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Uma análise do sistema de avaliação de desempenho em organizações com estrutura divisional. O texto aborda as importâncias dos determinantes organizacionais, as condições mínimas necessárias para o processo de divisionalização ter sucesso, a autonomia e delegação de autoridade em divisões, o valor de ativos operacionais a inscrever em balanços divisional e o 'cash flow' divisional. Além disso, discute as limitações do sistema de avaliação de desempenho em organizações divisionalizadas.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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AVALIACAO DO DESEMPENHO EM
ORGANIZACOES COM ESTRUTURA DIVISIONAL
Disserta@o para a obtenq%odo grau de Mestre em Gestao de Empresas
...^.^^2 :, :^ I^ , .. , :. : :.:
Porto 1994
Ao Sr. Professor Doutor Jose Valente o nosso reconhecimento por ter aceite a orientaqao do presente trabalho, e pelo apoio e disponibilidade demonstrada ao longo da sua elaboraqi30.
Ao Sr. Eng. ~ r l g e l oBrou, Director Geral da CIBA-GEIGY (Portugal), o nosso agradecimento pelo interesse e colaboraqao na analise do caso ilustrativo de um sistema de avaliaqao do desempenho de uma organizaqiio com estrutura divisional.
Ao corpo docente do Curso de Mestrado em GestAo de Empresas (MBA)
Ao Sr. Eng. Virgilio Folhadela e ao Sr. Professor Doutor Augusto Medina,
Gestio Empresarial.
A Eurospuma - Sociedade Industrial de Espumas Sinteticas Lda., na pessoa do seu Socio-Gerente Sr. Jose Morais, o nosso agradecimento pelo
Para finalizar, o nosso agradecimento a todos aqueles que de algum mod0 tornaram possivel a realizaqio deste trabalho; em particular ao Sr. Professor Doutor Fernando Rocha pelos seus conselhos.
Avaliacao do desempenho em orqanizacBes corn estrutura divisional Rui Laqoa
dificuldade conceptual em definir os contornos da chamada eficacia organizacional.
Na realidade, n%o existe unia defini~aounica do criterio de eficacia organizacional; existe um conjunto de formas passiveis de agrupamento en famllias ou linhas de pensamento e que definem localmente os contornos da grandeza.
impedido, na pratica, a realizagao das avalia~desde desempenho: estas t6m sido feitas com base em aproxima~desoperacionais desse criterio. Por tal motivo, surgem, inevitavelmente, desfasamentos entre os resultados da avalia@o. em termos do conceit0 operacional da eficacia e os resultados duma eventual "avaliag%o ideal"; adicionalmente, caso se tome a operacionalizagiio da efichcia pela grandeza "ideal", poder-se-%o incentivar comportamentos optimizados segundo o criterio operacionalizado mas que se afastam do desejavel do ponto de vista da organiza~%o.
Esta possibilidade de desfasamento e tanto mais importante quanto maior for a autonon-~iade tomada de decisao. No caso especifico das estruturas divisionais, esta questao aplica-se particularmente aos gestores divisionais por, em geral, usufrufrem de grande autonomia.
Devido ao desenho estrutural deste tip0 de organiza~des,e relativamente facil, tomando como base os elementos contabilisticos, proceder a uma avalia@o do desempenho da entidade economica-divisao e projectar essa avalia@o para o gestor responsavel pela divisao: ha grande facilidade na separaqao dos dados divisionais.
No entanto, mantem-se algumas dificuldades no tratamento desses dados, similares as dificuldades existentes em outros tipos estruturais: ex. a definiqao dos padrdes de avaliagiio.
Avaliacao do desempenho em oraanizachs corn estrutura divisional Rui Laqoa
1.2 Metodoloaia de trabalho adoptada
A metodologia adoptada consistiu na analise do sistema classico de avaliaqao do desempenho em organizaqdes com estrutura divisional e introduqao de formas alternativas, ligando-as as visdes classica e comportamental das organizaqdes. Posteriormente procedeu-se a uma avaliaqao das ilaqdes, atraves da analise de um caso.
Assim, esta dissertaqao comeqa por apresentar os elementos gerais
organizacional e eficacia organizacional. Pretende-se ilustrar, ainda que de uma forma n%oexaustiva, a complexidade dos elementos de partida da estrutura dos sistemas de avaliaqao do desempenho.
