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como comprar e vender opçoes na bolsa de valores
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Comprando ações e vendendo opções
Assim, esperamos que o conteúdo a seguir seja aproveitado o quanto for possível no objetivo comum de melhorar a relação das pessoas com seus investimentos na busca maior pelo bem-estar e na perseguição da felicidade.
Opção é um contrato de direitos e obrigações.
Suponha que você queira comprar um apartamento de mim, cujo preço é R$ 400.000,00. Você não tem esse dinheiro agora, mas quer comprá-lo futuramente, oferecendo-me R$ 400.000,00 por ele daqui a um ano. Bem, para que eu segure tal apartamento para você e não o venda nesse meio-tempo para outro, eu lhe peço um depósito inicial (leia prêmio) hoje, digamos, de R$ 4.000,00, sem direito à devolução se você desistir da compra no meio- tempo. Muito bem, você acabou de comprar uma opção de compra do meu apartamento! Se, daqui a um ano, o apartamento estiver valendo R$ 800.000,00, eu (lançador da opção) terei a obrigação de lhe vender o apartamento pelos mesmos R$ 400.000,00. Mas, caso ele esteja valendo R$ 200.000,00, você (dono do direito) certamente não usará seu direito de comprá-lo por R$ 400.000,00 e o dinheiro de sinal (prêmio) terá sido perdido.
Digamos, num outro exemplo, que você tenha um carro, cujo preço seja R$ 40.000,00, mas que você esteja preocupado com a possibilidade de que ele seja roubado ou de que você sofra um acidente com ele. Em qualquer uma das situações, esse seu patrimônio seria severamente lesado ou subtraído.
Então, o que você faz? Compra um seguro para seu carro.
Comprando uma apólice de seguro de um ano para seu carro, segurando-o em R$ 40.000, em caso de acidentes ou de roubo, você estará comprando o direito de vender seu carro acidentado por R$ 40.000,00 para a companhia de seguros (lançadora do direito). Para isso, você terá pagado o valor do seguro (prêmio) de R$ 2.000,00. Parabéns! Você acaba de comprar uma opção de venda. Se nada ocorrer nesse ano inteiro de cobertura do seu carro, a sua opção de venda terá expirado, você não usará seu direito de venda e o valor do seguro (prêmio) terá sido perdido. Se nesse ano, porém, sofrer um acidente, ou se o seu carro for roubado, então você usará seu direito, recebendo o valor integral da apólice.
Então, quando eu compro o seguro de um carro, estou comprando uma opção de venda do meu carro? Exatamente, você está usando uma ferramenta de hedge de patrimônio. Em outras palavras, está usando uma ferramenta para garantir seu patrimônio.
O que é uma opção?
Diferente do caso do apartamento, no qual a decisão de não exercer o direito de comprar o apartamento pode ser algo subjetivo (como ter encontrado outro apartamento melhor, o rompimento de um noivado ou o recebimento da oferta de um emprego em outra cidade), fazendo com que a compra deixe de valer a pena, a decisão de exercer ou não a opção de compra de ações em bolsa de valores segue sempre o mesmo motivo lógico: o preço do ativo objeto no dia do vencimento.
Então, sempre que o ativo estiver mais caro que o preço de exercício da opção no dia de vencimento desse contrato, essa opção, sem nenhuma dúvida, dará exercício. Porém, se, em vez disso, o preço do ativo estiver abaixo do preço de exercício no dia do vencimento, que é conhecido como dia do exercício, o titular dessa opção de compra não irá exercer seu direito de comprar as ações de quem vendeu as opções, o lançador.
Um exemplo para mostrar melhor a decisão objetiva de exercer ou não o direito de comprar as ações no dia do vencimento pode ser: Você comprou a quantidade de 1000 opções de compra de ações VALE5, com vencimento daqui a 20 dias úteis, ações que hoje estão cotadas a R$ 50,00. Para tanto, você pagou a título de prêmio – que é o objeto de negociação do contrato de opções e o de estudo deste livro – o valor de R$ 3,60 para ter o direito de comprar essas ações no vencimento por R$ 48,00, isso é, com preço de exercício R$ 48,00.
Se, daqui a 20 dias, as ações da Vale estiverem cotadas a qualquer valor menor do que isso (por exemplo, as ações estiverem a R$ 44,00), essas opções não serão exercidas, e os R$ 3,60 gastos serão completamente perdidos – no jargão de bolsa, terão virado pó.
