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História da Contabilidade: Origens e Evolução, Resumos de Evolução

Uma panorámica histórica da contabilidade, abrangendo desde sua origem até a evolução da disciplina no século xx. O texto destaca as diferentes etapas da história da contabilidade, destacando-se a idade média e a formação das primeiras teorias científicas. Além disso, o documento aborda a importância da contabilidade na evolução humana e na formação da ciência.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amazonas
Amazonas 🇧🇷

4.4

(80)

224 documentos

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tNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO,
ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA
CONTABILIDADE
KARINE DE CASTRO PINTO LOPES
FORTALEZA, JULHO, 1999
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tNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO,

ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA

CONTABILIDADE

KARINE DE CASTRO PINTO LOPES

FORTALEZA, JULHO, 1999

ORIGEM E EVOLUÇÃO

DA CONTABILIDADE

KARINE DE CASTRO PINTO LOPES

Orientadora: M a DAS GRAÇAS ARRAIS DE ARAÚJO

/

Monografia apresentada à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e secretariado, para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

FORTALEZA — CE

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que sempre me ajuda e me guia.

Aos meus pais, nos quais me espelho por sua honestidade e sabedoria.

Aos meus amigos, e em especial a minha amiga Esther, que muito me apoiou.

À todos os meus professores, principalmente, a minha orientadora e professora M a das Graças Arrais Araújo, por sua paciência e confiança.

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS I

SUMÁRIO II

RESUMO

A Contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizam os da própria evolução do ser humano. A História da Contabilidade divide-se, pois, em nítidos períodos, cada um servindo de base para demarcar as evoluções, embora a maior parte do saber se tenha situado, apenas, no campo dos que a humanidade atribuiu à escrita, como arte, e ao poder de memória gravado que ela ofereceu como fonte de evidência, controle, base de decisão e prova. Como em todos os ramos do conhecimento humano, também, na Contabilidade, a ciência construiu-se de teorias, portanto, não se pode negar a relevante formação de doutrinas, escolas matrizes e escolas derivadas, tão como de correntes que somam às escolas dentro de uma unidade de pensamentos. Entre as principais, destacam-se, a partir do Contismo, as seguintes: Materialismo substancial, Personalismo, Controlismo, Reditualismo, Aziendalismo e o Patrimonialismo. Todas essas tendências do pensamento contábil preocuparam-se em situar a verdadeira matéria de estudos da Contabilidade e a classificação desta no mundo científico: Diversos fatores trouxeram expressivas transformação no conhecimento contábil, influindo sobre a história da Contabilidade, no século XX. Entre outros, temos os seguintes: o advento da Informática e da Telemática, paralelamente ao grande progresso tecnológico; a dilatação do estudo contábil, a aceleração expressiva da pesquisa, a utilização do ensino universitário, etc. Tal história continua sendo construída e seu futuro célere, cada vez mais evidenciando a utilidade de tal conhecimento.

INTRODUÇÃO

A palavra CONTABILIDADE vem do termo latino COMPUTABILIS, que significa contábil, calculável, computável, orçamentável. Não é descabido afirmar que a noção de conta e, portanto, de Contabilidade seja, talvez, tão antiga quanto a origem do Homo Sapiens. Alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas aproximadamente a 4.000 anos a.C. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. Na invenção da escrita, a representação dos números normalmente tem sido uma precedência histórica. Logo, é possível localizar os primeiros exemplos completos de Contabilidade, seguramente no quarto milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério- babilônica. Mas é possível que algumas formas rudimentares de contagens de bens tenham sido realizadas bem antes disto, talvez por volta do sexto milênio antes de Cristo. É claro que a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário fisico, sem avaliação monetária. Em termos de entendimento da evolução histórica da disciplina, é' importante reconhecer que raramente o "estado da arte" se adianta muito em relação ao grau de desenvolvimento econômico institucional e social das sociedades analisadas, em cada época. O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades e nações. Considerando ser um assunto de grande importância, este trabalho tem como objetivo oferecer aos estudantes e profissionais interessados, conhecimentos sobre a origem e evolução da Contabilidade. Com a finalidade de atingir o objetivo proposto, a estrutura desta monografia foi dividida em oito capítulos obedecendo a seqüência lógica do assunto. O capítulo 1 trata da divisão histórica da Contabilidade, mostrando a utilidade que existe em diferenciar-se cada etapa da evolução.

