Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

PÁGINAS ESCRITAS, II°VOLUME- POETA DOS SUBÚRBIOS (MONTEIRO PRAZERES MANUEL), Manuais, Projetos, Pesquisas de Poesia

É um livro de poesia de autoria de Poeta Dos Subúrbios, pseudônimo de Monteiro Prazeres Manuel (estudante de Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social da Uni-Luanda)

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2024

Compartilhado em 20/06/2025

monteiro-prazeres
monteiro-prazeres 🇦🇴

1 documento

1 / 253

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
POESIA
MONTEIRO PRAZERES MANUEL
POETA DOS SURBÚBIOS
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe PÁGINAS ESCRITAS, II°VOLUME- POETA DOS SUBÚRBIOS (MONTEIRO PRAZERES MANUEL) e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Poesia, somente na Docsity!

POESIA

MONTEIRO PRAZERES MANUEL

POETA DOS SURBÚBIOS

Monteiro Prazeres Manuel,

nasceu aos 06 de Março de 1997, no município

do Sumbe, província do Cuanza-Sul em Angola.

Viveu até aos 21 anos de idade na sua cidade

natal, quando mudou-se para capital do país, em

Luanda à convite da sua irmã depois do

falecimento do pai, em novembro de 2017. Com

o ensino médio concluído, conseguiu ingressar

na universidade pela Faculdade de Serviço

Social da Universidade de Luanda um ano após

a sua chegada na capital.

Actualmente frequenta o último ano da

faculdade no curso de Serviço Social, aspirando

o título de Assistente Social e investigador

social. Possui no seu currículo enquanto “poeta

amador” cerca de 200 poemas escrito, tendo já

lançado a primeira versão do livro “páginas

escritas” em 2021 no formato digital com mais

de 150 poemas.

“O homem acabrunhado pela idade passeia

cambaleando ou repousa a um canto, não

sendo mais do que a sombra, o fantasma do seu

ser passado. Vem a morte, que lhe resta para

destruir? ” - Schopenhauer

PREFÁCIO

Páginas escritas é um livro de poesia inspirada na realidade do autor, acontecimentos

que o marcaram de certa forma (muitos dos seus poemas são desabafos do seu estado

emocional), consta nessa obra poemas desde quando começou a escrever até os poemas

mais recentes. O pequeno poeta começou a ganhar paixão pela poesia em 2013, mas

começou apenas a escrevê-los em 2016, na altura estivera a concluir o seu ensino

médio.

Oriundo da pequena cidade do sul de Angola (Sumbe), adoptou o nome artístico Poeta

dos subúrbios , seu primeiro e único pseudônimo enquanto “poeta amador”, o pequeno

autor já vai a quase dez anos a fazer poesia. Vê nela uma ferramenta para falar consigo

mesmo, um meio de descoberta do seu interior e da essência da natureza e do mundo,

um lugar de desabafo do seu estado emocional, uma cura para a dor; uma excitação das

emoções, um viajar na contemplação, um emacular nos defeitos, um sonhar na

imaginação, um acordar dos pesadelos.

Todos os poemas apresentados nesta obra são inteira e legitimamente da sua autoria.

A DOR

É como amar sem ser correspondido É como doar sem ser agradecido É ser um concorrente e não ser escolhido

É cantar e não ser ouvido É discursar e não ser aplaudido É ser fadigado pelo mesmo partido É estar diante de um precipício

É como perder alguém especial É uma sensação sem igual É um sentimento imparcial É estar ausente no essencial

É como ser excluído de um grupo É como uma planta que não dá fruto É como estar surdo ou mudo É como uma pessoa de luto

É estar perto e não poder amar É prometer para não magoar É estar com medo de falhar A dor... É sentir se calhar!

A ESCURIDÃO QUE NOS CERCA

A escuridão que nos cerca Não permite fogueiras E as sombras Nos assombram Mesmo sem vê-las

Onde estamos? Esta escuridão fomos nós que acionamos? Nós, ao menos nós enxergamos? Estás do meu lado? Ou será que acabamos? Como a companhia dos maus acompanhados

Nós demos tantos ouvidos Nas vozes sussurrantes Até os sons de grilos Achávamos importantes Mesmo não sendo permitido Nos cálculos fáceis adicionamos consoantes

Era o medo sem freio Que chegava e corrompia Tremíamos feio Segurando a porta da saída Ainda que não havia garantia Eu era teu e tu minha

A tarefa era fazer-te amada E não rodeada Com todos os meus nada Que Eu muito justificava A verdade é que não adianta Justificar todas as causas

Corações palpitantes Respiração ofegantes É a escuridão que nos cerca A luz pra nós não se oferta Pois o segredo da vida desvenda

A MÚSICA AS VEZES É A MELHOR COMPANHIA

A música as vezes é a melhor companhia Consta nela as palavras de consolo que procuro Quando me torno na solidão ardente e fria Ela liberta-me dos meus pensamentos obscuros

A música pode ser um guia Que nos mostra o melhor caminho a seguir Eu gosto me perder nas suas melodias Senti-la e do mundo fugir

A música é por instantes a paz de nossas almas Como o abraço querido e apertado que nos acalma A passagem perfeita para a lembrança de quem se ama A emoção escondida da nossa vida de todo o drama

A música liberta o melhor de mim Encontro nela um paraíso com fim Pois dela eu só posso ouvir E cada mensagem dela sentir...

