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A fonética e a fonologia do português, detalhando a produção e percepção dos sons da fala. Aborda a organização mental da linguagem, as distinções sonoras em línguas específicas e os princípios que determinam a pronúncia de palavras e frases. Inclui a classificação articulatória das vogais, a posição da língua e dos lábios, e a análise de consoantes e vogais com base em seus traços fonológicos. Além disso, discute processos fonológicos básicos e alterações sonoras em morfemas, oferecendo uma visão abrangente da estrutura sonora do português brasileiro. O documento também compara as vogais do português brasileiro com as de outras línguas, como francês e inglês, destacando as diferenças e semelhanças entre os segmentos vocálicos. A análise abrange tanto a fonética acústica quanto a fisiologia articulatória, proporcionando uma compreensão completa da fonologia como disciplina da linguística.
Tipologia: Exercícios
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Tanto a Fonética quanto a Fonologia têm como objeto de estudo os sons da fala. Ambas investigam como os seres humanos produzem e ouvem os sons da fala.
É difícil fazer Fonologia sem antes entender de Fonética, pois a Fonologia estuda a organização dos sons da fala em uma língua específica. Para entender essa organização, é preciso conhecer as propriedades articulatorias e acústicas dos sons, que são o foco da Fonética. A Fonética fornece a base para a análise fonológica.
Os requisitos básicos para uma comunicação bem-sucedida incluem: um funcionamento físico adequado do cérebro, dos pulmões, da laringe, do ouvido (dentre outros órgãos responsáveis pela produção e audição dos sons da fala), o reconhecimento da pronúncia de cada um dos interlocutores e a adequada interpretação das ondas sonoras (sons) emitidas pelo falante e captadas pelo ouvinte.
A fala pode ser estudada a partir da sua fisiologia (os órgãos que a produzem, como a língua e a laringe), a partir dos sons gerados por esses órgãos (propriedades acústicas) e sob a ótica do ouvinte (análise e processamento da onda sonora).
A Fonética descreveria como os segmentos vocálicos (vogais) podem ser produzidos e percebidos. A Fonologia descreveria as vogais do português brasileiro a partir de seus traços opositivos, ou seja, as características que as distinguem umas das outras dentro do sistema da língua.
As palavras 'cassado' [kɐˈsadu] e 'caçado' [kɐˈsadu] possuem as mesmas consoantes, apesar de serem grafadas com letras diferentes. Isso
demonstra que a representação ortográfica nem sempre corresponde à representação fonética.
Na palavra 'mesmo' [ˈmezmu], a letra 's' corresponde ao som [z], enquanto na palavra 'mescla' [ˈmɛsklɐ], a letra 's' corresponde ao som [s]. Isso se deve à característica de vozeamento da consoante que segue a letra 's'; no primeiro caso ela é vozeada (sonora) e, no segundo, não-vozeada (surda).
Vogais diante das consoantes [d] e [g] são mais longas do que diante das consoantes [t] e [k].
A transcrição fonética é importante porque permite representar os sons da fala de forma precisa e consistente, independentemente da ortografia. Isso é crucial para identificar variações e padrões sonoros que não são evidentes na escrita, auxiliando na análise fonética e fonológica.
A Fonologia pode ser vista como a organização da fala focalizando línguas específicas. Ela se baseia nos princípios da Fonética para analisar como os sons são estruturados e utilizados em um sistema linguístico particular.
Segundo o texto, a Fonética lida com medidas precisas, amostragem do sinal de fala e estatísticas, enquanto a Fonologia lida com a organização mental da linguagem, as distinções sonoras concernentes a línguas em particular, e os princípios que determinam a pronúncia das palavras.
Os principais campos de trabalho que necessitam fundamentalmente da Fonética e da Fonologia são: Alfabetização, Ensino de Línguas, Fonoaudiologia, Tecnologias da Fala e Tradução.
O diafragma é uma estrutura em forma de abóbada que separa a cavidade torácica da abdominal. Ele é responsável por auxiliar no suprimento da fonte de energia que gera os sons da fala, atuando nos movimentos de inspiração e expiração.
