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Rotinas de Auxílio na Maternidade: Sintomas Comuns na Gravidez, Slides de Obstetrícia

Rotinas de auxílio na maternidade para tratar sintomas comuns durante a gravidez, incluindo artrogias, caimbras, cefaleia, epistaxe, edema, lesões dermatológicas, gengivorrágia, hiperemese e pirose. Descreve causas, sintomas e condutas para cada sintoma.

O que você vai aprender

  • Qual é a causa de artrogias durante a gravidez?
  • Quais são as medidas para tratar caimbras durante a gravidez?
  • Quais sintomas indicam a presença de cefaleia durante a gravidez?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Vinicius20
Vinicius20 🇧🇷

4.5

(183)

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OBSTETRÍCIA
PEQUENOS DISTÚRBIOS DA
GRAVIDEZ
Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Decorrem das modificações fisiológicas do organismo materno, e não necessariamente necessitam de
tratamento.
ARTRALGIAS
Resultam da diminuição da estabilidade articular por relaxamento dos ligamentos decorrentes da
embebição gravídica pela ação da progesterona, e da sobrecarga da bacia e dos membros inferiores por
aumento de peso e adaptação postural da gestante.
Podem ser induzidos ou agravados por movimentos bruscos, vícios posturais ou permanência em
posições que forçam as articulações.
Conduta:
o Correção da postura.
o Evitar movimentos bruscos.
o Praticar exercícios físicos e de relaxamento (ex.: hidroginástica, ioga).
CÃIMBRAS
Espasmos musculares involuntários e dolorosos que acometem principalmente os músculos da
panturrilha. Mais comuns à noite (início do período de repouso) ou pela manhã (início do período de
vigília, despertar). Induzidas geralmente por estiramento voluntário, intenso e/ou súbito, dos músculos
comprometidos (ato de espreguiçar).
Acredita-se resultar de uma acidose locorregional, decorrente da diminuição de cálcio e acréscimo de
fósforo na circulação materna associados à estase venosa nos membros inferiores por compressão das
veias ilíacas e cava inferior pelo útero.
Conduta:
o Evitar o alongamento muscular excessivo ao acordar, em especial dos pés.
o Evitar ortostatismo e a posição sentada por longos períodos na gestação avançada.
o Nas crises: calor local + massagens na perna + movimentação passiva de extensão e flexão do pé.
o Diminuir a ingestão de fósforo pela redução no uso leite e suplementos dietéticos (fosfato de cálcio).
o Tratamento medicamentoso (resultados duvidosos)
Hidróxido de alumínio após as refeições para reduzir a absorção de fósforo. (Pode causar ou
agravar constipação intestinal)
Carbonato de cálcio para aumentar a ingestão de cálcio.
CEFALÉIA
Decorrente da vasodilatação e edema cerebral por ação da progesterona, e da diminuição da força
coloidosmótica intravascular pela hemodiluição fisiológica da gravidez. Mais intensa em pacientes com
história prévia de enxaqueca. Agravada por hipoglicemia, calor e fadiga. Intensificada pela ansiedade
com a aproximação do parto.
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OBSTETRÍCIA

PEQUENOS DISTÚRBIOS DA

GRAVIDEZ

Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro Decorrem das modificações fisiológicas do organismo materno, e não necessariamente necessitam de tratamento. ARTRALGIAS  Resultam da diminuição da estabilidade articular por relaxamento dos ligamentos decorrentes da embebição gravídica pela ação da progesterona, e da sobrecarga da bacia e dos membros inferiores por aumento de peso e adaptação postural da gestante.  Podem ser induzidos ou agravados por movimentos bruscos, vícios posturais ou permanência em posições que forçam as articulações.  Conduta: o Correção da postura. o Evitar movimentos bruscos. o Praticar exercícios físicos e de relaxamento (ex.: hidroginástica, ioga). CÃIMBRAS  Espasmos musculares involuntários e dolorosos que acometem principalmente os músculos da panturrilha. Mais comuns à noite (início do período de repouso) ou pela manhã (início do período de vigília, despertar). Induzidas geralmente por estiramento voluntário, intenso e/ou súbito, dos músculos comprometidos (ato de espreguiçar).  Acredita-se resultar de uma acidose locorregional, decorrente da diminuição de cálcio e acréscimo de fósforo na circulação materna associados à estase venosa nos membros inferiores por compressão das veias ilíacas e cava inferior pelo útero.  Conduta: o Evitar o alongamento muscular excessivo ao acordar, em especial dos pés. o Evitar ortostatismo e a posição sentada por longos períodos na gestação avançada. o Nas crises: calor local + massagens na perna + movimentação passiva de extensão e flexão do pé. o Diminuir a ingestão de fósforo pela redução no uso leite e suplementos dietéticos (fosfato de cálcio). o Tratamento medicamentoso (resultados duvidosos)  Hidróxido de alumínio após as refeições para reduzir a absorção de fósforo. (Pode causar ou agravar constipação intestinal)  Carbonato de cálcio para aumentar a ingestão de cálcio. CEFALÉIA  Decorrente da vasodilatação e edema cerebral por ação da progesterona, e da diminuição da força coloidosmótica intravascular pela hemodiluição fisiológica da gravidez. Mais intensa em pacientes com história prévia de enxaqueca. Agravada por hipoglicemia, calor e fadiga. Intensificada pela ansiedade com a aproximação do parto.