1. DIVISÃO DA HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

1.1 Fundamentos da divisão dos períodos

As razões pelas quais se tem dividido em períodos os estudos da História repousam, especialmente, na utilidade que existe em diferenciar-se cada etapa da evolução, ou seja, a época em que novos rumos foram sendo tomados quanto ao caráter evolutivo do conhecimento. A contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizam os da própria evolução do ser humano. Como ciência social, atada aos interesses do homem pelos cuidados que dedica à riqueza, viveu nosso conhecimento, quase todo o tempo, em sua periferia, ou seja, da evidência das memórias, das provas, da singela informação. Nenhum demérito existe nessa forma de caminhar no tempo, pois, também, os demais conhecimentos tiveram igual destino, mesmo os hoje qualificados como os mais nobres, bastando lembrar o que ocorreu com a Alquimia, hoje Química. Federigo Melis (1950, p.3), afirma em sua obra "Storia Della Ragioneria" que, "desde que o homem se preocupou com o amanhã, preocupou-se, também, em fazer contas, mas, em verdade, nem sempre soube, racionalmente, o que fazer com as informações que guardou". A História da Contabilidade, portanto, encontra suas bases nas mais remotas idades, mas sua dignidade cientifica só ocorreu quando as demais disciplinas também encontraram tal caminho, ou seja, há pouco tempo.

1.2 Períodos principais da História da Contabilidade

Os periodos evolutivos de nosso conhecimento, assim podem ser classificados I. Intuitivo Primitivo: foi vivido nos períodos liticos, da pré-história da humanidade, caracterizando-se pelas manifestações rudimentares de arte e pré-escrita, dedicado à simples memória rudimentar da riqueza. II. Racional-mnemônico: de disciplina dos registros, como o estabelecimento de métodos de organização da informação, ocorrido na antigüidade iniciou-se a cerca de 4.000 anos a.C.

III. Lógico rácional: preocupa-se com a evidência de causa e efeito dos fenômenos organizados em sistemas primários; deu origem à Partida Dobrada, desenvolvido na Idade Média da Humanidade, iniciou-se, segundo provas, a partir da Segunda metade do século XI. IV. Literatura: em que a evolução defluiu da produção de matéria escrita de difusão do conhecimento, com a preocupação de ensinar por meio de livros escritos por autores preocupados com a forma de "como realizar registros e demonstrações"; tal período ensaia-se a partir do século XI, tendo como berço o mundo islâmico; acelerou-se no Ocidente, e assim se definiu a partir do século XV. V. Pré-científico: em que a intensa busca de raciocínios, definições e conceitos em matéria não só de registros, mas, especialmente, de fatos ou ocorrências com a riqueza ensejou a disciplina das contas. Nessa fase, ocorre a formação das primeiras teorias empíricas, abrindo caminho para a lógica do conhecimento contábil que transcendeu a simples informação; tal periodo começa a viver a partir dos fins do século XVI, prolongando-se, sempre, em etapas evolutivas, até o início do século XIX. VI. Cientifico: nele aparecem as primeiras obras cientificas e estabeleceram-se as bases das escolas do pensamento contábil; .é a época em que se passou a estudar a essência dos fenômenos patrimoniais, de suas relações, ou seja, o que significaram os fatos informados e relativos ao patrimônio, tendo sido vivido a partis das primeiras décadas do século XIX; tal período constitui-se naquele da história das doutrinas. VII. Filosófico-normativo: vivido na década de 50 deste século XX em que a preocupação de normalizar as informações e de penetrar na interpretação conceptual definiu bem as áreas da informação disciplinada e do entendimento profundo e holistico dos fenômenos patrimoniais, tal periodo é o da atualidade, em que paralelas seguem, defmidas as duas correntes: a empírica-normativa e a científico-filosófica, ambas suportadas por considerável avanço da tecnologia da informação.

1.3 Imprecisão das datas

Quanto as datas precisas dos periodos racional-mnemônico e lógico-racional, existe ainda, questões a investigar, especialmente quanto a este último, em razão do que o mundo islâmico pode ainda oferecer de instrumentações; como as pesquisas prosseguem, alterações poderão

IV — Idade Contemporânea ou Idade Cientifica da Contabilidade: é o período que se caracteriza pelos estudos de natureza científica, com plena sistematização do conhecimento, iniciando em 1.840 até os nossos dias.

2. A CONTABILIDADE NA ANTIGUIDADE

2.1 Considerações Gerais

Na idade antiga da ciência contábil, estuda-se a técnica empregada para o registro dos fatos patrimoniais pelos povos da antigüidade como os sumérios, os babilônios, os egípcios, os elamitas, os cretenses, os gregos e os romanos Sendo considerada época empírica ou pré- histórica da contabilidade, de vez que alguns autores afirmam que a contabilidade nasceu com o homem das cavernas.