Na Fonoaudiologia, o profissional lida com alterações no processo de aquisição da fonologia da língua, bem como com alterações fonológicas decorrentes de problemas neurológicos e auditivos. Para isso, é fundamental que compreenda os mecanismos articulatórios, acústicos, neuroniais e cognitivos relacionados à produção e recepção da fala. Além disso, no trabalho com o aprimoramento e reabilitação vocal, precisa compreender a relação entre a produção dos sons e a fisiologia do aparelho fonador. A Fonética e a Fonologia fornecem a base teórica e prática para diagnosticar e tratar essas alterações.
A cavidade faríngea é constituída pela nasofaringe, orofaringe e laringofaringe.
Os articuladores ativos incluem: 1) A língua (ápice, lâmina e dorso), que altera a cavidade oral para produzir diferentes sons. 2) O lábio inferior, que também modifica a cavidade oral. 3) O véu do palato, que controla a abertura e o fechamento da cavidade nasal, influenciando se um som é oral ou nasal.
Na inspiração, o volume dos pulmões aumenta, diminuindo a pressão interna em relação à pressão atmosférica, o que permite a entrada de ar. Na expiração, o volume dos pulmões diminui, aumentando a pressão interna, forçando o ar para fora. Na fala, a expiração é mais longa e controlada, com resistências ao fluxo de ar criadas pelas pregas vocais e constrições nas cavidades supralaríngeas.
Sons vozeados (ou sonoros) são produzidos com a vibração das pregas vocais. Sons não-vozeados (ou surdos) são produzidos quando as pregas vocais estão afastadas, permitindo que o ar passe livremente pela laringe sem causar vibração.
Quando o véu do palato está levantado, ele bloqueia a passagem do ar para as cavidades nasais, resultando em sons orais. Quando o véu do palato está abaixado, o ar pode escapar pelas narinas, produzindo sons nasais.
Prosódia se refere a aspectos fônicos relativos aos fonemas dentro de uma sílaba ou vocábulo, como acento dinâmico (força), acento de entoação (altura) e duração. Entoação se refere a variações de altura do tom laríngeo em sequências maiores, como palavras ou frases, formando a curva melódica da frase.
O controle da pressão do ar nos pulmões é atingido através do aumento e diminuição do volume pulmonar, regulado pelos músculos respiratórios. Esse controle é crucial para a produção da fala, pois permite a expiração controlada e prolongada necessária para a articulação dos sons.
Durante a produção de sons vozeados, as pregas vocais se aproximam (fecham), bloqueando o ar que sai dos pulmões. A pressão abaixo das pregas aumenta, fazendo com que elas se separem. O ar passa e a pressão diminui, fechando-as novamente. Esse ciclo de abertura e fechamento rápido produz a vibração característica dos sons vozeados.
Vogais são produzidas com o fluxo de ar passando livremente ou praticamente sem obstruções no trato vocal. Consoantes são articuladas com alguma obstrução no trato oral, seja ela parcial ou total.
Na entoação, a curva de f0 (contorno de pitch) é um parâmetro importante. Frases declarativas geralmente apresentam uma curva de f0 descendente no final, enquanto frases interrogativas frequentemente exibem uma curva de f0 ascendente no final. Essa diferença no contorno de pitch ajuda a distinguir o significado e a intenção comunicativa da frase.
As vogais são sempre produzidas com a vibração das pregas vocais, enquanto as consoantes podem ou não ser produzidas com essa vibração. Vogais são sons vozeados, enquanto consoantes podem ser vozeadas ou não- vozeadas.
A vogal cardeal primária VC-1 é produzida com a ponta da língua para baixo e o mais elevada possível, sem causar fricção, com a maior constrição nas regiões palatoalveolar e palatal. A vogal cardeal VC-5 é produzida com a língua na posição mais retraída e abaixada possível na porção posterior do trato oral, também sem causar fricção, com a maior constrição na faringe.
A mandíbula auxilia na abertura do trato oral, permitindo maior ou menor abertura da boca. Para vogais abertas (como [a]), a mandíbula se abaixa, ampliando o espaço no trato oral. Para vogais fechadas (como [i] ou [u]), a mandíbula se eleva, diminuindo o espaço no trato oral.
A classificação das vogais em função da abertura/fechamento do trato oral (abertas, meio-abertas, meio-fechadas, fechadas) está relacionada com a audibilidade das vogais. Vogais mais abertas tendem a ser mais audíveis, pois a maior abertura do trato oral permite uma maior ressonância e projeção do som. Vogais mais fechadas, por outro lado, podem ser menos audíveis devido à menor abertura do trato oral.
