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Guias e Dicas
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Os Dez Mandamentos (Antigo Testamento), Traduções de Teologia

Fala sobre os dez mandamentos retratados no velho testamento

Tipologia: Traduções

2021

Compartilhado em 05/05/2021

naiara-de-almeida-marcon
naiara-de-almeida-marcon 🇧🇷

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Não perca as partes importantes!

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA...
Quanta informação! Quantos avanços incríveis na
compreensão do Universo!
Então por que ainda existem fome, violência e tirania?
É porque os piores problemas da nossa época não são científicos,
mas de natureza moral. Se fossem problemas científicos ou
tecnológicos, já os teríamos resolvido há muito tempo, pois
somos realmente bons nisso.
Talvez tenhamos confundido informação com sabedoria.
Talvez exista ao nosso alcance uma solução que passamos
por alto durante um tempo longo demais.
Talvez tenhamos rejeitado como obsoleto o mais precioso
tesouro do passado.
OS DEZ MANDAMENTOS...
Não são artefatos a ser colocados em exposição numa vitrine.
São uma fonte de sabedoria prática, oferecendo soluções para
problemas e situações reais que enfrentamos todos os dias. São
princípios que têm aplicação racional na vida diária. E a prova
está justamente nessa aplicação.
O que aconteceria se levássemos em consideração a sabedoria
dos Dez Mandamentos?
O que aconteceria se os tornássemos parte do nosso mundo?
O que aconteceria se fôssemos além da superfície e
examinássemos as poderosas implicações desses antigos
princípios?
Loron Wade é educador, pastor, professor de pastores, evangelista e teólogo.
Durante seus 40 anos de carreira, atuou em onze países. Atualmente jubilado,
ele dedica a maior parte do seu tempo a escrever.
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EditorEditor
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Dep. ArteDep. Arte
21473 - Os Dez Mandamentos
21473 - Os Dez Mandamentos
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Baixe Os Dez Mandamentos (Antigo Testamento) e outras Traduções em PDF para Teologia, somente na Docsity!

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MANDAMENTOS

Loron Wade

Tradução

eunice Scheffel do Prado

Casa Publicadora Brasileira Tatuí, SP

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EZ

MANDAMENTOS

Princípios divinos para melhorar seus relacionamentos

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Título original em inglês: T T C

Direitos de tradução e publicação em língua portuguesa reservados à C P B Rodovia SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Tel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205- Atendimento ao cliente: (15) 3205- www.cpb.com.br

2 a^ edição 1 a^ impressão: 5 mil exemplares Tiragem acumulada: 2,117 milhões 2010

Editoração: Marcos De Benedicto e Neila D. Oliveira Programação Visual: Eduardo Olszewski Capa : Eduardo Olszewski Diagramação: Alexandre Rocha

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Wade, Loron Os Dez Mandamentos : princípios divinos para melhorar seus relacionamentos / Loron Wade ; tradução Eunice Scheffel do Prado. – Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2006. Título original: The Ten Commandments.

  1. Dez Mandamentos 2. Ética cristã 3. Relações interpessoais I. Título.

06-7497 -241.

Índices para catálogo sistemático:

  1. Decálogo : Teologia moral 241.
  2. Dez Mandamentos : Teologia moral 241.

Tipologia: Bell MT Std 10,7/12 – 9158/21473 – ISBN 978-85-345-1014-

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U

m convite e uma

promessa

  • COMO vOCê DESENhAriA A fACE DO MUNDO? Se você qui- sesse descrever a condição do planeta através de um rosto, seria ele sor- ridente? Ou pareceria preocupado, temeroso ou quem sabe até zangado? Estávamos reunidos na casa de alguns amigos, na Costa rica, quan- do lhes fiz essa pergunta.
  • Bem, eu acho... – francisco logo começou a dar sua opinião. Mas, nesse exato momento, algo interrompeu suas palavras e nunca ficamos sabendo o que ele ia dizer. A casa de nossos amigos fazia parte de uma longa fila de casas de madeira. As casas tinham paredes em comum. Por isso, o que acontecia numa casa podia muito bem ser ouvi- do pelas pessoas da casa ao lado. Enquanto discutíamos a condição do mundo, um vizinho chegou à sua casa. Batendo a porta, ele começou a gritar com a esposa. Era óbvio que estava bêbado, e o volume de sua voz aumentava cada vez mais enquanto ele exigia algo. Não me lembro mais o que era, mas se tratava de algu- ma coisa que ela não tinha. E, como não lhe foi dado na hora o que exi- gia, ele resolveu exercer sua autoridade e começou a espancá-la.
  • vou te ensinar a me respeitar! – gritou ele. Acima do terrível tumulto de pancadas e gritos, podíamos ouvir a voz de um garotinho chorando e implorando: – Não, papai! Nãããão! Não machuque a mamãe! Por favor, por favor!

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É provável que você esteja lendo isto num ambiente seguro e tran- quilo. Alguém está gritando com você, ou ameaçando bater em você? Provavelmente não. Então, como você desenharia o rosto do mundo? Poria nele um grande sorriso? Talvez você ache que eu esteja usando um exemplo extremo, e não uma ilustração de como as coisas realmente são. Eu disse que a cena de maus-tratos aconteceu na Costa rica, e assim está tudo bem, espe- cialmente se você não mora lá. Afinal, esse é o tipo de coisa que sem- pre acontece bem longe daqui, não é? Quantas mulheres você acha que estão sendo espancadas agora mesmo, enquanto você lê? Nos Estados Unidos, isso ocorre a cada quinze segundos. E no restante do mundo? Estou usando a violência doméstica para caracterizar a situação do mundo hoje, mas eu poderia empregar inúmeras outras ilustrações. Quantas pessoas você acha que estão neste momento remexendo algum latão de lixo ou aterro sanitário, tentando encontrar algo para comer? Sabe qual é a primeira causa de morte entre crianças no mundo? A fome! A Organização Mundial da Saúde relata que cinco milhões de crianças morrem todos os anos de causas relacionadas com a má nutrição. isso dá 13.700 por dia. O número mensal é maior do que o de todas as pes- soas que morreram no terrível tsunami de 2004. Considere outro exemplo. Quantas pessoas você acha que estão sem teto? Não estou falando de gente que se encontra nesse estado por causa do álcool ou da ignorância; refiro-me apenas a vidas despedaçadas pela guer- ra e a violência étnica. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados tem sob seu cuidado aproximadamente vinte milhões de pes- soas que estão fugindo ou vivendo em condições extremamente inseguras. E, falando de crianças, quantas dormem todas as noites nas ruas dos grandes centros urbanos, tendo como cama apenas o pavimento frio? Ninguém sabe o número exato, mas o Unicef estima que seja por volta de cem milhões. O pior é que o número cresce rapidamente como resul- tado da epidemia de Aids. Uma grande porcentagem delas se tornará vítima de violência, vícios e doenças sexualmente transmissíveis. Mui- tas (quem sabe a maioria) se tornarão delinquentes. Napoleão teria dito que, na guerra, Deus está sempre do lado daqueles que têm as armas mais potentes. hoje, ele provavelmente não diria isso, porque os terroristas não dependem de canhões, mas de uma atuação dis- simulada e traiçoeira. E agora, em muitos lugares, eles se aliaram com os traficantes de drogas, que conseguem cruzar impunemente as fronteiras, e só de vez em quando são desafiados pelas forças da lei.