Porém, se, em vez disso, a VALE5 estiver custando qualquer preço acima de R$ 48,00, você irá exercer seu direito no dia do vencimento. Isso se for do seu interesse carregar sua posição em opções até esse dia, pois, diferente do exemplo do apartamento, opções sobre ações têm liquidez em bolsa de valores e podem ser abertas ou encerradas a qualquer momento. Isso significa que, se você comprou essas opções, poderá vendê-las a qualquer momento até o vencimento sem que tenha que exercer ou ver o valor que gastou com o prêmio virar pó. Nesse momento, a pessoa que acaba de comprar as opções de você passa a ter o direito de comprar as ações de quem havia lhe vendido as opções, e você recebe o valor de mercado pelas opções que possuía – seus direitos cessam a partir dali.
Da mesma maneira, se a pessoa que vendeu as opções para você for ao mercado e recomprá-las, ela cessa suas obrigações com você, e quem passa a ter essas obrigações é a nova pessoa que vendeu as opções para ela. Assim, qualquer pessoa pode abrir ou fechar posições em opções de compra a qualquer momento, muitas vezes ao dia, se assim desejar e houver liquidez no mercado para isso.
Comprando ações e vendendo opções
A maior parte das pessoas que negocia opções em bolsa de valores não o faz com o objetivo de exercer ou ser exercido no dia do vencimento. Elas liquidam sua posição antes do vencimento e objetivam apenas ganhar com a diferença entre os valores de compra e de venda, no caso dos titulares, ou vice-versa, no caso dos lançadores.
Voltando ao ponto em que estávamos, dizíamos que, se no dia do exercício, a VALE se encontrar a qualquer preço acima dos R$ 48,00 combinados no contrato, você, que é titular dessas opções e que, para tanto, pagou R$ 3,60, irá necessariamente exercer seu direito e comprar 1000 ações por R$ 48,00, independentemente de elas terem custado R$ 48,10 ou R$ 70,00.
De maneira objetiva, se essas ações, na data do exercício, estiverem custando R$ 48,10, você terá prejuízo, pois irá comprar as ações do lançador por R$ 48,00, e, se vendê-las imediatamente no mercado por R$ 48,10, obterá como resultado positivo R$ 0,10 por ação. Como o valor pago pelo prêmio foi R$ 3,60, isso significa um prejuízo de R$ 3, ou R$ 3.500,00 pelas 1000 opções que foram compradas.
Aí, aparece uma dúvida comum entre os iniciantes nesse mercado: se uma pessoa tiver comprado uma opção por R$ 3,60, com preço de exercício de R$ 48,00, significa que ela comprou o direito de comprar ações VALE5 por R$ 48,00, mas ela só vai ganhar alguma coisa se essas ações estiverem ao menos R$ 51,60 – que é o preço pelo qual as ações serão compradas mais os R$ 3,60 gastos para assegurar tal direito. Sim, é isso mesmo. Então, se ela exercer seu direito com as ações estando cotados a um valor abaixo disso, entre os R$ 48,00 e os R$ 51,60, ela não terá prejuízo? Terá sim. E vale a pena exercer mesmo assim? Vale sim, pois, se ela exercer seu direito a qualquer valor entre R$ 48,01 e R$ 51, ela terá prejuízo; porém, como poderá vender as ações que comprou por R$ 48,00 a um preço acima disso, estará diminuindo seu prejuízo nessa diferença. Se as ações da Vale estiverem acima de R$ 51,60 no dia do vencimento das opções, o resultado dessa compra de opções será um lucro.
Comprando ações e vendendo opções
“Nos Estados Unidos, as opções surgiram cedo. Corretoras transacionavam com opções de venda e opções de compra de ações em 1790, pouco depois de o famoso Acordo de Button Wood Tree estabelecer o que se tornaria a Bolsa de Valores de Nova Iorque’’. BERNSTEIN, Peter L. - Desafio aos deuses - Editora Campus.