 Conduta: o Aumentar a ingesta hídrica. o Alimentar-se em períodos regulares e curtos (a cada 3 horas). o Evitar ambientes fechados, abafados e exposição intensa ao sol/calor. o Tratamento medicamentoso (analgésicos comuns):  Paracetamol: 500 a 750 mg, VO, até de 4/4 horas.  Medicamentos utilizados para tratamento da enxaqueca estão contraindicados. CONGESTÃO NASAL E EPISTAXE  Resultam da embebição gravídica da mucosa nasal provocada pelos hormônios esteroides (vasodilatação, aumento da vascularização e edema do tecido conjuntivo).  Conduta: O Congestão : instilação nasal de soro fisiológico. Casos extremos: vasoconstrictores tópicos (sistêmicos estão contraindicados). O Epistaxe: leve compressão na base do nariz. Casos mais graves: encaminhar ao especialista. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL  Distúrbio funcional caracterizado pela dificuldade rotineira na exoneração dos intestinos pelo prolongado intervalo entre as evacuações (>72h) ou pela consistência aumentada das fezes.  É ocasionada pela hipotonia gastrintestinal devido à ação inibidora da progesterona sobre a contratilidade da fibra muscular lisa, dificultando a peristalse. O retardo na progressão do bolo alimentar pelos intestinos possibilita a maior reabsorção de líquidos, e consequente aumento da consistência das fezes. Pode agravar doença hemorroidária previamente existente.  Conduta: o Tratamento dietético  Prescrever alimentos que formam resíduos (legumes, verduras, frutas cítricas, mamão, ameixa).  Ingestão liberal de água. o Insucesso do tratamento dietético  Reguladores da função intestinal (concentrados de fibras vegetais pela manhã)  Caso não melhore: laxativo à base de óleo mineral ao deitar. EDEMA  Em geral surge no 3º trimestre da gravidez, limitando-se aos membros inferiores e, ocasionalmente, às mãos. Desaparece pela manhã e acentua-se ao longo do dia; e piora com ortostatismo prolongado e deambulação. Deve-se atentar para a possibilidade do edema patológico, associado à hipertensão, sinal importante de pré-eclâmpsia.  O extravasamento de fluidos para o espaço extravascular é ocasionado por: aumento da permeabilidade capilar (ação dos esteroides sobre a parede dos vasos), aumento do volume plasmático (com diminuição intravascular da força coloidosmótica) e aumento da pressão intravascular e da estase sanguínea nos membros inferiores (compressão das veias ilíacas e cava inferior pelo útero gravídico).  Conduta: o Evitar a posição sentada por longo período e o ortostatismo prolongado. o Repouso periódico em decúbito lateral e/ou com os membros inferiores elevados. o Uso de meia elástica. (Colocá-las sempre com os membros inferiores elevados por um mínimo de 10 minutos para evitar agravamento dos sintomas). o Não prescrever diuréticos nem dieta hipossódica.

