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Esta forma de brincar não ocorre de forma isolada, isto é, a brincadeira “cesto dos tesouros”, ante- cede-a, entretanto, não necessariamente se faz obrigatória.
Tipologia: Slides
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Revista Extensão - 2020 - v.4, n4.
Denise da Silva Andrade^1 Lorraine Rocha Pereira^2 Tatiana Andrade dos Santos^3 Cleidivânia Alves de Souza^4 Viviane Drumond^5 Resumo: Este artigo apresenta o resultado das experiências construídas com o projeto pedagógico: “o brincar heurístico e suas contribuições para o desenvolvimento infantil”, desenvolvido em um centro municipal de educação infantil, no município de Miracema, Tocantins. O jogo heurístico é baseado na livre exploração de materiais não estruturados e na autonomia da criança em espaços educativos previamente planejados e organizados por adultos. O estudo com abordagem qualitativa utilizou como referencial teórico os trabalhos de: Majem; Òdena (2010) e Goldschmied; Jackson (2006). Constatamos que os jogos heurísticos trazem uma metodologia inovadora para as práticas pedagógicas na educação infantil: as crianças, em interação entre elas e com os materiais disponíveis, exploram, descobrem, inventam, criam e aprendem. A possibilidade de trabalhar direta- mente com as crianças pequenas na unidade de educação infantil trouxe contribuições significativas para a formação docente. Palavras-chave: Brincadeiras. Crianças Pequenas. Aprendizagem. Abstract: this article presents the result of the experiences built with the pedagogical project: “heuristic play and its contributions to child development”, developed in a mu- nicipal center for early childhood education, in the municipality of Miracema, Tocantins. The heuristic game is based on the free exploration of unstructured materials and the child’s autonomy, in educational spaces previously planned and organized by adults. The study with a qualitative approach used the works of: Majem as a theoretical reference; Ódena (2010) and Goldschemied; Jackson (2006). We found that heuristic games bring an innovative methodology to pedagogical practices in early childhood education: chil- dren, in interaction with each other and with the available materials, explore, discover, invent, create and learn. The possibility of working directly with young children in the early childhood education unit brought significant contributions to teacher training. Keywords: Jokes. Small Children. Learning. 1 Estudante do Curso de Pedagogia, Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Miracema. E-mail: adenise847@gmail.com 2 Estudante do Curso de Pedagogia, Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Miracema. Lattes: http://lattes.cnpq. br/3536873033701630. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1853-4508. E-mail: lorrainerochapereira@gmail.com. 3Estudante do Curso de Pedagogia, Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Miracema. Lattes: http://lattes.cnpq. br/1097480885925668. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3212-1213. E-mail: andradets@live.com 4 Supervisora PIBID. Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Tocantins. Professora da Rede Municipal de En- sino de Miracema do Tocantins. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2477020446685458. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3351-7749. E-mail: cleidivaniaalvessouza@hotmail.com 5 Coordenadora PIBID. Doutora em Educação. Professora da Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Miracema. Curso de Pedagogia. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4213090151645878. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3212-1213. E-mail drumond@uft.edu.br
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4.
