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Ergonomia no Trabalho: Melhorias na Organização e Seleção de Pessoas, Notas de aula de Ergonomia

Este documento discute projetos ergonômicos para melhorar a organização do trabalho, reduzir esforços críticos, melhorar a postura do trabalhador e selecionar pessoas adequadas para funções específicas. Além disso, aborda soluções para problemas ergonômicos, como o uso de balançins, ginástica de distensionamento e manutenção da capacidade aeróbica. O documento também discute a importância de treinamento físico e aquecimento para evitar distensões e outros transtornos musculares.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Gustavo_G 🇧🇷

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ERGONOMIA 4.0
Instituir nas empresas melhorias ergonômicas é um dos processos
mais baratos e de melhor relação custo/benefício. Para tal, é necessá-
rio que se tenha uma noção clara dos tipos de solução ergonômica e
quando instituir cada um deles.
São dez tipos, que devem ser instituídos na ordem em que são apre-
sentados a seguir.
2.1 OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA
OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA
1 Eliminação de movimentos e posturas críticos
2 Melhorias de baixo investimento
3 Equipamentos e soluções conhecidos
4 Projeto ergonômico
5 Melhoria na organização do trabalho
6 Orientação ao trabalhador e cobrança de atitudes corretas
7 condicionamento físico
8 Enriquecimento da atividade, alogamento do ciclo ou rodízio
nas tarefas (job rotation)
9 Tempos de recuperação de fadiga (relief breaks)
10 Seleção de pessoas para situações ou funções específicas.
OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO
ERGONÔMICA
Quando a empresa adota a ergonomia, ergonomia é também
economia; quando os trabalhadores e facilitadores aprendem
ergonomia, ergonomia vira ergoMANIA!
CAPÍTULO
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CAPÍTULOS BÁSICOS
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ERGONOMIA 4.

Instituir nas empresas melhorias ergonômicas é um dos processos mais baratos e de melhor relação custo/benefício. Para tal, é necessá- rio que se tenha uma noção clara dos tipos de solução ergonômica e quando instituir cada um deles. São dez tipos, que devem ser instituídos na ordem em que são apre- sentados a seguir.

2.1 OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

1 Eliminação de movimentos e posturas críticos 2 Melhorias de baixo investimento 3 Equipamentos e soluções conhecidos 4 Projeto ergonômico 5 Melhoria na organização do trabalho 6 Orientação ao trabalhador e cobrança de atitudes corretas 7 condicionamento físico 8 Enriquecimento da atividade, alogamento do ciclo ou rodízio nas tarefas ( job rotation ) 9 Tempos de recuperação de fadiga ( relief breaks ) 10 Seleção de pessoas para situações ou funções específicas.

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO

ERGONÔMICA

Quando a empresa adota a ergonomia, ergonomia é também economia; quando os trabalhadores e facilitadores aprendem ergonomia, ergonomia vira ergoMANIA!

CAPÍTULO

CAPÍTULOS BÁSICOS

Solução Ergonômica 1

ELIMINAÇÃO DO MOVIMENTO CRITICO OU DA POSTURA CRÍTICA

Trata-se de procurar uma nova forma de se fazer aquele trabalho, em que aquela ação técnica, de alta sobrecarga ergonômica, não neces- site ser feita.

Exemplos: Em uma indústria automobilística, após o cubo de roda do caminhão ter passado pela máquina de lavar, ele tinha que ser virado sobre a bancada para que a água acumulada nos furos onde depois seriam fixados os pinos prisioneiros escorresse para fora. O esforço era enorme, pois a peça era pesada (cerca de 40 kg) e envolvia alta repetição com risco para os ombros e risco de acidentes. A solução foi passar a operação de montagem dos pinos prisioneiros nos furos para antes da máquina de lavar, de tal forma que, ao pas- sar pela máquina, os furos já estavam preenchidos com os respectivos pinos e, portanto, não mais enchiam de água. Em outra indústria automobilística, uma operação de furar manualmente a chapa da caçamba da caminhonete para a instalação de determinado acessório foi eliminada pela colocação de dois punções na matriz de estamparia.

Nem sempre é possível eliminar o esforço crítico, mas muitas vezes é possível reduzir sua frequência ao longo da jornada de trabalho.

