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O artigo trata-se de uma revisão de literatura na area de saúde da mulher que apresenta o uso da bola suíça durante a fase ativa do trabalho de parto como um recurso da fisioterapia para ajudar a facilitar a dilatação uterina e promover analgesia no momento do trabalho de parto
Tipologia: Teses (TCC)
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Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Fisioterapia Aplicada á Saúde da Mulher ANANINDEUA-PA 2023
Segundo Castro (2012, p.211), “o trabalho de parto é dividido em duas fases: a primeira é caracterizada por contrações uterinas que permitem a cervicodilatação. Trata- se de uma fase em que o estresse emocional e a dor estão presentes, a segunda fase corresponde à expulsão fetal, na qual as contrações e a dilatação do colo uterino se tornam mais intensas e regulares, é o momento que ocorre a apresentação fetal.” Durante as fases do trabalho de parto o fisioterapeuta, tem como função, avaliar e monitorar as alterações físicas, promover alívio da dor, adotando tecnologias não farmacológicas e não invasivas, enfocando no bem-estar da parturiente e do bebê, facilitar a dilatação por meio da cinesioterapia, realizando exercícios com a finalidade de mobilizar a região pélvica, dessa forma, auxiliando a parturiente durante toda a fase ativa do parto. O fisioterapeuta é um profissional de extrema importância durante o trabalho de parto e vem ganhando cada vez mais espaço nas maternidades, sendo um profissional que está presente no pré-parto, parto e pós parto. Vários são os recursos fisioterapêuticos que podem ser utilizados para auxiliar a parturiente nesse momento, um deles é a bola suíça também conhecida como “bola do nascimento”. A bola do nascimento foi utilizada pela primeira vez em 1963 por fisioterapeutas para pacientes que sofriam de dores na coluna, ela foi introduzida como uma ferramenta de parto na década de 1980 por Perez e Simkin, que forneceram educação para o parto para estudantes, enfermeiras, parteiras e assistentes profissionais de parto (Makvandi et al ., 2015). Segundo Baracho (2007) as posições maternas que mais contribuem para melhorar a contratilidade uterina são as verticais. A bola terapêutica pode ser usada nesta fase como um recurso que promove a posição vertical da mulher, seja no chão, seja na cama ou no chuveiro, apresentando também, como benefício, o alivio de tensões nervosas. O presente estudo busca responder a seguinte questão: O uso da bola suíça como método não farmacológico, tem efeitos positivos durante o trabalho de parto? Biana (2021, p.8) afirma que a bola suíça tem como objetivo aumentar a mobilidade pélvica, facilitando a descida do feto, assim como a adoção de posturas
verticais pela mulher, reduzindo o tempo de trabalho de parto, promovendo o alívio da dor e aumentando a independência da gestante. Diante dessa afirmativa, é visto que, o tema é de extrema importância para a comunidade científica, sendo relevante e necessário o conhecimento do fisioterapeuta acerca do uso desse recurso no parto vaginal, englobando sua atuação no âmbito científico e na educação em saúde. A utilização e baixo custo da bola suíça a torna um método muito aceito e defendido por profissionais atuantes na assistência ao trabalho de parto, sua realização promove conforto e liberdade a parturiente. O estudo e aprimoramento da atuação do fisioterapeuta durante o parto vaginal se faz válido para que possa ser ofertado a melhor assistência (ARAÚJO et al., 2018). A presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva e tem como objetivo principal evidenciar os efeitos da bola suíça durante a fase ativa do trabalho de parto, além de, avaliar se o seu uso auxilia no alivio da dor e conforto perineal, analisar se estimula a dilatação do colo uterino e a progressão do feto através da pelve. A pesquisa está dividida em métodos, resultados e conclusão. 2 MÉTODOS A pesquisa traz como metodologia a revisão bibliográfica descritiva que é de extrema importância na assistência em saúde, sendo utilizada para identificar as melhores evidências e sintetizá-las, para fundamentar propostas de mudanças nas áreas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas: National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Physicaltherapy Evidance Database (PEDro) em um corte temporal de 2015 a 2022. Foram utilizados descritores nas línguas inglesa e portuguesa, relacionados às palavras citadas a seguir. Os descritores utilizados na língua portuguesa foram: Parto, dor, fisioterapia e bola suíça. Na língua inglesa, os descritores foram Childbirth, pain, physiotherapy and birth ball Sendo utilizados entre os descritores, durante a estratégia de busca, os operadores booleanos “AND” (com o objetivo de restringir a busca) “OR” (para ampliar a busca) e “NOT” (para excluir algum tema na busca).
