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Nesse sentido, saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos formavam os principais partidos políticos e seitas religiosas daquela.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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No contexto do Novo Testamento, a nação judaica não era homogênea. Ao contrário disso, ela estava dividida em vários grupos e partidos com doutrinas, ideologias e tradições distintas, movidos ora por motivações políticas, ora religiosas.
Nesse sentido, saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos formavam os principais partidos políticos e seitas religiosas daquela época. Veremos as características desses grupos, e como Jesus, com sua sabedoria e coragem, conviveu e reagiu a eles, nos deixando o exemplo de como viver dentro de um ambiente de pluralismo religioso como o presenciado nos dias atuais, com respeito e defesa da verdade.
**1. Romanos
3. Publicanos e cobradores de impostos Os publicanos ou cobradores de imposto eram os coletores de tributos e taxas destinados ao Império Romano. Por essa razão, eram odiados pelo povo. Costumava-se dizer: “Só os publicanos são ladrões”. Podemos afirmar sem medo de errar que na época de Jesus a profissão de publicano era a pior. Eles eram comparados aos pecadores da pior espécie. Quando um judeu exercia esse triste ofício, e, sobretudo, quando cobrava de seus irmãos o imposto destinado a Roma, era tratado com enorme desprezo. Há várias passagens dos evangelhos nas quais os publicanos são equiparados aos pecadores: - Jesus comia com os publicanos e pecadores, por isso os discípulos foram questionados pelos fariseus (Mt 9,13); - Jesus foi acusado de ser um glutão e bebedor de vinho, além de amigo de publicanos e pecadores (Mt 11,19); - Jesus deixava os escribas e fariseus irritados ao vê-Lo na companhia dos pecadores e publicanos (Mc 2,16); - Os escribas e fariseus inconformados, murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando por que eles comiam e bebiam na companhia dos publicanos e pecadores (Lc 5,30; 15,1-2); - Entre os doze discípulos, havia um ex-publicano (Mt 9,9). 4. Saduceus e sacerdotes Os saduceus eram o partido religioso, econômico e político dominantes na época de Jesus. A ele pertenciam a maioria dos sacerdotes. Favoráveis à presença romana, eram materialistas e não acreditavam na ressurreição, nem nos anjos. Apesar da pequena quantidade, os saduceus representavam a aristocracia dominante do judaísmo nos tempos do Novo Testamento. O nome desse grupo originou-se provavelmente de Sadoc, o pai da linhagem de sumo sacerdotes durante o reinado de Salomão (1Rs 1,32.34.38. 45). Eles formavam o escalão superior dos sacerdotes e parte do Sinédrio, exercendo, por isso, grande influência política. Ao contrário dos fariseus, que reconheciam a importância da tradição oral, os saduceus aceitavam somente a Lei escrita (Torá). Por influência do helenismo e da cultura pagã, era uma religião materialista e secularizada, que negava a existência do mundo espiritual (At 23,8) e não acreditava na ressurreição dos mortos (Mc 12,18) nem na vida futura. A vida para eles, portanto, se resumia ao aqui e agora, sobre a qual Deus não tinha nenhuma interferência. Quanto a esse grupo, Jesus disse aos seus discípulos para tomarem cuidado com o seu “fermento” (Mt 16,6), símbolo do mal e da corrupção.