Solução Ergonômica 2

MELHORIAS DE BAIXO INVESTIMENTO

Trata-se de uma das atuações mais eficazes da Ergonomia, princi- palmente quando envolve a participação dos trabalhadores. Incluem- -se aqui:

Mudança na altura de máquinas e bancadas, visando reduzir os pro- blemas de coluna; ( Fig.2.1 )Mudança da altura de pallets que se encontram no nível do piso, colo- cando-os em 50 cm de altura; ( Fig.2.2 )Puxadores e pistões que reduzem o esforço humano;Pequenas mudanças no braço de alavanca de determinado esforço, com redução do esforço humano. Estimamos que cerca de 50% dos problemas ergonômicos existen- tes numa empresa podem ser resolvidos com melhorias de baixo in ves- timento, para as quais certamente sempre há dinheiro disponível.

Solução Ergonômica 3

EQUIPAMENTOS E SOLUÇÕES CONHECIDOS

Desde os primórdios da Ergonomia, uma série de equipamentos e acessórios foram desenvolvidos visando facilitar a vida do trabalhador e muitos deles são conhecidos. Enquadram-se nesse tipo de solução:

Figura 2.1 – Elevação da máquina eliminou postura forçada da coluna vertebral

Figura 2.2A – A embalagem de bobina no nível do piso forçava a coluna vertebral.

Fig.2.2.B – A colocação de uma plataforma fixa de 55cm de altura possibilitou que a atividade passasse a ser feita na posição ereta, sem desconforto e mais rapidamente

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

Solução Ergonômica 6

ORIENTAÇÃO AO TRABALHADOR E COBRANÇA DE ATITUDES CORRETAS

É muito importante destacar a necessidade da orientação aos tra- balhadores, passando para eles o porquê de se fazer o esforço da forma correta, considerando-se então as más práticas como não conformida- de e, portanto, sujeitas às devidas medidas administrativas de correção de desempenho.

Pessoas sentadas de forma imprópria, pessoas fazendo esforços manuais indevidamente quando existem recursos nos postos de tra- balho para a utilização correta do corpo, pessoas usando ferramentas incorretas na existência das adequadas, pessoas pegando recipientes pesados do alto de prateleiras sem colocar uma escada adequada exis- tente na área, pessoas colocando o monitor de vídeo de forma torcida no posto de trabalho, tudo isso constitui risco ergonômico dependente do comportamento humano.

Muitas vezes, a solução ergonômica é uma postura adequada do trabalhador no seu posto de trabalho. Outras vezes é o uso correto de um recurso ergonômico existente no posto de trabalho. Ainda, outras vezes, está na orientação quanto à técnica correta para se fazer um de- terminado esforço.

Solução Ergonômica 7

CONDICIONAMENTO FÍSICO PARA O TRABALHO E DISTENSIONAMENTO

Determinadas operações industriais exigem padrões de movimen- tos musculares específicos, que não se adquirem da noite para o dia. Outras tarefas são feitas em posições forçadas, que exigem ginásticas compensatórias; e muitas têm um alto componente de esforço mus- cular estático, que exigem distensionamento. Além disso, tem-se que considerar, nos tempos atuais, a alta prevalência de sedentarismo e a consequente pouca força muscular, mesmo entre indivíduos jovens.

O condicionamento físico dos trabalhadores é de grande importân- cia e envolve pelo menos 7 momentos fundamentais:

Preparação dos movimentos para o padrão muscular do traba- lho – em atividades de alta repetitividade, que envolvem padrões de movimentos automatizados, há que se ter um tempo adequado de treinamento (que pode variar de 3 semanas a 3 meses, conforme a complexidade da tarefa). O objetivo desse treinamento é conseguir movimentos coordenados (um automatismo de movimentos bem ajustado, harmonioso, com movimentos e postura corretos). Um bom método é ter um treinador que conheça bem a tarefa e seu modo operatório e que se responsabilize por um treinamento no modelo corpo a corpo, ensinando, acompanhando a execução e corrigindo a postura do aprendiz. O treinador gradativamente vai aumentando o ritmo do aprendiz, acompanhando a produtividade em gráficos, até

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

ATENÇÃO!

Nenhum dos tipos de ginástica mencionados irá resolver o problema de ergonomia, mas sim oferecer uma melhor condição para que o trabalhador enfrente as exigências de esforço físico e de repetitividade de seu trabalho.

