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O valor nutricional dos alimentos na nutrição de ruminantes, detalhando a determinação de componentes como proteína bruta, carboidratos não estruturais (cne) e fibra em detergente neutro (fdn). Explora a importância da proteína microbiana e o uso de nitrogênio não proteico (nnp) em dietas, além de discutir o impacto dos ácidos graxos e vitaminas na nutrição de bovinos de corte. O texto também cobre estratégias alimentares, como suplementação a pasto e confinamento, visando otimizar o desempenho animal e a eficiência alimentar. A análise inclui referências bibliográficas relevantes para aprofundar o estudo.
Tipologia: Exercícios
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A nutrição é um dos pilares do tripé genética – alimentação – saúde, que assegura e confere dinamismo ao sistema de produção de bovinos de corte.
Cerca de 95% da produção de carne no Brasil é sob pastagens.
Os editores técnicos são Sérgio Raposo de Medeiros, Rodrigo da Costa Gomes e Davi José Bungenstab.
Além da mineralização, são utilizadas a suplementação, a terminação a pasto e o confinamento.
A eficiência no manejo alimentar dos animais tem o potencial de gerar um grande impacto econômico nos sistemas de produção de carne.
As principais estratégias alimentares mencionadas são suplementação a pasto, semiconfinamento e confinamento.
O conhecimento sobre nutrição permite ao técnico a adoção de estratégias de manejo para alcançar maior eficiência alimentar e econômica. As diversas possibilidades de combinações de produtos podem resultar em um alimento que ofereça o máximo de nutrição ao menor custo.
O principal desafio é que, apesar de possuir o maior rebanho, o Brasil ainda apresenta índices produtivos e econômicos pouco representativos de uma pecuária desenvolvida. Isso pode mudar com maior conhecimento sobre as exigências nutricionais das diferentes categorias animais e os fatores que as afetam.
Desde sua origem, a Embrapa Gado de Corte tem desenvolvido soluções tecnológicas aplicadas e absorvidas pelo segmento de insumos para nutrição e por atores diversos da cadeia produtiva da pecuária de corte, com foco inicial no entendimento e solução das deficiências minerais em bovinos.
A obra pode ser utilizada por técnicos e produtores na elaboração de projetos, sendo uma referência muito útil em seu dia a dia no campo, auxiliando na tomada de decisões e na implementação de práticas nutricionais adequadas.
A umidade das forragens varia muito, e a dieta de ruminantes contém usualmente altos teores de forragens. A água em si não é considerada um nutriente, portanto, trabalhar com a MS permite uma comparação mais precisa e consistente das dietas, independentemente do teor de umidade.
A proteína bruta é determinada pela análise do nitrogênio (N) presente na amostra. O valor encontrado de N é multiplicado por 6,25, que é o inverso da concentração média de N nas proteínas. Essa análise não diferencia a origem do N, que pode ou não ser proteína verdadeira.
A FDN representa os carboidratos estruturais (celulose, hemicelulose e lignina) presentes no alimento, juntamente com a lignina. A lignina é o principal fator antinutricional dos alimentos para ruminantes, pois dificulta a digestão da fibra. A FDN é importante para avaliar a qualidade da forragem e o potencial de consumo do animal.
O valor nutritivo se refere ao teor de nutrientes presentes no alimento. O valor alimentar, por outro lado, é o potencial do alimento para gerar desempenho no animal, e é determinado pela ingestão de matéria seca (MS) multiplicada pelo valor nutritivo (teor de nutrientes).
As três dietas são: a dieta que formulamos, a dieta que fornecemos para o animal e a dieta que efetivamente o animal ingere. Essa distinção destaca a importância de considerar as perdas e variações que ocorrem entre a formulação teórica e o consumo real pelo animal.
A determinação da MS dos volumosos na fazenda, especialmente para forragens frescas, é importante porque o aumento da proporção do volumoso na dieta dilui os teores totais de nutrientes. Determinar a MS permite ajustar a dieta para compensar essa diluição e garantir que os animais recebam a quantidade adequada de nutrientes.