Figura I. Fluxograma da pesquisa Fonte: Do próprio autor, 2022. Dos artigos encontrados 4 deles apresentavam o uso da bola suíça de forma isolada durante o trabalho de parto e 5 artigos apresentavam a bola suíça combinada com outras terapias não farmacológicas que também são utilizadas durante a fase ativa do trabalho de parto (Quadro 2). Quadro 1. Artigos Incluídos Autores Tipo de Estudo Biana et al. Revisão Integrativa Melo et al. Ensaio Clínico Randomizado Controlado Mascarenhas et al. Revisão Integrativa Cavalcanti et al. Ensaio Clínico Randomizado Silva et al. Revisão Integrativa Henrique et al. Ensaio Clínico Randomizado Delgado et al. Revisão Sistemática e metanálise Gallo et al. Makvandi et al. Revisão Sistemática Revisão Sistemática e metanálise Fonte: Do próprio autor, 2022. Segundo Barbieri (2013, p. 481) para a Organização Mundial da Saúde é essencial que métodos não farmacológicos para o alivio da dor sejam utilizados por serem seguros e menos invasivos, as terapias combinadas mais encontradas nos estudos foram:
massagem, banho de imersão, banho de aspersão, deambulação, exercícios respiratórios, acupuntura e eletroestimulação. O uso da bola suíça combinado com o banho de aspersão com água morna e a massagem foram os mais citados pelos autores, para Silva (2011, p. 656) o uso da bola permite movimentos da cintura pélvica em posição vertical, e a prática do banho de aspersão pode estimular as contrações uterinas, propiciar sensação de relaxamento e amenizar as dores lombossacrais. Usar a bola suíça durante o trabalho de parto é uma prática comum em hospitais que reconhecem a importância do parto humanizado e do empoderamento da mulher, por ser um produto barato, reutilizável, recurso não farmacológico e não invasivo. As bolas de nascimento foram introduzidas em salas de parto a partir da década de 1980, e novas pesquisas estão sendo cada vez mais realizados para comprovar sua eficácia durante o trabalho de parto (Delgado et al., 2019). A partir da análise dos 9 artigos, todos apresentaram desfechos positivos em relação ao uso da bola suíça durante a fase ativa do trabalho de parto dentre eles, alívio da dor, aumento do pensamento positivo da mulher, redução da ansiedade, facilitação da dilatação uterina, melhora da circulação materno-fetal, aumento da mobilidade, redução da duração do trabalho de parto e de lacerações perineais. Para Biana (2021, p.2) a fisioterapia apresenta-se como ciência do movimento ativo, que acredita na movimentação do corpo como um caminho para reduzir os efeitos negativos da gestação e do parto. O estudo feito por Biana et al. 2021, apresentou resul- tado positivo no uso da bola suíça durante a gestação, a associação do seu uso ao banho quente foi eficiente para acelerar o trabalho de parto e reduzir a dor. Um estudo qualitativo que utilizou diferentes técnicas demonstrou a experiência positiva das mulheres com relação às posições verticalizadas e a movimentação durante o trabalho de parto. Comparando com Melo (2020, p.4) as intervenções isoladas ou combinadas são uma forma segura de assistência ao parto uma vez que elas não afetam negativamente os parâmetros maternos e perinatais. Os resultados demonstram que tais métodos, isolados ou combinados, são seguros devido à ausência de parâmetros maternos e perinatais adversos e, portanto, deveriam ser componentes de humanização durante o parto. Segundo a revisão integrativa realizada por Mascarenhas (2019, p.355), a bola suíça teve maior efeito na redução da dor comparado ao banho de aspersão, associado
trabalho de parto pode reduzir a dor após 20 a 90 minutos. Diversos mecanismos poderiam explicar a redução da dor, uma delas é a teoria do controle do portão de dor que consiste na utilização de estímulo não doloroso para inibir a sensação de dor. Este mecanismo funciona principalmente através do componente sensitivo da dor, bloqueando o sinal nociceptivo. Essa resposta fisiológica pode ocorrer quando a pelve se move na bola durante o trabalho de parto. Além disso, a posição sentada reduz a pressão no sistema nervoso na articulação sacroilíaca, causando alívio da dor na região lombar. Em relação aos desfechos relacionados ao assoalho pélvico (episiotomia e trauma), sugere-se que os movimentos pélvicos realizados com a bola de parto estimulam a propriocepção, podendo melhorar a atividade muscular durante o trabalho de parto, reduzindo a necessidade de episiotomia e o risco de lacerações, segundo essa meta- analise elaborada por Delgado et al. 2019, apesar de reduzir a dor durante o trabalho de parto, ainda há dúvidas sobre sua eficácia. Para Gallo (2018 p.5) a dor persistente associada ao trabalho de parto pode afetar negativamente a mãe e o feto, muitas vezes alterando a percurso do parto. Os preceitos da humanização da assistência à saúde recomendam que as mulheres em trabalho de parto tenham a oportunidade de aliviar a dor com medicamentos farmacológicos e não farmacológicos. Os modelos atuais de assistência ao parto priorizam a qualidade dos cuidados, especificamente em relação a: tecnologia; conhecimento; diálogo entre profissionais e pacientes; e escolha individual de recursos considerados adequados para um parto seguro. No Brasil, uma nova iniciativa foi criada em 2000 com a instituição formal do Programa de Humanização do Pré-Natal e Parto pela portaria número 569 do Ministério da Saúde, este programa tenta implementar as melhores práticas durante o parto baseada em evidências, principalmente em relação à redução intervenção e criação de incentivos para o parto vaginal. Para Makvandi (2015 p. 1685) o manejo da dor do parto é um aspecto essencial da assistência obstétrica e um dos principais objetivos da assistência intraparto. Embora supressão completa da dor do parto não é possível,diversos métodos de alívio da dor e várias estratégias de enfrentamento têm sido sugeridos para diminuir o nível e a intensidade de dor no trabalho de parto.