“Em abril de 1973, a Chicago Board of Trade criou uma nova bolsa, a Chicago Board Options Exchange , para negociação de opções de ações. Desde então, o mercado de opções teve a sua popularidade aumentada entre os investidores. A American Stock Exchange-AMEX e a Philadelphia Stock Exchange-PHLX começaram a negociar opções em 1975. A Pacific Stock Exchange-PSE fez o mesmo em 1976. No começo da década de 80, o volume de operações havia crescido tão rapidamente que o número de ações objeto dos contratos de opções negociados por dia excedia o volume diário de ações no mercado físico da New York Stock Exchange ”. HULL, John - Introdução aos mercados futuros e de opções - BM&F.
Assim, devemos mudar nossa opinião sobre o grau de sofisticação que se tenta imprimir quando se escreve sobre o assunto ou quando se fala sobre ele em sala de aula, nas mesas de operações das corretoras, nos balcões de cafés ou nos corredores de restaurantes chiques. Todo esse conhecimento está longe de ser a vanguarda dos descobrimentos sobre finanças; é, antes disso, um conhecimento velho – conceitos amplamente conhecidos e aplicados, que estão no cerne das incertezas sobre a abundância ou a escassez percebidas pelos seres humanos. Mais que isso, entender do assunto não é saber o nome de operações complexas em inglês, pois isso muda a todo o tempo, mas sim conhecer os fundamentos e princípios de funcionamento dos preços e agentes do mercado, sabedoria que vem se acumulando há muitos séculos.
Se a sociedade valoriza esse conhecimento efêmero e considera culto quem o tem, podemos, sim, aprender o maior número possível de nomes de operações complexas em outras línguas para causar impressão naquele nosso vizinho afetado ou no colega do clube de tênis que não perde uma chance de mostrar seus dotes sobre o que é mais fino e inteligente. Mas devemos ter um conhecimento sensível sobre opções para obtermos retornos consistentes, com clareza e consciência sobre o fundamento das relações entre os preços das ações e das opções, e de outras relações, que serão vistas de maneira simplificada a seguir.
O preço presente do ativo objeto, o preço de exercício da opção que estamos observando, o tempo faltante para o vencimento de tal opção, a volatilidade anualizada do preço do ativo objeto e, com menor relevância, a taxa de juros de mercado e os dividendos pagos ou provisionados pela empresa objeto durante a vida do contrato da opção são as variáveis que afetam os prêmios das opções. Cada uma delas interfere positiva ou negativamente no preço da opção de maneira peculiar e direta. Definiremos essas variáveis e mostraremos o que acontece com o preço da opção de compra de um determinado ativo.
Preço do ativo objeto – Spot Quanto maior for o preço do ativo objeto, maior será o preço da opção. Por isso, dizemos que o preço da opção flutua de maneira diretamente proporcional ao da ação de que deriva.
De todas as variáveis que afetam o preço de uma opção, o preço do ativo é o de maior relevância. Lembre-se: o preço da opção nada mais é que a diferença entre o preço de exercício e o preço do ativo – acrescido de um ágio.
Preço do ativo Strike Vol. Juros Dias Prêmio 42,00 44 30,00% 12% 20 0, 43,00 44 30,00% 12% 20 1, 44,00 44 30,00% 12% 20 1, 45,00 44 30,00% 12% 20 2, 46,00 44 30,00% 12% 20 3, 47,00 44 30,00% 12% 20 3, 48,00 44 30,00% 12% 20 4, 49,00 44 30,00% 12% 20 5,
A formação do preço e as variáveis que afetam as opções
A data de término da opção é o dia do exercício. Aqui, no Brasil, isso ocorre na terceira segunda-feira de cada mês. As opções são americanas, ou seja, o dono da opção pode exercer seu direito a qualquer momento, seja ele de compra ou de venda. Nas opções do tipo europeu, só se pode exercer o direito na data predeterminada.
Quanto ao nome das opções de compra Cada mês recebe uma letra designando sua data de exercício.
Janeiro recebe a letra A, sendo exercida na terceira segunda-feira de fevereiro. O vencimento de fevereiro recebe a letra B, março recebe a letra C, abril recebe a letra D, maio recebe a letra E, junho recebe a letra F, e assim sucessivamente.
Exemplificando: PETRK44 = designa a opção de compra de Petrobrás a 44 reais, que vence na terceira segunda-feira de novembro.
Quanto à classificação do strike A relação que existe entre o preço atual da ação e o strike da opção serve como referencial para classificar as opções em três classes: dentro do dinheiro, no dinheiro e fora do dinheiro.
