


































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
© 2012 todos os direitos de reprodução são reservados à Universidade Federal de Santa Catarina. Somente será permitida a reprodução parcial ou total desta publicação, desde que citada a fonte. Edição, distribuição e informações: Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário, 88040-900 Trindade – Florianópolis – SC Disponível em: www.unasus.ufsc.br.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 74
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Universidade Aber ta do SUS
Saúde da Família Especialização Multiprofissional emEspecialização Multiprofissional em
Presidente da República Ministro da Saúde Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES) Coordenador Geral de Ações Estratégicas em Educação na Saúde Responsável Técnico pelo Projeto UNA-SUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Reitora Roselane Neckel Vice-Reitora Lúcia Helena Pacheco Pró-Reitora de Pós-graduação Joana Maria Pedro Pró-Reitor de Pesquisa Jamil Assereuy Filho Pró-Reitor de Extensão Edison da Rosa CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Diretora Kenya Schmidt Reibnitz Vice-Diretor Arício Treitinger DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA Chefe do Departamento Antonio Fernando Boing Subchefe do Departamento Sérgio Fernando Torres de Freitas Coordenadora do Curso Elza Berger Salema Coelho COMITÊ GESTOR Coordenadora do Curso Elza Berger Salema Coelho Coordenadora Pedagógica Kenya Schmidt Reibnitz Coordenadora Executiva Rosângela Leonor Goulart Coordenadora Interinstitucional Sheila Rubia Lindner Coordenador de Tutoria Antonio Fernando Boing EQUIPE EAD Alexandra Crispim Boing Antonio Fernando Boing Eleonora Milano Falcão Vieira Marialice de Mores Sheila Rubia Lindner AUTORES 1ª EDIÇÃO 2ª EDIÇÃO ADAPTADA Jussara Gue Martini Jussara Gue Martini Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello André Junqueira Xavier André Junqueira Xavier Lúcio José Botelho Lúcio José Botelho Fernando Mendes Massignam
© 2012 todos os direitos de reprodução são reservados à Universidade Federal de Santa Catarina. Somente será permitida a reprodução parcial ou total desta publicação, desde que citada a fonte. Edição, distribuição e informações: Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário, 88040-900 Trindade – Florianópolis – SC Disponível em: www.unasus.ufsc.br. Ficha catalográfica elaborada pela Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Bibliotecária respon- sável: Eliane Maria Stuart Garcez – CRB 14/ Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Curso de Especialização Multiprofissional em Saúde da Família. Atenção integral à saúde do idoso: enfermagem [Recurso eletrônico] / Universidade Federal de Santa Catarina; Jussara Gue Martini; Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello; André Junqueira Xavier. 2. ed. – Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, 2012. 68 p. (Eixo 3 – A Assistência na Atenção Básica). Modo de acesso: www.unasus.ufsc.br Conteúdo do módulo: Introdução. – Vulnerabilidades Ligadas à Saúde do Idoso. – Cuidados de Enfermagem à Saúde do Idoso. – Práticas Educativas na Atenção à Saúde do Idoso. – Experiências Exitosas do Trabalho Interdisciplinar na Atenção Básica – Saúde do Idoso. ISBN: 978-85-8267-006-
5.1 Educação popular e promoção da saúde do idoso: reflexões a
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O presente módulo traz à discussão a atenção integral à saúde do idoso e o processo de trabalho interdisciplinar da equipe de saúde da Atenção Básica. Para tanto, organizamos o conteúdo de modo a aprofundar os conhecimentos sobre o cuidado da pessoa idosa, procurando ampliar o olhar individual, e trazer também para a discussão aspectos relacionados às redes de apoio e aos cuidadores diretos desses idosos. Essas questões são retomadas e rediscutidas na especificidade de sua categoria profissional, com o foco na integralidade do cuidado. Com isso, pretendemos ampliar a resolubilidade das ações na Atenção Básica, entendendo que somente por meio do trabalho em equipe, da integralidade do cuidado, do planejamento em saúde direcionado à pessoa idosa, respeitando sua singularidade, alcançaremos tal objetivo. Todos esses caminhos são indispensáveis para o desenvolvimento de uma prática acolhedora, humanizada e solidária. Desse modo, é fundamental refletirmos a respeito dos potenciais de atuação dos profissionais da saúde neste campo, consolidando as competências relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de doenças e agravos, ao tratamento e reabilitação, quer seja no âmbito da unidade de saúde, do território ou do domicílio.