 Tratamento medicamentoso: o Diferenciar os sintomas quanto à sua apresentação clínica o Sintomas vestibulares respondem melhor a anti-histamínicos e anticolinérgicos  Doxilamina + Piridoxina (10 mg): terapia de primeira linha. Iniciar com a dose de 2 comprimidos ao deitar, um pela manhã e um à tarde. Orientar a redução gradual da dose para evitar a recorrência dos sintomas após a interrupção.  Dimenidrinato + Piridoxina (50 a 100 mg) a cada 4h, numa dose máxima de 400 mg/dia, também apresenta boa eficácia. o Sintomas viscerais apresentam melhor resposta à terapia com antagonistas dopaminérgicos e serotoninérgicos.  Metoclopramida 5 a 10 mg, via oral, 3x/dia.  Ondansetrona 4 a 8 mg,via oral ou sublingual.  As duas medicações acima citadas também estão disponíveis para uso endovenoso, caso necessário.  Terapia não-farmacológica: o Gengibre em cápsulas, 250 mg via oral, 4x/dia. o Acupuntura: utilizada em casos de náuseas persistentes. PIROSE  Sintoma muito comum na gestação, frequentemente no terceiro trimestre. O aumento do volume uterino, que desloca e comprime o estômago, associado ao relaxamento do esfíncter esofagiano, levam ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, causando a pirose. A sintomatologia geralmente é leve e aliviada pelas medidas comportamentais.  Conduta: o Refeições ligeiras e frequentes o Evitar alimentos gordurosos o Ingerir líquido gelado durante a crise. o Evitar deitar logo após as refeições o Manter a cabeceira da cama elevada. o Terapia medicamentosa (caso necessário):  Hidróxido de alumínio ou magnésio, após as refeições e ao deitar.  Bloqueadores H2 e inibidores da bomba de prótons.  Não utilizar bicarbonato de sódio. SÍNDROME DOLOROSA  Pode ser abdominal baixa ou lombossacra. A primeira é descrita como sensação de peso no baixo ventre e na prega inguinal, em virtude da pressão do útero grávido nas estruturas pélvicas de sustentação e do relaxamento das articulações da bacia.  A dor lombar, em diferentes graus, acomete a maioria das gestantes. Cerca de 1/3 destas, apresenta dor grave, interferindo na vida social e profissional. Tem origem na embebição das articulações sacroilíacas e no espasmo muscular decorrente de alterações posturais (lordose exagerada)  Conduta: o Correção da postura, uso de cintas apropriadas. o Evitar ortostatismo e posição sentada por períodos prolongados o Orientar períodos de descanso durante o dia para relaxar a musculatura. o Massagens especializadas, acupuntura e exercícios de relaxamento (ex.:ioga e hidroginástica) são benéficos. o Casos mais resistentes: analgésicos e antiinflamatórios.

TONTEIRAS E LIPOTÍMIAS

 Ocorrem devido à vasodilatação (efeito da progesterona) e à estase sanguínea nos membros inferiores e territórios esplâncnico e pélvico. Essas alterações reduzem o débito cardíaco, a pressão arterial e o fluxo cerebral, causando os sintomas. A hipoglicemia também pode contribuir para o distúrbio.  Conduta: o Orientar refeições frequentes, evitando jejum por mais de 2 horas. o Desaconselhar ambientes fechados, quentes e mal ventilados. o Evitar o ortostatismo prolongado. o Em casos reincidentes recomendar o uso de meias elásticas (favorecem o retorno venoso). o Evitar decúbito dorsal (relacionado à síndrome de hipotensão supina no 3º trimestre por compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico) VARICOSIDADES  Ocorrem devido a predisposição genética, agravada pelo ortostatismo prolongado e pela própria gestação. Tendem a piorar com a evolução da gravidez e como aumento de peso. Causam desconforto vespertino, dor, edema, ulcerações; podem complicar com tromboflebite e flebotrombose.  Conduta: o Evitar ortostatismo ou permanecer sentada por períodos prolongados. o Recomendar repouso periódico com membros inferiores elevados e uso de meias elásticas. o Tratamento cirúrgico não está indicado na gestação. Em casos graves, pode ser necessária intervenção com injeção ou ligadura. o Atentar para a presença de varizes vulvares extensas que podem sangrar durante o parto. LEITURA SUGERIDA

  • CHAVES NETTO, H.; SÁ, R.A.M.; OLIVEIRA, C.A. Gemelidade. In: CHAVES NETTO, H.; SÁ, R.A.M.; OLIVEIRA, C.A. Manual de condutas em obstetrícia. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2011. p.1 7 - 20.
  • MONTENEGRO, C.A.B; REZENDE FILHO, J. Discinesias. In: MONTENEGRO, C.A.B; REZENDE FILHO, J. Rezende : obstetrícia fundamental. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 163-167.