Vogais cardeais são um conjunto de vogais de referência, auditiva e articulatoriamente equidistantes, usadas como pontos de referência para descrever e classificar outras vogais. Elas são estabelecidas em direção ao palato, sem causar fricção.
As vogais cardeais primárias são articuladas sem protrusão dos lábios (VC- a VC-4) ou com crescente projeção dos lábios (VC-5 a VC-8). As vogais cardeais secundárias articulam-se com a mesma posição da língua das vogais cardeais primárias, mas com a posição dos lábios invertida.
Para as vogais cardeais primárias VC-1 a VC-4, não há protrusão dos lábios. Para as vogais VC-5 a VC-8, há uma crescente projeção dos lábios para frente e estreitamento do orifício labial. Nas vogais secundárias, a posição dos lábios é invertida em relação à vogal primária correspondente.
A vogal cardeal secundária VC-9 tem a posição da língua empregada na articulação da VC-1 (ponta da língua para baixo e o mais elevada possível) e a posição dos lábios empregada para a articulação de VC-8 (protrusão labial).
Diacríticos são sinais gráficos adicionados a um símbolo fonético para representar deslocamentos em relação à qualidade das vogais cardeais. Eles auxiliam na representação dos sons da fala, pois os símbolos fonéticos básicos não conseguem capturar todas as variantes encontradas na fala natural.
A vogal [α] representa a vogal baixa central. No PB, essa vogal exibe uma qualidade mais centralizada do que aquela verificada na vogal cardeal correspondente. Portanto, ela pode ser transcrita como [α̟], indicando que é mais centralizada.
A articulação de vogais nasais envolve o abaixamento do véu palatino, permitindo que a corrente de ar passe tanto pela cavidade oral quanto pela nasal. Isso causa modificações na qualidade das vogais, que variam dependendo da posição da língua.
No português brasileiro, existem apenas vogais nasais médias altas, representadas por [ɛ̃] e [ɔ̃].
Em contexto tônico, as diferenças entre vogais orais e nasais são mais acentuadas do que em contexto átono. A vogal nasal que mais diferenças apresenta em relação à sua produção oral é a vogal baixa.
As vogais altas e médias anteriores, quando nasais, tornam-se mais anteriores, ou seja, o avanço da língua é maior. Já nas posteriores, ocorre o inverso, a língua apresenta um recuo maior, tornando as nasais mais posteriores.
Propriedades articulatórias secundárias são características adicionais que podem ser usadas para descrever segmentos vocálicos, além das propriedades básicas de altura e anterioridade/posterioridade da língua. O
O texto, juntamente com as Figuras 16 e 17 (que não estão disponíveis para análise direta), sugere que a nasalização em contexto tônico é mais perceptível do que em contexto átono. As figuras representam o espaço bidimensional das vogais orais e nasais, e a diferença entre os contextos tônico e átono pode ser observada na distribuição das vogais nesse espaço, indicando que a nasalização afeta diferentemente a articulação das vogais dependendo do contexto acentual.
Segmentos tensos são aqueles produzidos com maior esforço muscular, enquanto segmentos frouxos são produzidos com menor esforço. No português brasileiro, vogais átonas finais, como em 'safári' e 'pato', são frouxas em relação às tônicas finais de 'jacu' e 'saci'.
O texto menciona que alguns estudiosos consideram que tritongos, precedidos de oclusivas velares, seriam certamente consoantes complexas seguidas de ditongo. Assim, em palavras como 'Uruguai', transcrita como [uɾuˈɡwaj], o dígrafo 'gu' representaria uma consoante velar arredondada ou labializada [ɡʷ]. Isso significa que o 'gu' não é simplesmente uma sequência de duas letras representando dois sons separados, mas sim uma única consoante com características adicionais.
A principal diferença reside no vozeamento. Consoantes surdas são produzidas sem a vibração das pregas vocais, enquanto as sonoras são produzidas com a vibração das pregas vocais.
O ponto de articulação refere-se à posição dos articuladores ativos e passivos durante a produção de um som consonantal. Exemplos: Bilabial (como em 'mamãe', onde o lábio inferior toca o lábio superior), Labiodental (como em 'fava', onde o lábio inferior se aproxima dos dentes incisivos superiores) e Alveolar (como em 'tato', onde a língua toca os alvéolos).