Este artigo busca contribuir com as investigações a respeito de uma abordagem pedagógica para a Educação Infantil que valoriza a dimensão lúdica das crianças. Nessa perspectiva, a finalidade é discutir o brincar heurístico e suas contribuições para o desenvolvimento infantil, e apresentar de forma sistema- tizada referências teóricas e práticas pedagógicas com os jogos heurísticos. A oportunidade para colocar em prática o projeto sobre os jogos heurísticos deu-se por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). O programa do governo federal tem como intuito proporcionar aos estudantes da primeira metade do curso de licenciatura, uma aproximação com o cotidiano das escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas. É importante ressaltar que tal programa tem por finalidade elevar a qualidade da formação inicial de pro- fessores(as) nos cursos de licenciatura, ou seja, visa valorizar a formação de docentes para a educação básica (BRASIL, 2018a). Com a temática dos Jogos heurísticos apresentamos o trabalho desenvolvido no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Dona Maracaípe, localizado em Miracema do Tocantins, TO. Para o desenvol- vimento do projeto pedagógico: “O brincar heurístico e suas contribuições para o desenvolvimento infan- til”, elegemos como objetivo: observar e compreender a relação do brincar heurístico com o desenvolvi- mento infantil, a partir da exploração de brinquedos não estruturados e da interação entre as crianças no espaço da Educação Infantil. A proposta foi desenvolvida com crianças da primeira infância, com idade entre 1 ano e 06 meses a 3 anos e 11 meses. A investigação com abordagem qualitativa envolveu a pesquisa bibliográfica e de campo. De acor- do com Flick (2013) os métodos qualitativos não são caracterizados por coletar fatos concretos ou nú- meros, mas sim, por observação e interpretação de fatos, fenômenos e análise. Este estudo ainda tem profunda preocupação com a contextualização e com os aparatos legais da Educação Infantil (BRASIL 2018b, 2012, 2010) com embasamento teórico nas autoras Majem e Òdena (2010); Kishimoto (2003) e Goldschmied; Jackson (2006). Assim, o artigo apresenta o contexto da unidade educativa pesquisada, discute a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil, descreve a proposta dos jogos heurísticos e sua aplicação: os materiais utilizados e a organização do ambiente. Por fim, analisa o brincar heurístico e suas contribuições para a Educação Infantil no CMEI Dona Maracaípe. Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil A Educação Infantil é uma fase importante na vida de todas as pessoas, por isso é cada vez mais imprescindível procurar práticas pedagógicas que provoque contribuições para o desenvolvimento e for- mação das crianças nos diferentes aspectos. Diante disso, os profissionais da educação, principalmente os que trabalham diretamente com a primeira infância, precisam conhecer os benefícios que as atividades lúdicas oportunizam às crianças. Percebe-se que as brincadeiras estão cada vez mais presentes na Educação Infantil, pois são atra- vés dos jogos e brincadeiras que as crianças lidam com situações adversas e dessa forma aprendem re- solver conflitos e enfrentar desafios. Ao trabalhar a ludicidade com as crianças os profissionais estarão proporcionando a elas que expressem sentimentos, que realizem experiências significativas e que façam descobertas.
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4. brinquedo contribui com a preservação do meio ambiente ao reutilizar objetos que seriam descartados. Esta forma de brincar não ocorre de forma isolada, isto é, a brincadeira “cesto dos tesouros”, ante- cede-a, entretanto, não necessariamente se faz obrigatória. O cesto dos tesouros que também foi desen- volvido pela Elinor Goldchmied e colaboradoras, não é apenas mais um jogo, ele é uma atividade sensorial em que os bebês terão o acesso aos materiais não estruturados, e assim, por meio da manipulação estarão trabalhando alguns sentidos, como: tato, visão e a audição. Esta atividade é indicada para bebês que já conseguem sentar sozinhos, de modo que geralmente refere-se às crianças que estão na faixa de seis a doze meses. A partir de um ano a criança já tem condições de participar dos jogos heurísticos. Quando a criança se volta a esta nova forma de brincar, ela se torna protagonista do seu próprio aprendizado, pos- suindo como resultado, a descoberta e a investigação de todos os materiais e também do ambiente em que ela se encontra (GOLDSCHMIED; JACKSON, 2006). As crianças pequenas e bem pequenas quando ficam à vontade, desenvolvem suas capacidades: criatividade, corporeidade e outros. Para que isso ocorra de forma plena, é necessário que o adulto com- preenda que a criança não é um ser formado de pura fragilidade, ou um ser intocável, ela necessita conhe- cer e experimentar todas as sensações e possibilidades. Os materiais usados para o desenvolvimento da brincadeira favorecem a imaginação da criança, a partir dos objetos elas podem empilhar, ordenar, montar e desmontar, fazer combinações diversas. Trata-se de um material rico e de fácil acesso, toda e qualquer criança, proveniente de qualquer classe ou grupo social pode usufruir dos benefícios. Sobre os brinquedos, verificamos que, “quando a criança tem a possibilidade de explorar materiais e brinquedos que permitam a ela curiosar, criar e imaginar, ela tem a oportunidade de