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quase diariamente. As máquinas agora podiam fiar, tecer e costurar. Novas invenções transformavam a agricultura e a indústria. As pessoas viaja- vam rapidamente por terra e mar, impulsionadas por poderosos moto- res a vapor. Graças às linhas de telégrafo, recém-instaladas, a Califórnia ficou sabendo da morte de Abraão Lincoln no mesmo dia. Com todas essas maravilhas, as pessoas acharam fácil acreditar que os problemas da sociedade desapareceriam em pouco tempo. A pobreza, a injustiça, a doença e a insanidade seriam banidas. As guerras dariam lugar à paz universal e, em pouco tempo, veríamos o fim da ignorân- cia e da tirania. Ninguém mais pensa assim. O otimismo daquela época acabou com a Primeira Guerra Mundial, e hoje parece cada vez mais ilusório. A ciên- cia avança com velocidade ainda maior. Mas a mão que desenvolveu o transístor também nos deu a bomba atômica e a capacidade de destruir a civilização pelo apertar de um botão. E no mundo inteiro as pessoas perguntam: “Com tanta informação e tantos avanços incríveis na com- preensão do Universo, como é possível que a fome, a opressão e a tira- nia ainda dominem o cenário?” O problema é que tentamos fazer com que a ciência cumpra uma tarefa que não lhe foi designada. A razão pela qual essas calamidades continuam, ano após ano, é que elas não são um problema científico ou tecnológico. Peça que a ciência projete um raio de energia eletromagnética através do espaço e nos envie uma foto da superfície de Marte ou Tritão, e ela rapidamente nos dará a resposta. Pergunte como se organiza o geno- ma humano ou qual é a natureza das endorfinas e como afetam as célu- las do cérebro, e ela não hesitará em responder. Porém, se lhe pergun- tarmos como resolver os piores problemas da atualidade, ela terá que dizer: “Sinto muito; essa não é a minha área.” isso acontece porque os piores problemas da nossa época não são de natu- reza científica, e sim moral. Pense por um momento: qual dos grandes pro- blemas que oprimem a sociedade hoje não é de ordem moral? Todos são. Considere, por exemplo, a fome. há pessoas famintas não por causa de escassez de alimento no mundo, mas por causa de uma terrível desigual- dade na sua distribuição. Essa desigualdade, por sua vez, é o resultado de uma distribuição ainda mais desigual de riqueza, educação e meios de pro- dução e transporte. A opressão e a negligência dos que não têm nada por parte dos que têm demais é definitivamente um problema de ordem moral. O que dizer de outros desafios e ameaças? Terror, opressão políti- ca e tirania são claramente situações morais. O mesmo acontece com

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a violência doméstica, o aborto, os vícios e o estilo de vida que tornou a Aids a maior pandemia da história. Se esses fossem problemas cien- tíficos ou tecnológicos, já teriam sido resolvidos há muito tempo, pois somos realmente bons nisso. Algumas pessoas podem achar humilhante aceitar o que estou dizen- do. Continuam apegadas ao princípio fundamental do racionalismo – a autossuficiência. Seu lema é: “Eu posso!” Minha inteligência, minha força de caráter, meu espírito empreendedor, meu “seja lá o que for”... É sempre eu e meu cérebro que salvaremos o mundo. Esses indivíduos se recusam a admitir que certos problemas não têm solução intelectual. Por quanto tempo mais continuaremos insistindo em procurar soluções onde elas não existem? Por quanto tempo continuaremos em pânico, baten- do às portas da ciência, quando a ciência está tão frustrada quanto nós dian- te de sua incapacidade de oferecer respostas reais ou eficazes? Quantas evi- dências mais terão que nos bater na cara antes que aceitemos a realidade?

Q UA l é A S O lU ç ã O? Para início de conversa, diante do óbvio fracasso da ciência em fazer o que nunca se designou que ela fizesse, deveríamos simplesmente resig- nar-nos ao status quo? Ou existe ao nosso alcance uma solução que temos ignorado por muito tempo? Se você tiver a oportunidade de visitar o prédio da Suprema Corte em Washington, quando a Suprema Corte não estiver reunida, os guias turísticos o conduzirão à câmara de audiência onde os nove juízes ouvem os casos. Não deixe de erguer os olhos bem acima do assento dos juízes e notar as figuras esculpidas ao longo da borda do teto. Entre as muitas figuras ali, você verá um personagem de aparência augusta, com tábuas de pedra na mão direita. É Moisés, e as tábuas que ele segura são as do antigo código moral conhecido como os Dez Mandamentos. As gerações passadas que projetaram esse grande edifício aparen- temente não sofriam da mesma arrogância que parece afligir a nossa geração. Tinham a disposição de reconhecer o imenso significado dessa antiga lei e sua influência sobre a sociedade. Aparentemente, não se inco- modavam com o fato de não a haverem inventado e de não ter sido um produto de sua época. Talvez não haja uma evidência melhor do espírito de nosso tempo

  • pelo menos no mundo ocidental – do que o fato de que certos gru- pos ativistas hoje exijam que essas figuras sejam removidas de todos os prédios públicos.

