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Demonstração da Origem e Aplicação de Fundos: Uma Análise Detalhada, Notas de aula de Auditoria

Este documento aborda a demonstração da origem e aplicação de fundos em um relatório financeiro de uma sociedade anônima. Ele explica o conceito de demonstração de origem e aplicação de fundos, seu objetivo e benefícios, e fornece um caso prático para ilustrar o processo. O documento também discute as variações de contas que podem representar origens e aplicações de fundos, como o capital de giro.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Andre_85
Andre_85 🇧🇷

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M. Roberto Gherrize
*
1. Introdução. 2. Conceitos. 3.
os-
jetivos. 4. Origem de fundos. 5.
Aplicação dos fundos. 6. Capital
de giro. 7. Caso prático de preparo
da demonstração da origem e
aplicação de fundos. 8. Formas de
apresentação.
R. Adro. Erop., Rio de Janeiro,
Origem e Aplicação de Fundos
A posição financeira de uma
sociedade anônima, bem como
os resultados de suas operações
em determinado período,
é
normalmente demonstrada ao
público pela publicação do
relatório da diretoria,
acompanhado do balanço geral
e da demonstração de lucros
e perdas. Em muitos casos, essa
publicação
é
feita apenas para
atender às exigências legais,
pois as demonstrações
financeiras convencionais
não contêm tôdas as
informações essenciais para
seu entendimento e análise.
Entretanto, temos observado
que algumas sociedades têm
publicado seu balanço geral
e a demonstração de lucros e
perdas acompanhados de notas
explicativas e dados adicionais,
tais como demonstração das
mutações patrimoniais, da
origem e aplicação de fundos
etc. Essas sociedades procuram
levar ao conhecimento do
oúblico dados e informações
sôbre suas atividades e os .
resultados obtidos.
O objetivo dêste trabalho
é
abordar especificamente a
11(4) :47-52,
demonstração da origem e
aplicação de fundos, pois
entendemos que ela contém
informações essenciais para a
compreensão e análise dos
negócios de uma emprêsa
num determinado período.
2.
CONCEITOS
Podemos conceituar a "origem
e aplicação de fundos" como
uma demonstração condensada
do modo pelo qual as operações
foram financiadas e os recursos
financeiros aplicados durante
certo tempo.
O preparo da demonstração
consiste bàsicamente na
análise comparativa entre os
balanços inicial e final, em
determinado período. Para tal
comparação, teremos
necessidade de análises
minuciosas das transações
registradas em algumas contas,
tais como ativo imobilizado,
lucros em suspenso etc., pois,
conforme comentado nos
parágrafos seguintes, a simples
*
Gerente da Auditoria da Arthur
Anderson
&
Co.
out./dez. 1971
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pf4
pf5

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Baixe Demonstração da Origem e Aplicação de Fundos: Uma Análise Detalhada e outras Notas de aula em PDF para Auditoria, somente na Docsity!

M. Roberto Gherrize *

1. Introdução. 2. Conceitos. 3. os-

jetivos. 4. Origem de fundos. 5.

Aplicação dos fundos. 6. Capital

de giro. 7. Caso prático de preparo

da demonstração da origem e

aplicação de fundos. 8. Formas de

apresentação.

R. Adro. Erop., Rio de Janeiro,

Origem e Aplicação de Fundos

A posição financeira de uma

sociedade anônima, bem como

os resultados de suas operações

em determinado período, é

normalmente demonstrada ao

público pela publicação do

relatório da diretoria,

acompanhado do balanço geral

e da demonstração de lucros

e perdas. Em muitos casos, essa

publicação é feita apenas para

atender às exigências legais,

pois as demonstrações

financeiras convencionais

não contêm tôdas as

informações essenciais para

seu entendimento e análise.

Entretanto, temos observado

que algumas sociedades têm

publicado seu balanço geral

e a demonstração de lucros e

perdas acompanhados de notas

explicativas e dados adicionais,

tais como demonstração das

mutações patrimoniais, da

origem e aplicação de fundos

etc. Essas sociedades procuram

levar ao conhecimento do

oúblico dados e informações

sôbre suas atividades e os.

resultados obtidos.

O objetivo dêste trabalho é

abordar especificamente a

11(4) :47-52,

demonstração da origem e

aplicação de fundos, pois

entendemos que ela contém

informações essenciais para a

compreensão e análise dos

negócios de uma emprêsa

num determinado período.