interagir com o mundo, com os outros e com ela mesma” (BORDIM, SOUZA, KUNZ, 2014, p. 2). O fato é que, da forma como os brinquedos convencionais se apresentam na atualidade, na maioria das vezes, infelizmente, não despertam os conhecimentos das crianças. Os Jogos Heurísticos e sua aplicação Para que a brincadeira com os jogos heurísticos funcione é necessário primeiramente a atuação de um adulto que fará o papel de organizador, realizando a manutenção de todos os materiais que serão utilizados. No entanto, o papel do adulto nesta brincadeira não consiste apenas na organização, o respon- sável deve estar atento ao jogo e as ações das crianças para que a estratégia do jogo permaneça sempre em boa harmonia. Os(As) profissionais da educação devem ter controle no progresso das crianças como também na evolução da tarefa educativa, além disso, devem ter total consciência de que resultado quer obter, e se esses objetivos estão sendo realmente alcançados. Materiais Utilizados Para a realização da brincadeira, é necessário a seleção de materiais não estruturados, que serão organizados em três grupos: os objetos, os recipientes e as sacolas. Para a escolha dos materiais é indis- pensável que os objetos não sejam estruturados com uma finalidade lúdica, mas que eles possibilitem diversas formas de brincar. Deste modo, esses objetos são de fácil aquisição, pois podem ser encontrados na natureza, recolhidos em casa, no comércio ou confeccionados para a brincadeira. Nos jogos heurísticos, é interessante constar grandes variedades de cada objeto, pois quanto maior a diversidade mais variada às escolhas de combinações que as crianças poderão fazer. Segue abaixo exemplos de objetos indicados para o uso no jogo heurístico:
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4. Quadro 01. Lista de objetos OBJETOS DA NATUREZA OBJETOS INDUSTRIALIZADOS Concha – Esponjas – Pinhas – Buchas – Seixos – Gravetos Anéis de madeira para cortina – Prendedores de roupas
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4.
O Brincar Heurístico no Centro Municipal de Educação Infantil Deixamos agora as informações estruturais no CMEI - Dona Maracaípe, para adentrarmos ao de- senvolvimento do projeto. Com a intenção de elaborar e aplicar o projeto da melhor forma possível, de modo que atendesse nossas expectativas e também o maior nível de aceitação pelas crianças, dedicamos os primeiros encontros para a observação. A ideia consistiu em reconhecer os espaços da unidade, aproxi- mar-nos das crianças e identificar caminhos para a realização do trabalho de forma satisfatória. Sabemos que nesta etapa inicial, a observação do espaço educativo é extremamente necessária, por caracterizar-se como um momento rico para a formação do(a) professor(a) e para o planejamento. A observação contribui para uma melhor reflexão da atuação pedagógica e integra o processo de iniciação à docência onde se pode planejar, ordenar e organizar as ações. Em defesa desta afirmação, colocamos a seguinte reflexão. A prática de observação pode ser entendida como uma ferramenta fundamental para rela- cionar a teoria com a prática, possibilitando que o futuro licenciado entre em contato com a realidade escolar e a prática docente, fazendo um diagnóstico da mesma como forma de identificar as principais dificuldades e se preparar melhor para exercer a futura profissão (GOMES; ZINKE, 2015, p. 02). Diante de todas as experiências com os jogos heurísticos, podemos afirmar que o CMEI Dona Mara- caípe é, sim, um espaço facilitador para o aprendizado. A aproximação com as educadoras, por exemplo, proporciona um olhar coerente do fazer pedagógico, pois as orientações e o acompanhamento destas profissionais direcionam cada momento da ação prática, gerando um sentimento de entusiasmo e satis- fação, diante as ações realizadas. Quando se fala da formação acadêmica é importante pontuar que estas experiências vividas na escola-campo, geram influências significativas e indispensáveis. Sabemos que uma formação de qualidade se constrói a partir do conhecimento teórico e de experiências práticas, seguidas de reflexões. Neste sen- tido, profissionais da educação devem observar que, “parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento das crianças” (BRASIL, 2018b). A concretização do brincar heurístico, no CMEI, surgiu como algo inovador, e até mesmo como um refúgio para as crianças, uma vez que, a rotina diz respeito às salas, e atividades repetidas, as mu- danças são esporádicas, ocorrendo apenas em datas comemorativas. A partir do projeto jogos heurísti- cos, identificamos a pertinência em inserir no cotidiano das crianças, propostas pedagógicas inovadoras e diferenciadas, pois, a criança pequena necessita de uma rotina^7 , mas também, do contato com o novo, de conhecer formas diferenciadas, com as quais atribuam significados e sensações diversas. No trabalho desenvolvido no CMEI utilizamos por exemplo uma cortina confeccionada com garrafas pet pequenas. Observem a imagem: 7 Cabe destacar a importância das rotinas na creche para as crianças e professoras. Pois, a repetição de atividades como: higiene, alimentação, hora do sono, da brincadeira e outros, constituem-se como elementos importantes no processo de cuidar e educar. A criança pequena precisa desde muito cedo iniciar o contato com atividades rotineiras, para assim, compreender os aspectos de organização, do tempo, adquirir hábitos e desenvolver sua autonomia.