A proteína bruta é calculada multiplicando o teor de nitrogênio (N) do alimento por 6,25. É importante particioná-la porque a PB total não reflete a disponibilidade real de proteína para o animal. A partição permite considerar diferentes frações proteicas, como o nitrogênio ligado à fibra (NIDN e NIDA) e o nitrogênio não proteico (NNP), que afetam a digestibilidade e a utilização da proteína.
NIDN (Nitrogênio ligado à fibra em detergente neutro) é o nitrogênio presente no resíduo da FDN, enquanto NIDA (Nitrogênio ligado à fibra em detergente ácido) é o nitrogênio presente no resíduo da FDA. Para calcular a PBD, pode-se subtrair o valor de PIDA (Proteína ligada à fibra em detergente ácido) da PB total. Alternativamente, pode-se calcular a porcentagem de PIDA em relação à PB e usar o complemento para 100% para determinar a porcentagem de disponibilidade da proteína, multiplicando esse valor pela PB total.
O nitrogênio não proteico (NNP) é a parte da proteína bruta que não é proteína verdadeira, consistindo em um conjunto de aminoácidos. A análise de NNP envolve a solubilização da proteína bruta em uma solução tampão e a precipitação da proteína verdadeira com ácido tricloroacético (TCA) ou ácido túngstico. O teor de N no filtrado (o que sobra após a precipitação) é
analisado, e a diferença entre a proteína total da amostra e a quantidade determinada no filtrado corresponde ao NNP.
O sistema de Cornell (CNCPS) é um modelo mecanístico que classifica a fração proteica de acordo com suas taxas de degradação, permitindo estimar a disponibilidade de nitrogênio para o crescimento microbiano. Ele foi adotado como base do manual de exigências de bovinos americano (NRC). O CNCPS considera frações como NNP, NIDA, NIDN e proteína verdadeira solúvel e insolúvel, fornecendo uma avaliação mais detalhada da qualidade proteica da dieta.
A principal limitação da análise de fibra bruta (FB) é que parte dos componentes da parede celular, como celulose e lignina, são solubilizados durante o processo, subestimando o valor real da fibra. O sistema de detergentes de Van Soest supera essa limitação utilizando soluções detergentes para solubilizar o conteúdo celular e/ou hemicelulose, resultando em frações como FDN (fibra em detergente neutro) e FDA (fibra em detergente ácido), que representam melhor a fibra da dieta.
FDN (fibra em detergente neutro) representa a fibra insolúvel dos alimentos que ocupa espaço no trato digestivo, incluindo celulose, hemicelulose e lignina. FDA (fibra em detergente ácido) representa o resíduo após a solubilização do conteúdo celular e da hemicelulose, restando principalmente celulose e lignina. A FDN é considerada a melhor opção para representar a fibra da dieta, pois inclui a hemicelulose, que tem um papel importante na digestão e na ocupação do trato digestivo.
A determinação da matéria seca de grãos pode ser feita de forma rápida e prática na fazenda utilizando analisadores automáticos. Esses analisadores, inclusive modelos portáteis, medem a umidade da amostra com base na alteração do comportamento da corrente elétrica em função da umidade (condutância/capacitância).
A fração B do sistema de Cornell (CNCPS) é composta por B1, B2 e B3. B corresponde ao N de proteína verdadeira solúvel, B2 ao N de proteína verdadeira insolúvel no rúmen e B3 ao N potencialmente disponível ligado à fibra. A importância desta fração reside na sua contribuição para a
O Extrato Etéreo (EE) é a determinação da gordura dos alimentos utilizando éter etílico como solvente. Além dos lipídeos, compostos não lipídicos como clorofila, carotenóides, saponinas, ceras de baixo peso molecular, óleos essenciais e compostos fenólicos de baixo peso molecular também podem ser solubilizados.
A composição do extrato etéreo varia entre os alimentos. Por exemplo, em forragens, cerca de 50% podem ser galactolipídeos e 50% compostos não lipídicos, resultando em um valor energético inferior ao previsto com o fator 2,25. Em alimentos concentrados, a maior parte é composta por ácidos graxos, tornando o fator 2,25 mais adequado.
A energia não é uma porção física do alimento que pode ser analisada diretamente em laboratório. Ela é um atributo do alimento relacionado com o potencial que este tem de gerar trabalho para a manutenção da vida animal.