primeiro século. Eles formaram uma comunidade na costa noroeste do Mar Morto. Lá os Essênios achavam que poderiam viver como o “verdadeiro” povo de Deus. Eles rejeitavam Herodes, o Templo e os Fariseus. Em suas mentes, somente eles eram o verdadeiro Israel. E criaram uma comunidade pura, da qual sairia o Messias para redimir a Israel (na verdade acreditavam que Deus enviaria dois Messias, um sacerdote e o outro rei). Eles se intitulavam “os filhos da luz”, e seriam utilizados pelos Messias para restabelecer o reino de Israel. Os Evangelhos não mencionam os Essênios. Os Romanos destruíram a comunidade Essênia antes de partirem para Jerusalém. Muitos acreditam que foram os Essênios que escreveram os manuscritos do Mar Morto. Os Essênios eram conduzidos por sacerdotes Sadoquitas que deixaram o templo de Jerusalém corrompido. Eles salientaram rituais de pureza, compartilhavam todas as riquezas e viveram em comunidade. Eram bem rigorosos em suas interpretações dos mandamentos da Torá. Eles mantiveram uma perspectiva escatológica da vida, falaram do fim dos dias, das guerras, de Deus, da destruição final e do julgamento. Por causa dessa crença acerca do fim iminente, parte de seus membros escolheram o celibato, em vez de se casar e constituir família. Os Essênios não eram pacifistas, mas não pareciam ser violentos e não apoiavam os esforços revolucionários dos Zelotes. Como grupo, eles protestaram contra os Saduceus e sua gestão corrupta do Templo. Também posicionavam-se contra os Fariseus por causa de suas tradições e abordagens inovadoras na interpretação da Torá. No ato da admissão à seita, todas as pessoas entregavam suas propriedades a um fundo que era igualmente disponível a todos. Banhavam-se antes das refeições e vestiam-se de branco. Além disso, consideravam a si mesmos “os filhos da luz”, e viviam completamente separados do judaísmo de Jerusalém, o qual consideravam apóstata. As práticas místicas dos essênios destoam dos ensinamentos de Jesus, que não impôs nenhum ritual de purificação, a não ser a purificação pela Palavra (Jo 13,10; 15,3). Além disso, os cristãos foram chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-15), o que implica viver e influenciar a sociedade e a cultura, e não viver em reclusão.
7. Batistas
8. Zelotas Os zelotas eram membros do partido judaico que se opunha à dominação romana por julgá-la incompatível com a soberania do Deus de Israel. Em períodos mais turbulentos apelavam à violência. Praticavam sequestros e assassinatos de opositores políticos. Os sicários eram uma ala dos zelotas e eram assim chamados porque carregavam um punhal escondido. Eram um movimento subversivo caracterizado por violentos atentados. Os zelotes formavam um grupo extremista que usava a rebelião e a violência contra a dominação dos romanos, pois acreditavam que tal submissão era uma traição a Deus. Há quem sugira que o Senhor Jesus favoreceu os Zelotes e escolheu Simão, o Zelote (Lc 6,15), para expressar sua aprovação em relação às suas táticas. Nada poderia ser tão oposto à verdade, uma vez que todo ministério de Jesus era baseado em meios pacíficos e Simão provavelmente experimentou uma mudança de coração em relação a toda atividade dos Zelotes. **9. Samaritanos
Passados apenas cinco anos depois de terminado, o templo e as outras construções no monte foram totalmente destruídos pelos romanos, junto com a cidade de Jerusalém. Os muros foram em grande parte danificados no tempo das cruzadas. Restou uma parte conhecida como o “Muro das Lamentações”, onde os judeus costumam fazer as suas preces, já há muito tempo, sendo hoje também uma atração turística. Sobre os escombros do Templo está, hoje, construída a Mesquita de Omar.