No Capitulo 3 analisam-se as particularidades da estrutura divisbnal, nomeadamente os determinantes organizacionais potenciadores duma estrutura deste tip0 e os requisitos desejaveis para o sucesso da adopqiio deste tip0 de estrutura. Partindo destes elementos, procede-se a elaboraqao de conclusdes relativas a extensso da adopq%odeste tipo de estrutura por parte das empresas a operar em Portugal.
No Capitulo 4 procede-se a analise da operacionalizaqio do sistema classico de avaliaqao: comeqa-se por analisar os requisitos a que deve obedecer; posteriormente, abordam-se as questdes relativas ao caso especifico das estruturas divisionais, a relevincia dos dados a recolher, bem como alguns casos especificos de medidas de avaliaq%odo desemper~ho(taxa de retorno do investimento e rendimento residual).
No Capitulo 5 introduz-se o sentido e a forma geral de urn sistema alternativo de avaliaqao do desempenho que tem por base uma visa comportamental e sistemica da organizaqso.
No Capitulo 6, procede-se a analise duma organizaqao (CIBA-GEIGY) a luz dos elementos abordados nos capitulos anteriores.
Avaliaclo do desernpenho em orqanizac6es corn estrutura divisional Rui Laqoa
Apesar da vivencia que cada individuo tem do que e urna organiza~%o, ha urna certa dificuldade em apresentar urna definipo: March e Simon' referem "ser mais facil, e provavelmente mais util, dar exemplos de organiza~besformais do que definir o termo".
Uma vez que a f u n ~ % oprimaria de urna definipo e ajudar-nos a distinguir entre diferentes fenomenos, tambem a defini~aode organizapo devera p6r em evidencia as caracteristicas que permitem diferenciar urna organiza~%ode outras formas sociais. Blau e Scott2 referem que "organiza~besformais s%o caracterizadas - por objectivos explicitos, um sistema elaborado de regras claramente definidas e regulamentos, e urna dada estrutura formal com linhas de comunica~ioe autoridade bem marcadas". Na mesma linha de pensamento, Barnard3 define "organiza~%oformal como o tipo de coopera@o entre pessoas que e consciente, deliberado, e com objectivos". March e Simon4 salientani o elemento humano referindo que "organiza~bess%oconjuntos de seres humanos inter-actuantes; s%oos maiores conjuntos da nossa sociedade que tern algo de parecido com um sistema central coordenador. A coordena~%oe a elevada
distingue urna dada organiza$%o como unidade sociologica, comparavel em significincia a um dado organism0 na biologia". Ainda na mesnia li~ihanias salientando o caracter dinimico, Etzionis refere que "organiza~bess%ounidades
MARCH, James G.; SIMON, Herbert A. - Organizations. New York, John Wiley & Sons, Inc., 1958, p. 1. BLAU, Peter M.; SCOTT, W. Richard - Formal Organizations. A comparative approach. San Francisco, Chandler Publishing Company, 1962, p. 514. BARNARD, Chester I. - The Functions of the Executive. Cambridge, Mass., Harvard University Press, 1938, p. 4. MARCH, James G.; SIMON, Herbert A. - Organizations. New York, John Wiley & Sons, 1958, p. 4. ETZIONI, Amitai - Modern Organizations. Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1964, p. 3
Avaliaciio do desern~enhoem oraanizacBes corn estrutura divisional Rui Laaoa
sociais (ou qgrupamentos humanos) deliberadamente construidas e reconstruidas para atingir objectivos especificos".
Estas visdes do que e uma organizaflo tkm em comum dois pontos basicos que a permitem distinguir de outras formas sociais:
-0rganiza~des sao conjuntos de pessoas orientados para a
definidos ao ponto de orientarem a selec~%oentre actividades alternativas).
(movimentos sociais, comunidades).