Abordagem integral à saúde do idoso; humanização da assistência; trabalho em equipe interdisciplinar; vulnerabilidades ligadas à saúde do idoso; cuidados de enfermagem à saúde do idoso; práticas educativas na atenção à saúde do idoso; experiências exitosas do trabalho interdisciplinar da Atenção Básica na saúde do idoso. Objetivo geral Compreender a atenção à saúde do idoso de maneira mais abrangente, de modo a incluir os diferentes olhares do trabalho em equipe nas questões relativas à atenção integral à saúde do idoso, os aspectos biológicos e sociais envolvidos no processo de envelhecimento, assim como medidas de promoção da saúde, preventivas de doenças e agravos, curativas e reabilitadoras, fundamentadas pela integralidade do cuidado. Objetivos específicos
Unidade 1: Introdução Unidade 2: Vulnerabilidades ligadas à saúde do idoso Unidade 3: Cuidados de enfermagem à saúde do idoso Unidade 4: Práticas educativas na atenção à saúde do idoso Unidade 5: Experiências exitosas do trabalho interdisciplinar na Atenção Básica
Atenção Integral à Saúde do Idoso Enfermagem
1 INTRODUÇÃO Os indicadores demográficos e de morbimortalidade demonstram, nas últimas décadas, um aumento no tempo de vida na maioria das populações, mesmo em países considerados em desenvolvimento. Embora ainda haja muita variabilidade social, a estrutura etária e os problemas de saúde são e serão, por algumas décadas, um dos principais desafios da sociedade e dos profissionais de saúde, a fim de que seja possível conciliar longevidade e qualidade de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta como principal desafio para a Saúde Pública a construção de uma vida ativa e autônoma no envelhecimento. Esse objetivo pode ser alcançado por meio do fortalecimento de políticas públicas de promoção da saúde, sobretudo aquelas voltadas para a população idosa, oportunizando qualidade de vida e bem-estar no envelhecimento. Diante desta perspectiva, é preciso que a sociedade discuta coletivamente as questões históricas e culturais que ainda desvalorizam a pessoa idosa em nosso país. Para tal, novas tecnologias, leves e duras^1 , inovação e conhecimento, são aliados potentes para transformar de maneira justa e democrática a equidade na distribuição de serviços e facilidades para esse grupo populacional que mais cresce em nosso país. Em 2020, o Brasil terá a sexta maior população mundial em termos de números absolutos de indivíduos com 60 anos ou mais. Em 2050, serão aproximadamente 14,2% de idosos no planeta (CHAIMOWICZ, 1997). Diante desta realidade, mantidos os padrões atuais de qualidade de vida da população idosa, a proporção de indivíduos portadores de incapacidade nesta faixa etária alcançará o patamar de 25% para aqueles acima de 65 anos e 50% para aqueles com 85 anos ou mais (YOUNG apud CAMARANO, 2002). Muitas pessoas vivenciam essa fase da vida com diferentes graus de dependência. Enfrentar essa realidade pressupõe não apenas oportunizar o acesso aos serviços e bens de saúde, mas também investir alto no desenvolvimento social, econômico e político da população. 1 Merhy (2002) estabelece tipos de tec- nologia para a área de saúde, agrupando- -as e definindo-as como leve, leve-dura e dura. A tecnologia leve considera o proces- so de produção da comunicação, das rela- ções, de acolhimento, de autonomização, de vínculos que conduzem ao encontro dos usuários com as necessidades de ações na saúde. A tecnologia leve-dura inclui os saberes estruturados, representados pelas disciplinas que operam em saúde, a exem- plo da clínica médica, odontológica, epide- miológica, da enfermagem, entre outras. A tecnologia dura pode ser representada pelo material concreto, como equipamen- tos tecnológicos (hardware), mobiliário permanente ou de consumo, normas e ro- tinas, estruturas organizacionais.