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A

mor perigoso

O Primeiro Mandamento

Não terás outros deuses diante de Mim. Êxodo 20:

  • PArECE QUE vOCê NãO ENTENDE, Jaqueline. É o seu futu- ro, a sua vida, que está em jogo!
  • Não, papai. É o senhor que não entende. faz tanto tempo que o senhor foi jovem que se esqueceu de como é. Estou dizendo que amo o Daniel. É isso que o senhor parece não entender. harry Williams olhou incredulamente para a filha. Então, com um suspiro, balançou a cabeça, como quem não compreende o que está ouvindo.
  • Jaqueline, você precisa me ouvir.
  • Não! Eu não vou ouvir ninguém. Só estou comunicando que, na próxima terça-feira, o juiz do primeiro cartório disponível no centro da cidade vai nos casar. Ou será que o senhor gostaria que a gente sim- plesmente saísse e juntasse os trapos? Outro silêncio. finalmente, harry falou de novo, escolhendo as pala- vras com cuidado.
  • Tudo bem. A decisão é sua. Percebo que ninguém vai fazer você mudar de ideia. Só tenho uma pergunta. Dessa vez, Jaqueline não interrompeu, feliz porque o pai parecia estar respeitando seu direito de escolha.
  • Na quinta-feira passada, você vestiu uma blusa branca, e o Daniel queria que você usasse uma diferente. Como ele reagiu?

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ridículo e até com os punhos! foi por isso que harry Williams tremeu diante da atitude da filha. ficou aterrorizado ao vê-la colocar-se nas mãos de alguém que podia magoá-la muito. E foi por isso que Deus nos deu o primeiro mandamento. É uma advertência, motivada por uma preocupação profunda. Sua mensagem é: Não entregue sua lealdade e devoção a “deuses” que na realidade não são deuses. Não conceda um lugar supremo na sua vida a algo ou alguém que, no fim, só irá desapontá-lo e machucá-lo.

d e U S e S F r A c A S S A d O S O antigo povo de israel estava rodeado por nações que adoravam “outros deuses”. havia Dagom, a principal deidade dos filisteus, vizinhos de israel do lado oeste. Os filisteus esperavam que seu deus lhes conce- desse boas colheitas e grandes pescarias, o que significava abundância e prosperidade. Os fenícios, vizinhos de israel ao norte, eram devotos da deusa-lua Astarote ou ishtar, responsável pela fertilidade. Seu culto, celebrado com orgias e festas regadas a bebidas, era muito popular. A leste, os moabitas adoravam Quemós; e os amonitas, Moloque. Ambos, especialmente o último, exigiam sacrifícios de crianças. As pessoas che- gavam a esses horríveis extremos para conquistar o poder dessas dei- dades em seu favor. hoje, naturalmente, a cultura popular mudou. A maioria das pessoas não mais se inclina diante de deuses de madeira, pedra e metal. Mas o dinheiro, o sexo e o poder ainda continuam ocupando o lugar central na vida de milhões. Quando você passar por uma banca de revistas, olhe as capas e examine os títulos. Observe os temas mais populares dos talk- shows e das novelas. O que isso lhe diz acerca dos “deuses” que as pes- soas cultuam com mais fervor hoje? Então, pergunte a si mesmo: qual tem sido o resultado, até o momen- to, de adorar esses “outros deuses”? Assim como aqueles de antigamen- te, são deuses que se voltam contra seus adoradores e os devoram. Do culto frenético ao sexo se originou a pandemia da Aids. Por que nin- guém fala a respeito da mais clara e óbvia solução? Não deveria ser tão difícil descobrir. Não é necessário que essa doença se espalhe ainda mais. A solu- ção mais simples e óbvia é dar as costas a essa divindade traiçoeira e nova- mente respeitar os valores da família e o caráter sagrado do matrimônio. Mas, em vez disso, os líderes políticos ao redor do mundo apelam ao seu deus “dinheiro” para que os salve. “No próximo ano”, dizem, “gasta- remos milhões a mais. Construiremos laboratórios maiores e melhores.

