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Guias e Dicas
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Pedagogia do Campo - Educação Quilombola, Trabalhos de Pedagogia

Educação Quilombola na Praça 14 de Janeiro em Manaus

Tipologia: Trabalhos

2025

Compartilhado em 21/05/2025

larissa-raniely
larissa-raniely 🇧🇷

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PEDAGOGIA DO CAMPO
Manaus
2025
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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PEDAGOGIA DO CAMPO

Manaus 2025

AMANDA INÊS MAGALHÃES BATALHA

CHERLIANE DO NASCIMENTO LOPES

GEOVANA DE ALMEIDA TAVARES

LARISSA RANIELY DE SOUZA DOURANTE

ROSELY SILVA DOS SANTOS

SUZYANE FREITAS DA FROTA

RESGATANDO MEMÓRIAS DO QUILOMBO DE SÃO BENEDITO: EDUCAÇÃO

QUILOMBOLA VIVA NA PRAÇA 14

Trabalho e Educação no contexto comunitário do curso de graduação em Pedagogia do CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO – CEUNI FAMETRO como requisito para obtenção de nota da N2 do componente curricular Pedagogia do Campo. Orientador(a): Francilei dos Santos Pessoa Manaus 2025

1. INTRODUÇÃO

A educação quilombola, reconhecida como um direito coletivo e uma expressão legítima da identidade étnico-racial, representa uma ferramenta estratégica para a valorização da história, da cultura e dos saberes ancestrais das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil. Tal forma de educação está diretamente ligada à luta por reconhecimento, território e autonomia, conforme assegurado em marcos legais como a Constituição Federal de 1988 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. No contexto da cidade de Manaus, a comunidade do Quilombo de São Benedito, situada na histórica Praça 14 de Janeiro, constitui um exemplo emblemático de resistência sociocultural e afirmação identitária no meio urbano. Inserida nesse cenário, a educação quilombola adquire contornos específicos, ao mesmo tempo em que dialoga com os desafios da modernidade, da urbanização e das políticas públicas voltadas à equidade racial. Sua trajetória revela experiências de luta por uma educação diferenciada, contextualizada e construída a partir dos saberes da comunidade. Ao reconstruir essas memórias, busca-se evidenciar como a educação se estabelece como prática pedagógica situada, articulando ancestralidade, território e emancipação social. Apesar dos avanços institucionais, como o reconhecimento das comunidades quilombolas e a criação de políticas públicas voltadas à inclusão educacional, persistem impasses relacionados à efetivação plena desses direitos. A modernidade, marcada por processos inconclusos e por um reconhecimento ainda fragmentado dos territórios quilombolas, deixa rastros de desigualdade histórica. No entanto, observa-se uma crescente mobilização dessas comunidades, que, por meio da educação e da resistência cultural, vêm transformando sua condição de “minorias sociais” em sujeitos ativos na formulação e implementação de políticas que valorizam sua identidade e memória coletiva. Diante desse cenário, o resgate das memórias educacionais da comunidade do Quilombo de São Benedito não apenas contribui para a preservação de sua identidade histórica, mas também fortalece a luta por uma educação comprometida com a equidade racial e o respeito à diversidade cultural. .

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

A comunidade do Quilombo de São Benedito, situada na tradicional Praça 14 de Janeiro, em Manaus (AM), enfrenta um conjunto de desafios históricos e contemporâneos que dificultam o pleno reconhecimento e a efetivação de seus direitos enquanto comunidade quilombola urbana. Um dos principais problemas enfrentados é a fragilidade no reconhecimento institucional do território como espaço tradicional quilombola, o que compromete não apenas a segurança fundiária, mas também a permanência das dinâmicas sociais e culturais que sustentam a memória coletiva local. 1.1 PROPOSTA DE ATIVIDADE PEDAGOGICA Criar e apresentar uma linha do tempo com interação e musicalidade que resgata memórias significativas da história da educação quilombola na comunidade de São Benedito, destacando os principais marcos, avanços e desafios enfrentados ao longo das décadas. Essa análise está em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especificamente com a Unidade Temática "O Sujeito e o Seu Lugar no Mundo" e com a habilidade EF04GE01, que orienta: "Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do País, latino- americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira" (BNCC, 2018). Essa habilidade promove o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, estimulando nos estudantes a construção de uma identidade plural e o respeito às diferentes matrizes culturais que compõem a sociedade brasileira. 1.2 COLETA DE INFORMAÇÕES A comunidade quilombola de São Benedito, localizada no bairro Praça 14, destaca-se por sua expressiva produtividade empreendedora, especialmente por meio da comercialização de alimentos tradicionais afrodescendentes, como tacacá, bolo de macaxeira, feijoada, acarajé, vatapá, muqueca, entre outros. Esse comércio evidencia a valorização e a preservação da cultura alimentar afro-brasileira na região.

