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Os Primórdios da Ideia de Temperatura: A História da Concepção de Calor e Temperatura, Manuais, Projetos, Pesquisas de Energia

Este texto discute a história da ideia de calor e temperatura, desde as primeiras concepções de aristóteles até o desenvolvimento de instrumentos de medição na época moderna. O texto explica como a distinção entre calor e temperatura começou a se construir no século xviii, e como as ideias sobre calor e temperatura influenciaram a medicina, a ciência e a tecnologia.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Marcela_Ba
Marcela_Ba 🇧🇷

4.6

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226 documentos

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PRODUTO EDUCACIONAL

HISTÓRIA DA TERMOMETRIA

Texto 01: Os Primórdios da Ideia de Temperatura

As ideias intuitivas de quente e frio são muito antigas, assim como o conhecimento igualmente intuitivo, do equilíbrio térmico: a ideia de que quando um corpo quente entra em contato com um corpo frio, o primeiro sofre um resfriamento e o segundo um aquecimento. Tal processo de mudança, ao completar-se, dá origem à ideia de que certo equilíbrio teria sido atingido. Mas equilíbrio de quê? Sem uma distinção clara entre os conceitos de calor e temperatura, distinção esta que só viria começar a se construir na metade do século XVIII, foi impossível, por muito tempo, dar uma resposta clara a esta questão. A ideia, até então vigente, era a de que os corpos em equilíbrio térmico possuiriam as mesmas quantidades de calor, ou os mesmos graus de calor. As noções de quantidades de calor e graus de calor eram vistas, deste modo, praticamente, como sinônimos. A questão era de difícil solução na medida em que não havia nenhum modo conhecido de medir quantidades de calor, ou o que não parecia até então muito diferente, de medir as temperaturas dos corpos. Foi o desenvolvimento de processos e instrumentos de medição da temperatura, ao longo do século XVII e da primeira metade do século XVIII, que veio possibilitar as condições para que as ideias de temperatura e calor viessem a ter conceituações mais nítidas e distintas uma da outra. Na Física de Aristóteles (384-322 a. C.), a palavra temperatura aparecia com a conceituação de um temperamento ou estado assumido pelos corpos, dado pelo grau da mistura de qualidades opostas: o quente e o frio. Galeno (129-200), médico grego, seguindo o

raciocínio aristotélico, propôs a existência de quatro graus de temperatura a partir de um ponto neutro obtido pela mistura de quantidades iguais de gelo e água fervente. Galeno admitia ainda que cada indivíduo possuísse uma temperatura própria que era alterada quando doente. Os remédios que traziam a cura deveriam, assim, restabelecer o temperamento ideal do corpo e assim sendo o grau apropriado de calor ou de frio. Na verdade, escalas qualitativas de temperatura, semelhantes às de Galeno, envolvendo referências às estações do ano, como o mais quente verão e o mais frio inverno, existiram, de há muito, entre povos das mais variadas regiões do planeta. Nada disso, porém, assemelhava-se à possibilidade de ao menos imaginar-se a temperatura como algo que pudesse realmente vir a ser medida. A história das medições da temperatura, ou seja, da termometria, não é algo que tenha ocorrido sem problemas. Ela se desenvolveu como uma consequência de uma reflexão humana sobre certos fenômenos do cotidiano. Não é novo, por exemplo, o conhecimento empírico de que os corpos sofrem diversos tipos de mudanças com os aquecimentos e os resfriamentos dos mesmos. A dilatação térmica é talvez a mais notável de tais mudanças. É da observação diária a constatação de que a maioria dos corpos aumenta de volume ao serem aquecidos. Esse conhecimento empírico, no entanto, não dá conta, por si só, de responder à questão básica de como avaliar com precisão uma temperatura. John Locke (1632-1704), filósofo inglês, contemporâneo de Newton, idealizou, em 1690, um experimento que viria a tornar-se famoso entre os professores de física. Tal experimento ilustra bem a dificuldade que podemos encontrar para avaliarmos as temperaturas dos corpos. Locke propôs a seguinte situação: coloquemos uma mão num vaso com água quente e a outra mão num vaso com água fria. Em seguida colocamos as duas mãos num terceiro vaso com água morna. Como avaliamos a temperatura deste terceiro vaso a mão que veio do vaso quente dar-nos-á uma sensação de frio enquanto a outra mão vinda do vaso frio dar-nos-á uma sensação oposta. Tal experimento parece mostrar-nos a necessidade de avaliarmos de uma forma mais precisa as temperaturas dos corpos, forma esta que não dependa apenas dos nossos sentidos. Poderíamos mesmo conjecturar sobre a possibilidade de medirmos a temperatura, mas como seria possível medirmos uma temperatura? A resposta a esta questão pode, atualmente,

