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A pedagogia descrita no evangelho de lucas sobre o encontro de jesus com dois de seus discípulos em emaús. A pedagogia é descrita como um caminho metodológico proposto pelo próprio cristo, que permite aos discípulos iniciarem um processo apaixonado em companhia de jesus. O texto também discute a importância da compreensão desta pedagogia divina para o crescimento cristão.
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
- um peregrinar em casal com Jesus Ressuscitado –
Os cursos/albergues – ou temáticas de formação geral – oferecidos pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora têm como referência um dos mais belos relatos registrados pela Palavra de Deus, retirado do Evangelho de Lucas, em que se apresenta um método pedagógico ou um caminho metodológico proposto pelo próprio Cristo no encontro do Caminho de Emaús, a partir do qual cada casal equipista também poderá iniciar um processo apaixonante em companhia de Jesus, como o Mestre por excelência. Para facilitar a compreensão desta pedagogia divina do encontro e do diálogo, motivados pela lógica do amor, leia com atenção o texto de Lucas 24,13-. Mas, é importante dizer, logo de início, que este texto bíblico, exclusivo de Lucas, representa o paradigma do itinerário ( CAMINHO ) catequético de amadurecimento cristão, pelo encontro com o Senhor, pela escuta da Palavra, pela partilha do Pão e pela missão.
Como podemos ver pelo texto do Evangelho, um dos discípulos de Emaús chamava-se Cléofas. Quanto ao outro, não é dada nenhuma informação. Embora a
tradição tenha identificado este outro discípulo como uma personagem feminina, talvez a esposa de Cléofas, de nome Maria, mulher que é mencionada aos pés da cruz na morte de Jesus (Jo 19,25), outras interpretações mais espirituais identificam este personagem sem nome como todo discípulo ou discípula de Jesus. Portanto, e sem nenhuma pretensão desmedida, podemos dizer que este relato bíblico se refere a um casal que estava retornando para sua casa – marido (Cléofas) e esposa (Maria, irmã de Nossa Senhora) – e que antes seguia Jesus. Este casal estava voltando depois da peregrinação pascal a Jerusalém. O capítulo 24 de Lucas é a última parte de toda a composição do seu Evangelho, que apresenta uma característica particular: a conclusão de todo o caminho realizado por Jesus e seus discípulos. Nos discípulos de Emaús, que deixam abatidos a cidade de Jerusalém, podemos reconhecer a comunidade dos amigos e amigas de Jesus que, depois de terem convivido e seguido seu Mestre durante aqueles anos, sofreram o impacto de sua morte violenta. No caminho para Emaús, Jesus toma a iniciativa da aproximação e apenas no final Ele é reconhecido pelos dois discípulos. Ao refletir sobre a pedagogia do Mestre, o aspecto que chama a atenção, em primeiro lugar, é que Jesus se aproxima deles, colocando-se em seu caminho, posicionando-se à altura de sua caminhada, interessando-se por sua história. Jesus busca conhecer o interior dessas pessoas. Durante o caminhar, a pedagogia do Mestre possibilita a catarse, ou seja, provoca e estimula os discípulos a falarem daquilo que lhes aflige o coração. Ao longo do caminho, Jesus ia se revelando, iluminando os olhos, fazendo arder o coração dos discípulos. Consequentemente, o reconhecimento do Senhor é a restauração da comunhão plena que se deu no momento de partir e repartir o pão. Aproximando-se da aldeia para onde iam, Jesus fez como se fosse mais adiante. Os discípulos de Emaús, porém, insistiram, dizendo: permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina. Jesus entrou na casa, então, para ficar com eles. Portanto, Jesus aproveita a ocasião da desilusão dos discípulos de Emaús e da sua confusão para lhes explicar as Escrituras, aquecer seu coração e levá-los para diante da mesa Eucarística. Isto os prepara e estimula para a missão.