3. O Templo, Centro da Vida Judaica Na verdade o Templo, além de centro religioso, era referência política e cultural, econômica e social do judaísmo. Flávio Josefo descreve-o assim: “O exterior arrebatava os olhos e o espírito. Por estar recoberto de ouro, refletia desde o amanhecer a luz do sol tão intensamente, que obrigava a afastar a vista aos que queriam observá-lo. Aos estrangeiros que chegavam parecia uma montanha de neve, pois onde não estava coberto de ouro brilhava mármore branquíssimo. O cimo estava eriçado de pontas de ouro afiadas para impedir que as aves pousassem e sujassem o teto. Algumas das pedras da construção tinham vinte metros de comprimento...” (De bello judaico, V, 222). Eis porque causava tanta admiração aos forasteiros e peregrinos quando se aproximavam de Jerusalém e viam o Templo. Logo, dá para entender o fascínio dos discípulos ante tal magnificência. O Templo era visto como a morada de Deus na terra. Representava estabilidade, segurança, perenidade. O que Jesus faz ver é que o Templo passa. Deus é que permanece, independentemente do Templo. Agarrar-se ao que passa, por mais importante que seja, é um equívoco. Só Deus permanece e só Deus basta. Fundamentar a religião e a fé no relativo passageiro é relativizar o absoluto derradeiro. Na interpretação de Jesus, segundo os Evangelhos, nisso consistiu a derrocada do judaísmo oficial. A questão é sempre atual. Em que e onde firmamos as balizas e os fundamentos de nosso amor e religião, de nossa Igreja e fé? 4. Os impostos no Brasil e no tempo de Jesus Olhemos a parte narrativa da controvérsia de Jesus com os fariseus por causa do imposto. Trata-se do Evangelho de Mt 22,15-21. De impostos, nós brasileiros sabemos, também quando não entendemos. O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Atualmente, ela gira em torno dos 36% do PIB (Produto Interno Bruto), consideravelmente acima da média mundial (27,1%) e latino-americana (28,1%.).
Dois tipos de impostos No tempo de Jesus, a questão era ainda mais injusta e cruel. Existiam dois sistemas de impostos (dos romanos e do templo), ambos com três tributos. O imposto romano: a) debário, por pessoa, controlado através de recenseamentos; b) produtivo, taxa sobre ¼ da produção agrícola; c) circulatório, sobre as mercadorias em circulação. O imposto do templo constava de: a) dracma, também por pessoa b) primícias de colheitas, animais e até filhos (estes resgatados por animais ou aves); c) dízimo de toda produção.
A controvérsia sobre o imposto ao império Contextualizemos a questão. Os fariseus eram contra o pagamento do imposto ao império, ao passo que os herodianos, como os saduceus, eram a favor. Leia, por favor, Mt 22,15-22... A pergunta dos fariseus (que levaram os adversários políticos herodianos ...) é capciosa: se Jesus se manifestasse a favor do imposto, perderia as credenciais de defensor da gente espoliada e sofrida, para ser considerado traidor do povo; caso fosse contra, seria acusado de atentar ao poderoso império. Mais que capciosa, aqui a pergunta é uma armadilha que Jesus logo percebe (v. 18). Aliás, as autoridades farisaicas, ainda que mal intencionadas, fazem grande elogio a Jesus: reconhecem-no Mestre, consideram-no verdadeiro no ensinar, correto no julgar e autêntico no agir (v. 16). Jesus, sabiamente os chama de hipócritas (v. 18) e prova que o são. Como? Era proibida a moeda e a imagem estranhas no templo. As autoridades, porém, tinham substituído a inflacionada moeda nacional pelo valorizado dinheiro pagão, também no templo. Além disso, Jesus coloca tanto a ideologia/teologia quanto a política/economia no devido lugar. Tanto o obrar religioso quanto o operar político devem estar a serviço da pessoa e à prioridade da vida. Estamos diante de duas imagens, ambas reconhecidas, mas não no mesmo nível: a imagem de César na moeda e a imagem da Deus na pessoa. Deus vem antes de César e a pessoa tem primazia sobre a moeda. Assim a dúvida se desfaz e a hipocrisia é desmascarada. Se o que é de César (a moeda), deve ir a César o que é de Deus (a pessoa) deve ser de Deus. Sob a ótica e o ensinamento do Mestre, justifica-se o imposto quando ele é revertido em benefício da pessoa. Portanto, a fé genuína, também
d) Jesus, Templo novo e critério perene Por isso Jesus desautoriza o Templo e o substitui. Ele mesmo é o Novo Templo e critério para a genuína oferta a Deus. As instituições em geral e as Igrejas em particular tem nEle referência para o ser e agir. O que entra em desacordo com Ele desqualifica-se como obra de Deus.