ERGONOMIA 4.

que o trabalhador esteja totalmente apto para a tarefa. Ver detalhes na Seção 9.5 deste livro. Ginástica de condicionamento muscular para a tarefa o indiví- duo sedentário perde muito de sua massa muscular a partir dos 40 anos de idade, podendo tornar-se incapaz de executar tarefas e ativi- dades, mesmo sem grande esforço físico. Para prevenir boa parte des- sa hipotrofia muscular, é indicada a ginástica específica. Outra apli- cação importante da ginástica de condicionamento muscular é nas tarefas que envolvem um certo grau de força física, não superior aos limites de tolerância do ser humano. Para essas situações, é indicado que haja uma análise do esforço feito no trabalho, identificando os grupamentos musculares envolvidos; para isso, seria ideal haver na empresa um processo de treinamento físico dos trabalhadores para garantir a eficácia muscular para esse tipo de exigência. Os exercícios de condicionamento físico e ginástica na empresa de- vem ser modelados segundo a necessidade das tarefas e até mesmo segundo características e necessidades individuais. Não se justifica um formato geral para todas elas. Ginástica de aquecimento e de alongamento está indicada espe- cialmente para mecânicos e para outros que executam atividades fisi- camente pesadas. O aquecimento é uma sequência de exercícios com grandes grupos musculares, porém com pouca força, que tem dois objetivos principais: aquecer os diversos grupamentos musculares para que o deslizamento dos filamentos contráteis seja mais fácil e menos susceptível a distensões e aumentar gradativamente o meta- bolismo do corpo, de forma a se evitar esforço anaeróbico. O alonga- mento visa, fundamentalmente, aumentar a flexibilidade, garantindo que, na execução de esforços de grande amplitude, os músculos este- jam devidamente preparados, evitando-se distensões e outros trans- tornos musculares dolorosos. Ginástica de distensionamento está indicada em tarefas em que o corpo fica em posição estática ou tensionada. É o caso do trabalho co- mum em escritórios, com computadores, em call-centers e também em linhas de montagem em que partes do corpo (especialmente o pescoço) têm que ficar em postura estática para a execução correta da operação. Nesse caso, devem ser instituídos exercícios distensio- nantes, incluindo-se aqui uma bateria de exercícios de alongamento. É também indicada para gerentes e executivos, cuja atividade é ti- picamente acompanhada de alto nível de tensão. Em trabalhos em que o indivíduo permanece muito tempo sentado, é importante que sejam realizados exercícios de alongamento e mobilização dos mem- bros inferiores. Ginástica compensatória está indicada em situações de alta exi- gência em postura forçada. Tal é o caso de mecânicos, que têm que assumir posturas muito difíceis. Também é o caso de operadores de pontes rolantes que frequentemente têm que curvar o tronco para vi- sualizar o campo de trabalho abaixo da cabine de comando. Os exercí-

ERGONOMIA 4.

Solução Ergonômica 9 TEMPOS DE RECUPERAÇÃO DE FADIGA ( relief breaks ) Devem ser adotadas quando não se consegue a neutralização dos riscos ergonômicos com as medidas anteriormente colocadas. Devem ser instituídos de forma inteligente, somente quando houver, efetiva- mente, uma carga de trabalho alta e não existirem mecanismos de re- gulação no próprio trabalho. Por exemplo, ♦ Em linhas de montagem, durante períodos de acerto de processos, de falta de material, de encomendas irregulares, costuma não haver ne- cessidade de TRF, pois a atividade não é constante; no entanto, quando a atividade se tornar constante, eles poderão vir a ser necessários. ♦ Entre operadores de caixas de supermercado, em dias mais tranqui- los, costuma não ser necessário o TRF, pois costuma haver intervalo de descanso suficiente entre um cliente e outro; mas em fins de semana ou em épocas especiais de final de ano ou de início de mês costumam ser necessários. A definição dos TRF necessários em cada situação de trabalho será explicada no Capítulo 3 deste livro.

Solução Ergonômica 10 SELEÇÃO DE PESSOAS PARA SITUAÇÕES OU FUNÇÕES ESPECÍFICAS Conforme destacado anteriormente, um dos objetivos da Ergono- mia é minimizar a seleção de pessoas nos aspectos que não dependem delas: idade, sexo, compleição física e altura. Mas, com alguma frequên- cia, existem situações em que não se consegue adequar o trabalho à maioria das pessoas e, nesses casos, torna-se necessário traçar o perfil fisiológico e antropométrico da demanda e, enquanto perdurar a situa- ção de exigência, selecionar pessoas com perfil mais compatível com essa demanda. Como um norte, a seleção de pessoas com perfil de robustez, antro- pométrico e tolerância psicológica para exigências especiais do traba- lho deve constituir numa das últimas medidas, esgotadas todas as pos- sibilidades de solução já colocadas. Esse tipo de solução não deve ser considerado quando a exigência da função é extremamente alta, sendo aqui indicadas as medidas de engenharia e organização do trabalho vi- sando reduzir a intensidade do esforço. Uma questão atual está relacionada ao crescente número de obesos que, em decorrência de seu desequilíbrio ponderal, tornam-se inaptos a realizar mesmo atividades razoáveis sob o ponto de vista de ergono- mia. Nessa circunstância, a seleção deve ser praticada.

