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Conteúdo sobre metodologia para elaboração de TCC
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Luci Carlos de Andrade AULA - 1
Unidade 1. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
CONTEÚDO O conteúdo da disciplina concentra-se no estudo teórico sobre o TCC. Apresentamos considerações sobre o conhecimento científico e a importância da pesquisa. Discutimos os elementos básicos que devem constar em um processo de investigação, em que explicitamos o conceito da pesquisa tipo Mo- nografia, complementando com estudos explicati- vos sobre a estrutura para elaboração do trabalho monográfico. Faremos uso de textos e exercícios como recursos didáticos. COMPETÊNCIAS Ao término desta disciplina o aluno deverá ser capaz de compreender o processo de produção da ciência e a importância da pesquisa nesse contexto. Deverá também conhecer as especificidades do TCC, ou da monografia, ampliando sua visão sobre importantes considerações que irão servir de subsídios no mo- mento da investigação, bem como, inteirar-se dos aspectos que envolvem a estrutura do TCC. Plano de Estudos
Nesta unidade, estudaremos, inicialmente, as bases do conhecimento do senso comum, para posterior- mente conhecermos os princípios do conhecimento científico e sua importância no contexto da produ- ção da ciência e a universidade como espaço para a construção do saber científico. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a),
1.02. SENSO COMUM: CONHECIMENTO SUPERFICIAL Falemos, então, do conhecimento do senso comum. Esse conhecimento surge como consequência da ne- cessidade de resolver problemas imediatos, que apare- cem na vida prática e decorrem do contato direto com os fatos e fenômenos, que vão acontecendo no dia a dia do homem, percebidos principalmente através da percepção sensorial, ou das sensações humanas. Na idade pré-histórica, observamos que o homem soube fazer uso das cavernas para abrigar-se das intempéries e proteger-se da ameaça dos animais selvagens. Grada- tivamente, foi aprendendo a dominar a natureza, inven- tando a roda, meios mais eficazes de caça e de pesca, tais como lanças, redes e armadilhas, canoas para nave- gar nos lagos e rios, instrumentos para o cultivo do solo e tantos outros. Alguns exemplos mostram a evolução histórica do homem na busca e produção de um conhecimento útil gerado pela necessidade de produzir soluções para os seus problemas de sobrevivência: O carro puxado por animais, o uso de remédios caseiros utilizando er- vas hoje classificadas como medicinais, os instrumentos artesanais utilizados para a construção de moradias e
para a confecção de tecidos e do vestuário, a fabricação de utensílios domésticos, o estabelecimento de normas e leis que regulamentavam a convivência dos indivíduos no grupo social. Desse modo, o conhecimento do senso comum, sendo resultado da necessidade de resolver os proble- mas diários não é programado ou planejado de forma antecipada. Ele se desenvolve, seguindo a ordem na- tural dos acontecimentos, na medida em que a vida acontece. Nesse tipo de conhecimento, há uma tendên- cia de manter o sujeito que o elabora como um espec- tador passivo da realidade, atropelado pelos fatos. É nesse sentido, que o conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de forma espontânea e instintiva, marcas fundamentais do conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso comum estabelece-se num nível superficialmente consciencial, não tem um aprofundamento crítico e racionalista. Ao considerá- lo como um viver sem conhecer significa que o senso comum, quando busca informações e elabora soluções para os seus problemas imediatos, não apresenta e nem especifica as razões ou fundamentos teóricos que de- monstram ou justificam seu uso, sua confiabilidade, por não compreender e não saber explicar as relações que há entre os fenômenos. Observemos o que diz Inácio Filho, sobre o conhecimento do senso comum:
formação de fonte científica, sabe dizer por que as er- vas medicinais curam. Geralmente, as pessoas conhecem apenas os efei- tos benéficos do seu uso. No caso, da plantação se- guindo as fases da lua, em que se mantém a tradição e somente informações pertinentes ao seu uso, com base unicamente na percepção sensorial do homem, sem fundamentação científica. Muitos outros exemplos poderiam ser citados caracterizando o senso comum como conhecimento baseado principalmente na intui- ção das pessoas. Desse modo, a objetividade no conhecimento do senso comum é muito superficial e limitada, pois está demasiadamente preso à vivência, à ação e à percepção orientadas apenas pelo interesse prático imediatista e pelas crenças pessoais. Nessa perspectiva, os aspectos da realidade ou dos fatos que não se enquadram den- tro desse enfoque de interesse inteiramente utilitário, na maioria das vezes são excluídos, acarretando uma visão fragmentada e, até distorcida da realidade. Agora, conhe- ceremos as bases em que se ancoram o conhecimento científico e os princípios que diferem do senso comum.