Á PORTA DA PENSÃO

As vezes tenho esta inclinação É um defeito do meu ser corroente na minha alma Não me permite permanecer direito Em meia permanência apenas parte de mim é erecto

Sou homem Ainda que não me permitem essa é a naturalidade Pois na minha abstinência por conjugê Devo manter intacta esta imperatividade

É uma tendência minha desmedida Pois em boas medidas as ditas queridas colocaram exigências absurdas Eu que pouco poder tenho de cumprir exigências Sigo alternativas distantes da culpa

Aqui estou, em meias retundas ao pé da porta Sem obrigações, acordos e longe de exigências a não ser do prazer Colocando os sentimentos num profundo sono, pois a gente não precisa se conhecer Nesses enrolares tropicas típicos de gente conhecida

Este é um lugar de momentos de pactualidade Identificados pelo chamamento do desejo Conectados pela intimidade momentânea dos bons proveitos Onde nos tornamos assassinos da vontade e procriadores de segredos

Aqui o constrangimento não encomoda Desde o momento que entras até saires para fora Tenho entrado nesta porta vezes sem conta Como a agulha do custureiro ajustando a minha roupa.

ACHEI!

Achei o meu paraíso amigo Um lar onde posso viver tranquilo Apenas existe paz neste abrigo

Achei um pomar de amor Com planície ao seu redor Um brinde ao seu lindo esplendor Pois nele vivo com glamour

Achei as minhas poesias neste céu azul Recheado de alegria e encanto para qualquer um Concidentemente possui a vida e sonhos dos meus sonhos E a imaginação para além dos meus olhos

Achei estes versos menos extensos no meu pensamento Que não está ligado ao meu sentimento Achei, encontrei este sonho nos meus aposentos

ADORARIA DIZER QUE NÃO É O QUE PARECE

Adoraria dizer que não é o que parece Quando o limite não consegue mais ludibriar as minhas opções Tudo a minha volta me entristece Nem a semântica dá um significado bonito as minhas decepções

A frieza do inverno quer se entrelaçar ao meu sangue Ouviu de algum lugar que temos compatibilidade Quer me arrastar para a sua gangue Pois não sou frio o suficiente para matar a afinidade

Eu amo o inverno, mas odeio a sua influência no pensamento Que tira os meus pés do céu para esta terra firme de tropeço Colocando o sentimento num gráfico de altos e baixos de aperto Dizendo que até o amor tem o seu preço

O limite estica demais a corda do meu intelecto Ao obrigar-me a passar por uma cirurgia para erradicar as cicatrizes por completo Ousou trocar os dissabores da solidão Pelos gostos bons das nuvens de algodão

Às vezes o amor parece ser um grande tabu Como o silêncio que mesmo despido das palavras não se vê nu As pessoas no amor parecem os nossos erros, apenas mais um Apesar das diferentes circunstâncias meus olhos já notaram que é um dejà viú

Mesmo que o meu corpo não mostre mais as minhas cicatrizes Meu coração já foi tantas vezes quebrado que se nota a deformação A minha personalidade é o espelho desta conjunção Arrastando para os meus olhos as consequências dos meus deslizes.

AFOGUEI-ME NAS LÁGRIMAS

Já não sinto dor, tão pouco amor Apenas sinto a presença da tristeza que me marcou O gosto que gosto perdeu tão logo o sabor Sinto-me perdido na melancolia que me cercou

A noite é longa e eu sigo a lamentar Meus olhos doem de tanto chorar O sofrimento penetrou-me e em mim quer morar Estou derramando tantas lágrimas que não consigo enxugar

A vida me traiu traiçoeiramente Enterrou os meus conselhos impiedosamente O vazio corrói a minha alma e minha mente Mergulhou-me neste riacho de lágrimas para afogar-me naturalmente

Se ao menos a saudade não machucasse E as lembranças sumissem com toda esta crueldade O afeto que sinto não me aprisionasse Deixaria de sucumbir nesta lamentação com naturalidade

Sofri no sofrimento por se apegar Aprisionei-me no sentimento que dei para amar Matei-me nas lembranças que estive a recordar Afoguei-me nas lágrimas que acabei por derramar