Estas defini~bessao feitas com base numa perspectiva a que Scott
alternativas tendo em conta outras possiveis perspectivas de analise, como a
participantes partilham urn i~iteressena sobrevivencia do sistema em que interv&rn, pelo que participam em actividades colectivas, informalmente estruturadas, para atingirem esse objectivo". Segundo esta perspectival os objectivos explicitos da organiza@o influenciam de forma muito parcial o comportamento dos elementos da organiza~Ao,pelo que as regras definidas formalmente nZio sAo o determinante principal do seu comportamento. Esta perspectiva parece-nos produzir uma forma menos restritiva do conceito de organiza~Ao,uma vez que a liberta do conceito de formaliza~20,abrangendo
Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1987, p. 20 - 26.
Avaliaclo do desernpenho em orqanizachs corn estrutura divisional Rui Laqoa
como imperfei~besda organizaHo, necessitando para a sua elirnina~aode medidas correctivas a r~ivelorganizacional.
Contrariamente, as outras perspectivas incluem elementos que
organiza~%o,pelo que a intervenG30 correctora devera ser localizada ao nivel da operacionaliza@o dos objectivos organizacionais e do sistema de avalia~%o. Infelizmente, isto traduz-se num aumento da dificuldade de operacionaliza~%o do conceit0 de eficacia organizacional devido ao acrescimo de subjectividade.
2.2 Estrutura orqanizacional
Uma organizaG30 compreende um conjunto de elementos hunianos. Em termos gerais, a estrutura organizacional e a forma como esses elementos se inter-relacionam. ChandleP definiu estrutura da seguinte forma: "quer seja 01-c n%odefinida explicitamente, a estrutura apresenta dois aspectos. Ela cornporta, primeiramente, as vias hierarquicas e de comunica@o entre os diferentes niveis e quadros administrativos, el em segundo lugar, as informaqbes e os dados que circulam pelos canais dessas vias". Para Mintzbergg, "a estrutura de uma organiza~30pode ser definida simplesmente como a soma total das formas em que se divide o trabalho por tarefas distintas, e se consegue a sua coordena@o; (...) a estrutura organizacional engloba os meios formais e semi- -formais que a organiza~aousa para dividir e coordenar o sel-c esfor~ode forma a estabelecer padrdes estaveis de comportamento".
Cada organiza~aotem uma estrutura propria e especifica. Tal sugere que, mesmo as caracteristicas utilizadas na defini~sode organiza~ao(que no
Cambridge, Mass., M.I.T. Press, 1962, p. 42.
Englewood Cliffs, N. J. , Prentice-Hall, 1979, p. 2, 66.
elevado de formalizaHo - ver 2.1) variam de estrutura para estrutura. Esta sofre a influencia de determinantes (estrategia, dimensao, tecnologia, ambiente, controlo de poder).
Apesar de n%o existir acordo sobre o conjunto de dimensdes que traduzem as diferen~asentre as estruturas, tem-se utilizado frequentemente tr6s grandezas: formalizaHo, centralizaHo e complexidadel0.
expectativas relativamente aos meios e objectivos, ou seja, ate que ponto a a c t u a ~ i odos elementos da organiza~sose baseia em elementos escritos e procedimentos pre-detern'linados. Em termos de sub-componentes, uma grande formaliza@o pode ser o resultado de uma grande especializa@o do trabalho e de uma forte delega~%ode autoridadell.
da organiza~so.Assim, em geral, a centraliza~iotende a aumentar com a especializa@o funcional e a diminuir com a delega@o de autoridade.
elementos da organizaGZio. A ideia subjacente e que, quanto maior a variedade de fun~des,mais complexes serso os problemas a nivel organizational e de gestiio. Em geral, quanto maior for a delega~sode autoridade e a especializa~%o,maior devera ser a complexidade.
Management Review", Jan. 1982, p. 59 - 66. llGRINYER, Peter H.; YASAI-ARDEKANI, Masoud - Dimensions of Organizational Structure. A critical replication. "Academy of Management Journal", Set. 1980, p. 405 - 420.
normal "funcional" articula-se com uma forma de influencia lateral legitimada (grupo de projecto, produto). Este tipo estrutural procura beneficiar simultaneamente das vantagens das estruturas funcionais e das vantagens das estruturas baseadas em produtos, procurando evitar as desvantagens de cada uma delasl*. Este caracter dualista e uma das origens das suas fraquezas, uma vez que origina ambiguidade ao nivel da autoridade e da responsabilidade, gerando tensdes sociais e psicologicas~3.