A Energia Bruta é a quantidade de energia química presente nos alimentos, obtida através da sua combustão completa até CO2 e H20. Ela guarda pouca relação com a energia disponível para o animal porque existem perdas no processo de digestão e metabolização que são extremamente variáveis.
A primeira perda de energia que ocorre é a fração não digerida que se perde nas fezes (energia bruta das fezes). Essa perda varia de acordo com a digestibilidade dos alimentos, desde valores menores que 10% em grãos de cereais até 70% em palhas, considerando digestibilidades de 90% e 30%, respectivamente.
A Energia Digestível é a porção da energia química do alimento que é absorvida pelo organismo do animal após a digestão. Ela é obtida descontando-se a energia perdida nas fezes da energia química total do alimento. Representa a energia disponível para o animal após a primeira ineficiência do processo digestivo.
As principais perdas de energia no metabolismo da energia digestível em ruminantes são a energia perdida através da urina e dos gases, sendo a perda através dos gases particularmente importante devido à fermentação ruminal. Ao descontar essas perdas da energia digestível, obtém-se a Energia Metabolizável, que é a energia disponível para as células do animal.
O Incremento Calórico é a perda energética na forma de calor inerente à metabolização dos alimentos. Ao subtrair o Incremento Calórico da Energia Metabolizável, obtém-se a Energia Líquida, que representa a energia efetivamente disponível para o animal sobreviver e produzir.
As vantagens do sistema de energia líquida são que a energia expressa como energia líquida é independente do tipo de dieta e os valores de energia do alimento são determinados separadamente para diferentes funções fisiológicas, como mantença, ganho, lactação e gestação.
A fórmula do NDT é: NDT(%) = %PBD + %FBD + %ENND + (%EED × 2,25), onde PBD é proteína bruta digestível, FBD é fibra bruta digestível, ENND é extrativo não nitrogenado digestível e EED é extrato etéreo digestível. A fórmula considera que proteína, fibra e carboidratos solúveis contribuem com a mesma quantidade de energia, enquanto o extrato etéreo contribui com 2,25 vezes mais energia.
As principais imperfeições do sistema de NDT incluem: incorporar os defeitos do sistema de análise proximal (Weende); levar em conta apenas perdas digestivas de energia; considerar as rotas metabólicas dos nutrientes apenas ao definir os valores de energia dos carboidratos e do extrato etéreo; superestimar o valor nutritivo dos alimentos fibrosos e subestimar o valor dos concentrados; permitir que alimentos com alto teor de extrato etéreo tenham teor de NDT superior a 100%; e incorporar vícios e erros das estimativas da digestibilidade de cada fração dos alimentos.
A fração PB é descontada do FDN porque essa fração já está incluída na análise de PB e seria contabilizada duas vezes caso não fizéssemos a correção. Além disso, o modelo da área de superfície lignina/FDN é baseado na premissa de que o FDN é composto apenas por carboidratos e lignina.
Quanto maior o teor de lignina, menor a digestibilidade da fibra. O modelo utilizado é o da área de superfície da lignina/FDN, que estima a proporção da área da superfície da FDN coberta pela área da superfície da lignina. A área da superfície é calculada pela potenciação a 0,667 da massa de lignina sobre FDNlpb, resultando no fator [1 – (Lig/FDNlpb)0,667].
O coeficiente de digestibilidade verdadeira para a fração fibra é 0,75. Ele é considerado baixo porque a PB-FDN, fração mais digestível do FDN, foi descontada e porque inclui a redução na digestibilidade desta fração, pois parte dela que é potencialmente degradável, deixa o trato-gastrintestinal sem ser efetivamente degradada, por causa do tempo de permanência insuficiente para tal.
A digestibilidade do EE diminui com o aumento da concentração de gordura na dieta. Dietas com 1% de ácidos graxos na MS tiveram digestibilidade verdadeira igual a 1,0, que foi reduzida para 0,78 em dietas com 8% de ácidos graxos na MS.
O fator metabólico fecal representa material de origem endógena do animal, como secreções intestinais e descamação do tecido gastrintestinal que é excretado nas fezes. O valor estimado de NDT para a fração metabólica é de 70 g/kg de MS ingerida.