Uma cidade amiga do idoso é aquela que adapta suas estruturas e serviços para que sejam acessíveis e inclusivos às pessoas idosas com diferentes necessidades e capacidades, o que estimula o envelhecimento ativo ao otimizar as oportunidades para a saúde, participação e segurança, a fim de aumentar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem. Trata-se de uma contribuição para que as comunidades consigam autoavaliar-se em nove categorias (espaços abertos e prédios, transporte, moradia, participação social, respeito e inclusão social, participação cívica e emprego, comunicação e informação, apoio comunitário e serviços de saúde) e, a partir de tal diagnóstico, planejar e implementar ações que tornem mais amigáveis os lugares onde vivem, beneficiando a todos. A OMS também tem reconhecido que a atenção prestada à pessoa ao longo do curso da vida nas unidades de saúde tem um papel determinante para o envelhecimento saudável. Indica, ainda, que essas unidades de saúde sejam amigáveis a todas as faixas etárias, e aponta enfaticamente que os referidos serviços sejam acolhedores e ajustados às necessidades dos idosos. No Brasil, em 1999, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n. 1.395 GM/MS (BRASIL, 1999), lançando a Política de Saúde do Idoso, revisada pela Portaria n. 2.528, de 19 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006a). Buscando reverter o enfoque do modelo assistencial à saúde, essa política apresenta como eixos orientadores as medidas preventivas, a promoção da saúde e o atendimento multidisciplinar específico para os idosos. A Política de Saúde do Idoso tem como diretrizes norteadoras incentivar e viabilizar formas alternativas de cooperação intergeracional, com atuação junto às organizações da sociedade civil, representativas dos interesses dos idosos, com vistas à formulação, implementação e avaliação das políticas, planos e projetos relacionados à saúde do idoso. Prioriza ainda: o atendimento por suas próprias famílias das pessoas idosas em situação de vulnerabilidade, em detrimento ao atendimento asilar; a promoção de educação permanente dos profissionais de saúde, especialmente nas áreas de geriatria e gerontologia; a prioridade para o atendimento do idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços; e o fomento à discussão e desenvolvimento de estudos referentes à questão do envelhecimento (BRASIL, 1999). Outro instrumento legal de proteção ao idoso, o Estatuto do Idoso, foi publicado em 2003. Esse documento contribui sobremaneira para a conscientização do direito dos idosos em relação às questões de saúde, regulamentando as medidas de proteção, com o estabelecimento de penalidades para aqueles que violarem tais direitos, e contempla, também, as áreas de educação, habitação e transportes.
Enfermagem Vale mencionar ainda a Portaria n. 73/01 da SEAS/MAPS (BRASIL, 2001), que orienta o funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil; e a RDC n. 283/05, da ANVISA (ANVISA, 2005), que aprova o Regulamento Técnico que, entre outras normas, exige um plano de atenção integral à saúde dos idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPIs). No campo da gestão, a União busca uniformizar o compromisso dos gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. Um marco no SUS é a Portaria n. 399, de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde e aprova suas Diretrizes Operacionais. Na sessão Pacto pela Vida, ainda que a definição de prioridades deva ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais, a Saúde do Idoso é uma das seis prioridades pactuadas (BRASIL, 2006b). O documento indica as diretrizes a serem seguidas nacionalmente em relação às questões de saúde dos idosos. São elas:
Enfermagem
ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada n° 283, de 26 de setembro de 2005. Aprova o regulamento técnico que define normas de funcionamento para as instituições de longa permanência para idosos, de caráter residencial. Diário Oficial da União. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/ atos_normativos/legislacao-sanitaria/estabelecimentos-de-saude/atencao-ao- idoso/RES_283.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2012. BRASIL. Portaria n° 1.395, de 10 de dezembro de 1999. Aprova a Política Nacional de Saúde do Idoso. Diário Oficial da União, Brasília, 1999. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/legislacao/arquivo/Portaria_1395_ de_10_12_1999.pdf>. Acesso em: 02. jun. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 73, de 10 de maio de 2001. Estabelece normas de funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil, nas modalidades previstas na Política Nacional do Idoso, e aos desafios que o crescimento demográfico impõe ao país. Diário Oficial da União, Brasília, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do idoso. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ estatuto_idoso.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a política nacional da pessoa idosa. Diário Oficial da União, Brasília, 2006a. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Diário Oficial da União, Brasília, 2006c. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/ GM-399.htm>. Acesso em: 02 jun. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, n. 19. Brasília: Ministério da Saúde, 2006c. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad19.pdf. Acesso em: 02 jun. 2012. CAMARANO, A. A.; PASINATO, M. T. de M. Envelhecimento, pobreza e proteção social na América Latina. Rio de Janeiro: IPEA, 2007. CHAIMOWICZ, F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Revista de Saúde Pública, v. 31, n. 2, p. 184-200, 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v31n2/2170.pdf. Acesso em: 02 jun. 2012.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais 2003. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em: <http://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/sintese_indic/indic_ sociais2003.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2012. MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec, 2002. MIYATA, D. F. et al. Políticas e programas na atenção à saúde do idoso: um panorama nacional. Arquivos de Ciências da Saúde, Umuarama, v. 9, n. 2, p. 135-140, maio/ago. 2005. SINDIFISCO NACIONAL. Previdência: a reforma incompleta. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.sindifisconacional.org.br/index.php?option=com_co ntent&view=article&catid=45%3Ana-midia&id=7353%3AReforma+&Itemid=73&la ng=pt>. Acesso em: 02 jun. 2012.