2.2 MAIS DE 100 IDEIAS DE ERGONOMIA POR MENOS DE R$ 1.000 (MUITAS DELAS DE CUSTO ZERO)

Um dos maiores sucessos dos Sistemas de Gestão da Ergonomia nas empresas é o baixo custo de boa parte das soluções. Ainda que, haja

ALGUMAS SITUAÇÕES DE TRABALHO PARA AS QUAIS AINDA É NECESSÁRIA A SELEÇÃO DE PESSOAS DE MAIOR CAPACIDADE FÍSICA:

Maqueiro em hospitais Gari Carregador de sacas de mantimentos ou caixas de laranja Entregador de móveis e eletrodomésticos Pessoal de mudanças Estivador Maioria das funções na Indústria automobilística (antropometria e robustez) Qualquer situação de levantamento de cargas com IL NIOSH entre 1,2 e 1,7 (ver Capítulo 6) Maioria das funções em minas de subsolo, onde se tem que subir em raises com perfuratriz ou em que se tem que fazer abatimento manual de choco Atividades rurais de plantio e combate a pragas Borracheiro de máquina pesada Mecânico de manutenção nas frentes de trabalho ou nas áreas industriais Policial de tropa de choque e infantaria Bombeiro e pessoal de resgate Outras atividades fisicamente pesadas por tempo prolongado

soluções de alto custo, pelo menos metade das medidas de alto alcance e de bom conforto custa muito pouco, ou mesmo nada.

A ideia para este texto foi tirada do livro The Ergonomics Edge , escri- to por Dan MacLeod, no qual o autor escreve uma tabela intitulada “ Melhorias Ergonômicas de custo menor que U$ 200”. Levando adiante aquela ideia e, também baseado em nossa própria experiência e em muitas questões resolvidas a baixo custo pelas empresas assistidas por nossa consultoria, apresentamos a seguir quase todas citadas por aquele autor e outras tantas.

No escritório:

1. Suporte para documentos 2. Apoio de ombro para telefone (ombreira) 3. Aparelho de headset para pessoas que precisam atender ao telefone e, concomitantemente, usar o teclado 4. Apoio para os punhos 5. Luminárias com difusores de claridade 6. Persianas para reduzir a claridade excessiva 7. Serviço de marceneiro arredondando a borda de mesas e retirando gavetas que estejam comprometendo o espaço para as pernas 8. Almofada ou tecido emborrachado em situações em que os cotove- los tenham que ficar apoiados sobre a mesa

Usuários de computador:

1. Teclado que já traz incorporado um apoio para os punhos, tornando a posição de uso do teclado muito mais confortável 2. Suporte de madeira sob o monitor, melhorando o ângulo de visão e evitando posições incômodas para o pescoço 3. Suporte de elevação do monitor de vídeo, de altura regulável, libe- rando espaço para documentos 4. Mudança de layout colocando os computadores de lado para a janela 5. Liberação de espaço na mesa, para que se possa deslocar o monitor de vídeo um pouco mais para trás ou para frente; e também para que se possa deslocar um pouco o teclado 6. Retirada das CPUs de cima da mesa, liberando mais espaço e pro- porcionando melhores condições de trabalho 7. Monitores de vídeo de LED 8. Troca de teclado ou mouse quando estiverem duros

Usuários de notebook

1. Caixa de madeira (tipo caixa de baralho, com 6 a 10 cm de altura) para colocar o notebook sobre ela, conectando um teclado externo e um mouse externo; essa caixa resolve um dos grandes problemas dos notebooks para pessoas altas, garantindo um melhor posiciona- mento da tela e eliminando flexão forçada do pescoço 2. Miniteclado externo 3. Mouse externo

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

MACLEOD, D. The Ergonomics Edge: Improving Safety, Quality and Productivity. New York: Van Nostrand Reinhold, 1995. 278 p.

