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Os Impactos do Atendimento no Terapeuta, Teses (TCC) de Psicologia Clínica

Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica acerca dos Impactos causados pelo atendimento clínico na pessoa do terapeuta.

Tipologia: Teses (TCC)

2016

Compartilhado em 30/08/2021

denise-emanuele-santos-8
denise-emanuele-santos-8 🇧🇷

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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS

DENISE EMANUELE DOS SANTOS

O ATENDIMENTO CLÍNICO E SEUS IMPACTOS NO TERAPEUTA

CURITIBA

DENISE EMANUELE DOS SANTOS

O ATENDIMENTO CLÍNICO E SEUS IMPACTOS NO TERAPEUTA

Trabalho de Monografia apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do décimo período do curso de Psicologia da Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras, para obtenção do título de Psicólogo. Orientadora: Ms. Olivia Justen Brandenburg. CURITIBA 2016

Dedico este trabalho ao meu esposo e à minha família, que mesmo em meio a muitas dificuldades me apoiaram nesta jornada.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu esposo, que sempre me apoiou e acreditou que esta conquista seria possível, inclusive nos momentos em que até mesmo eu duvidei. Agradeço à minha mãe, que sempre incentivou minhas escolhas e se esforçou muito para possibilitar meus estudos. Também agradeço imensamente à professora Olívia, a quem eu admiro muito, que sempre foi muito atenciosa, compartilhando muito além de seus conhecimentos, mas também empatia e compreensão. À minha terapeuta, que tem me ajudado a superar muitas dificuldades e desafios ao longo de minha trajetória acadêmica. Agradeço a todos aqueles, familiares e amigos, que direta ou indiretamente fizeram parte deste momento tão importante em minha vida. Muito obrigada a todos!

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - resultados da busca na biblioteca virtual em saúde-psicologia............... Tabela 2 - resultados da pesquisa em livros sobre análise do comportamento e terapia analítico-comportamental............................................................................... Tabela 3 – resumo dos trabalhos que compõem os resultados da pesquisa..................................................................................................................... 32

SUMÁRIO

  • 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................
  • 2 BEHAVIORISMO RADICAL E ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
  • 3 TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL
    • 3.1 RELAÇÃO TERAPÊUTICA E HABILIDADES DO TERAPEUTA
  • 4 MÉTODO
    • 4.1 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
    • 4.2 AMOSTRA
    • 4.3 ANÁLISE DOS DADOS
  • 5 RESULTADOS
  • 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
    • 6.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS
    • CONTROLE DAS VARIÁVEIS DO ATENDIMENTO 6.2 IMPACTOS - TIPOS DE COMPORTAMENTO DO TERAPEUTA SOB
      • 6.2.1 Valores
      • 6.2.2 Sentimentos/emoções
      • 6.2.3 Comportamentos de fuga/esquiva
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS

terapeuta também pode contribuir para a ampliação dos conhecimentos acerca da relação terapêutica, bem como, para o desenvolvimento da Terapia Analítico- Comportamental. Diante do exposto, este trabalho pretende identificar, por meio de uma pesquisa teórica de revisão de literatura, quais são os impactos provocados pelo atendimento clínico na pessoa do terapeuta. À vista disso, é pertinente esclarecer que o título deste trabalho foi inspirado no trabalho de Roberto Banaco, de 1993, denominado “O impacto do atendimento sobre a pessoa do terapeuta”. O termo impacto foi mantido, pois se considerou que a substituição por outra palavra não manteria o sentido desejado nesta pesquisa. Visando atingir o objetivo proposto, inicialmente será realizada uma breve exposição teórica acerca do Behaviorismo Radical e Análise do Comportamento, da Terapia Analítico-Comportamental e a relação terapêutica sob esta perspectiva psicológica, considerando que tais informações constituem a base para o entendimento dos impactos no terapeuta. Em seguida será apresentado o método empregado para a obtenção dos dados. Posteriormente, serão expostos os resultados da revisão bibliográfica, assim como, a análise e discussão dos dados. Por fim, serão realizadas as considerações finais sobre o tema.

