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Érico veríssimo: uma biografia que aborda a vida e a obra do autor gaúcho, foca-se nas suas obras urbanas e sociais, onde aborda temas como a decadência aristocrática, a imigração europeia, a tradição gaúcha e temas políticos. O texto inclui uma resenha do romance 'eugênio fontes' e uma análise da narrativa, além de uma descrição dos prêmios e honrarias recebidos por veríssimo.
Tipologia: Notas de aula
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OBRA ANALISADA Olhai os lírios do campo GÊNERO Prosa, romance AUTOR Érico Lopes Veríssimo DADOS BIOGRÁFICOS Nascimento: 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta (RS) Morte: 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre
BIBLIOGRAFIA Romances e novelas
1ª Fase: focada nos assuntos urbanos, versa sobre a aristocracia local em decadência e os conflitos morais que a imigração europeia traz à região:
2ª Fase: temas épicos / históricos contém um estudo sobre os principais elementos que formam a tradição do povo gaúcho:
3ª Fase : romances universais de tendências políticas [censura e ditadura militar, anos 60 e 70]
Contos
Narrativas de Viagem
Literatura Infantil e Juvenil
Autobiografias, biografias e Memórias
Ensaio
Como jornalista...
A convite do gerente Henrique Bertaso, atua no departamento editorial da Editora Globo, indicando livros para tradução e publicação.
presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa (1935)
Prêmios e honrarias
RESENHA Eugênio Pontes, moço de origem humilde, a todo custo, se forma médico e, graças a um casamento por interesse, ingressa na elite da sociedade. Nesse ínterim, é obrigado a virar as costas para a família, deixar de lado antigos ideais humanitários e abandonar a mulher que realmente amava.
O romance narra a contínua morfose de sentimentos e emoções sentidos e vividos por Eugênio.
Ele é uma pessoa profundamente infeliz, marcado por uma infância pobre e por experiências humilhantes. Assombrado pelo fantasma da pobreza, cria para si um fantasmagórico complexo de inferioridade que o assombra por grande parte da vida. Eugênio, apesar das grandes dificuldades financeiras e espirituais, forma-se em Medicina.
capítulos cada: Eugênio só enxerga os seus pensamentos. Dois planos: passado e presente. Vamos conferir?
Na primeira parte [cap. 1 a 12] PASSADO Eugênio, o personagem principal, em flashbacks de seu passado, enquanto se dirige ao hospital onde está Olívia no leito, agonizante, “quase à morte”. É a partir dessa situação inicial que o enredo se desenvolve. Em flashback... rememora sua infância pobre, quando tinha pena de seu pai e era humilhado na escola por sua condição social tal como um réu:
- O Genoca tá com as carça furada no fiofó! [...]tapava com ambas as mãos o rasgão da calça. Os rapazes romperam em vaia frenética. Mais tarde, as mocinhas também demonstravam o ar divertido com os contratempos do colega. Quanta vergonha! Outra humilhação: pai em atraso com a mensalidade da escola. Resgatar o recibo! Punham-lhe rabos de papel.
No presente (finais da década de 1930), ao chegar ao hospital já mais otimista sobre o estado de saúde de Olívia do que na partida, Eugênio recebe a notícia de que ela morreu.
A segunda parte [cap. 13 a 24], passada no PRESENTE após a morte de Olívia. Narrativa intercalada por trechos de algumas das cartas que Olívia escreveu para Eugênio e nunca lhe enviou. Eugênio toma coragem e separa-se da esposa, abandona a amante, vai viver com a filha (na casa onde Olívia morava com um casal de alemães) e volta a clinicar para os pobres. Eugênio vai assim, sempre com a memória de Olívia, mesmo que ela vá desaparecendo aos poucos, redimindo-se e vendo melhor a pobreza de que sempre tinha tanto asco.
Tem seus momentos negros: o caso de Simão e Dora. Dora é a filha de sua amante (que é uma mãe negligente) com um engenheiro fascista e workaholic que dá mais importância ao prédio que está construindo do que a ela. Ela se apaixona por Simão, um jovem e pobre estudante judeu. A união é desaprovada pelos pais e ela morre durante um aborto feito por uma parteira após Eugênio negar- lhes o ato. Por todo o tempo, Eugênio vai se ligando a uma vida mais simples, a amigos tão simplórios e verdadeiros como o céptico Dr. Seixas a quem admirava quando criança. O romance finaliza com ele e Anamaria saindo para passear num ensolarado dia de verão de Porto Alegre.
Eugênio Fontes: médico muito pessimista, infeliz e complexado – sentimento de inferioridade; esposa e sogro só lhe dão ordens, sentiu-se humilhado a vida inteira. O exercício da medicina permitiu-lhe transitar em diferentes cenários e classes sociais, presenciar vários dramas individuais dentro de uma vasta galeria humana. Alguns espaços são mais significativos dentro da obra, pois são marcados
pela manifestação de determinados sentimentos em relação ao personagem principal.