ÁGUAS DESCONHECIDAS

Incrível como me tornei tão senhor de mim próprio Até parece que quando fechei os olhos deixei de estar sóbrio Ultimamente a minha cabeça tem parado com o tempo As brumas fazem mal não só ao coração mas também ao pensamento

Navego em águas desconhecidas Alguma vez já se viu água doce nos oceanos? Vida mal vivida apenas cria feridas Como num mundo cheio de caos a verdade é ouvida nas vozes dos tiranos

Meus olhos desde sempre estiveram cravados para baixo Além da minha altura nunca vi algo tão em cima na qual encaixo As lágrimas sempre foram salgadas como o extenso oceano Ninguém é feliz no naufrágio do engano

Tudo ou nada são apenas palavras Como o ódio e o amor ardem sempre juntos na chama O sossego está escondido num pequeno lupe temporal Tal como a bendita paz que tem apenas dez segundos para levantar-me a moral

Ondas tempestuosas seguem o relâmpago do aviso Parece que hoje me afogo no meu doce sorriso Nunca tive tanto pois falta-me sempre algo que preciso Às vezes o prevenido conquista o paraíso

Ser humano é tão monstruoso quanto belo Nestas águas desconhecidas nada enxergo Mas enxergo pois o ego morrendo no medo Como a tremura que se apoderou dos meus dedos

Eu tenho agido por instinto Parece que o instinto agora age por mim Eu já encarei tantos pontos, mas nenhum deles era o fim Eu desenhei os tormentos que sinto, mas me esqueci de os colorir

Minhas emoções são tesouros no fundo destas águas desconhecidas No oceano não há nenhuma terra a vista Estou atordoado nas lamentações das minhas feridas Lágrimas afogam nas visões dos cientistas

ALÉM DO PECADO

Ter-te em minha cabeça é um enorme pecado Teu nome penetrou nos meus pensamentos mais profundos Alugou os meus sentimentos e desejos imundos Mesmo não querendo te quero em todos os segundos Tudo além da curtição e esquecer o passado

Meus olhos de desejos querem o teu corpo de violão Enxergar bem de perto o teu traseiro com formato de coração Admirar o teu rosto que tem o sorriso de sedução Eu tenho a flecha do cupido escondida de baixo da minha calça Meus dedos desejam tocar no que tens escondido debaixo da tua blusa de alsa

Meu corpo sua no impulso destes desejos em massa Eu cometo pecado quando estou ao teu lado Apenas penso em ir além do pecado Deixar o impulso do desejo agir e contigo praticá-lo Eu me perco só de imaginar o teu corpo pelado

Vejo os teus lábios pintados No calor do desejo, quero ir além do pecado

ALMA VIAJANTE

Passei vezes sem contas fora de mim As vezes que realmente contam também me encontrava assim Muito mais fora do presente Como se os pés que tenho não foram feitos para estar assentes na terra

Sou um típico oposto das raízes Estes que se apegam a terra como sua verdadeira matriz Espalham-se em ramificações engendrando uma natureza feliz Parece que para elas basta a água para se manterem aqui

Elaboram caminhos próprios sem depender do destino Seu trajecto é sempre longo e naturalmente fidedigno E quando esbarram com o destino acham um caminho para estar em si Pois o basta para elas não basta, têm uma essência de sempre prosseguir

Eu que de matriz apenas tenho o desassossego Este caminho que foi feito para sentir e não seguir Porque se alguém tivesse uma bússola por aqui que indicasse para Este Perguntaria para si mesmo "que caminho é este?"

Eu que tenho os olhos abertos mas nada consigo ver Como os olhos de um recém-nascido que nada sabe o que é o quê Se os meus sentimentos pudessem falar Creio que as palavras já não seriam palavras para não poderem ser entendidas como tal

Minha alma é viajante Pegou um táxi e saiu para algum lugar Cedo é que não irá regressar Então a aguardo sentado nesse manicómio de pensantes

Eu que não sei o que é ser pensante Vasculho na memória algum momento importante Ou algo do género, alguma coisa que tenha significado Algo intrínseco que tenha transcendido do aparente momentâneo

Se todas vidas que vivi até hoje Foram exactamente igual com a que vivo hoje Que vida de homem tive e tenho! Estamos propensos a pagar pelos nossos pecados, penso

Um sujeito pouco amigável Cada vez menos amigável Inimaginavelmente amigável, Intratável, nesse desfilar do tempo Pois com o seu desfilar, o tempo estica cada defeito de cada homem como uma sombra que não escapa de cada coisa e ser, seja qual for a posição do sol

Será isso intrínseco a mim? Defeitos… Como um acumular de roupas sujas Cujo acto não é diferencial se não similar, e daí por diante se vai juntando uma coisa por cima da outra