proativa e estratégica junto às populações remanescentes. Nesse sentido, evidencia-se o papel fundamental do empreendedorismo, da ciência e da tecnologia como ferramentas de resistência, empoderamento e valorização das culturas tradicionais de matriz africana. O contato direto com comunidades tradicionais, como observado no Quilombo do Barranco, oferece vivências significativas para o desenvolvimento da consciência crítica, do pertencimento social e da valorização do patrimônio cultural e histórico do país. 1.4 IDENTIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES As práticas educativas são essenciais para o desenvolvimento e mediação da cultura afro- descendentes e para melhor compreensão foi elaborada uma linha do tempo interativa que tem o objetivo é facilitar a compreensão e memorização de sequências de eventos históricos , sociais ou pessoais, promovendo a visualização e a ordenação cronológica da informação. Portanto, ao adentrarmos na pesquisa de campo quilombola, percebemos a importância de desenvolver a musicalidade na educação do campo é primordial para o fortalecimento da cultura negra. Segundo FERREIRA (2019), a música no cotidiano escolar, familiar, social é imprescindível, pois favorece uma Interação significativa para a interação sociocultural. Alguns estudos têm demonstrado que os elementos da música atuam na área cognitiva do indivíduo desenvolvendo a sua criatividade, cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio afetivo. A cultura quilombola, por ser um espaço de trocas e compartilhamento de Conteúdos simbólico-afetivos, e por se dar em relação a um contexto social, cultural e político específico, enfatiza as particularidades dos sujeitos que a constituem. É uma instância que preserva elementos culturais carregados de um passado histórico e social e que propicia um posicionamento subjetivo do sujeito ao reconhecer-se nesse passado (FURTADO; PEDROZA; ALVES, 2014, p. 114). Nisto, entende-se que a musicalidade é uma forma de expressão fundamental para desenvolvimento do reconhecimento étnico – racial, valorizando os saberes e transformando a vida de cada cidadão.

1.5 ESCOLHA DA SOLUÇÃO

A proposta pedagógica escolhida para a intervenção junto ao Quilombo Urbano de São Benedito consistiu na criação e apresentação de uma linha do tempo interativa e musical, com o objetivo de resgatar e valorizar as memórias históricas da educação quilombola na comunidade. A escolha dessa atividade se deu pela sua potência enquanto ferramenta lúdica, acessível e culturalmente significativa, capaz de estimular o pertencimento étnico-racial, promover a oralidade e fortalecer os laços entre diferentes gerações da comunidade. O uso da linha do tempo como recurso pedagógico contribui para a construção de narrativas históricas coletivas, permitindo que os participantes reconheçam sua trajetória, suas lutas e conquistas. Associar esse recurso à musicalidade reforça a presença de elementos da cultura afro-brasileira, como os cantos, ritmos e expressões que transmitem valores, memórias e ensinamentos ancestrais. A musicalidade, nesse contexto, não apenas complementa o conteúdo histórico, como atua também como linguagem de resistência e afirmação identitária. Essa abordagem está em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, que ressaltam a necessidade de práticas educativas que dialoguem com os saberes tradicionais e contemplem as especificidades das comunidades remanescentes de quilombos. Como afirma Nascimento (2017,p. 25): “A educação escolar quilombola deve ter como referência valores sociais, culturais, históricos e econômicos de suas comunidades e que para isso a escola deverá se tornar um espaço educativo que efetive o diálogo entre o conhecimento escolar, realidade, trabalho, a cultura, etc.” A escolha dessa solução reflete o compromisso de construir uma proposta educativa centrada no respeito à diversidade, no fortalecimento da identidade quilombola e na valorização das práticas culturais como instrumentos pedagógicos legítimos e potentes.

escuta ativa da comunidade e do uso de uma pedagogia contextualizada. Houve uma ampliação da percepção sobre o papel social do educador e sobre como práticas pedagógicas alinhadas à realidade local podem gerar transformações sociais significativas. Por fim, o método favoreceu reflexões importantes sobre a aplicação da pedagogia do campo em contextos urbanos quilombolas. Ao valorizar os saberes locais e os vínculos com a ancestralidade, os alunos puderam perceber a potência de uma educação crítica e inclusiva em uma transformação social.

APÊNDICES

Os anexos a seguir apresentam registros fotográficos realizados durante a visita técnica ao Quilombo Urbano de São Benedito, utilizados para contextualizar as práticas descritas no trabalho. Apêndice A - Banner explicativo do local e sua construção cultural. Fonte: Próprios Autores, 2025.

Apêndice C - Instrumentos Culturais de Musicalidade Fotografia dos instrumentos musicais utilizados nas manifestações culturais do Quilombo Urbano de São Benedito. Fonte: Próprios Autores, 2025.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho reafirma a importância da valorização da educação quilombola como instrumento de resistência, fortalecimento da identidade e promoção da justiça social. A experiência vivenciada no Quilombo Urbano de São Benedito, situado na histórica Praça 14 de Janeiro em Manaus, demonstrou que práticas pedagógicas contextualizadas, como a construção da linha do tempo interativa e musical, são eficazes para o resgate das memórias e saberes ancestrais que constituem a base da cultura afro-brasileira. A partir do contato direto com lideranças quilombolas, mulheres da associação Crioulas e demais membros da comunidade, foi possível identificar a potência dos saberes populares, da oralidade e da musicalidade como estratégias educativas fundamentais para a construção de uma pedagogia comprometida com os territórios, as histórias e as subjetividades negras. A participação ativa da comunidade e o envolvimento das crianças nas atividades reforçam a urgência de uma educação pautada no respeito à diversidade e na valorização das matrizes culturais africanas. Além disso, o trabalho evidenciou a necessidade de ações institucionais que reconheçam e fortaleçam os territórios quilombolas urbanos, garantindo políticas públicas que assegurem não apenas o acesso à educação, mas também sua efetiva adequação às realidades e às demandas dessas comunidades. Concluímos que a educação quilombola, viva e pulsante no Quilombo de São Benedito, constitui um legado de luta e resistência que precisa ser continuamente reconhecido, estudado e fortalecido. Cabe à universidade, aos educadores e à sociedade em geral o compromisso ético e político de manter esse diálogo aberto, crítico e transformador.