Elementos como o frio e a chuva são significativos, isto é, componentes para a formação dos seus estados de ânimo. Esses elementos expressam estados depressivos. “Pensou em Olívia. Sentiu que ela estava morta. Devia ser o frio, a cinza do céu, a chuva gelada, a tristeza das pedras e das criaturas. Porque ele sabia que Olívia não podia morrer...” A ideia da morte, neste trecho, está ligada ao frio, à chuva, à tristeza, porque são estes elementos que remetem o personagem à lembrança de Olívia e sua forte presença na vida dele. [Fonte: p. 71/128, de dissertação]
Ângelo: pai; alfaiate
D. Alzira: mãe de Eugênio e Ernesto; tem um irmão Ênio, não personagem
Ernesto: irmão mais novo de Eugênio; um vagabundo
Olívia: única mulher de sua turma na faculdade; o grande amor de Eugênio
Dr. Teixeira Torres: outro médico do mesmo hospital
Eunice Cintra: esposa de Eugênio. Rica, fútil e vazia.
Felipe Lobo: construtor obstinado a construir o "Megatério", um arranha-céu
Dr. Seixas: amigo de Eugênio; médico; prestava atendimento aos pobres.
Irmã Isolda: enfermeira do Hospital Metropolitano em que Dr. Eugênio trabalha.
Honório: motorista de Eugênio Colegas de turma: Nelson, Heitor, Tancredo.
cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, da década de 30 do século passado. Eugênio e Eunice moram numa chácara. A ambientação urbana da história dá margem à abordagem dos efeitos de um capitalismo devastador sobre a vida dos personagens.
Destaque para algumas passagens no tempo: O Sol da tarde doura os campos.
- São quase seis. Chego à cidade às nove, nove e pouco... Acho que só posso estar de volta amanhã, de manhã.
LÍNGUA ORAL do Rio Grande do Sul: emprego da 2ª pessoa do singular: TU
_- Tu levou cigarro na aula, sem vergonha!
Rede Globo - 1980
Olhai os lírios do campo, música de padre Zezinho
Episódio da série especial 5X Érico da RBS, TV de Porto Alegre, RS
Seu objetivo permanente foi atribuir identidade ao gaúcho e sua região, examinando o passado histórico e o iluminando através da criação imaginária”. No entanto, esse objetivo não restringe a obra ao público gaúcho, pois ele conseguiu ver sua terra sem maniqueísmo ou simplificações redutoras, tocou em assuntos e temas que foram recobertos pelo tempo de mitos e preconceitos. Dessa forma, suas obras chegam à atualidade como um campo fértil de discussões e temas, próprios do ser humano.
Obra aberta a várias possibilidades, de acordo com os horizontes, experiências, vivências e possibilidades, imanentes à estrutura textual: a desigualdade social, o aborto clandestino e a intolerância religiosa, além do descaso na saúde pública e a gravidez na adolescência.
Esta obra apresenta a tragédia de um homem dividido entre o amor e a ambição, a consciência e as alianças sociais. "Olhai os Lírios do Campo" é um convite à reflexão sobre os valores autênticos da vida. [site oficial da Prefeitura de São Paulo]
Sua biografia conta que, aos 20 anos sentiu um estranho prazer ao descobrir a filosofia amarga de Machado de Assis. Em seguida, sua trilha literária passou pelo olhar irônico de Bernard Shaw e pelo sorriso malicioso de Anatole France. Mas "a mais perigosa e inelutável" de suas influências literárias foi Oscar Wilde.
Em suas memórias, o escritor relata o sentimento que o tomou na época: "Julguei que todos os meus sonhos de arte e beleza estavam para sempre destruídos, ignorando que para um romancista mais vale tomar lições particulares com a grande mestra vida do que fazer um curso completo em qualquer universidade do mundo. O balcão me punha em contato com gente de toda espécie: operários, soldados, empregados do comércio, funcionários públicos, caixeiros-viajantes, pequenos burgueses, estancieiros, trabalhadores do campo, caudilhos e vagabundos ... Era uma parada singular". [Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência]
Através do personagem Eugenio, nosso autor critica os preconceitos, as pessoas que deixam que a ambição fale mais alto que o caráter, os fanatismos, a desvalorização da vida e a exploração. O autor acabou produzindo uma bela defesa do caráter e da bondade e uma brilhante obra de arte. [Fonte: Planeta News]
Os personagens Olívia e Eugênio, juntamente com os outros personagens, “não são o poder, nem
controlam a engrenagem social; alimentam-na; sofrem-na; são a massa amorfa das cidades, parte da multidão anônima na expectativa da própria identidade”. a crítica social formulada por Veríssimo não atinge a sociedade como um todo, mas, exatamente, a corrupção da estrutura social. Dentre os personagens da obra, aponta Olívia como uma das mulheres semi-heróicas, caracterizadas pela seriedade, coragem moral e perseverança, criadas por Érico Veríssimo. [crítico Flávio Loureiro Chaves]
Érico Veríssimo foi um contador de histórias, porque seus relatos brilhantemente construídos utilizam um linguajar simples e direto, com o qual recria fielmente certos aspectos da realidade. [Biblioteca Digital UFMG]
Veríssimo é um escritor raro, daqueles que conseguem prender o leitor desde a primeira linha.
Olhe os lírios do campo. Inspire-se neles. E descanse. [Roberto de Albuquerque Cezar]