2 BEHAVIORISMO RADICAL E ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Até o inicio do século XX, a Psicologia, ocupava-se do estudo da mente humana e tinha como um dos principais métodos de pesquisa a introspecção e como objeto de estudo a consciência, as sensações e percepções do ser humano sobre o mundo (NETO, 2002). De acordo com Neto (2002), em 1913, John Watson publicou um artigo que inaugurou uma nova forma de se fazer pesquisa nesta área, ficando tal movimento conhecido como Behaviorismo. Watson propôs o estudo científico dos processos ditos psicológicos, através de um método de pesquisa diferenciado, que utilizava a experimentação com processos de interação do organismo com seu meio. Segundo Neto (2002), Watson pretendeu com isso, mudar o objeto de estudo da Psicologia, voltando o foco para os comportamentos observáveis do sujeito, os quais poderiam ser verificados por diferentes pessoas. Por excluir os eventos privados (sentimentos, sensações, pensamentos) do estudo objetivo e científico do comportamento, o Behaviorismo Metodológico (como ficou conhecido posteriormente) foi e ainda é alvo de muitas críticas de estudiosos de outras abordagens teóricas da Psicologia (NETO, 2002). As ideias de Watson foram retomadas alguns anos depois por B. F. Skinner, que em 1945 denominou seu corpo teórico de Behaviorismo Radical (BR). Este nome foi dado para diferir seus estudos daqueles realizados anteriormente, pois a partir de suas ideias, a ciência do comportamento humano passou a estudar os fenômenos que até então haviam sido desconsiderados pelos outros behavioristas, os comportamentos privados (NETO, 2002). Contudo, estes eventos foram investigados de forma diferente das propostas mentalistas (que atribuem as causas dos comportamentos a eventos internos). Skinner afirmou que os eventos privados são tão físicos quanto os observáveis, por isso, estão sujeitos as mesmas leis e princípios que os segundos, a única diferença está na acessibilidade de tais eventos, que podem ser verificados apenas pelo indivíduo através da mediação de outras pessoas presentes no ambiente (SKINNER, 2004). Com isso, objetivou alterar a noção de causa interna dos comportamentos, pois “o que é sentido ou introspectivamente observado não é nenhum mundo imaterial da consciência, da

repostas do organismo são eliciadas por um estímulo antecedente e pelo comportamento operante (SKINNER, 2004). Para verificar como ocorrem as relações entre as respostas do indivíduo e os estímulos do ambiente, os analistas do comportamento utilizam uma ferramenta denominada análise funcional. A análise funcional permite identificar a função (e não somente a forma como o comportamento é apresentado) de determinado comportamento, por meio da análise da chamada tríplice contingência, isto é, dos eventos antecedentes, as respostas do organismo e os estímulos consequentes (reforço, punição) (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).

3 TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL

A Terapia Analítico-Comportamental (TAC) é um modelo de intervenção clínica, cujos pressupostos teóricos estão baseados no Behaviorismo Radical (COSTA, 2002). O principal objetivo desta perspectiva teórica é fazer com que o cliente seja capaz de descrever as contingências das quais está sob controle e interferir nela, isto é, fazer com que ele realize auto-observações e possa ampliar seu autoconhecimento (GUILHARDI, 1999). Deste modo, o terapeuta analista do comportamento investiga a história de vida do cliente, considerando os três níveis de seleção do comportamento e utiliza a relação terapêutica como um dos principais instrumentos de trabalho clínico, indo muito além da aplicação de técnicas e procedimentos para influenciar os comportamentos do cliente. O terapeuta assume uma postura diretiva, incentivando comportamentos de enfrentamento do cliente, pois considera que este produz as consequências que determinarão seus próprios comportamentos (SILVEIRA, 2007). A literatura aponta algumas etapas do processo terapêutico analítico- comportamental. Conforme Ribeiro (2001), primeiramente é realizada a entrevista inicial, fase que consiste na investigação da história de vida do cliente, que inclui informações sobre a família, relações amorosas, saúde, trabalho, escola (RIBEIRO, 2001), com o intuito de obter dados que caracterizem a história passada e a situação na qual o cliente se encontra atualmente, quais são os fatores que atuam como reforçadores (COSTA, 2002). Além disso, realiza-se a coleta de informações sobre a queixa e os objetivos do cliente com a terapia, buscando, sempre que possível, fazer análises funcionais com as informações apresentadas (RIBEIRO, 2001). Na segunda fase, a de formulação comportamental, o terapeuta apresenta ao cliente as análises realizadas com base nas informações coletadas na entrevista inicial e apresenta um plano de trabalho. É também a fase na qual se estabelece o contrato e os objetivos que se espera alcançar com a terapia (RIBEIRO, 2001). O tratamento constitui a terceira fase do processo terapêutico analítico- comportamental. Seus aspectos principais são a aprendizagem e modelagem de comportamentos do cliente, tendo como foco reduzir a ocorrência dos comportamentos que estão produzindo consequências aversivas e aumentar a