Há vários tipos, portanto, de reflexões a respeito do termômetro e do seu funcionamento que se revelaram historicamente necessárias para o desenvolvimento desse instrumento. Tais reflexões transcendem o mero conhecimento intuitivo e exigiram assim uma atitude realizadora aliada a uma postura experimental, cujo início não se deu antes do final do século XVI. A história da termometria é, assim, em boa parte, a história da busca de respostas para questões desse tipo. Como surgiram, no entanto, tais indagações? É preciso recuar um pouco no tempo para buscarmos uma possível resposta e seguir uma sequência histórica que nos permita aquilatar o grau das dificuldades enfrentadas e a engenhosidade das soluções propostas. Esta é, portanto, uma história que ainda continua em outros textos que se seguem. Medeiros, Alexandre. Disponível em <http://alexandremedeirosfisicaastronomia.blogspot.com.br/search/label/Hist%C3%B3ria% da%20Ci%C3%Aancia:.> ADAPTADO. Imagens: Google Imagens.

Texto 02: Um breve resumo sobre a história do

surgimento do termômetro

Muitas foram as especulações sobre a temperatura ao longo da história, surgindo assim vários conceitos que hoje já não são mais aceitos pela sociedade científica, mas contribuíram para que hoje haja termômetros de grande precisão. Um dos conceitos mais antigos de temperatura está relacionado a “graus de calor”, ou seja, dizer que uma pessoa tinha uma temperatura maior do que a de outra implicava em dizer que ela possuía maiores graus de calor. Não se pode dizer quem foi o inventor do termômetro, porque não há nenhum registro histórico que prove tal invenção por parte de um único estudioso. Sabe-se que foram muitas as contribuições para que hoje tenhamos um instrumento de grande precisão e que possibilitou o desenvolvimento da termometria. Os instrumentos desenvolvidos talvez não tivessem muito em comum, nem estivessem sendo desenvolvidos para um mesmo fim, como é o caso dos aparelhos criados por Philo de Bizâncio (280-220 a.C.) e Heron de Alexandria (10- 80 d.C.), matemático e mecânico gregos, respectivamente. No século XVII as discussões acerca das ideias que rodeavam os fenômenos térmicos dos corpos se intensificaram e houve avanços, possibilitando a revolução industrial que ocorreria no século XVIII. Alguns instrumentos desenvolvidos por estudiosos foram de grande importância para o avanço nos conceitos que surgiram. Esses instrumentos surgiram com as mais variadas intenções, porém, é necessário que o estudioso tenha um olhar atento ao objeto ou fenômeno estudado. O nome de Galileu Galilei (1564-1642), filósofo, astrônomo, matemático e físico italiano, foi atribuído à história do termômetro pelo fato de um de seus alunos ter escrito que viu, em uma de suas aulas, Galileu utilizar um instrumento muito similar ao termoscópio que depois foi associado ao próprio Galileu. Porém, outros estudiosos também foram apontados,

No termoscópio de Sanctorius (1561-1636) - figura anterior - as pessoas colocavam a boca na extremidade do tubo vazio, fazendo o ar se aquecer e se expandir, fazendo com que o líquido (água) subisse pelo tubo. Sanctorius desenvolveu uma escala com continhas de vidro que partiam da temperatura que teria a neve até a de uma chama de vela. Cada marca correspondia a um grau de calor. Permanecia, ainda, um conceito de temperatura como sendo “graus de calor”. Um discípulo de Galileu chamado Duque Ferdinand II de Médici teria construído um termoscópio, porém dessa vez teria trocado a água pelo álcool. As vantagens dessa troca não foram percebidas de imediato. Só aos poucos é que se percebeu que o álcool resistia às temperaturas mais baixas, podendo resistir ao congelamento mais que a água no inverno, e que, à mesma temperatura, o álcool subia com maior agilidade do que a água. Ferdinand II teria ainda fechado a extremidade aberta do instrumento de Galileu evitando assim a influência da pressão atmosférica e a evaporação da substância, no caso, o álcool. Ao longo do tempo houve mudanças nas substâncias. Foram utilizados diversos tipos de óleos por estudiosos diferentes. Após muitos realizarem testes e os estudos com os compostos serem desenvolvidos, foi confeccionado o termômetro de mercúrio, tendo em vista a facilidade de perder e ganhar calor que esse material tem. Hoje, o termoscópio pode ser considerado como uma importante base da construção, que se daria futuramente, do termômetro, que

