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Mecânica da Fratura: Históricos e Marcos Importantes, Resumos de Mecânica

Históricos e marcos importantes na área da mecânica da fratura, um ramo da engenharia mecânica que estuda a propagação de trincas em materiais e a resistência de estruturas contendo trincas. O texto aborda casos de fraturas catastróficas, como a ponte de ashtabula e o tanque de boston, e explica os desenvolvimentos teóricos que levaram à mecânica da fratura moderna, como a teoria de equilíbrio de energia de griffith.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Rafael86
Rafael86 🇧🇷

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PARTE I MECÂNICA DA FRATURA
1. Introdução
Definição: Mecânica da Fratura é um estudo sobre a lei de propagação de trincas
em materiais e a resistência de estruturas contendo trincas.
Micro defeitos (flaws em inglês) (tamanho<0,05 mm) podem ser micro
fissuras, micro poros e discordâncias etc. e geralmente são distribuídos
continuamente em materiais. Para estudar eles, precisa introduzir uma variável
intrínseca.
Macro trincas (tamanho≥0,05 mm, que pode ser visto por olho nulo) aparecem
em materiais isoladamente, podendo ser intrínseca ou nucleada por
desenvolvimento de micro defeitos sob carregamentos, fadigas, erosões e radiação.
Histórico de Fraturas Catastróficas
1876 Ashtabula, Michigan: Ponte de ferro-fundido de 23 m de altura que desaba
quando da passagem de um trem com 159 pessoas a bordo. 92 mortos (48
irreconhecíveis). Ruptura por fadiga e falha de projeto.
Fig. 1 Ponte Ashtabula, antes e depois do desastre.
1919 Boston: Tanque de ferro-fundido de uma destilaria de álcool com 9 milhões
lts de melaço se rompe. Uma onda de 5 metros de altura de melaço se forma,
viajando a uma velocidade de 35 Km/h por aproximadamente duas quadras. 150
pessoas feridas e 21 mortas. As causas da ruptura teriam sido sobrecarga e
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PARTE I MECÂNICA DA FRATURA

  1. Introdução

Definição: Mecânica da Fratura é um estudo sobre a lei de propagação de trincas em materiais e a resistência de estruturas contendo trincas.

Micro defeitos (flaws em inglês) (tamanho<0,05 mm) podem ser micro fissuras, micro poros e discordâncias etc. e geralmente são distribuídos continuamente em materiais. Para estudar eles, precisa introduzir uma variável intrínseca. Macro trincas (tamanho≥0,05 mm, que pode ser visto por olho nulo) aparecem em materiais isoladamente, podendo ser intrínseca ou nucleada por desenvolvimento de micro defeitos sob carregamentos, fadigas, erosões e radiação.

Histórico de Fraturas Catastróficas

1876 Ashtabula, Michigan: Ponte de ferro-fundido de 23 m de altura que desaba quando da passagem de um trem com 159 pessoas a bordo. 92 mortos ( irreconhecíveis). Ruptura por fadiga e falha de projeto.

Fig. 1 Ponte Ashtabula, antes e depois do desastre.

1919 Boston: Tanque de ferro-fundido de uma destilaria de álcool com 9 milhões lts de melaço se rompe. Uma onda de 5 metros de altura de melaço se forma, viajando a uma velocidade de 35 Km/h por aproximadamente duas quadras. 150 pessoas feridas e 21 mortas. As causas da ruptura teriam sido sobrecarga e

problemas construtivos do tanque. Foi um dos primeiros casos na história em que a companhia responsável teve que pagar indenizações pelas mortes e danos.

Fig. 2 Tanque, de mais de 16 metros de altura, antes da ruptura.

1944 Cleveland: Ruptura de um tanque de gás natural liquefeito. Com a ruptura, houve a vaporização do gás que se incendiou, causando uma gigantesca bola de fogo. Uma milha quadrada foi completamente destruída, deixando 79 casas, 2 fábricas, 217 carros destruídos. 131 pessoas mortas, 300 feridas

Fig. 3 Destroços nas proximidades do tanque de gás liquefeito, em Cleveland, 1944.

Fig. 6 O DH 106 Comet em vôo. Fig. 7 Ensaio hidrostático à fadiga, após a ruptura.

1967 Point Pleasant, W. Virginia: Silver Bridge ligando o estado W. Virginia a Ohio. Vão central tinha mais de 130 metros. Em lugar de cabos, a ponte era suspensa por correntes ligadas por pinos. Um dos elos de corrente se rompeu por clivagem devido ao clima frio e sobre-carga, causando a ruptura dútil de um dos pinos. Com a ruptura de uma das correntes, toda a estrutura colapsou, causando a morte de 46 pessoas. A ruptura foi causada por microtrincas que cresceram por fadiga e corrosão combinados.