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Então encontraremos uma vacina para que vocês continuem com seu estilo de vida, sem medo das consequências.” O terrorismo se tornou a espada dos fracos, o recurso desesperado dos desvalidos. Ele se alimenta de fanatismo e ignorância, e encontra seus recrutas nos miseráveis campos de refugiados, onde jovens infeli- zes são bombardeados diariamente com a retórica do ódio. E qual é a solução proposta por aqueles que se encontram sob o ata- que desses jovens fanáticos? voltam-se ao deus do poder: “vamos fabri- car melhores foguetes e bombas mais potentes. Com isso, caçaremos os que nos oprimem, faremos com que saiam dos seus esconderijos e os esmagaremos. isso resolverá nossos problemas.” E qual é o resultado de tal estratégia? Todo uso da força bruta for- talece os radicais em seu senso de injustiça e perseguição. Cria ainda mais raiva e confirma suas convicções de que são vítimas e de que seu ódio e violência são plenamente justificados. Não entregue sua lealdade e devoção a “deuses” que na realidade não são deuses , diz o primeiro mandamento. Não conceda um lugar supremo na sua vida a algo ou alguém que, no fim, só irá desapontá-lo e machucá-lo.

O F r A c A S S O dA S F l O r e S O Novo Testamento relata que um dia Satanás foi a Jesus com um ataque frontal e direto contra o primeiro mandamento. Primeiro, mos- trou-Lhe “todos os reinos do mundo e a glória deles”, e depois Lhe disse: “Tudo isso Te darei se, prostrado, me adorares” (Mateus 4:8 e 9). Dinhei- ro, sexo e poder. Tudo pode ser Seu! Mas Jesus, em Sua resposta, recusou-Se a enfocar os deuses falsos. Em vez disso, inverteu o primeiro mandamento e citou Deuteronômio 10:20, que o apresenta na forma positiva. Ele afirmou: “Está escrito: Ao Senhor teu Deus, adorarás, e só a Ele darás culto” (Mateus 4:10). rejei- tar os falsos deuses e denunciar seu culto não é suficiente. Precisamos substituir seu culto pela adoração ao Deus do Céu. Uma geração atrás, os “filhos das flores”, rapazes e moças com cabe- los longos e roupa esfarrapada, enchiam as ruas e os parques do mundo ocidental. A maioria das pessoas os chamava de hippies. hoje, quase nin- guém os admira. Mas precisamos entender que tinham certa razão. Eles rejeitavam os falsos valores do materialismo. Então, por que seu movi- mento falhou? Entrou em colapso porque os hippies tentaram tirar sem substituir. E no fim se tornou claro que estavam simplesmente trocan- do uma forma de egoísmo por outra.

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explica o que devemos fazer. A proibição se torna uma ordem para ado- rar o verdadeiro Deus.