Os três resultados principais são: Ausência de viés (bias), isto é, não superestimar ou subestimar; Ausência de significância da análise de variância devido aos métodos de determinação de NDT, mostrando que, independente do método o valor obtido seria, estatisticamente, o mesmo; Ausência de correlação substancial entre os desvios e componentes da ração, mostrando ser mesmo independente de população.
Há muitas situações em que a proteína pode ser o nutriente mais limitante à produção, permitindo respostas de aumento de produção através de sua suplementação. Além disso, é um nutriente de alto custo por unidade e a nutrição energética depende da nutrição proteica, ou seja, deficiências de energia podem ocorrer em função da deficiência proteica ou pela falta de balanceamento das várias frações da proteína.
A digestibilidade da FDNlpb é influenciada pela competição entre a taxa de degradação (kd) e a taxa de passagem (kp). A equação de Waldo e Smith (1972) é: Digestibilidade = kd / (kd + kp). Por exemplo, se kd = 0,08/h (8% da forragem é degradada em 1 hora) e kp = 0,03/h (3% da forragem escapa o rúmen em 1 hora), então a Digestibilidade = 0,08 / (0,08 + 0,03) = 0, ou 72%.
A equação de estimativa do NDT pode apresentar maiores desvios para determinados alimentos, como cascas (arroz, aveia, centeio, amendoim e amêndoa), possivelmente devido aos valores elevados de sílica nesses alimentos, que não são considerados no modelo. Além disso, problemas nos NDT de referência (das tabelas do NRC, 1982), particularmente de alimentos proteicos, também podem contribuir para os desvios.
A premissa básica é que, em média, o nitrogênio corresponde a 16% do peso da proteína total dos alimentos. Portanto, multiplica-se o teor de nitrogênio por um fator de 6,25 (100/16) para estimar a proteína bruta.
É fundamental desmembrar a fração proteína bruta para formular corretamente uma dieta, considerando as diferentes frações como nitrogênio não proteico (NNP), proteína verdadeira disponível (PVer) e proteína ligada à fibra (PIDA), cada uma com diferentes implicações na digestão e utilização pelos microrganismos ruminais e pelo animal.
Recomenda-se suprir PDR na quantidade equivalente entre 12% e 13% da concentração de energia na forma de nutrientes digestíveis totais (NDT). Essa relação é importante porque a exigência de PDR está relacionada com
A proteína verdadeira (PV) de origem de folhas tem maior valor biológico que a PV de origem de grãos. A explicação é que as folhas sintetizam todos os aminoácidos, enquanto as sementes têm apenas os aminoácidos necessários para a plântula. Uma PV com baixo valor biológico é uma vantagem adaptativa para tornar as sementes menos desejáveis pelos animais.
O nitrogênio ligado à fibra em detergente neutro (NIDN) representa uma fração da proteína que está associada à fibra, ligada aos polissacarídeos da parede celular, provavelmente através de ligações covalentes. Essa ligação resulta em baixa solubilidade e menores taxas de degradação, tornando essa fração menos disponível para o animal.
NIDN significa Nitrogênio Insolúvel em Detergente Neutro. O calor aumenta o teor de NIDN nas forragens devido à coagulação e desnaturação das proteínas.
A reação de Maillard é a condensação de açúcares redutores com grupos amino livres dos aminoácidos, seguida de polimerização. Quando completa, resulta na indisponibilidade total do nitrogênio, formando o NIDA (Nitrogênio Insolúvel em Detergente Ácido).
A premissa é que, apesar de uma parte do NIDA ser digestível, essa porção não seria aproveitável pelo organismo. Assume-se que a quantidade de NIDA que não é recuperada nas fezes não faz diferença, pois é compensada pelo fato das formas absorvidas não serem metabolizáveis.
O NIDA pode ser transformado em PIDA (Proteína Bruta ligada ao FDA) multiplicando-o por 6,25. A análise química de PIDA é utilizada para medir a proteína bruta indisponível dos alimentos para ruminantes.
O valor usual de PIDA fica em torno de 4 a 7% da PB, o que indica que normalmente entre 93-96% da proteína bruta está disponível.