1.03. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO: PRINCÍPIOS E VISÃO DA REALIDADE Com a necessidade do homem assumir uma posição mais ativa em relação aos fenômenos, com um poder maior de ação sobre os mesmos, surge o conhecimento científico, que capacita o homem no uso da sua racio- nalidade, propondo uma forma sistemática, metódica e crítica na função de desvelar o mundo e os fenômenos, compreendê-los, explicá-los e dominá-los. A necessidade, então, de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sen- síveis dos objetos, fatos ou fenômenos, captadas pela percepção sensorial e analisadas de forma superficial, subjetiva e a crítica pelo senso comum, impulsiona o homem a produzir ciência. O produzir ciência signifi- ca ir além da realidade imediatamente percebida para descobrir os princípios explicativos que servem de base para a compreensão da organização, classificação e or- denação da natureza, na qual o homem está inserido. Os princípios explicativos, ou a teoria sustentam e ca- racterizam o conhecimento científico somadas à orga- nização ou classificação (INÁCIO FILHO, 2007). Mediante tais princípios a realidade passa a ser percebida sob a luz da ciência não mais de forma de-
Quando se percebe que os conhecimentos exis- tentes que têm origem nas crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia, ou das teorias filosóficas ou científicas, são insuficientes e impotentes para ex- plicar os problemas e as dúvidas que surgem, aparece a investigação científica. Ao reconhecer a ineficácia dos conhecimentos existentes, que não respondem com consistência aos questionamentos levantados, ocorre a investigação científica como meio de construir um sa- ber estruturado, criterioso e metódico, pautado em fun- damentações teóricas. É quando reconhecemos as limitações existentes no saber já estabelecido e verificamos a necessidade de encontarar respostas que possam esclarecer e propor- cionar a compreensão de uma dúvida. Dessa forma, se- gundo Lakatos e Marconi (2003) iniciar uma investiga- ção científica é reconhecer a crise de um conhecimento já existente com o objetivo de tentar modificá-lo, am- pliá-lo ou substituí-lo, criando um novo conhecimento que responda à questão proposta. A dúvida ou questão, ainda sem resposta, é por- tanto o marco inicial da investigação científica, em que se reconhece no conhecimento existente a insuficiên- cia ou meio inadequado para esclarecer uma dúvida. O conhecimento científico, ao pretender construir uma resposta segura e viável para responder às dúvidas exis- tentes, propõe-se atingir o ideal da racionalidade e o ideal da objetividade.
