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Paródia: Leitura e compreensão intertextual, Notas de aula de Poética

gênero textual Paródia (musical, dramática, poética ... Intertextualidade; gêneros textuais; paródia, leitura e produção textual. Formato do Material.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

A_Santos
A_Santos 🇧🇷

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214 documentos

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA: PDE/

Paródia: Leitura e compreensão intertextual Autor Vera Lúcia Ribeiro Disciplina/Área Língua Portuguesa Escola de Implementação do Projeto e sua localização Colégio Estadual La Salle Município da escola Curitiba Núcleo Regional de Educação Curitiba Professor Orientador Ubirajara Inácio de Araújo Instituição de Ensino Superior

UFPR

Relação Interdisciplinar Resumo Esta Unidade Didática visa proporcionar aos educandos, por meio de uma abordagem de leitura intertextual, a oportunidade de aprender a explorar os diversos tipos de textos, sejam eles verbais ou não verbais, literários ou não literários, criando-se estratégias para melhorar a leitura e a compreensão de alguns gêneros textuais. Observou-se haver a necessidade desse material didático, pois os problemas da leitura no contexto escolar são inquestionáveis, afetando a compreensão dos alunos, para realizar práticas significativas e producentes de leitura e produção de textos com base em diversos tipos de gêneros. Elegeu-se o gênero textual Paródia (musical, dramática, poética e gráfica), a partir do qual serão aplicadas atividades elaboradas nesta unidade didática para os estudantes do 2º Ano do Ensino Médio. Serão avaliadas as atividades intertextuais desenvolvidas com relação a sua contribuição no processo de formação de bons leitores. A metodologia utilizada será a pesquisa-ação, buscando uma prática inovadora, realizada com uma ação a fim de sanar um problema coletivo. Palavras-chave Intertextualidade; gêneros textuais; paródia, leitura e produção textual Formato do Material Didático Unidade Didática Público-Alvo Alunos do 2º Ano do Ensino Médio

VERA LÚCIA RIBEIRO

PARÓDIA: LEITURA E COMPREENSÃO INTERTEXTUAL

Unidade Didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED. Área de conhecimento: Português Orientador: Prof. Dr. Ubirajara Inácio de Araújo

CURITIBA

APRESENTAÇÃO

Esta unidade didática tem como finalidade proporcionar ao educando do Ensino Médio um estudo com práticas na leitura verbal e não verbal, compreendendo situações e formas de expressão, por meio de atividades que permitam ao aluno relacionar os diversos tipos de textos, sendo capaz de atribuir significados para cada um. Mesmo em contato com os diversos tipos de textos, os alunos são atraídos, na maioria das vezes, pelas leituras que são facilmente reconhecidas, como as de linguagem midiática. E quando o professor pede atividades de referência literária, por exemplo, não há compreensão do que está sendo lido. Dessa forma, percebemos que há dificuldades na aprendizagem de compreensão desses alunos, para realizar práticas significativas e producentes de leitura e de produção de textos com base em diversos gêneros textuais, notadamente pela falta de conhecimento sobre o assunto que devem expor, ou melhor, não têm referências sobre o tema, faltam-lhes modelos, sugestões e repertório. Espera-se, nesse estudo, com novas concepções relativas ao ensino de leitura e de compreensão intertextual, orientar a inserção dessas práticas em sala de aula, desenvolver um aprendizado qualificado e uma formação de cidadãos com prazer de ler os diversos gêneros textuais, o prazer como experiência estética, artística, pessoal e coletiva. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A transição por que passou o trabalho didático-pedagógico com o Português, nas últimas três décadas do século XX, levou à alteração na constituição de corpus , tanto para pesquisas acadêmicas, como para estudo em salas de aula. Podemos usar só corpus literário, apenas corpus midiático ou até combinar os dois tipos. Convém destacar que há abordagens de natureza didático-pedagógica sobre questões de intertextualidade, enfrentando um sério desafio no novo milênio. Nossos alunos pertencem a uma geração audiovisual. Para eles, há intertextualidade facilmente identificável, como os textos com referências midiáticas, e existe intertextualidade de difícil reconhecimento, como os textos com referências literárias.