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

16. Manípulos (cabos) de ferramentas almofadados e feitos de mate- rial não metálico (plástico ou madeira) 17. Cabos de ferramentas com bom coeficiente de atrito 18. Revestimento redutor de vibração no cabo de ferramentas ma- nuais energizadas 19. Segundo manípulo em determinadas ferramentas, facilitando sua pega e seu uso 20. Barras antitorque 21. Iluminação adequada para a tarefa 22. Algumas telhas translúcidas no teto do galpão, melhorando a ilu- minação 23. Engradados móveis dotados de manípulos para as mãos 24. Alças ou correias nas caixas 25. Colocação de biombo de alumínio entre uma fonte de calor radian- te e o trabalhador 26. Aumento da altura das mesas de trabalho e bancadas 27. Estrados para pessoas mais baixas terem acesso aos níveis mais elevados 28. Local fixo e definido para o posicionamento das ferramentas 29. Rosca sem fim para permitir regulagem da altura do plano de tra- balho (em atividades leves) 30. Bomba de sucção de tambor, evitando que tenham que ser tombados 31. Volante para a movimentação de tambores

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA

32. Estrados de 50 cm de altura para que as caixas, containers ou en- gradados sejam colocados sobre eles 33. Caixas menores e mais leves para a colocação de componentes ou peças trabalhadas: no máximo 18 kg quando vão ser manuseadas

ERGONOMIA 4.

por um só trabalhador e no máximo 30 kg quando o forem por dois trabalhadores

34. Alongamento de eixos de bobinas de embalagem com mais de 15 kg, possibilitando que a colocação nas máquinas seja feita por dois trabalhadores 35. Aumento do cabo de comandos quando for necessário fazer força 36. Troca de tampas de canaletas feitas de concreto por tampas metá- licas, com dobradiças e alças para elevação 37. Troca da posição de botoeiras, aproximando-as do ponto de trabalho

Válvulas em instalações industriais

1. Mudança no posicionamento de válvulas – muitas vezes, elas estão apenas colocadas do lado errado 2. Colocação de corrente em válvulas que estejam no alto, de forma a poderem ser acionadas do nível do piso (obrigatória a colocação de alça para prender a corrente quando não estiver em uso) 3. Alongamento do eixo das válvulas, de forma que seu volante fique a 100 cm de altura (volante horizontal) ou a 135 cm no caso de volante vertical 4. Chave especial alongadora para operar válvulas pequenas que es- tejam próximas do nível do piso

No almoxarifado

1. Estrados metálicos de 50 cm de altura para posicionar caixas, en- gradados e outro material recém-recebido, possibilitando ao tra- balhador realizar a inspeção em condições adequadas de conforto para a coluna 2. Armazenar itens pesados na altura da cintura 3. Armazenar itens leves nas estantes mais altas ou nas mais baixas 4. Mudanças no layout 5. Reduzir as dimensões das bancadas e prateleiras, de forma a não ter que se encurvar para colocar ou retirar peças 6. Alinhar a altura de prateleiras com a altura de carrinhos transpor- tadores 7. Superfícies inclináveis 8. Mourões para apoiar tambores: colocar 4 em cada pallet com tambores cheios, de forma que os garfos da empilhadeira possam entrar no vão deixado pelos mourões e pegar os tambores com segurança (essa simples medida eliminará o esforço enorme que o pessoal tem que fazer para descer os tambores de cima do pallet ) 9. Pintar faixa na parede a 140cm de altura, indicando o limite má- ximo de armazenamento manual de peças em pallets, caixas ou sacaria, quando eles são ali colocados ou retirados pelo esforço do trabalhador

ERGONOMIA 4.

10. Reparos no piso 11. Sinais e instruções fáceis de serem entendidos

Prática das pessoas

1. Ginástica de aquecimento e alongamento ao início do turno de tra- balho para aqueles que fazem atividade fisicamente pesada e para mecânicos 2. Ginástica de distensionamento e alongamento para pessoal que trabalha de forma constante com computador e para aqueles que executam atividade em linhas de montagem mantendo o corpo em posição predominantemente estática 3. Ginástica compensatória quando o trabalhador tem que permane- cer por muito tempo em posição forçada do corpo 4. Promover alternância em tarefas, especialmente quanto à posição de trabalho: nunca deixar que o trabalhador fique permanentemen- te de pé; alterná-lo com posição em que se trabalhe sentado e vice- -versa 5. Tempos de recuperação de fadiga de 10 minutos a cada hora para quem tem atividade constante de entrada de dados em computador; de 10 minutos a cada 2 horas nas demais atividades de posições fixas de trabalho, com pouca mobilidade do corpo, ou em tarefas de alta repetitividade; no caso de tarefas em ambientes de altas tempe- raturas, consultar os padrões do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido-Ter- mômetro de Globo) 5. Treinamento de levantamento e manuseio de cargas que oriente para os aspectos fundamentais do comportamento humano nessas situações de trabalho