O conhecimento científico propõe um encadea- mento de enunciados que tendem necessariamente a ser coerentes entre si em um processo lógico e racional. Ligando o pensamento com a realidade, na busca de uma correspondência desses enunciados com a realida- de dos fenômenos. O conhecimento científico é o pro- duto, o resultado desse encadeamento (MOLES, 1971). 1.03.2. CONHECIMENTO CIENTÍFICO: FUNDAMENTOS SÓLIDOS A base da ciência é a ligação da teoria com os dados empíricos (ou pesquisa de campo), como mecanismos utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teo- ria, o que não garante a objetividade do conhecimento científico. Embora, a ciência trabalhe com dados e pro- vas fatuais, está também sujeita a erros de interpretação dessas provas. Pois, a ideologia, a visão de mundo, a sua formação, os elementos culturais e o momento his- tórico sempre influenciam o cientista, o investigador, quando nas suas buscas por explicações. No conhecimento científico, a teoria é o marco teórico da investigação, proporcionando uma solidifi- cação para a pesquisa e um sentido único, consensual e universal. Os conceitos definidos através das bases
de jornal, ou mesmo o significado de termos corriquei- ros, vem-nos a seguinte pergunta: é possível promover a iniciação científica nos cursos de graduação (licencia- tura e bacharelado)? (INÁCIO FILHO, 2007) Considerando que todo saber é histórico, ao lem- brarmos que o que os gregos produziram era reflexo de seu tempo e de sua cultura, assim ocorreu com os romanos e quaisquer outros povos. Essa historicidade na verdade valida o aspecto de cientificidade do conhe- cimento, pois nos permite observar que sempre o saber está ligado a realidade objetiva. E embora, a ciência seja considerada moderna, a universidade é uma instituição criada no período me- dieval para atender às necessidades da sociedade feudal. Foi se adequando, mais tarde, às necessidades do mun- do burguês, introduzindo a pesquisa empírica, tornan- do-se um centro de pesquisa desde então. A universidade é considerada o lócus para a pro- dução da ciência. É o espaço que promove a incursão do acadêmico no campo da pesquisa. A produção do conhecimento científico dá-se a partir das necessidades e problemas emergentes da sociedade, que carecem de respostas e soluções em todas as áreas. O saber, ou o conhecimento científico, é assim construído no sentido de atender aos desafios e apelos do mundo atual, e os projetos de Iniciação Científica nas universidades são os primeiros passos em direção a instrumentalização do acadêmico para os caminhos da pesquisa.
Quando falamos da universidade brasileira ob- servamos que não possui tanta história, mas apesar de ser uma instituição recente, esteve integrada na luta pela conquista ou consolidação de uma sociedade moderna. Teve influência na construção e consolidação da de- mocracia, no entanto é atingida pela crise do modelo econômico, base de seu financiamento. Além do mais, a sua produção ainda está voltada para responder a an- tigos desafios, alguns até superados. Para Inácio Filho (2007) é preciso repensar o papel da universidade no contexto da pesquisa, como campo de produção da ciência. Torna-se necessário estimular a avaliação de projetos que contemplem a intervenção na realidade, no atendimento a problemas reais e atu- ais. Trabalhar técnicas de redação, normas científicas. Estimular a elaboração de planos de estudos e de diag- nósticos através da mensuração estatística, da situação estudada e utilizar metodologias alternativas, como pes- quisa-ação, pesquisa-participante. Assim, verifica-se que a principal mudança no que se refere a iniciação científica na graduação diz res- peito ao professor. A própria vivência do professor na pesquisa contribui para estimular os iniciantes. É preci- so começar e envolver outros professores e alunos, do próprio curso e depois de outros cursos e departamen- tos, institutos ou faculdades. Nos cursos de graduação em ciências humanas especificamente, sejam licenciaturas ou bacharelados,
Exercícios Propostos
1. Em sua opinião, como poderíamos definir o conhe- cimento do senso comum? 2. Observe o trecho: “o senso comum, quando busca informações e elabora soluções para os seus problemas imediatos, não apresenta e nem especifica as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou justificam seu uso, sua confiabilidade...” Inácio Filho (2007) comple- menta esta questão. Esclareça o pensamento do autor. 3. Comente sobre a importância da Iniciação Científica para o futuro pesquisador. 4. Para Inácio Filho (2007) é preciso repensar o papel da universidade no contexto da pesquisa, como cam- po de produção da ciência. Comente esta afirmação de acordo com a sua opinião. 5. Aponte a base fundamental do conhecimento científi- co, que o diferencia do conhecimento do senso comum.