Fig. 8 Silver Bridge Fig. 9 Silver Bridge após colapso. O desastre da Silver bridge tornou-se um marco pois foi a primeira estrutura civil a ter o colapso investigado com aplicação dos conceitos modernos da mecânica da fratura.

Marcos da Mecânica da Fratura Abaixo coloca-se os três desenvolvimentos mais importantes que levaram a Mecânica da Fratura moderna:

Fig. 10 Três marcos da mecânica da fratura.

  1. Concentração de Tensões, Trinca e Teoria de Equilíbrio de Energia de Griffith

2.1 Concentração de tensões e conceito de trinca Pela teoria de elasticidade, pode obter a tensão perto da ponta de uma elipse num placa infinita submetida uma tensão remoto (Fig. 11):

Fig. 11 Uma placa infinita contendo um orifício elipse submetido uma tensão remoto o

onde   b^2 /aé o raio da curvatura na ponta da elipse. Podemos expressar:  max Kt o onde K (^) t 1  2 a/  se chama o fator de concentração de tensões locais. Claramente se b  0 , então,   0 , em conseqüência, Kt   e  (^) max .

Teoricamente estabeleceu a relação de equilíbrio de energia. O modelo físico é mostrado como a Fig. 13.

Fig. 13 Uma trinca passante de comprimento 2a num placa infinita submetida à uma tensão remoto.

Na dedução a tensão  é considerada constante. O balanço de energia para um incremento de área fraturada dA sob condição de equilíbrio pode ser expressado por seguinte maneira:

ddA   ddA   dWdAs 0 2.

ou d dW s dA dA

onde T é a energia total,  a energia potencial oferecida pela de deformação interna e pelas forças externas, e Ws a energia necessita para criar novas

superfícies. Griffith usou a análise de tensões obtida por Inglis (1913) e mostrou que

2 2     0  E^ a B 2.

onde  0 é a energia potencial de uma placa sem trinca e B é a espessura da placa.

Assim temos 2 2 1 2 2 2 2

d d a B d a B a dA dA E B da E E   ^  ^  ^      

Facilmente sabemos que

Ws  4 aB s  2(2 aB )  (^) s  2 As 2.

Então temos dWdAs 2 s 2.

Pelas (2.4), (2.6) e (2.8), podemos obter a tensão para a fratura:

f^2 E s a    (^)  2. Geralmente anotamos G   ddA^  2 s 2.

se chama a taxa de alívio de energia devido a propagação de trinca. Ela é considerada como força motriz que tende empurrar a propagação de trinca. No 1948 Orowan e Irwin propus independentemente uma modificação da (2.10) para metais dúcteis: G  2 wf  2(  (^) s  p) 2. w f   (^) s  p 2.

onde  (^) p é o trabalho de deformação plástica sobre unitária superfície fraturada e wf

é a energia de fratura consumida por unitária área ruptura, que representa a resistência à fratura do material e é um parâmetro mecânico do material, se chama a resistência à propagação de trinca. Fig. 14 mostra w (^) f de diferentes materiais.

Com essa modificação, a tensão para a fratura também será modificada como:

(^2) f f

Ew   (^) a 2.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA (mínimo 03 títulos)

  1. Anderson, T. L., Fracture Mechanics. Fundamentals and Applications, 3nd Ed., CRC press (2005).
  2. Rosa, E., Análise de Resistência Mecânica, UFSC (2004).
  3. Budynas, Richard G.; Keith Nisbett, J. Elementos de Máquinas de Shigley - Projeto de Engenharia Mecânica - 8ªEd. , Amgh Editora, 2011.
  4. Collins, J.A., Failure of materials in mechanical design: analysis, prediction, prevention, 2ª ed., John Wiley and Sons (1993).

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

  1. Perez, N., Fracture mechanics, Prentice Hall, Inc. (2000).
  2. Dowling, N.E., Mechanical behavior of materials - Engineering methods for deformation, fracture and fatigue, 2ª ed., CRC Press, (2000)
  3. Ralph I. Stephens, Ali Fatemi, Metal Fatigue in Engineering, Wiley-Interscience; 2 edition, 2001.
  4. John M. Barsom, Stanley T. Rolfe, Fracture and Fatigue Control in Structures: Applications of Fracture Mechanics, 3th ed., Butterworth Heinemann, 1999.