O método in situ envolve a incubação do alimento dentro de sacolinhas de “Nylon” ou “Dacron” no rúmen por diferentes tempos. Após a incubação, o teor de N é analisado para avaliar o desaparecimento do N ao longo do tempo e determinar a taxa de degradação e a degradabilidade potencial. Limitações: 1) A solubilidade da proteína (tempo zero) seria superestimada;
As proteínas são reduzidas a peptídeos por enzimas proteolíticas. Os peptídeos são proteolisados por bactérias, resultando em aminoácidos, que são degradados em amônia e esqueletos carbônicos. Os esqueletos carbônicos podem ser fermentados ou incorporados em microrganismos, enquanto a amônia pode ser utilizada para a síntese microbiana ou difundir- se no fluido ruminal.
A proteína sobrepassante, ou proteína não degradável no rúmen, é a porção da proteína da dieta que não é degradada no rúmen e passa para o trato gastrointestinal inferior (TGI). Ela é importante porque, juntamente com a proteína microbiana, representa a proteína digestível disponível para absorção pelo animal. Em dietas bem balanceadas, a soma da proteína microbiana e da proteína sobrepassante deve ser equivalente à proteína originalmente ingerida.
A amônia produzida no rúmen pode ser absorvida e retornar ao rúmen através da saliva e da parede ruminal, em um processo chamado reciclagem. Alternativamente, ela pode ser detoxificada no fígado, sendo transformada em ureia no ciclo da ornitina. O excesso de PDR deve ser evitado porque leva ao desperdício de nutrientes e impõe um alto custo energético ao animal para detoxificar a amônia.
Além do valor fixo de degradabilidade de tabela, o tempo de retenção do alimento no rúmen influencia a degradabilidade da proteína. Se a taxa de passagem for alta e o alimento permanecer menos tempo no rúmen do que o tempo necessário para atingir a degradabilidade de tabela, a degradabilidade real será menor.
O nível crítico de proteína bruta (PB) na dieta que é essencial para atender à exigência da microbiota ruminal é de 7% PB.
À medida que se aumenta a oferta de concentrado, começa a ocorrer o efeito substitutivo, onde o animal diminui o consumo de forragem. Isso leva a ganhos decrescentes de peso, pois o animal passa a depender mais do concentrado e menos da forragem, que é a base da sua alimentação em pastejo.
Em pastagens com baixo valor alimentar, ocorre um aumento da idade das plantas, o que leva a uma redução do conteúdo celular, aumento do material fibroso (como a lignina) e, consequentemente, redução do teor de nutrientes e da sua digestibilidade.
A suplementação proteica atenua a limitação dos baixos teores de nitrogênio (N) das forragens na seca e aumenta a ingestão de matéria seca (IMS), resultando em maior consumo da forragem suplementada em relação à não suplementada.
A principal função dos carboidratos é ser fonte de energia para os animais. No caso dos ruminantes, a maior parte da digestão ocorre no rúmen, e os resíduos da fermentação ruminal, como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), são absorvidos e utilizados para geração de energia ou como precursores de gordura ou glicose.
No período da seca, o texto indica que há uma relação entre a oferta de concentrado e o ganho de peso. As regressões mostram que a conversão alimentar é melhor para ofertas menores de concentrado, e o ganho de peso aumenta com a oferta de concentrado, até um certo ponto, após o qual o ganho marginal diminui.
A lignina é um componente da parede celular das plantas que confere rigidez e resistência. O processo de lignificação, que aumenta com a idade da planta, reduz o acesso dos microrganismos aos carboidratos estruturais (CE), tornando a fibra menos digestível. Isso pode influenciar a capacidade ingestiva do animal, limitando o consumo voluntário.
Os principais AGCC produzidos são o acético, propiônico e butírico. Eles são absorvidos pelas papilas ruminais e passam à circulação sanguínea. O acético e o butírico podem ser usados como precursores de gordura, enquanto o propiônico é um precursor de glicose. Todos contribuem para a geração de energia para o animal.
Em dietas fibrosas, a inclusão de pequenas quantidades de CNEs pode ser benéfica para a degradação da fibra, fornecendo energia que ajuda os microrganismos a diminuírem o tempo de colonização das partículas fibrosas. Isso pode melhorar a digestibilidade geral da dieta.