2 VULNERABILIDADES LIGADAS À SAÚDE DO IDOSO A presente unidade traz à discussão questões referentes à saúde integral da pessoa idosa, procurando enfocar aspectos relacionados a sua condição física e nutricional, além de abordar possíveis ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento de agravos e de reabilitação. Outro aspecto importante é a relação da pessoa idosa com a finitude e a morte (sua própria morte e de seus entes próximos), que exige do profissional de saúde a atitude de dialogar a esse respeito durante os encontros com pessoas nessa faixa etária. É igualmente importante abordar a institucionalização^2 , especificamente sobre quando e como pode ser considerada uma boa opção e, finalmente, falar sobre as quedas físicas^3 , frequentes entre as pessoas idosas. Ainda dentre os traumas, discutiremos a violência contra o idoso, como identificá-la e quais as possíveis condutas que o profissional pode adotar diante dessa situação. Esperamos evidenciar aspectos que tornam a pessoa idosa potencialmente vulnerável, demonstrando como o profissional de saúde, e aqui, mais especificamente, o enfermeiro, pode auxiliar o idoso e sua família a lidar, superar ou minimizar os problemas que possam surgir nessa idade.
A promoção de ações que estimulem a realização de exercícios e de práticas lúdicas é um importante espaço de atuação dos profissionais da saúde. Os benefícios da atividade física são amplamente reconhecidos e incluem, além do fortalecimento da capacidade funcional, o crescente bem-estar e a integração social dos idosos. 2 Na língua portuguesa, institucionalização é o “ato ou efeito de institucionalizar”. Insti- tucionalizar, por sua vez, é “dar o caráter de instituição, adquirir o caráter de instituição”; “dar forma institucional”. Assim, o idoso institucionalizado é aquele a quem se dá ou que adquire o caráter de instituição, que se transforma em instituição, o que, obviamen- te, não faz sentido. Já na língua inglesa, o verbo correspondente a institucionalizar, to institutionalize, tem uma acepção a mais, a de colocar ou confiar alguém aos cuidados de uma instituição especializada. REZENDE, Joffre M. de. “Institucionalização” do idoso. In: REZENDE, Joffre M. de. Linguagem mé- dica 3. ed. Goiânia: AB Editora e Distribuido- ra de Livros Ltda., 2004. 3 As quedas físicas, além de muito fre- quentes nessa faixa etária, também inter- ferem na saúde e na qualidade de vida dos idosos, pois, em virtude de sua condição óssea, pode demandar muito tempo a sua total recuperação.
Enfermagem No âmbito dos benefícios físicos, a literatura da área costuma mencionar melhora da resistência cardiovascular, aumento do tônus muscular, maior flexibilidade articular, fortalecimento ósseo, perda de peso, melhora no perfil lipoproteico, aumento do metabolismo, melhor trânsito gastrointestinal, ganhos na qualidade do sono, entre outros. Os profissionais da equipe de Atenção Básica devem planejar com o idoso um programa de exercícios que atenda às suas necessidades e que, quando necessário, considere suas limitações, encorajando-o a preservar suas capacidades e aumentar a independência e a autonomia^4. A realização de atividades físicas de maneira continuada é influenciada pelos re- sultados positivos decorrentes de sua prática, pela ausência de efeitos indesejados (dores, desconfortos, piora nas funções diárias) e pela satisfação alcançada com a atividade. Na realização de atividades físicas, é necessário que se considerem também questões de segurança, como, por exemplo, uso de calçados e roupas adequadas ao exercício, hidratação e exposição ao frio ou calor excessivo. É preciso que a pessoa idosa fique atenta a quaisquer alterações durante a prática do exercício físico e, em caso positivo, que converse com a equipe de saúde, procurando esclarecer dúvidas e implementando o tratamento, se necessário. Em relação à alimentação nessa faixa etária, as necessidades nutricionais diárias são determinadas pelo nível de atividades e por suas condições clínicas, além de sofrerem influência de hábitos e costumes familiares, étnicos e culturais. Muitas vezes, somam-se a essas questões outras referentes ao acesso do idoso aos alimentos, também moduladas por restrições financeiras e pela capacidade física para o preparo das refeições. O nutricionista do NASF pode auxiliar nas orientações e no acompanhamento do idoso, contribuindo na determinação de suas necessidades individuais de ingestão de alimentos. Outros profissionais de saúde, como os agentes comunitários de saúde podem ajudar na detecção de limitações cotidianas, como disfagia, ausência de dentes, uso de próteses dentárias inadequadas, dificuldade de memorizar o que e quando ingeriu os alimentos ou, ainda, sobre como prepará-los. 4 É a capacidade de decisão e comando da pessoa sobre suas ações, estabelecen- do e seguindo regras próprias. No quadro de dependência funcional, o idoso revela a incapacidade de viver satisfatoriamente sem a ajuda de terceiros, por motivos de limitações físicas ou cognitivas.