por sua vez tem a intenção e capacidade de se pedir a temperatura de um corpo, de forma precisa. Para se chegar ao termômetro ainda foram necessários muitos estudos, discordâncias e acima de tudo, o impasse das escalas adquiridas por cada região do planeta, porém a história é longa e será contada em outra oportunidade. Hoje há diversos tipos de termômetros: ● Termômetro a álcool, normalmente utilizado em laboratório de ciências; termômetros a gás, utilizados para baixas temperaturas, se o gás for o gás hélio, devido a sua temperatura de fusão se aproximar do zero absoluto, menor temperatura registrada; ● Termômetros de radiação que atuam a grandes distâncias, isto é, sem contato com o objeto, pode ser utilizado para a medida de temperatura de qualquer sistema que emite radiação eletromagnética na forma de luz visível ou radiação infravermelha, assim como a radiação de corpo negro; ● Termômetros de lâmina bi metálica atua pela dilatação do metal, utilizado para medir temperatura de fornos; ● Termômetros digitais baseados em propriedades elétricas ou eletrônicas; ● O termômetro clínico de mercúrio (Hg) possui essa substância em uma de suas extremidades, que quando em contato com o corpo aquece e o mercúrio é expandido, podendo ser feita a leitura do mesmo. Esse termômetro tem sua temperatura mínima

Texto 03: E hoje? O que sabemos sobre a

termometria?

Hoje sabemos que calor é uma forma de energia, que é transferida espontaneamente entre corpos que estejam a temperaturas diferentes. O calor é transferido do corpo que está a uma temperatura maior para o outro que está a uma temperatura menor, até que ambos atinjam a mesma temperatura (equilíbrio térmico). Essa ideia está descrita no que chamamos hoje de Lei Zero da Termodinâmica. Quando um corpo recebe calor, suas moléculas vibram com maior intensidade, aumentando assim a temperatura do corpo.

CONCEITOS

Energia térmica é a somatória das energias cinéticas das moléculas de um corpo.As moléculas possuem uma agitação, a depender do estado físico, portanto possuem a energia que está associada ao movimento, a energia cinética. Calor é a energia transferida de um corpo para outro em função da diferença de temperatura entre eles. Se você recebe calor, recebe energia.A energia que uma pessoa recebe ou perde é denominada “quantidade de calor” e é medida em calorias (cal) ou Joules (J). Temperatura é uma medida do nível de agitação das moléculas de um corpo. Há diferentes escalas de temperatura, como a Celsius, Kelvin e Fahrenheit. O calor pode ser transferido de três formas diferentes: condução, irradiação e convecção. Cada uma das formas de transferência tem suas particularidades. A condução ocorre quando há contato entre os corpos, o que recebe e o que perde calor. Por exemplo, ao tocarmos os termoscópios, estamos transferindo calor por condução, pois estamos tocando nele, certo? Na irradiação, não há contato entre os corpos, sendo assim o calor é transferido através do ar ou vácuo. Por exemplo, quando os raios solares tocam nossa pele, não foi necessário chegar até o Sol para isso, foi? Na convecção, a troca ocorre através do comportamento das massas quentes e frias. As massas frias tendem a descer, pois são mais densas, e as massas quentes tendem a subir, por serem menos densas. Por exemplo, ao fervemos água observamos que a água do fundo da panela começa a ferver primeiro e sobe, por sua vez a água que está mais acima desce, formando-se as chamadas “correntes de convecção” e havendo uma troca de calor nesse processo. Quando colocamos nossas mãos sobre os tubos de vidro/plástico dos termoscópios, transferimos calor do nosso corpo para o vidro que por sua vez transfere calor para o ar ou líquido que está lá dentro.