A partir da ênfase dada à relação terapêutica por este modelo, além do cliente, os comportamentos do terapeuta também se tornaram foco de análises, pois ambos possuem histórias comportamentais e estão sob controle das variáveis presentes no momento, influenciando-se mutuamente, o que acaba retirando a posição de neutralidade do terapeuta que vinha ocupando no processo psicoterapêutico (VELASCO; CIRINO, 2002). Deste modo, a mudança irá depender da relação que se estabelece entre terapeuta e cliente, o que implicará na modificação tanto do paciente quanto do terapeuta, pois se trata de uma relação genuína e sensível (CONTE; BRANDÃO, 1999). A relação terapêutica passa por constantes mudanças, uma vez que, se constitui pelas características pessoais do cliente e do terapeuta e também a partir das contingências que se estabelecem no contexto clínico. Neste sentido, o terapeuta irá intervir de modo conjunto com o cliente, conforme forem emergindo conteúdos nesta interação. Desta forma, para que ocorra o processo psicoterapêutico, é necessária uma relação íntima, pautada pelo respeito, cumplicidade e confiança. Além disso, para que possa oferecer auxílio ao cliente, algumas habilidades no repertório do psicólogo são essenciais (IRENO, 2007). O terapeuta comportamental deve possuir domínio sobre os conhecimentos teóricos da ciência do comportamento, que envolvem os princípios básicos de análise do comportamento, análise funcional, técnicas de modificação de comportamento, assim como habilidades interpessoais e para coletar informações (IRENO, 2007). Além disso, de acordo com Villani (2002), o terapeuta deve ser cordial com o cliente, também deve demonstrar uma atitude de aceitação, apoio, interesse e compreensão, pois esses comportamentos irão contribuir para o estabelecimento de uma boa relação terapêutica. A postura adotada pelo terapeuta na relação com o cliente deve ser de não julgadora e não-punitiva, pois é a qualidade dessa relação que determinará os rumos da terapia (VELASCO; CIRINO, 2002). Em consonância com essas habilidades, Kleine (1994 apud VIEIRA, 2007) destaca alguns comportamentos, que ao serem apresentados pelo terapeuta, contribuem para o processo psicoterapêutico. Entre os comportamentos estão: a empatia e o apoio, os quais facilitam a comunicação com o paciente; a habilidade de diretividade e controle, que demonstram organização da sessão; a habilidade de questionamento; habilidades de clarificação e estruturação, por meio das quais o