2.2 Suméro-babilônios

Grandes historiadores especializados, entendem que as bases da civilização ocidental repousam em tudo o que ocorreu na Mesopotamia e no Egito e a contabilidade não foge dessa conclusão. A Mesopotamia, compreende hoje o território do fraque, é limitada pelos rios Tigre e Eufrates, e está dividida em duas grandes regiões: ao norte a Assíria e ao sul a Suméria, de clima quente e planícies férteis..Por ser uma terra de fácil acesso, foi invadida por diversos povos, no início da civilização. O adiantado a que chegaram os babilônios em astronomia, pelas rigorosas medidas, atesta o quanto eram avançados em seus sistemas de cálculos e de numeração. Muitos registros contábeis desses dois povos perderam-se dada a intensidade de sua vida comercial e industrial, e a fragilidade da matéria empregada no registro. Preocupavam-se muito com cálculos e registro, chegando mesmo ao domínio de escriturações contábeis. Suas contas oferecem a demonstração do sistema decimal. E esses números acompanham as pictografias. As tabuletas feitas de argila crua, denominadas Uruk I, II, III, IV, V, VI periodos, Jamdet Nars, Fara e Ur arcaica, são textos arcaicos da Babilônia. Algumas dessas, trazem escriturações de um objeto com numeração e relação de pessoas com o mesmo. Dentre as tabuletas com vários registros destacam-se os seguintes: I — Animais de cargas destinados também ao cultivo da terra; II — Divisão de terras alugadas; III — Contas de pagamentos;

3° - A escrituração representa em todos os textos uma^ adaptação da escrita cuneiforme própria do local.

Referidas tabuletas são bastante denominadas pela tipografia e nelas pode-se reconhecer o desenho do objeto, a inscrição do nome do proprietário e o número ou quantidade do objeto. A apuração contábil tinha como principal finalidade registrar as colheitas, as sementes, o fornecimento de cereais, frutas, etc.

2.4 Os Egípcios

Os egípcios legaram um riquíssimo acervo dos historiadores da contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 antes de Cristo. A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário se revestia de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o início do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam de forma primitiva, controles administrativos e financeiros. As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro se iniciava com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transportes, se ocorre, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas. No mundo antigo, as viagens, sempre difíceis, quase sempre longas, possuíam contas especiais para seus registros, assim como apurações especifica, e esse costume prevaleceu até alguns séculos atrás; é licito, pois, falar-se de uma contabilidade das viagens como de um exercício autônomo fosse para uma empresa ou para o Governo. Os regimes tributários, os critérios de pagamentos de pessoal, tanto na Mesopotâmia quanto na Africa, tiveram controles contábeis da melhor qualidade, a ponto de se estabelecerem registros individualizados para cada beneficio. Segundo Jack Goody (1987, p.115) tudo era objeto de registros, inclusive as pilhagens (que eram fontes importantes de riqueza dos Estados), ou seja, os saques que eram feitos nas cidades vencidas e que depois deviam ser objeto de distribuição pelo Estado. Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento dos Estados", "Conta de vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "shat". Era a adoção, de maneira prática do Princípio do Denominador Comum Monetário.

2.5 Os Cretenses

Seguindo essa marcha evolutiva, quando os processos contábeis se desenvolvem em Creta, na época da civilização pré-helênica, tudo indica que sofreram a influência das já maduras Civilizações do Oriente Médio e da África. Naquela ilha onde viveu uma esplendorosa civilização, a Minóica, muito se perdeu, quer em razão de agentes naturais (muitas erupções, terremotos, erosões), quer pelo material usado para registros, quer pelos critérios de sigilo. A escrita em Creta, ideográfica a princípio, mas, depois, passando à fonética, deixa algumas provas que nos mostram que a evolução contábil não se havia interrompido, seguindo o curso evolutivo das sociedades. O povo cretense atribuía uma importância singular à escrituração contábil, fazendo seus registros em argila, cuja a descoberta em escavações recentes feitas a cerca de 50 anos atrás provam que o período de maior expansão agrícola e industrial foi o Minóico Médio, que indica em 2.100 indo até 1.580 a.C. O Estado mantinha intervenção ou controle ostensivo na produção, e esta era dividida em partes: a) Produção destinada ao sacrificio religioso; b) Produção destinada aos visitantes; c) Produção destinada ao poder comum. Embora estudiosos detenham-se em avançado estágio de pesquisa, têm, encontrado dificuldades para decifrar e interpretar inscrições que até a presente data acham-se sem solução. O povo cretense tinha o cuidado de ligar as contas da mesma natureza, o que faziam em argila. Procediam da seguinte maneira: faziam um orificio na argila e introduziam uma corda. E assim, ligavam os registros da mesma natureza possibilitando ou ordenando o seu arquivo nacional. 0 que nos mostra que já aquela época, o princípio de sistematização era utilizado.