2. CONCEITOS

Podemos conceituar a "origem

e aplicação de fundos" como

uma demonstração condensada

do modo pelo qual as operações

foram financiadas e os recursos

financeiros aplicados durante

certo tempo.

O preparo da demonstração

consiste bàsicamente na

análise comparativa entre os

balanços inicial e final, em

determinado período. Para tal

comparação, teremos

necessidade de análises

minuciosas das transações

registradas em algumas contas,

tais como ativo imobilizado,

lucros em suspenso etc., pois,

conforme comentado nos

parágrafos seguintes, a simples

  • Gerente da Auditoria da Arthur

Anderson & Co.

out./dez. 1971

comparação dos saldos é

inconclusiva.

A demonstração apresenta,

como resultado final, aumento

ou diminuição no capital de

giro, considerando como fundos

tôdas as fontes e tôdas as

aplicações que afetam a posição

financeira da emprêsa.

  1. OBJETIVOS

A demonstração da origem e

aplicação de fundos tem como

objetivos principais:

a) auxiliar na análise financeira

dos resultados das operações

realizadas num determinado

período;

b) auxiliar no preparo de

orçamentos financeiros;

c) apresentar dados que não

podem ser fácil ou diretamente

obtidos das demonstrações

financeiras convencionais.

Por si só, contribuirá nas

respostas a questões sôbre

assuntos financeiros, tais

como:

a) Qual é o total dos recursos

gerados pelas operações da

emprêsa?

b) Por que o capital de giro

diminuiu, quando o resultado

do exercício apresentou lucro

líquido?

c) Por que a diretoria está

propondo dividendos de 5%,

quando no ano anterior pagou

10%?

d) Como está sendo financiada

a expansão da fábrica?

e) Por que a diretoria está

propondo a emissão de

debêntures?

f) Como foi aplicado o

empréstimo obtido no exterior?

Devido a sua grande utilidade

é plenamente recomendável a

inclusão da demonstração da

origem e aplicação de fundos

como parte das demonstrações

financeiras do exercício.

48

  1. ORIGEM DE FUNDOS

4.1 Recursos obtidos por

operações próprias

Na apuração dos recursos

obtidos por operações

realizadas pela própria emprêsa

durante certo período e que

foram aplicados nos negócios,

torna-se necessário ajustar o

lucro líquido do exercício,

subtraindo as distribuições que

representam desembolsos

de caixa a curto prazo e

adicionando os custos

incorridos que não os

representam.

A adição de determinados

custos ao lucro líquido é

justificada, pois sua contabi-

lização representa uma dedução

das receitas obtidas com as

vendas, sem que haja um

correspondente desembôlso

de caixa. Entre os custos que

não o representam, o mais

comum é a depreciação, uma

vez que pràticamente tôdas as

companhias trabalham com

ativos depreciáveis.

Para se obter o valor total dos

recursos obtidos através das

operações realizadas, o

valor das depreciações, das

baixas e das retiradas deve ser

adicionado ao lucro líquido do

exercício.

4.2 Aumento nas contas do

Exigfvel a Longo Prazo

Os empréstimos obtidos a longo

prazo são origens de fundos a

serem aplicados nos negócios.

4.3 Diminuição nas contas

do Realizável a Longo

Prazo

A venda de ações de outras

emprêsas, as transferências

de empréstimos compulsórios,

obrigações reajustáveis etc.,

para realizável a curto prazo,

representam origens de fundos.

4.4 Outras origens

Analisando os balanços inicial e

final, poderemos encontrar

outras variações de contas que

possam representar origens

de fundos. O aumento de capital

com integralização em dinheiro,

a redução de ativo pendente, o

aumento em resultado pendente

no passivo são casos que

representam outras origens de

fundos.

  1. APLICAÇÃO DOS FUNDOS

5.1 Ativo imobilizado

As adições ao ativo imobilizado

representam a principal

aplicação de fundos, pois num

país em fase de desenvolvi-

mento é de se prever que tôdas

as indústrias tenham planos de

expansão.

As transações registradas em

conta do ativo imobilizado

devem ser analisadas com

especial atenção, pois

geralmente incluem origens

e aplicações de fundos. O

custo de novas adições

representa aplicações de fundos,

enquanto que as vendas de

bens representam origens.