terapeuta fornece informações ao cliente; interpretação, a qual consiste na habilidade de criar hipóteses; e confrontação e crítica, habilidades nas quais se verifica a existência de contradições, etc. Algumas habilidades também são elencadas por Garfield (1995 apud IRENO, 2007), como: habilidade em estabelecer uma relação positiva com o cliente, que envolve outras habilidades como demonstrar interesse pelos conteúdos do cliente, apresentar comportamentos empáticos, aceitação, ouvir atentamente, inspirar confiança, esclarecer dúvidas, entre outras; também é importante que o terapeuta tenha habilidade em fazer interpretações e buscar esclarecer o cliente acerca de suas dificuldades; habilidade para tornar o ambiente mais favorável para o cliente expressar sentimentos e problemas; habilidade em reforçar os comportamentos desejáveis do cliente que ocorrem durante a sessão; habilidade para esclarecer dúvidas sobre temas importantes presentes na vida do cliente; o terapeuta também deve ser capaz de prestar apoio ao cliente quando necessário, sendo isto, imprescindível para o processo terapêutico (GARFIELD, 1995 apud IRENO, 2007). Segundo Mahoney (1998 apud ALVAREZ; SILVEIRA, 2002) algumas habilidades são essenciais no repertório do terapeuta, contudo, não são ensinadas da forma como deveriam nos cursos de formação. Estas habilidades são: autoconhecimento; relacionamento humano; compaixão; filosofia; habilidades de sobrevivência e enfrentamento; valores e qualidade de vida. Com base no exposto, verifica-se que na literatura são evidenciadas as habilidades técnicas do terapeuta e aquelas voltadas para o acolhimento do cliente. Diante de pouca menção a pessoa do terapeuta e do quanto ele é afetado pela relação terapêutica ou pelo atendimento, essa pesquisa se dedicará a analises dos impactos de acordo com a metodologia descrita na sequência.

Os resultados obtidos por meio do procedimento de coleta de dados anteriormente descrito, serão apresentados nas tabelas 1 e 2. Com a busca foram encontrados um total de dezesseis (16) trabalhos que atendem aos critérios de seleção estabelecidos. Deste total, oito (8) foram obtidos através da busca na base online BVS-Psi e oito (8) foram encontrados em livros pertinentes à Análise do Comportamento e Terapia Analítico-Comportamental. Após a leitura completa do material encontrado, foram excluídos seis (6) trabalhos, que, apesar de se enquadrarem nos critérios iniciais de seleção, não continham conteúdos relativos ao tema que esta pesquisa se propõe a estudar. Os dez (10) trabalhos restantes, que apresentam, de alguma forma, os impactos do atendimento sobre o terapeuta, são apresentados nas tabelas 1 e 2. Tabela 1 - RESULTADOS DA BUSCA NA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE- PSICOLOGIA INDEX PSI TESES PALAVRAS- CHAVE RESULTADOS^ SELECIONADOS^ TÍTULOS DOS TEXTOS Emoções terapeuta 4 1 Intervenções sobre comportamentos de clientes que produzem sentimentos negativos no terapeuta. Reações terapeuta 5 0 Impactos terapeuta 0 0 Relação terapêutica 77 0 Emoções terapia comportamental 7 0 Terapia comportamental 90 0 Atendimento terapeuta 37 0 PEPSIC Emoções terapeuta 5 0 Reações terapeuta 0 0 Impactos terapeuta 2 0

Relação terapêutica 105 1 O papel da supervisão na formação de terapeutas comportamentais: estudo de caso. Emoções terapia comportamental 9 0 Terapia comportamental 174 0 Atendimento terapeuta^37 O impacto do atendimento sobre a pessoa do terapeuta. SCIELO Emoções terapeuta 1 0 Reações terapeuta 1 0 Impactos terapeuta 0 0 Relação terapêutica 599 1 Abrangência e função da relação terapêutica na Terapia Comportamental. Emoções terapia comportamental 2 0 Terapia comportamental 200 1 Problemas enfrentados por terapeutas analítico-comportamentais em sua prática clínica. Atendimento terapeuta 21 0 TOTAL 1376 5 Fonte: Elaborada pela autora desta pesquisa. Tabela 2 - RESULTADOS DA PESQUISA EM LIVROS SOBRE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL LIVRO VOLUME RESULTADOS CAPÍTULO Sobre Comportamento e Cognição 1 1 O estudo de eventos privados através de relatos verbais de terapeutas. Sobre Comportamento e Cognição 2 1 O impacto do atendimento sobre a pessoa do terapeuta 2: experiências de vida. Sobre Comportamento e Cognição 5 1 O caso clínico e a pessoa do terapeuta: desafios a serem enfrentados. Sobre Comportamento e Cognição 7 1 O repertório do terapeuta sob a ótica do supervisor e da prática clínica. Sobre Comportamento e Cognição 9 1 Valores do terapeuta e do cliente no estabelecimento de objetivos: uma análise funcional baseada no conceito de metacontingências.