O autor do evangelho organiza o diálogo entre os dois discípulos e o forasteiro de forma direta. Lucas retomou alguns trechos de pregação ou de catecismo cristãos que circulavam nas primeiras comunidades e traçou um longo diálogo didático. A resposta a tantas questões que inquietavam os discípulos deveria ser dada por eles mesmos. A atitude de Jesus para com eles é de um Mestre, pois explica para eles que o plano de Deus tem uma lógica diferente da lógica humana, destacando que o sofrimento faz parte desse desígnio divino e que se trata de um meio pelo qual Deus purifica e leva tudo à plenitude. A grande questão a que o próprio texto incita cada um diz respeito à verdadeira experiência que podemos fazer com Jesus: os dois discípulos parecem ter chegado ao destino. Jesus faz de conta que ia seguir o caminho, mas eles insistem para que se hospede junto a eles: Jesus aceita e se assenta à mesa com os dois. Então, aqui temos a celebração da Eucaristia, a celebração da partilha; é nesse momento que eles O reconhecem. Por isso, o que importa para Lucas é percorrer até o fim o caminho que leva ao reconhecimento de Jesus: a escuta da Palavra, que muda o coração, e o partir do pão em comunidade. Nesta altura os olhos se abrem para reconhecer a presença do Ressuscitado na comunidade de irmãos. Os discípulos, ao reconhecerem Jesus, retomam o caminho para Jerusalém: há um novo olhar, uma nova motivação, uma luz no horizonte. O evangelista, nesta terceira parte do texto , chama a atenção ao modo como se inicia o relato de Emaús: “viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús” e finaliza a narrativa: “naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém”. Os dois discípulos fazem um movimento contrário; retornam ao ponto inicial, ou seja, à cidade de Jerusalém. Há uma mudança radical na vida destes caminhantes com o Senhor: eles fazem uma opção, e ao reconhecerem Jesus, vão anunciar a própria experiência feita no caminho e na casa ao redor da mesa: uma experiência de fé pascal. É evidente que, por meio do tema do “caminho”, muito frisado no relato, o evangelista quer fazer uma referência ao caminho concreto de cada batizado, em todos os tempos e em todo lugar, cheios de dificuldades e provações, porém
sustentado pela ação poderosa do Ressuscitado. Por isso, a narração é uma tácita exortação ao cristão para não ficar desnorteado perante o problema do mal no mundo, mas iluminado pela Escritura, se colocar a serviço do desígnio salvífico de Deus, que vence o mal e salva a história. De acordo com o exemplo dos discípulos de Emaús, nós também temos necessidade desta experiência de reencantamento na fé. O coração aquecido lhes impulsionou para o dinamismo, para a missão: com ardor renovado pela presença e proximidade com o Ressuscitado, seus olhos se abrem, seus corações se aquecem. Agora, o novo ardor se espalha, sai do coração e chega à mente, à consciência, e move os pés que saem a evangelizar. O encontro de Jesus com os discípulos de Emaús se deu num clima de diálogo e comunhão fraterna: explicar as Escrituras e partir o pão fez-lhes retornar ao caminho de Jerusalém com nova disposição de vida, com o coração aquecido; eles se põem no caminho ao encontro dos outros discípulos para contar a alegria do encontro com o Mestre, assumir a missão de formar comunidades e anunciar a boa nova de Jesus Cristo: os discípulos voltam à comunidade com um novo olhar, com um espírito novo, com melhor compreensão da missão. O chamado à missão decorrente do nosso Batismo implica em uma resposta livre, em um ato de confiança em Deus. Neste sentido, a ação evangelizadora, catequética e pastoral da Igreja ajuda os batizados a descobrirem a beleza do seguimento de Jesus Cristo como uma proposta de vida coerente com o Evangelho. Mostrar o caminho para quem se dispõe a ser discípulo de Jesus é fazer a leitura e a releitura do Caminho de Emaús. Discípulo não é aquele que sabe, mas o que segue o Mestre, que quer e tem uma relação dialógica pessoal, e demonstra, na vida concreta, o interesse pelo projeto do Mestre e pelo seu projeto de vida e de cristão. Na formação-educação cristã, o que alguém faz e o que este alguém diz, indicam que formação-educação não é ensinar algumas ideias como alguém que sabe tudo. A vida também é um caminho, e ninguém aprende tudo de uma vez só; exige- se, por conseguinte, um contínuo cultivo pessoal, social e espiritual. É um processo em que o ser humano vai se fortificando na direção que quer dar à sua vida, com o