Para opções de compra (call) Opções dentro do dinheiro: são opções que têm seu strike abaixo do preço atual da ação. Opções no dinheiro: são aquelas que têm strike e preço da ação no mesmo nível. Opções fora do dinheiro: têm seu strike acima do preço corrente de mercado da ação.
Exemplo: preço da ação atual em R$ 44,30. Petrk42 = Dentro do dinheiro. Petrk44 = No dinheiro. Petrk46 = Fora do dinheiro.
Tempo – Dias úteis O tempo apresenta um componente de depreciação ao valor de todas as opções. Na medida em que o tempo passa, o valor da opção vai sendo corroído, conforme se observa na tabela e no gráfico a seguir:
Comprando ações e vendendo opções
Preço do ativo Strike Vol. Juros Dias Prêmio 42,00 44 30,00% 12% 32 1, 42,00 44 30,00% 12% 28 1, 42,00 44 30,00% 12% 24 0, 42,00 44 30,00% 12% 20 0, 42,00 44 30,00% 12% 16 0, 42,00 44 30,00% 12% 12 0, 42,00 44 30,00% 12% 8 0, 42,00 44 30,00% 12% 4 0,
Figura 03
As opções, tanto de compra quanto de venda, tornam-se mais valiosas quanto maior for o prazo para o vencimento. Lembrando o exemplo: o preço de um seguro de automóvel será maior quanto maior for o prazo do contrato, pois o risco de que um carro seja roubado ou sofra um sinistro em um ano é maior do que em seis meses. Da mesma maneira, é mais provável que a ação de uma empresa sofra uma grande oscilação em 40 dias do que em 20 dias. Uma opção com preço de exercício acima do preço de mercado da ação terá seu valor tendendo a zero quando se aproximar da data de exercício das opções, pois é pouco provável que as ações dessa empresa tenham uma grande valorização de um dia para o outro.
Todos os dias, todas as opções caem se o preço do papel não subir.
Taxa de juros – SELIC A taxa de juros de mercado interfere de maneira positiva, isto é, aumenta o preço de uma call. Porém, o motivo dessa influência é bastante discutido entre os teóricos em derivativos; alguns defendem que “com a expansão das taxas de juro da economia, há uma tendência de aumento da taxa de crescimento esperada para o preço da ação. Todavia, diminui o valor atual de quaisquer fluxos de caixa a serem recebidos pelo titular da opção no futuro. No caso das opções de compra, o primeiro efeito tende a aumentar seu preço, e o segundo, a diminuí-lo. O primeiro efeito prevalece sobre o segundo, isto é, o preço
Comprando ações e vendendo opções
Volatilidade A volatilidade é uma tentativa matemática para medir a incerteza quanto aos preços futuros de uma ação, a possibilidade do ativo objeto sofrer uma grande oscilação direcional para cima ou para baixo. Pode ser entendida como a velocidade de mudança de preço do mercado. De todos os fatores, a volatilidade é o mais subjetivo e difícil de aferir – e mesmo de compreender.
Na medida em que a volatilidade aumenta, os preços das opções sobem também. Isso acontece porque, se o ativo objeto tem um aumento na sua volatilidade, podem ocorrer movimentos mais amplos, que venham a invadir as zonas de strikes. Observe o comportamento do valor do prêmio quando a volatilidade sobe:
Preço do ativo Strike Vol. Juros Dias Prêmio 42,00 44 20,00% 12% 20 0, 42,00 44 24,00% 12% 20 0, 42,00 44 28,00% 12% 20 0, 42,00 44 32,00% 12% 20 0, 42,00 44 36,00% 12% 20 1, 42,00 44 40,00% 12% 20 1, 42,00 44 44,00% 12% 20 1, 42,00 44 48,00% 12% 20 1,
Figura 05
A volatilidade é expressa em percentuais. Trata-se da expectativa de variação anualizada. Tanto no Brasil quanto em outros mercados mais maduros, ela costuma oscilar entre 20% e 40% ao ano, podendo apresentar, em seus momentos anormais de calmaria e confiança – ou de extremo nervosismo –, valores abaixo dessa faixa, no primeiro caso, e acima, no segundo.