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4. Imagem 01: Cortina de garrafas Fonte: Registro das autoras Nosso trabalho, além de proporcionar novidades e descobertas, tinha como primazia garantir o brincar como um direito da criança. O primeiro contato com os materiais organizados no ambiente e consequentemente com o brincar heurístico foi de adaptação, pois tudo que estava disponível diferen- ciava-se das brincadeiras já conhecidas por elas na creche. Então é perfeitamente compreensível que elas queiram primeiramente entender e conhecer as diversas possibilidades de exploração, para assim, senti- rem-se mais confortáveis e a vontade com o uso dos materiais e brinquedos heurísticos. Todo o trabalho desenvolvido buscou o alinhamento aos dispositivos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quando diz que: “a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, tra- zendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças” (BRASIL, 2018b). A base do brincar heurístico é a exploração, a descoberta, porém, vários outros fatores fazem que esta brincadeira seja importante e necessária. O foco de nossa atuação sempre esteve pautado na criança, de modo que sua imaginação e capa- cidade de criação fossem aguçadas, as crianças apresentam infinitas possibilidades para aprender e pos- suem um vasto desejo pelo novo. Durante os primeiros encontros, algumas crianças buscavam a utilidade dos objetos, por se tratar de itens que não faziam parte das brincadeiras tradicionais, tais como: bolas, bonecas, carrinhos e outros. Por algumas vezes, elas questionavam, “Tia, como se brinca com isso?”, “O que é isso?”, “O que é isso faz?”. A imagem abaixo evidencia outros materiais inseridos na brincadeira. É possível perceber o modo como a criança se empenha para conseguir construir algo, neste momento ela assume um momento de conhecer-se, é um momento só dela e de sua construção, as inúmeras tentativas para empilhar as latas em conectividade consigo mesma, contribuirá para o fortalecimento da autoconfiança, da segurança em seus feitos, pois ela tomará nota de sua própria capacidade. Este mesmo material, também foi utilizado de forma coletiva. As crianças reuniam-se, e juntas construíam torres de vários tamanhos, cada criança contribuía com o empilhar das latas. Como se pode notar, nossas ações pedagógicas permanecem estritamente norteadas pelas interações e brincadeiras.