Práticas de organização do trabalho

1. Estabelecer como padrão um período mínimo de 3 semanas para adaptação do corpo ao trabalho antes de utilizar totalmente o po- tencial de mão de obra do trabalhador recém-admitido ou que tenha ficado ausente do trabalho por longos períodos 2. Distribuir as tarefas ao longo do dia, diminuindo ao máximo as ur- gências e o acúmulo sobre algumas pessoas ou em alguns horários do dia 3. Controlar o número de horas extras em tarefas repetitivas, de forma que não ultrapasse 2 horas por dia e não ultrapasse 2 vezes por se- mana 4. Instituir rodízio nas tarefas, alternando as atividades segundo as exigências sobre os diversos segmentos corpóreos 5. Balancear a ocupação dos trabalhadores, de tal forma que a taxa de ocupação ou engajamento em atividades repetitivas nunca esteja acima de 85%; ou naquelas em que haja dificuldade ergonômica nunca esteja acima de 80%

6. Desenvolver prática-padrão para operações críticas – esse procedi- mento permite identificar as principais situações ergonomicamente inadequadas e planejar a sua solução 7. Estudar a movimentação de materiais e mudar o layout reduzindo as movimentações desnecessárias

2.3 A COMPLEXIDADE DE UMA SOLUÇÃO ERGONÔMICA QUANDO HÁ TENDÊNCIAS CONFLITANTES

É importante destacar que uma solução ergonomicamente adequa- da deve levar em consideração seis critérios: produtividade, epide- miológico, biomecânico, fisiológico, psicofísico e vaidade. Explicando melhor: ♦ Uma solução, para ser considerada ergonomicamente correta, nunca reduz a produtividade, em seu sentido maior de relação entre fatura- mento e custo. ♦ A solução ergonômica, para ser considerada adequada, deve reduzir as queixas de dor, desconforto, fadiga e dificuldade na realização do trabalho. ♦ Numa solução ergonomicamente correta, é possível demonstrar que o corpo está trabalhando em posição biomecanicamente mais con- fortável.

♦ A solução ergonômica gera menor cansaço na realização do trabalho. ♦Numa situação ergonomicamente correta, o trabalhador a aceita e a pratica.

♦ Considerar o fator vaidade. É importante saber que, muitas vezes, pelo fator vaidade, o indivíduo boicota uma solução que deveria ser a mais correta. Nem sempre se consegue um acerto completo dessas seis áreas de- vido à complexidade do ser humano, mas a melhor solução é aquela em que esses diversos aspectos tenham sido analisados e considerados, chegando-se a um ponto de equilíbrio entre tendências algumas vezes conflitantes. Mas deve-se sempre considerar que a produtividade e o epidemiológico não podem ser comprometidos. Se a produtividade for prejudicada, a empresa não arcará com o custo da solução. Se a solução vier com aumento de queixas do trabalhador, ela não é adequada, pois fere o princípio básico da ergonomia, que é adaptar o trabalho às pes- soas, visando à produtividade, com conforto e segurança.

EXEMPLOS DE TENDÊNCIAS CONFLITANTES:

O transporte manual de pesos de 5 kg pode ser ótimo para evitar lombalgias e queixas na coluna, mas não será bem aceito por trabalhadores, pois ocasionará fadiga por ter que transportar cargas mais vezes; eles preferirão transportar menos vezes cargas de peso maior. A instalação de talhas mecânicas para ajudar na movimentação de peças somente deve ser feita para cargas mais pesadas que 15 kg, pois, em cargas mais leves, os trabalhadores perceberão maior produtividade fazendo o levantamento manual. Cadeiras muito bonitas e de espaldar alto serão preferidas pelos trabalhadores pelo aspecto visual e pela vaidade do status, mesmo que não sejam muito boas sob o ponto de vista de ergonomia. Numa atividade de picking (romaneio), a recomendação de que todos os objetos estejam entre ombros e púbis não serão aceitas pelos trabalhadores as áreas de picking ficam muito grandes e os trabalhadores irão se cansar. Uma solução razoável é ter áreas menores e colocar acima do nível dos ombros e abaixo do púbis somente objetos leves.

OS 10 TIPOS DE SOLUÇÃO ERGONÔMICA