A relação de crescimento da volatilidade com os preços é praticamente linear. A maior percepção que um observador atento terá ao estudar as oscilações da volatilidade é o fato de que, pelas características do mercado e do ser humano, ela passa a maior parte do tempo caindo. Isso quando o mercado está calmo e em alguma tendência definida, e sobe
A formação do preço e as variáveis que afetam as opções
rapidamente, de maneira explosiva, quando os mercados apresentam grandes oscilações ou quando a incerteza aumenta junto com o nervosismo – normalmente, tempos de grandes quedas ou cenários de pânico. Então, esse observador percebe que, além da volatilidade passar muito tempo caindo para níveis próximos ou abaixo de 20% ao ano, ela sobe e volta para níveis de 40% ou mais em poucos dias; dias esses, via de regra, de grandes quedas. Isto é: a volatilidade sobe muito rápido e na queda da bolsa, o que é compreensível, pois o mercado realmente costuma cair mais rápido do que sobe. No restante do tempo, a volatilidade tende a cair.
A volatilidade pode ser medida através do cálculo da oscilação diária do preço do ativo; são fórmulas complexas, não sendo tais medições o foco deste livro.
Dividendos Os dividendos têm o efeito de reduzir o preço da ação na data ex-dividendo, algo ruim para o valor das opções de compra. Mas, no Brasil, quando uma empresa fica ex-dividendo, todas as séries, em aberto, de opções derivadas daquela ação tornam-se também ex- dividendo. Com isso, o preço de exercício dessas opções diminui no mesmo valor do dividendo, ou seja, para o titular da opção, não há diferença entre a empresa pagar ou não dividendos. Porém, é ruim para o lançador, que, teoricamente, paga esse dividendo ao titular. Tomemos como exemplo uma empresa cotada a R$ 100,00 e uma opção de compra com preço de exercício de R$ 90,00, que está cotada a R$ 12,00. Imagine que essa empresa fique ex-dividendos em R$ 5,00, de maneira que a nova situação será: a empresa automaticamente passa a ser cotada a R$ 95,00, o preço de exercício passa a ser R$ 85, e, assim, o preço da opção continua a ser R$ 12,00. O lançador, tendo agora a receber R$ 5,00 em dividendos, será exercido a R$ 85,00 e não mais a R$ 90,00 como anteriormente. Assim, no Brasil, os dividendos não afetam o preço das opções.
É muito importante estar atento a tais detalhes, pois a mudança do preço de exercício leva muita gente ao erro de achar que, por exemplo, a VALEC70 é necessariamente de preço de exercício de R$ 70,00. Porém, se a VALE5 ficou ex-dividendo ou qualquer outro provento em R$ 2,00 desde o momento em que a opção foi criada (aberta), ela terá seu preço de exercício diminuído nesse valor; então, o preço de exercício passará a ser R$ 68,00, mas seu nome não irá mudar.
O pior é: dando continuidade ao exemplo anterior, se uma outra série de VALE5, digamos, VALEC72, foi criada (aberta) pela bolsa alguns meses depois da VALEC70 e, nesse período, a empresa só ficou ex em R$ 1,00, teremos, então, a seguinte confusão: uma série VALEC70, porém de preço de exercício R$ 68,00, uma outra série VALEC de preço de exercício R$ 71,00. O número de erros que os traders produzem, achando que estão comprando opções muito baratas e vendendo outras muito caras, é enorme, e essa sensação de enganar o mercado mal precificado leva muitas pessoas à ruína anualmente. Não confie no nome da opção (código alfanumérico), confira sempre o preço de exercício.
A formação do preço e as variáveis que afetam as opções
é a dificuldade de compreender a sutileza da oscilação do preço de uma opção, pois a alteração numa das variáveis afeta de modo significativo seu preço, e essas variáveis estão se movendo a todo o momento em maior ou menor grau. Todo dia o tempo diminui, a ação oscila, a incerteza é maior ou as pessoas tornam-se mais confiantes, alterando a volatilidade. Vez por outra, a empresa paga dividendos e os juros oscilam.
Essa compreensão das relações entre as variáveis, e das variáveis com o preço da opção, é fundamental para a sobrevivência do trader. Uma relação comparável com a afirmação sobre o jogo de pôquer, no qual você aprende as regras rapidamente, mas leva uma vida inteira para compreendê-las. Comparar opções com pôquer? Então é jogo? Sim, mas, como o pôquer, não é um jogo de azar, você pode contar com a sorte uma vez, mas quem faz a diferença é o player , colocando a probabilidade a seu favor.