Mintzbergl4 propde uma grelha alternativa de classifica@io que se baseia na identifica~aode cinco elenientos estruturais, representados nas figuras seguintes, e descritos como:
globalidade da organizaC20;
operativo e o top0 estrategico; Tecno-estrutura - analistas, responsaveis por tornar efectivas certas formas de normaliza@o no interior da organiza@o;
I*GALBRAITH,Jay - Matrix Organizations Designs. How to combine functional and project
1 3 ~ A v l s ,Stanley M.; LAWRENCE, Paul R. - Problems of Matrix Organizations. "Harvard
I 4 ~ l ~ T Z B E R G ,Henry - Structure in Fives. Design effective organizations. Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1983.
Avaliacao do desem~enhoem orqanizacBes com estrutura divisional Rui Laqoa
Cada um destes cinco elementos pode dominar a organizaqio: dependendo da correla@o de forps, e maior ou menor a probabilidade de se verificar uma dada configura@io.
Fig.1 - 0 s cinco elementos bhsicos de uma organizaqio MINTZBERG, Henry - Structure in Fives. Design effective organizations. Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1983, p. 11.
Quando o top0 estrategico e dominante, a tomada de decisao e centralizada: a organizaqao tendera a apresentar uma estrutura que Mintzberg
complexidade e formalizaqao. Esta estrutura e mais interessante para pequenas organizaqdes, organizaNes em fase de forniaqio, organizaqdes cujo ambiente envolvente seja simples mas dinimico, ou organizaqdes em que se deseje ter
de adaptaqao mas torna-se inadequada aquando de um aumento de dimensso. Por outro lado, e uma estrutura que acarreta riscos elevados, uma vez que, na essencia, e suportada pelos elementos centralizadores.
MINTZBERG, Henry - Structure in Fives. Design effective organizations Englewood Cliffs. N.J., Prentice-Hall. 1983, p. 159.
Avaliacao do desempenho em orqanizachs com estrutura divisional Rui Laqoa
on-
MINTZBERG. Henry - Structure in Fives. Design effective organizations. Englewd Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1983, p. 194.
Quando o controlo da organiza~20pertence aos grupos de apoio, as decisdes sso tomadas por via de ajustes mQtuos: temos a adocracia, um sistema com grande capacidade adaptativa, alterando-se frequentemente, organizada em torno de problemas que necessitam, para a sua resolu@o, de pessoas relativamente estranhas entre si e com aptiddes profissionais diversas. Conforme descrito por Bennisl6, a organizasiio tem um baixo grau de complexidade, formalizasiio e centraliza~40.
Fig.5 - Adocracia MINTZBERG, Henry - Structure in Fives. Design effective organizations Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1983, p. 262.
Se o controlo se encontra na posse da linha intermedia, e normal encontrarem-se unidades relativaniente autonomas agrupadas numa esfrufura
16B~NNls,Warren - Post-BureaucraficLeadership. "Transaction", Jul.-Ago. 1969, p. 45.
AvaliacFio do desempenho em orqanizac6es com estrutura divisional Rui Laaoa
divisional. Mintzberg" definiu "estrutura divisional como um conjunto de unidades autonomas, sendo cada uma, tipicamente, uma burocracia mecanicista, coordenadas por uma unidade de topo, central. Sendo as unidades autonomas, tal permite as linhas intermedias - os gestores divisionais - grande controlo." Em cada divisgo, os gestores divisionais sZio responsaveis pelo desempenho, tendo autoridade para tomar decisdes operacionais e estrategicas.
A unidade central fornece servi~osde suporte as divisdes como sejam servigos financeiros, apoio juridic0 e tratamento de impostos; actuam tarr~beni como auditores externos, avaliando e controlando o desempenho. 0 s gestores
desde que se mantenhani dentro das directivas da unidade central. As divisdes tendem a estar organizadas de forma funcional, com forte divisao do trabalho, grande formalizaqao e centralizaGi30 da autoridade nos gestores divisionais.
Um dos problemas associados a burocracia mecanicista consiste na tendencia a sobreposi~Zodos objectivos das unidades funcionais aos objectivos globais da organiza~ao.A estrutura divisional procura resolver este problema,
1 7 ~ 1 Henry ~ - Structure in Fives. Design effective organizations. ~ ~ ~ ~ ~ ~ , Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1983, p. 217.