O modo de articulação descreve como o ar passa pelas cavidades supraglóticas durante a produção de um som consonantal. Uma consoante oclusiva (ou plosiva) é produzida com uma obstrução total e momentânea do fluxo de ar (ex: 'paga'). Uma consoante fricativa é produzida com um estreitamento do canal bucal, gerando um ruído de fricção (ex: 'fava').
Consoantes nasais são produzidas com uma obstrução total e momentânea do fluxo de ar nas cavidades orais, mas com o abaixamento do véu palatino, permitindo que o ar escape pelas cavidades nasais. O ar ressoa tanto na cavidade oral quanto na nasal antes de ser expelido pelas narinas.
Uma consoante africada começa com uma oclusão total e momentânea do fluxo de ar, seguida de um estreitamento do canal bucal que gera fricção (ex: 'tchau'). Uma consoante vibrante envolve uma série de oclusões totais muito breves, seguidas por segmentos vocálicos extremamente curtos, produzidas pela ponta da língua ou pela úvula (ex: 'roda' - vibrante simples, 'carro' - vibrante múltipla).
O texto indica que o 'r' fricativo ocorre no falar carioca, no de Belo Horizonte e no de Florianópolis, quando na posição final de sílaba. Em início de sílaba, a maioria dos dialetos do PB realizam a vibrante múltipla como fricativa.
Consoantes alveopalatais são produzidas quando a parte anterior da língua toca ou se dirige para a região medial do palato duro. Os articuladores envolvidos são a parte anterior da língua (articulador ativo) e a região medial do palato duro (articulador passivo). Exemplos incluem os sons em 'chata', 'tchau', 'já' e 'xarope'.
Apicodental refere-se ao uso do ápice da língua (ponta) em direção aos dentes, enquanto linguodental se refere ao uso da lâmina da língua em direção aos dentes. No entanto, o texto indica que ambos os termos são equivalentes a 'Dental'. Portanto, a consoante dental engloba ambas as articulações.
como em 'mal' em alguns dialetos. Dentalização é a articulação de uma consoante como dental, como o 't' em 'tapa' no dialeto paulista.
A transcrição fonética restrita considera todos os detalhes fonéticos, incluindo propriedades secundárias. A transcrição fonética ampla explicita apenas os aspectos mais gerais dos segmentos, omitindo detalhes previsíveis pelo contexto.
O Alfabeto Fonético Internacional (AFI) é um sistema de notação padrão para a representação fonética de todas as línguas do mundo. Sua importância reside na padronização da representação dos sons da fala, facilitando a comunicação e o estudo da fonética e fonologia.
Um fonema é a menor unidade sonora distintiva em uma língua, capaz de diferenciar significados. As variantes fonéticas são as diferentes realizações de um mesmo fonema, influenciadas pelo contexto fonético. Por exemplo, o fonema /t/ pode ter diferentes pronúncias dependendo da vogal seguinte.
A palavra 'caro' exemplifica a vibrante simples (tepe ou 'r' fraco), enquanto a palavra 'carro' exemplifica a vibrante múltipla ('r' forte).
A labialização é representada pelo diacrítico [ʷ]. Ela normalmente ocorre quando a consoante é adjacente a uma vogal que é produzida com o arredondamento dos lábios, como [o], [u], [õ], [ũ].
A Fonética se interessa pela produção física dos sons da fala, enquanto a Fonologia se concentra na função linguística desses sons, ou seja, como eles distinguem significados dentro de uma língua.
O 'contrato' refere-se ao acordo implícito entre os falantes de uma língua sobre quais variações sonoras são relevantes para a distinção de significado. Isso significa que nem todas as variações na pronúncia são
significativas; apenas aquelas que alteram o sentido das palavras são consideradas fonologicamente relevantes.
Unidades distintivas são os elementos que diferenciam os significados das palavras em uma língua. A definição de fonema necessita da compreensão do que seja uma unidade distintiva. As línguas naturais formam-se da união de significados e significantes. Significante é a imagem acústica do som que ainda constitui-se em uma abstração.
O Círculo Linguístico de Praga, com figuras como Trubezkoy e Jakobson, transformou a Fonologia em uma disciplina da linguística, separando-a da Fonética. Eles mostraram que os sons da língua são elementos constitutivos das palavras com funções gramaticais claras, em vez de apenas fenômenos físicos ou fisiológicos.