A bola de nascimento é uma ferramenta relativamente nova para melhorar a experiência de trabalho de parto. No entanto, a eficácia de abordagens não farmacológicas como a bola de parto em intervenções e resultados obstétricos permaneceu incerto. Atualmente não há consenso para o uso da bola de parto para alívio da dor em configurações hospitalares. A dificuldade em traduzir esta abordagem na prática pode ser explicada pela falta de estudos que avaliam o impacto do uso da bola suíça no trabalho de parto (Makvandi et al ., 2015). Quadro 2. Desfecho dos artigos incluídos Autor (ano) Resultados Biana et al. (2021) O uso de terapias não farmacológicas foi eficiente para reduzir os efeitos do trabalho de parto e parto, como dor, duração do trabalho de parto, ansiedade, laceração e episiotomia. Melo et al. (2020) As intervenções isoladas ou combinadas são uma forma segura de assistência ao parto uma vez que elas não afetam negativamente os parâmetros maternos e perinatais. Mascarenhas et al. (2019) Os exercícios na bola suíça são importantes para reduzir a dor e adotar a posição vertical, importante na progressão do trabalho de parto. Cavalcanti et al. (2019) Houve aumento no escore de dor e redução da ansiedade em todos os grupos, sobretudo quando utilizaram banho de chuveiro. A dilatação cervical, aumentou em todos os grupos de intervenção (p<,001) bem como o número de contrações uterinas, principalmente quem utilizou banho e bola associados como também mostrou menor duração do tempo de trabalho de parto. Silva et al. (2018) A associação das terapêuticas do banho de aspersão e da bola suíça mostrou-se mais eficaz que seu uso isolado, potencializan- do o alívio da dor quando aplicadas na fase ativa do trabalho de parto, melhorando a progressão do mesmo, diminuindo sua duração e estimulando o parto normal. Henrique et al. (2018) Dor, ansiedade e liberação de epinefrina diminuíram no grupo que realizou exercícios perineais com bola (GB). Os níveis de β- endorfina aumentaram neste grupo (GB) após a intervenção e mostrou diferença significativa na capacidade de causar esse
O presente estudo permite concluir que o uso da bola suíça durante a fase ativa do trabalho de parto, de forma isolada e combinada com outros métodos não farmacológicos, reduziu a dor, promoveu o relaxamento, diminuiu a ansiedade e facilitou a dilatação uterina. A presente pesquisa também caracteriza a importância de um profissional qualificado e especializado para orientar as parturientes sobre os benefícios e exercícios que podem ser feitos com a bola suíça, o fisioterapeuta é indispensável nesse momento, sendo um profissional que possui conhecimento sobre o movimento humano. A bola suíça é um recurso importante e eficaz utilizada na humanização do parto, seu uso deve ser incentivado pelos profissionais de saúde que assistem essas parturientes. Dessa forma, prevenindo a mortalidade materna e perinatal e promovendo um parto e nascimento saudáveis. Entretanto verificou-se que esse recurso é utilizado em várias instituições, mesmo sem a existência de um protocolo que esclareça as questões relativas a seu uso. Questões como a segurança da mulher ao utilizá-la, limpeza da superfície para impedir a contaminação cruzada e, até mesmo, esclarecimentos sobre o(s) momento(s) adequado(s) para ser indicada. Desse modo, é possível concluir que a bola suíça apresenta vários benefícios, no entanto, devem ser realizados mais estudos a respeito dessa prática para trazer evidências, que podem auxiliar no planejamento de protocolos e esclarecer as questões levantadas neste estudo.
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