5.2 Aumento nas contas do

Realizável a Longo Prazo

A compra de ações de outras

emprêsas, os recursos aplicados

em depósitos compulsórios e

obrigações reajustáveis

representam aplicações de

fundos.

5.3 Diminuição nas contas do

Exigfvel a Longo Prazo

As transferências de emprés-

timos a longo prazo para

curto prazo representam

aplicações de fundos.

5.4 Outras aplicações

Analisando os balanços inicial

e final, poderemos encontrar

outras variações de contas que

representam aplicações de

fundos. Por exemplo, aumento

do ativo pendente, distribuição

de dividendos provenientes de

lucros de anos anteriores etc.

Outra aplicação de fundos,

que na realidade é

representada pela diferença

Revista de Administração de zmorêsa«

Demonstração 3

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS

E PERDAS PARA O ANO FINDO

EM 31 DE DEZEMBRO DE 19X

Cr$

Vendas Custo das mercadorias vendidas

Lucro bruto

Despesas de vendas Despesas gerais e administrativas Depreciações

Lucro operacional

Outras despesas Outras receitas

Lucro, antes do imp&sto de renda

Reserva para imp&sto de renda

Lucro liquido

7.2 Capital de giro

Com base nos balanços

comparativos (demonstrações 1

e 2), determinamos o capital

de giro em 31-12-19xO e em

31-12-19xl da Companhia

D.E.F., apurando um

aumento líquido no capital de

giro de Cr$ 1.470,

conforme demonstrado no

quadro 1.

7.3 Imobilizado

No quadro 2 apresentamos o

movimento registrado nas

contas do imobilizado da

Companhia D.E.F.

7.4 Recursos obtidos por

operações próprias

Os recursos obtidos por

operações próprias são

apurados a partir do lucro

líquido do exercício, deduzindo

as distribuições que

representam desembôlso de

caixa a curto prazo e adicionando

despesas que não o

representam. No quadro 3

demonstramos os recursos

obtidos por operações próprias

da Companhia D.E.F.

50

Demonstração 4

DEMONSTRAÇÃO DO MOVIMENTO DAS CONTAS PATRIMONIAIS

PARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 19X

Reserva (^) Lucros Capital para ou- Reserva nõo (^) Total mento de (^) legal distri- capital (^) buídos

Saldo em 31-12-19xO (^) Cr$19 (^740) 8 460 2 910 li 390 42 500 Correção monetária do imobilizado (^6400) 6 400 Aumento de capital I. com reservas (^6 000) (6 000)

  1. (^) com integralização em dinheiro (^) 2 260 2 260 Lucro líquido (^3 840 3 ) Distribuições:
  2. (^) Reserva legal 192 (192)
  3. Dividendos (^) (2 570) (2570)
  4. Reserva p/aumento de capital (^680) (680)

Saldo em 31-12-19xl (^) Cr$ 28 000 9540 3 102 11 788 52 430

Quadro 1

AUMENTO UQUIDO DO CAPITAL DE GIRO

31 de dezembro

19xO 19x1 (^) Aumento (Diminuição) Cr$ Cr$ Cr$

Disponível (^2 070) I 060 (I 010) Realiz6vel a curto prazo (^23 260 27940) 4 680

Exigível a curto prazo (^) (13 020) (15 220) (2 200)

12 310 13 780 I 470

Quadro 2

MOVIMENTO DAS CONTAS DO-IMOBILIZADO

Ao c.usfO Correção Depreciação Líquido

monetária ",;f~ total

Saldo em 31-12-19xO (^) Cr$ 13 960 20 930 (7770) 27 120 Adições - ao custo (^7 950) 4"~ 7 950 Correção monetária (^7 580) (lfI80) 6 400 Depreciação (^) ~~.i (3_890) (3 890) Baixas e retiradas (^) (40) (100) 70) (70)

Saldo em 31-12-19xl (^) Cr$ 21 870 28 410 (12 770) 37510

Quadro 3

RECURSOS OBTIDOS POR OPERAÇOES PRóPRIAS

Lucro líquido do exercício (d~mons... tração 3) Menos - Dividendos declarados (demonstração 4) e classificados como exigível o curto prazo (demonstração 2)

I 270

Mais- Despesas que não representam desembolsos. Depreciaçl5es (quadro 2) Baixos e retiradas do ativo imabilizada (quadro 2)

Recursos obtidos por op.raçaes pr6- prias (^) Cr$ 5 230

Revista de Administração de Emprêsas

---- -----._-- -- ---------------------------

7.5 Exigfvel a Longo Prazo

No quadro 4 apuramos os

recursos obtidos e aplicados

pela Companhia D.E.F.,

relativos às contas do Exigível

a longo Prazo.