A Fonêmica estruturalista parte do particular (som) para as generalizações (regras), analisando dados fonéticos para identificar fonemas e suas distribuições. A Fonologia Gerativa, por outro lado, parte das regras para o particular, buscando modelar a competência linguística dos falantes através de um sistema de regras formais.
Saussure distingue 'língua' como o sistema linguístico abstrato e compartilhado por uma comunidade, e 'fala' como a realização individual e concreta desse sistema. Na Fonologia, isso implica que o foco está no sistema de sons (língua) e suas regras, e não nas variações individuais na pronúncia (fala).
Significa que a Fonologia analisa os dados fornecidos pela Fonética (a descrição física dos sons) e os interpreta à luz de um sistema linguístico específico. A Fonologia busca entender a função dos sons na língua, enquanto a Fonética se concentra em sua produção e percepção.
O texto usa o exemplo da palavra 'skate'. Falantes de PB tendem a inserir vogais no início e no final da palavra para adaptá-la à estrutura fonológica
[ˈtoʃku] e [ˈtosku] representam alofones do mesmo fonema, pois ambas se referem ao mesmo significado.
A transcrição fonética representa a pronúncia exata de uma palavra, incluindo variações regionais e informações redundantes. A transcrição fonológica, por outro lado, representa a forma subjacente da palavra, abstraindo variações e focando nos fonemas. Por exemplo, a palavra 'soco' pode ser transcrita foneticamente como [ˈsɔku] ou [ˈsɔko], dependendo da região, mas sua transcrição fonológica seria /ˈsɔko/.
A tonicidade pode ter valor fonêmico em português porque a mudança da posição da sílaba tônica pode alterar o significado da palavra. Exemplos clássicos são 'sábia' (mulher que sabe muito), 'sabia' (verbo saber no pretérito imperfeito) e 'sabiá' (pássaro). A única diferença entre essas palavras é a posição do acento tônico.
O texto apresenta alguns símbolos utilizados para representar processos fonológicos, como: o traço (___) para marcar a posição de um segmento, o ponto (.) para separar sílabas, a cerquilha (#) para marcar fronteiras de palavras, a barra inclinada (/) para segmentar pés rítmicos e indicar contexto, as duas barras perpendiculares (||) para indicar fronteira de palavra ou pausa, e o sinal de mais (+) para marcar fronteiras internas de morfemas.
Pares mínimos são duas sequências fônicas que se distinguem apenas por um fonema, como 'pato' e 'bato'. Eles são importantes na análise fonológica porque permitem identificar quais sons são fonemas distintos em uma língua, demonstrando que a diferença entre eles é suficiente para alterar o significado.
Três casos de sons foneticamente semelhantes que são frequentemente considerados para atestar o status de um fonema são: 1) Som vozeado e seu correspondente não-vozeado (ex: cato e gato); 2) Sons oclusivos e sons fricativos e africados com o mesmo ponto de articulação; 3) Vogais altas e médias com o mesmo ponto de articulação.
O sistema alfabético do português brasileiro é considerado transparente porque há uma alta previsibilidade dos valores dos grafemas (letras) nesse sistema. Isso significa que, em geral, há uma correspondência direta entre a letra escrita e o som que ela representa. Essa transparência se relaciona com a intuição fonológica porque o sistema alfabético usa essa intuição para representar os fonemas, facilitando a leitura e a escrita.
Pares mínimos são pares de palavras que se diferenciam por apenas um som (fonema) em um mesmo ambiente, resultando em significados diferentes. A importância reside em identificar se dois sons são fonemas distintos ou apenas variantes (alofones) de um mesmo fonema. Se a troca de um som por outro em um par de palavras altera o significado, então esses sons são fonemas diferentes.
Um fonema é uma unidade sonora que distingue significados em uma língua. Um alofone é uma variante de um fonema que não altera o significado da palavra. No texto, o 't' em 'tipo' pode ser pronunciado como [tʃ] ou [t] sem mudar o significado da palavra, sendo [tʃ] e [t] alofones do fonema /t/. Já a troca de /p/ por /b/ em 'tapo' e 'sapo' altera o significado, indicando que /p/ e /b/ são fonemas distintos.
Pares análogos são pares de palavras que exibem ambientes fonéticos idênticos, mas que não constituem pares mínimos, pois possuem mais de uma diferença entre si. São utilizados quando não é possível encontrar pares mínimos para os sons suspeitos, para verificar se a presença de um som condiciona o aparecimento de outro. Um exemplo do texto é 'oro' e 'coro'.