registros de maior-importância como no caso de comprovação de atos decisivos. Somente o mármore vem resistindo às intempéries do nosso tempo. Os gregos dividiram os seus registros contábeis em três classes, absolutamente distintas: 1° - Evidencias das relações com os empreendedores de obras públicas; 2° - Registros das relações dos aluguéis de terras; 3° - Inventário completo dos bens dos templos e as contas gerais do tesouro dos mesmos. Há um destaque especial para a 2° classe, pois aí há um inventário completo dos bens, as locações detalhadas pormenorizadamente, fazendo-nos crer ser a origem da lei do inquilinato, tal sua perfeição. Figuravam nas prestações de contas as entradas de bens relativos à pesca, aos aluguéis e aos impostos recebidos, bem como reembolso de empréstimos e cobrança de juros incidentes sobre tais empréstimos. Os custos e as despesas são demonstrados por totais mensais, reunidos depois em um total geral do ano, e finalmente, um confronto de custos e receitas, com apuração de saldo.

2.7 Os Romanos

O mundo romano, imenso e poderoso, sucedendo ao grego, foi palco • de grandes acumulações de riqueza, com muito maior extensão de terras, aprimorados sistemas de administração, e rica ciência periódica, e contou com grandes intelectuais, além de uma estrutura social bem definida. A contabilidade dos romanos realizou, nas diversas fases de sua civilização (fase dos reis, republicana, imperial, imperial de Deocleciano e Constantino, etc.), diversas evoluções e pode ser identificada como de excelente qualidade, superior à que herdou de outros povos, com características marcantes, embora pouquíssima prova material da mesma chegando a nossos dias. Foi eminente analítica e preocupou-se com o instituto de prova dos livros contábeis, mas nestes com maior relevo, com análise dos fatos patrimoniais por atividades A manutenção de livros para cada atividade, para cada grupo de fatos específicos, foi basicamente uma caracteristica romana, embora, com menor precisão, também seja encontrada no Egito e nas civilizações mesopotâmicas.

Em Roma tiveram importância singular a Contabilidade Pública e a das Colônias; basta a imensidão de seu Império para que se possa ter idéia do que exigia. É suficiente analisar o complexo do sistema administrativo de um império com a dimensão do romano em época de difícil transporte, para que se possa conceber as dificuldades e as necessidades dos controles. Estabelecendo-se hipóteses sobre os custos dos deslocamentos de tropas de Roma para a Germânia ou para a Lusitânia, obtém-se uma idéia do que os contadores da época tinham que registrar e controlar. De tudo se produziam balanços e existiam prestações de contas, ou seja, produziam-se as peças denominadas especiais com escrita contábil especial, como as havidas para as obras públicas (Ratio operum publicaram), para os serviços de água (Ratio aquariorum), etc. Na maior parte da história romana, a contabilidade pública foi centralizada, integrada, possuindo um Contador Geral do Estado, que também era responsável pela gestão do patrimônio público. Ao tempo de Marco Aurélio, o Contador geral era o homem mais bem remunerado da administração pública de Roma, com honorários de 300.000 sestércios ao ano, sendo o único trecenarius (denominação dada á quem tinha tal remuneração). No maior Império do Mundo, pois, o mais poderoso gestor da riqueza estava entregue a um só homem — o Contador geral do Estado. Dado o sistema politico adotado, existiam os grandes problemas de controles contábeis de conquistas, colonizações, concessões, ocupações, alienações, etc. O período racional-mnemônico parece ter encontrado seu ponto alto em Roma, seguindo um curso sempre ascendente. A queda do Império Romano, ocorrida no século V de nossa era, deu lugar a um período de lentos progressos no ocidente, mas de evoluções no oriente, em relação à História da Contabilidade, como se fosse um retorno do destino. A exuberância antiga da Mesopotâmia, cedida ao ocidente, somou-se aos sucessivos progressos e mais ainda elevou-se com ápice de Roma. A queda do Império Romano não extinguiu o que já se acrescentara aos progressos do conhecimento contábil, mas o declínio da riqueza na Europa foi inevitável no ocidente; a evolução, todavia, no mundo árabe, prosseguiria e daria a este novas oportunidades de comparecer com outras preciosas contribuições no campo da Contabilidade.