De acordo com os DCEs (2008, p. 71), “ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais: [...] cotidiana, literária, publicitária, [...], também é preciso considerar as linguagens não-verbais.” Transformar a sala de aula em espaço de troca de ideias e vivências, de expressão lúdica e artística, discutindo diferentes pontos de vista e de análise de diversos meios de comunicação, abre a possibilidade de formar um aluno em comunicador-leitor e escritor competente na sociedade. Essa concepção do espaço escolar de aprendizagem harmoniza-se com o desenvolvimento de atividades envolvendo a paródia com apresentação musical, dramática, poética e gráfica. A paródia é um efeito de linguagem que vem se tornando cada vez mais presente nas obras contemporâneas. A frequência com que aparece nos mostra que a arte contemporânea é condescendente com a linguagem que se dobra sobre si mesma num jogo de espelhos, mas nem por isso a paródia é uma invenção recente. Ela existiu na Grécia, em Roma e na Idade Média. O que faz com que ela pareça um traço de nossa época, talvez, seja o fato de ter ocorrido uma intensificação do seu uso na modernidade A paródia consiste na recriação/releitura de uma obra já existente, a partir de um ponto de vista predominantemente cômico. Além de humor, a paródia também pode transmitir um teor crítico, irônico ou satírico sobre a obra original, por meio de alterações no texto ou na imagem do produto original, por exemplo. Por norma, as paródias são utilizadas como ferramentas para discutir assuntos polêmicos, mas de modo descontraído e menos tenso. Na paródia, o autor emprega a voz, o texto ou o tema de um a outro e introduz outra fala que apresenta uma intencionalidade que se opõe diretamente à original. Por isso, a paródia, por estar ao lado do novo e do diferente, é sempre inauguradora de um novo paradigma. De avanço em avanço, ela constrói a evolução de um discurso, de uma linguagem. (SANTANA, 1995). Portanto, falar de paródia é falar de intertextualidade das diferenças. Para Bakhtin, na paródia, “o discurso se converte em palco de luta entre duas vozes” (1979) e, como num espelho de diversas faces, apresenta a imagem invertida, ampliada ou reduzida.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

ATIVIDADE DIAGNÓSTICA

Será realizada a aplicação de um questionário para diagnosticar as dificuldades apresentadas na leitura dos diversos textos com os alunos do 2º Ano do Colégio La Salle. Fonte: https://brasilescola.com.br Questionário

  1. Você tem o hábito de ler? a. ( ) Sim ( ) Não
  2. Se respondeu NÃO, por que razão? a. Não tenho tempo b. Não gosto de ler c. Tenho dificuldade de concentração d. Não tenho acesso a livros e. Outros (_____________________)
  3. Se respondeu SIM, o que você costuma ler? a. Livros b. Jornais

APRESENTAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Gêneros textuais Nessa etapa, os alunos terão uma breve apresentação em vídeo de alguns gêneros textuais existentes e suas características, como exemplos. Logo após, serão aplicadas atividades que permitam ao aluno desenvolver a sua capacidade de compreensão e interpretação dos gêneros abordados. Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OQPw-xUK_tk Compreensão e interpretação de alguns gêneros textuais Para Porto (2009, p. 25), O professor deve expor o aluno à diversidade de gêneros, alargando a sua visão em relação ao uso da língua, ou seja, deixar de ver a língua como uma coisa uniforme, que pode ser apenas ‘certa’ ou ‘errada’. É importante que o aluno seja levado a perceber a multiplicidade de usos e funções a que a língua se presta, na variedade de situações em que acontece, buscando, na comunidade local e na escola, motivos e oportunidades de leitura. Diante desse contexto, propõe-se privilegiar a atuação do aluno, sua capacidade de pôr em prática a leitura compreensiva e interativa e a produção de textos multidisciplinares e de diferentes gêneros. De acordo com Fulgêncio e Liberato (1992), quando se melhora a interação entre o leitor e o texto, entre o conhecimento prévio e as informações que o leitor capta, há melhora na compreensão da leitura. Quanto mais organização há no texto, mais estratégias de compreensão do leitor serão utilizadas, maior a eficiência na leitura. É justamente a prática da leitura em sala de aula que leva o professor, de modo geral, a se fazer diversos questionamentos, envolvendo desde a finalidade da decodificação de textos, até a preocupação em como formar leitores, ou seja, como fazer alunos não só leitores proficientes, mas também capazes de relacionar os diversos tipos de gêneros textuais. A leitura, portanto, dentro de uma prática corrente, estaria muito distante do conceito defendido por Lajolo (1982, p 59): Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo

de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou contra ela, propondo outra não prevista. Atividade 1 Em uma breve análise, correlacione o conteúdo da charge abaixo com o cenário ético e político atualmente enfrentado por nosso país. Redija um texto dissertativo-argumentativo de no mínimo 20 linhas em norma padrão da língua portuguesa, apresentando proposta de reflexão diante do tema abordado. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Millôr Fernandes. Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor/ Atividade 2 Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Se os tubarões fossem homens Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por