Um arquifonema representa a perda de contraste fonêmico, ou seja, a neutralização de um ou mais fonemas em um contexto específico. Um exemplo no português brasileiro é a neutralização dos fonemas /s/, /z/, /ʃ/, / ʒ/ em posição final de sílaba ou palavra, representada pelo arquifonema /S/.
Um exemplo de variação livre no português brasileiro é a pronúncia do 'r' em posição final de sílaba na palavra 'dor', que pode ser pronunciada como [dor], [doR], [doʃ], [doʔ] ou [doh].
Neutralização fonêmica envolve fonemas que são distintivos em outros contextos, mas perdem essa distinção em um ambiente específico. Alofonia, por outro lado, envolve sons que não são distintivos na língua, ou seja, não formam pares mínimos. No caso do 'r' em PB, a variação entre /ʁ/ e /r/ (r forte e r fraco) pode ser neutralização, pois distinguem palavras como 'caro' e 'carro'. Já a variação entre [ɾ, x, h] é alofonia, pois esses sons não criam pares mínimos.
Chomsky e Halle (1968) descrevem os traços distintivos baseando-se em propriedades articulatórias. Os traços incluem classes principais (silábico, consonântico, soante), corpo da língua (alto, baixo, recuado), cavidade (coronal, anterior), forma dos lábios (arredondado), modo de articulação (contínuo, lateral, nasal, estridente, soltura retardada) e fonte (vozeado).
O traço 'silábico' [+sil] define os segmentos que constituem picos silábicos, ou seja, o núcleo de uma sílaba. Em português brasileiro, as vogais são [+sil] e as consoantes são [-sil].
O traço 'soante' define uma passagem de ar relativamente livre através da cavidade oral ou nasal, permitindo o vozeamento espontâneo. No português brasileiro, as vogais, semivogais, consoantes líquidas e nasais são consideradas soantes [+soan].
O traço 'coronal' define os sons produzidos com o ápice ou a lâmina da língua elevada a uma posição acima da posição neutra, na região atrás dos incisivos superiores. No português brasileiro, as consoantes dentais, alveolares, alveopalatais e retroflexas são coronais [+cor].
Classes naturais são conjuntos de sons que compartilham um ou mais traços distintivos. Processos fonológicos aplicam-se sobre as classes naturais, formando regras mais abrangentes do que aquelas aplicadas sobre propriedades individuais. A identificação de classes naturais simplifica a descrição de regras fonológicas.
Os fonemas /f/ e /v/ se distinguem pela propriedade de vozeamento. O fonema /f/ é surdo ([-vozeado]), enquanto o fonema /v/ é sonoro ([+vozeado]).
O traço 'anterior' demarca os segmentos realizados com uma obstrução no trato oral localizada na região anterior à região alveopalatal. São anteriores [+ant] as consoantes labiais, dentais e alveolares.
A 'posição neutra' refere-se à posição do véu palatino levantado, fechando a cavidade nasal, e ao corpo da língua saindo de sua posição de repouso para a posição que ocuparia na produção da vogal cardeal [E], com a lâmina da língua na posição mantida durante a respiração. Essa posição serve como referência para determinar se um som é alto, baixo ou recuado.
Um som [+contínuo] é aquele em que a constrição no trato vocal permite a passagem de ar durante toda a sua produção, sem bloqueio total na cavidade oral. Exemplos incluem consoantes fricativas, líquidas e semivogais.
Fones são os sons da fala representados entre colchetes ([ ]), baseados na produção real do falante. Fonemas são as unidades sonoras que distinguem significados, representados entre barras inclinadas (/ /).
Um som nasal é definido como aquele produzido com o abaixamento do véu palatino, permitindo que o ar escape pelas cavidades nasais. Consoantes nasais, vogais e semivogais nasalizadas são [+nas].
O traço 'soltura retardada' ([+solt ret]) descreve segmentos em que o trato vocal se abre gradualmente, como nas africadas. Plosivas, por outro lado, são [-solt ret], pois a liberação do fluxo de ar é abrupta.
O número de sílabas em uma palavra no português brasileiro é determinado pelo número de vogais, já que cada sílaba obrigatoriamente possui um núcleo vocálico.