7.6 Realizãvel a Longo

Prazo

No quadro 5 apuramos os

fundos aplicados pela

Companhia D.E.F., relativos

às contas do Realizável

alongo Prazo.

7.7 Outras origens e outras

aplicações

Analisando os balanços

comparativos - Ativo (demons-

tração 1) - observamos que

as contas de Resultado

Pendente variam de Cr$ 500

para Cr$ 3.110, representando

um aumento de Cr$ 2.610. Essa

parcela será considerada como

aplicação de fundos.

Analisando os balanços

comparativos - Passivo

(demonstração 2) - observamos

que as contas de Resultado

Pendente variam de Cr$ 60

para Cr$ 530, representando

um aumento líquido de Cr$ 470.

Essa parcela será considerada

como origem de fundos.

Outra origem de fundos é

representada pelo aumento de

capital com integralização de

Cr$ 2.260 em dinheiro, conforme

demonstração 4. O aumento

de capital por utilização de

reservas não foi considerado

como origem de fundos, pois

na realidade não houve entrada

de recursos.

7.8 Resumos das origens e

aplicações de fundos

Apresentamos a seguir um

resumo das origens e das

aplicações dos fundos da

Origem e apZicação de fundos

Quadro 4

VARIAÇAO UQUIDA NAS CONTAS DO EXIGlVEL A LONGO PRA;lQ

. \

Origem de fundos: Títulos a pagar (demonstração 2) Aplicaçllo de fundo•• Empr6stlmos banc6riqs (demonstraçllo 2) O.tro. (demonstração 2)

Aumento liquido

31 de dezembro Âumento 19xO 19x1^ (Diminuiçllol

Cr$ 3 010 9 790 6780

Quadro 5

VARIAÇAO NA CONTAS DO REALlZAVEl A lONGO PRAZO

Investimentos e dep6sitos compulsórios (demonstração 1) Obrigaç&es -reajustáveis (demonstraç60 2) Outros (demonstraçCio 2)

Aumento Inicial Final (DiminuiçCioI

1 940^2 530

Cr$ 5 640 8 350 2 710

Companhia D.E.F., durante

o exercfcio findo em 31 de

dezembro de 19x1.

ORIGEM DE FUNDOS

a) Recursos obtidos por operaçéS" pr6prias (quadro 3) 5 230 b) Aumento Ifquido nas contds do exigível a longo prazo (qua-

dro 4) 6 780

c) Aumento no resultado pendente- passivo. dI Aumento de capital 2 260

Cr$ 14 740

APLlCAÇAO DE FUNDOS

e] AdlçiSesa" imobilizado (quadro 2·1 7 950 b) Aumento nas contas do realizável a longo prazo (quadro 5) 2 710 c) Aumento no resultado pendente 2 610 d] Aumento no capital d. giro (quadro 1) 1 470

Cr$ 14 740

8. FORMAS DE

APRESENTAÇAO

Usando os' dados apurados no

caso prático da Companhia

D.E.F., apresentamos, a

seguir, alguns exemplos de

formas de apresentação da

demonstração da origem e

aplicação de fundos.

8.1 Concisa

A demonstração pode ser

apresentada de forma concisa,

contendo somente os dados

mais significativos. Essa forma

de apresentação é recomendada

para inclusão nos relatórios

publicados em jornais ou em

forma de livretes.

DEMONSTRAÇAODA ORIGEM E APLlCAÇAO DE FUNDOS

REFERENTE AO ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 19X

Origem de fundos: Lucro líquido do exercício Menos - Distribuição de dividendos

Mais - Custos incorridos que não representam desembolsos de caixa DepreclaçiSes (incluindo baixas do atfvo Imobilizado Cr$ 70) 3 960

Recursos obtidos por operaç&es pr6prias Obtenção de empréstimos a longo prazo Constituiçao do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e outros Integralização de capital em dinheiro

Aplicação d e fundos. Adições ao lmábilizado, compreendendo principalmente edifícios, máquinas e equipamentos ao custo Novos investimentos, aquisição de obrigaç6es reajustáveis e outras aplica~iSes Pagamentos antecipados e dep6sitos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Aumento no capital de giro

J 470 14 740