria de R$ 18 milhões, que foi o valor contratado pelo Governo através de licitação. Posteriormente, a R$ 21 milhões, e terminou com mais de R$ 25 milhões. Com um saldo de 351 dias de atraso e R$ 7.089.141,11 de custos não planejados, nesse sentido, constatou-se falha no processo de orçamentação da obra e, consequentemente o seu custo elevado. Cabe, portanto, evidenciar que um dos objetivos da licitação é a seleção da proposta mais vantajosa à administração. No entanto, verificou-se que a administração formalizou contratações desvantajosas, em prejuízo ao interesse público. O que desfaz completamente a intenção da construção desse trecho, o bairro cresceu de forma abundante e com mau planejamento, por isso o plano de desenvolver um trecho do qual a mobilidade urbana ficasse mais confortável. De acordo, com Santos Junior (2016), o bairro de Mangabeira é considerado o mais populoso da cidade – com população estimada em cerca de 80 mil habitantes – e se apresenta com uma consolidada centralidade da cidade com diversas atividades comerciais e de serviço em suas proximidades. A maior flexibilidade locacional que o trevo estabelece face ao centro e demais bairros contribui para que Mangabeira se configure e forme uma nova centralidade frente às pré-existentes. Portanto, fica evidente que os fatores que tornam o bairro de mangabeira uma nova centralidade urbana, apresenta a confluência de diversos fatores dentre eles a dinâmica que envolve a estruturação interna da cidade, como por exemplo, a nova localização dos equipamentos de comércio e de serviços, o uso do automóvel, como também o investimento do poder público.
Diante do exposto, fica evidente que a facilidade de fluxos pelo Trevo das Mangabeiras associado ao crescimento imediato do bairro sua instalação trouxe a melhoria na infraestrutura o que fez, com que mude as formas de moradia, consumo e lazer dos moradores da área tais ideias aparecem associadas a modernismo e desenvolvimento. Sendo assim, são de fundamental importância para o discurso de melhores condições de vida pelos políticos responsáveis pelas obras, como também é muito utilizado pela mídia e incorporadores. Segundo Soja (1993), o processo de reestruturação traz profundas transformações para o tecido urbano essas mudanças refletem na estrutura da cidade como também nas relações sociais. “Evoca, pois uma combinação sequencial de desmoronamento e reconstruções, de desconstrução e tentativas de reconstituição, provenientes de algumas tendências ou perturbações nos sistemas de ação e de pensamento aceitos” (Soja, 1993, p. 193). É neste contexto que identificamos que a falta de planejamento nessa obra elevou seu custo do início ao fim. É indiscutível a inclusão da gestão, o planejamento e a execução através de ferramenta eficaz na construção civil. A utilização correta e rotineira de tecnologia para controle de obras impulsiona a gestão de canteiro e contribui para a estratégia de desenvolvimento e tomada de decisão das diversas etapas da construção. A implantação do planejamento numa obra da construção civil consiste na organização para a execução das atividades, incluindo orçamento e a programação da obra. Sendo que, o orçamento contribui para a compreensão das questões econômicas e a programação está relacionada com a distribuição das atividades no tempo. O que não ocorreu de fato no Trevo das Mangabeiras. Um planejamento bem elaborado permite a estruturação da resolução de problemas e a busca de soluções com eliminação de retrabalhos e desperdícios, resultando na economia de recursos, direcionamento e alocação dos mesmos de forma correta e sem desperdícios, além de outros fatores. Levando em consideração a obra citada como exemplo é bem nítido que não houve esse tipo de planejamento ou quaisquer outros, na utilização da tecnologia BIM, nele mostra novos caminhos em termos de “tecnologia da informação” para projeto, planejamento e controle para a empresa. Sendo assim, analisamos a implantação do empreendimento Trevo das Mangabeiras e a falha da utilização desta ferramenta diminuiria os erros da obra.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma das principais contribuições das ferramentas BIM na indústria da construção civil é a possibilidade de associar ao modelo informações não gráficas e atributos físicos, de forma que podemos fazer simulações, e análises das interferências entre as disciplinas de projetos, o que pelo método tradicional de planejamento não possibilitaria resultados satisfatórios, aumentando assim a qualidade do projeto. Aliar estas informações à cada estágio da obra se tornou uma excelente ferramenta, pois assim, é possível realizar a análise de diversas variáveis relacionadas ao planejamento, em cada momento da execução da obra. Ou seja, o uso de ferramentas 4D e 5D estão sendo cada vez mais importantes, principalmente se tratando do planejamento de obras, em que a variável do tempo é essencial de ser analisada. Através dos artigos estudados, conclui-se que o uso das ferramentas BIM e suas utilidades já ganharam a confiança dos profissionais da construção civil, em que estes afirmam um melhor controle das obras, eficiência de tempo e custos. Além disso, foi possível verificar uma clara aplicação destas ferramentas em um projeto real, visando o planejamento.
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