A m O r e A d O r A ç ã O Certa vez, alguém perguntou a Jesus qual era o maior mandamen- to. Ele respondeu citando Deuteronômio 6:5: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu enten- dimento.” Depois acrescentou: “Este é o grande e primeiro mandamen- to” (Mateus 22:37 e 38). Quando Satanás procurou tentá-Lo, Jesus disse que o primeiro manda- mento nos ordena adorar a Deus. Aqui Ele diz que isso significa amá-Lo. “Eu amo o Daniel. Simplesmente o adoro”, foi o que declarou Jaque- line. Ela, naturalmente, não estava pensando em adoração ou culto no sentido religioso, mas estava mais perto da verdade do que você possa pensar, porque a adoração, na Bíblia, é uma expressão de amor. A adoração, assim como o amor, é uma atitude do coração. É uma disposição e uma decisão de tornar Deus o primeiro, de colocá-Lo no trono da vida e de dar-Lhe o lugar como soberano, fazendo dEle o rei da nossa vida. Dar a Deus o Seu lugar como soberano significa que não tentaremos sujeitá-Lo às nossas ideias preconcebidas de como Ele é ou de como deve fazer as coisas. E descartaremos a ideia de que podemos crer nEle só até onde pudermos compreendê-Lo. Se fôssemos fazer isso, então o ponto de partida da fé seria o ateísmo, e avançaríamos na direção da fé somente por esforços racionais. Além disso, Deus seria limitado pela nossa capacidade intelectual. Então, o que estaríamos adorando não mais seria Deus, mas algo finito, porque conheceríamos Seu compri- mento, largura e altura, Seu princípio e Seu fim.^3 isso não significa que a fé cristã não tenha lugar para a razão e não reconheça o valor da evidência que a apoia. Não há nada errado em exa- minar essas evidências, mas elas não são a sua base. O conhecimento de Deus não começa com a razão humana, mas com a revelação. isto é, Deus precisa primeiro revelar-Se. Não podemos descobri-Lo por meio de nossos próprios esforços. E essa revelação de Deus teve sua expressão máxima em Jesus Cristo. “Ninguém jamais viu a Deus”, declarou o evangelista. “O Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem O revelou” (João 1:18). Desde Seus primeiros anos, Jesus Se empenhou em ensinar como é Deus. Quando acolheu crianças em Seus braços e as abençoou; quando

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ensinou Seus discípulos às margens do lago; quando acalmou a tempes- tade e purificou o Templo – em todas essas coisas Ele estava dizendo: Deus é assim. O que Eu sou e faço revela Deus. Pouco antes de Jesus ser crucificado, filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai” (João 14:8). A resposta de Jesus mostra que a pergunta Lhe causou dor: “filipe, há tanto tempo estou convosco, e não Me tens conhecido? Quem Me vê a Mim, vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (verso 9). Os evangelhos mostram que filipe era um discípulo lento para ouvir e rápido para duvidar. infelizmente, eu me identifico muito com ele. Mas, por ter essa atitude, filipe correu o sério risco de errar o caminho, porque a revelação de Deus nunca é enfiada em nossa mente por uma força esmaga- dora. A revelação é concedida silenciosamente àqueles que abrem os olhos, os ouvidos e, acima de tudo, o coração. Em vez de uma convicção monu- mental, o que precisamos é afastar os bloqueios à fé e deixar de fechar os olhos às evidências. Ao aceitarmos o primeiro mandamento e concedermos a Deus Seu lugar como verdadeira divindade, essa revelação nos será concedida de forma pessoal. E essa é a única maneira de recebê-la. fazer de Deus o primeiro significa deixar de lado ideias, interesses e pen- samentos que entrem em competição com Ele ou diminuam Sua soberania sobre nossa vida. Esse conceito é a base, o princípio fundamental da ver- dadeira moralidade e do viver espiritual. É um princípio abrangente que nos permitirá avaliar as infindáveis decisões e alternativas que enfrenta- mos no dia a dia. Em cada caso, perguntaremos: Como este vídeo, este jogo, esta ami- zade, este emprego ou esta propriedade vai afetar meu relacionamen- to com Deus? Quando realmente começarmos a viver dessa maneira, a ordem e a moralidade tomarão conta da nossa vida, a paz substituirá a angústia, e a esperança afastará a depressão e o desespero. Somente então começaremos a compreender a obediência profundamente espi- ritual que Jesus descreveu no Sermão do Monte.

P O r Q U e e S S e é O P r i m e i rO m A n dA m e n t O? Muitas pessoas que instintivamente creem na existência de Deus não che- gam ao ponto de torná-Lo o primeiro em sua vida. Mas esse é o único lugar que Ele pode ocupar se de fato for Deus. Por isso, esse mandamento vem em primeiro lugar. Se não dermos a Deus Seu lugar, se não tivermos feito dEle o Senhor de nossa vida, todos os outros mandamentos serão apenas regras morais que não têm poder maior do que milhares de outras boas ideias.