Atividade 3 Com base na sua compreensão e interpretação da composição a seguir, produza uma resenha de até 15 linhas, destacando o significado da frase “o homem é o lobo do homem”. Lembre-se: A resenha consiste em uma descrição minuciosa de uma determinada obra literária, filme ou outra expressão artística. O Lobo Pitty Houve um tempo em que os homens Em suas tribos eram iguais Veio a fome e então a guerra Pra alimentá-los como animais Não houve tempo em que o homem Por sobre a Terra viveu em paz Desde sempre tudo é motivo Pra jorrar sangue cada vez mais O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo Sempre em busca do próprio gozo E todo zelo ficou pra trás Nunca cede e nem esquece O que aprendeu com seus ancestrais Não perdoa e nem releva Nunca vê que já é demais O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo

Houve um tempo em que os homens Em suas tribos eram iguais Veio a fome e então a guerra Pra alimentá-los como animais Não houve tempo em que o homem Por sobre a Terra viveu em paz Desde sempre tudo é motivo Pra jorrar sangue cada vez mais O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo O homem é o lobo do homem, o lobo https://www.vagalume.com.br/pitty/o-lobo.html

Intertextualidade e Paródia

Nesta etapa, serão trabalhados os temas da intertextualidade e paródia, introduzindo conceitos e exemplos aos alunos. Em seguida, serão realizadas atividades de interpretação e compreensão para que, por fim, os alunos possam produzir uma paródia de autoria própria. A intertextualidade está presente em todas as formas de textos, seja ele literário ou não literário, verbal ou não-verbal, e até mesmo nas artes. Então, é possível notar que todo texto é originado de outro, de forma direta ou indiretamente. E isto é notório quando se tem o hábito da leitura, quando se está constantemente lendo os diversos tipos de textos, sejam eles antigos, atuais, literários, científicos ou teatrais. E em virtude da importância de se trabalhar com gêneros textuais próximos da realidade do aluno, Marcuschi (2003, p. 35) afirma que

No texto: “ Amélia que é margarina de verdade ”, é impossível não nos lembrarmos da música Ai que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves). Os dois textos referem-se à Amélia (tanto à mulher quanto à margarina) como superior, incomparável e única. Ai que saudades da Amélia Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Não vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo o que você vê, você quer Ai meu Deus que saudade da Amélia Aquilo sim que era mulher... (Ataulfo Alves/ Mário Lago) Fonte: https://www.vagalume.com.br/mario-lago/ai-que-saudades-da-amelia.html Trecho do livro “Primo Basílio”, de Eça de Queiroz, citado na música “Amor I love you”, de Marisa Monte: “Tinha suspirado Tinha beijado o papel devotamente Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia delas Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido Sentia um acréscimo de estima por si mesma!

E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante... Onde cada hora tinha seu intuito diferente Cada passo conduzia um êxtase... E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações...” Amor I love you Amor I love you Amor I love you Amor I love you(bis) Fonte: https://www.vagalume.com.br/marisa-monte/amor-i-love-you.html Intertextualidade na poesia: Quadrilha Quadrilha da sujeira João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade) João joga um palitinho de sorvete na rua de Teresa que joga uma latinha de refrigerante na rua de Raimundo que joga um saquinho plástico na rua de Joaquim que joga uma garrafinha velha na rua de Lili. Lili joga um pedacinho de isopor na rua de João que joga uma embalagenzinha de não sei o quê na rua de Teresa que joga um lencinho de papel na rua de Raimundo que joga uma tampinha de refrigerante na rua de Joaquim que joga um papelzinho de bala na rua de J.Pinto Fernandes que ainda nem tinha entrado na história. Ricardo Azevedo (”Você Diz Que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais”, Fundação Cargill) Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre- si.htm

“O Nascimento de Vênus”, de Botticelli: Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/noticias/noticia/2010/03/pintura-nascimento-de-venus- 1483 - 1485 - 275237.html DEFININDO O CONCEITO DE PARÓDIA Uma das formas de intertextualidade é a paródia. A paródia é a relação de intertextualidade em que um material fonte é desconstruído, a fim de se obter um efeito cômico que pode visar a apresentação de uma crítica, sátira ou deboche. Resumindo, a paródia é a recriação de um material de forma cômica. Enquanto obra satírica, a paródia aparece em diversos gêneros artísticos e nos meios de comunicação. A indústria cinematográfica, a televisão, a música e a literatura costumam realizar paródias de situações políticas ou de outras obras. De modo geral, recorre-se à ironia e à exageração para transmitir uma mensagem burlesca e para divertir os espectadores, os leitores ou os ouvintes.

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula= Os alunos irão para a sala de informática e farão uma pesquisa das obras narrativas abaixo. Posteriormente, retratarão as características peculiares entre a obra original e a parodiada antes de iniciarem as atividades de produção.

Obras para pesquisa:

O livro abaixo apresenta narrativas sobre os vilões dos contos de fada, expondo, de forma cômica, a versão deles das estórias. Fonte: http://www.saraiva.com.br/o-livro-dos-viloes-7814953.html