O 'efeito de substituição' refere-se à tendência dos animais suplementados a diminuírem o consumo de forragem (pasto) à medida que consomem mais suplemento (concentrado). Isso ocorre porque o suplemento geralmente é mais denso em energia e mais fácil de digerir do que a forragem. Mesmo em suplementações mais brandas, esse efeito pode ocorrer.
Ao contrário do período seco, no período das águas, o texto evidencia a inexistência de uma relação clara entre a oferta de concentrado e o desempenho animal. Isso ocorre porque os desempenhos em pastagens nas águas podem ser altos mesmo quando a suplementação é só de minerais, e o efeito de substituição ocorre mesmo nas suplementações mais brandas.
A intensa produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) pela fermentação dos CNEs pode sobrecarregar o sistema tampão ruminal, levando ao abaixamento do pH ruminal. Um pH ruminal baixo pode reduzir a degradação da fibra, pois afeta a atividade das bactérias celulolíticas.
por componentes da parede celular (beta-glucanas, pectinas, etc.) e polissacarídeos de reserva, como galactanas.
A relação entre CNF e CNE é que CNF = CNE + PNA hidrossolúveis. A pectina faz parte dos CNF, mas não faz parte dos CNE.
A vantagem dos PNA hidrossolúveis é que, apesar da grande extensão de degradação semelhante ao amido, sua fermentação não produz ácido láctico, o mais forte ácido orgânico. Isso resulta em menor desafio para o sistema tampão ruminal e um pH ruminal mais estável.
O amido é o principal CNE para ruminantes. Sua alta taxa de fermentação pode levar à produção de ácido lático, redução do pH ruminal e, consequentemente, atrapalhar a degradação da fibra. No entanto, em pequenas quantidades, pode ajudar no crescimento inicial das bactérias ruminais.
A moagem do milho aumenta a exposição do substrato às enzimas, mas a menor granulometria faz com que o milho moído permaneça menos tempo no rúmen, passando uma maior quantidade de amido para o trato digestivo posterior. A digestibilidade ruminal aumenta, mas a digestibilidade total no trato gastrintestinal é semelhante à do milho quebrado, ficando próxima aos 90%.
Os principais tipos de processamento são moagem, laminação e floculação. A floculação é o mais intenso e resulta no maior aumento da degradação ruminal do amido, devido à gelatinização do amido.
Em dietas com alto teor de cereais (milho, sorgo, cevada) e com pouca efetividade da fibra, o processamento mais intenso pode ser menos interessante. A maior taxa de degradação ruminal do amido resultante do processamento intenso pode fazer com que o pH ruminal fique abaixo do ideal para a degradação da fibra, prejudicando a digestibilidade da dieta como um todo.
Para reduzir o abaixamento excessivo do pH ruminal, podem ser utilizados tamponantes (bicarbonato de sódio), alcalinizantes (calcário tipo filler), ingredientes com bom poder tampão (polpa de citrus, leguminosas, etc.), aditivos (ionóforos, leveduras) e manejo alimentar (oferecimento da dieta em várias refeições).
Carboidratos estruturais são aqueles que fazem parte da parede celular das plantas, representados principalmente pela celulose, hemicelulose e pectina. Nas dietas usuais de ruminantes, eles são a principal fonte de energia.
O processamento de grãos pode aumentar ou diminuir a digestibilidade ruminal do amido. Por exemplo, o milho de grão alta umidade e o milho floculado possuem um fator de processamento de 1,04, indicando maior digestibilidade em relação ao milho de grão moído (fator 1,00). Já o sorgo laminado tem um fator de 0,92, indicando menor digestibilidade em comparação com o sorgo floculado (fator 1,04).
A concentração de FDN na dieta está negativamente correlacionada com a concentração de energia. Isso significa que, geralmente, quanto maior o teor de FDN em um alimento, menor será o seu teor de energia. Isso ocorre porque a FDN é menos digestível que o conteúdo celular (CNF).
FDNfe é a porção da fibra do alimento ou da dieta que efetivamente estimula a ruminação e a motilidade ruminal. Sua importância reside na manutenção da saúde ruminal, estimulando a salivação (rica em tamponantes) e prevenindo a acidose. O tamanho de partícula é o principal fator que afeta o FDNfe.
O valor de 1,18 mm corresponderia ao tamanho médio das partículas para deixarem o rúmen pelo orifício retículo-omasal.