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4. so ou fracasso desta atividade. Considerando agora os benefícios, esclarecemos que com esse jogo, obtivemos um elevado êxito, aos quais podem ser observados nas relações que envolvem a criança pequena. O brincar heurístico é desenvolvido de forma coletiva, portanto propicia a convivência e a socialização. Em se tratando deste quesito, interatividade, o manual que orienta as ações pedagógicas na creche, realiza alguns apontamen- tos aos quais compartilhamos em um quadro para melhor compreensão. Vejamos. Quadro 2: A interatividade sob a ótica das crianças AS CRIANÇAS E AS PROFESSORAS/ADULTOS AS CRIANÇAS ENTRE SI Essenciais para dar riqueza e complexidade as brincadeiras A cultura lúdica ou a cultura infantil só acontece quando as crianças brincam entre si, com idades iguais ou diferentes (maiores com bebês, crianças pequenas com as maiores) AS CRIANÇAS E OS BRINQUEDOS AS CRIANÇAS E O AMBIENTE Por meio das diferentes formas de brincar com os ob- jetos/brinquedos A organização do ambiente facilita ou dificulta a ação de brincar. Uma estante na altura do olhar das crianças facilita o uso independente dos brinquedos. Fonte: (BRASIL, 2012, p.15) É importante considerar todas as formas em que ocorrem a interatividade no olhar da criança pequena, e além disso, facilitar as aproximações com todas as dimensões, uma vez que os diferentes contatos são essenciais nesta fase já que cultiva o respeito, limites, linguagem e cuidado entre as diversas culturas. A capacidade lógica, em outras palavras, a estruturação do pensamento também foi aguçada com as atividades, aos poucos as crianças davam algum sentido para os objetos, em muitos casos um único item era utilizado para diferentes tipos de brincar. Na imagem abaixo, podemos verificar alguns dos obje- tos utilizados, neste caso, frascos cortados e tampas de diferentes tamanhos e cores. Imagem 03: Objetos de encaixe Fonte: Registro das autoras
Revista Extensão - 2020 - v.4, n4. Este material foi produzido a partir de vários frascos destinados ao descarte. No decorrer das ati- vidades constatamos que este material além de obter grande aceitação pelas crianças, também, opor- tunizava o desenvolvimento do pensamento lógico. Por meio do brincar, a criança empenhava-se para identificava cores correspondentes – frasco e tampa – tamanhos proporcionais, persistência ao rosquear diferentes tampas em um mesmo frasco, a criança atribuía calma e dedicação até conseguir combinar todas as possibilidades sem esgotar o seu interesse, ao final, a criança desfazia todo o processo com in- tenção de retomá-lo novamente. Observamos ainda que os recursos passavam por várias análises, os materiais de estrutura maleá- veis por exemplo, eram desmontados na tentativa de conhecê-los e entendê-los de forma mais profunda, ou seja, seu modo de construção e funcionamento. Esta forma de agir da criança, deixa nítida toda sua curiosidade, algo essencial ao seu aprendizado. A concentração em determinadas atividades também foi um fator alcançando, as crianças se mostravam atentas ao que faziam e trabalhavam juntas, sem a neces- sidade da presença do adulto, o que evidenciava sua capacidade de autonomia. O jogo também permeava o âmbito dos sentimentos, pois as crianças experimentavam sensações de alegria e satisfação em cada encontro realizado. Na sequência temos mais uma imagem que retrata um dos itens essenciais para o brincar heurísti- co, no caso, as sacolas. Da mesma forma que a escolha dos objetos é importante para o desenvolvimento da brincadeira, as sacolas se fazem relevantes para o processo de finalização de cada momento. Imagem 04: Sacola para organizar os objetos Fonte: Registro das autoras Ao término da brincadeira as crianças participam da organização do material, guardando-os em sacolas específicas para cada item. Neste momento, com a proposta das sacolas constatamos que as crianças além de vivenciarem momentos de diversão compartilhada elas experimentam corporalmente diferentes movimentos, pois, as crianças precisam se locomover de um ponto a outro para recolher os itens, elas agacham, levantam, sentam, correm, percebem a noção de espaço e vários outros fatores que corroboram para o equilíbrio e a motricidade da criança. O corpo está em constante movimento e com isso as meninas e os meninos aprendem noções de direção: esquerda, direita, alto, baixo, entre outros. Diante do exposto, podemos afirmar que o processo de atuação no CMEI enquanto acadêmicas e integrantes do PIBID significou de forma imensurável em nossa formação profissional e, também, em nos- sa forma de olhar para a criança pequena. As experiências adquiridas tornam-se bases para nosso fazer pedagógico, compreendendo a partir da aproximação com as crianças pequenas que o brincar, imaginar,