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Este artigo tem como foco os Resumos contidos nos TCC. O número de TCC a serem defendidos no ISPS só tende a aumentar, tendo em conta o crescimento da instituição. Entretanto, nem todos os Resumos contidos nos TCC fazem fé daquilo que realmente se requer. É importante debater este assunto, pois o Resumo serve de porta de entrada para se ler ou não o trabalho. Num exercício exploratório, 15 exemplares foram revisados. Depois de tratados os dados no SPSS versão 23, foi possível inferir a existênci
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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1
Tomás de Aquino Caluyua Yambi
Resumo
Este artigo tem como foco os Resumos contidos nos TCC. O número de TCC a serem
defendidos no ISPS só tende a aumentar, tendo em conta o crescimento da instituição. Entretanto,
nem todos os Resumos contidos nos TCC fazem fé daquilo que realmente se requer. É importante
debater este assunto, pois o Resumo serve de porta de entrada para se ler ou não o trabalho. Num
exercício exploratório, 15 exemplares foram revisados. Depois de tratados os dados no SPSS
versão 23, foi possível inferir a existência de um gap na elaboração do Resumo, o que demonstra a
existência de debilidades de vária ordem na escrita do Resumo. Uma profunda reflexão nos três
níveis: estratégico, táctico e operacional, seguida de boas prácticas, incluindo: a orientação para o
uso de um modelo; maior rigor no parecer para aprovação; mais inclusão; e maior exposição do
assunto nas aulas, surgem como contrapartida para se mitigar o problema.
Palavras-chave: Resumo, TCC, Pré-textuais
Abstract
The focus of this article is on the Abstracts found in monographs. The number of
defended monographs in ISPS is increasing as a result of its growth. However, not all Abstracts in
monographs are judged by the roles it should play. It is important to bring this topic into debate,
because it serves as the entrance door for one to decide whether to keep on reading or not. Within a
more exploratory perspective, 15 exemplars were revised. Having treated the data in SPSS version
23, it was possible to infer the existence of a gap in writing the Abstract, which signals the
existence of a handicap in a number of ways in writing the Abstract. A deeper reflection, among
the three levels of operation: strategic; tactic and operational, followed by best practices, including:
the orientation for using a model; more scrutiny in the allowance provision; more inclusion; and
more debate of the issue in the classes, emerge as the cornerstone to mitigate the issue.
Keywords: Abstract, Monographs, Preliminary
Introdução
Depois que se deu a massificação no Ensino Superior (ES) em Angola,
pelo menos no últimos 5- 10 anos, nem todos os pressupostos desde o ingresso à
avaliação dos vários processos e stakeholders , atrelaram a essa corrida, o que faz
com que algumas consequências começam a se fazer sentir já nos dias que
vivemos, outras nem tanto pelo menos por enquanto. Nos holofotes de alguns
relatórios e outros poucos trabalhos investigativos começa a não ser pequeno o
número de estudantes que terminam o ciclo acadêmico da licenciatura, com a
apresentação de trabalhos de fim de curso nas instituições de Ensino Superior
(IES) em Angola, em geral e em particular no Instituto Superior Politécnico
Sinodal (ISPS). O que entretanto pouco se debate é justamente a qualidade dos
vários trabalhos apresentados. Fica-se com uma ideia falaciosa de que todos os
trabalhos apresentam boa qualidade, quando na verdade se atentarmos
microscopicamente para alguns deles, talvez muitos nem devessem chegar a ser
aprovados para defesa. O exercício que toma o foco da nossa atenção neste artigo,
é de explorar a qualidade nalguns resumos contidos nos trabalhos já defendidos
no ISPS. O exercício feito neste artigo é de suma importância, se o analisarmos
1
TCC-trabalho de Conclusão de Curso, para o grau de Licenciatura
2
Para mais sugestões de verbos a serem usados nos objectivos, consultar https://urless.in/2z5Ww
fora do espectro de uma mera intenção de ataque. Dito de outro modo, esse
exercício pode introspectivamente servir de ponto de partida para lembrarmos: a)
quem somos, b) onde estamos e c) para onde queremos ir, desafiando assim o
status quo , rumo à excelência, sem descorar as três palavras de proa do ISPS—
Sapiência, Rigor e Acção. Para atingirmos tal fim, organizamos este artigo em três
partes fundamentais. Primeiramente trazemos uma breve abordagem, com suporte
da literatura existente, sobre alguns aspectos essenciais do resumo. Em seguida
dispomos um roteiro ate obtermos os dados. Apresentamos e discutimos os
resultados e por fim trazemos algumas conclusões, seguidas de implicações.
Resumo como aspecto pré-textual
Em linhas gerais, não são poucos os itens que constituem os aspectos pré-
textuais de um TCC, além do facto de eles—os aspectos, variarem de instituição
para instituição, ou mesmo de unidade para unidade. Em outras palavras, se numa
instituição virmos um conjunto de itens inerentes aos aspectos pré-textuais,
noutras podemos encontrar outras cadências. Não sendo possível nos debruçarmos
de todos eles neste artigo, a nossa atenção neste ponto se restringe ao
resumo/abstract que por sinal aparecem em grande parte das cadências existentes.
Alinhado ao mesmo diapasão, os pontos 8 e 9 do Anexo 6 no regulamento interno
do ISPS dispõem a obrigatoriedade do resumo/ abstract nos TCC (ISPS, 2015).
Daí ser de praxe alguns trabalhos de fim de curso do ISPS aportarem consigo um
resumo em duas línguas, uma versão na língua de instrução e outra numa língua
estrangeira. Mas afinal o que vem a ser um resumo?
Muitas vezes tomado por vários nomes, nomeadamente sinopse ou síntese,
o resumo pode ser definido como uma versão em miniatura do documento,
geralmente visado e revisado, sumarizando os aspectos relevantes do documento
(Andrade 2011; Hartley 2010; Swales, e Christine 2009).
O resumo é um exercício escolar e acadêmico requerido frequentemente
pelos professores, editores, examinadores, para citar estes poucos. Resumir um
texto em poucas linhas, pode parecer uma actividade fácil, porém, é um exercício
que requer não apenas aprendizagem como também práctica. Essa arte, como
Ickes e Gambescia, (2011), ajuda o estudante a desenvolver a sua capacidade de
síntese, objectividade e clareza, factores que serão muito importantes ao longo da
vida acadêmica, não descorando a escrita do Trabalho de fim de Curso (TCC).
Importância do Resumo
Nem todos sabem a finalidade do resumo. Enquanto muitos sobre-passam
esta parte crucial de um trabalho, a the American Psychological Association’s
(APA) publication manual, considera o resumo como sendo a “parte mais
importante do trabalho” (APA, 2009: 26). Esta parte do trabalho tem grande
importância não só para o autor, mas principalmente para o leitor. Swales e
Christine (2009) observam que se por um lado ajuda o autor a ter uma capacidade
de sintetizar o seu trabalho em uma miniatura, por outro lado, o resumo ajuda o
Assunto Recursos Humanos
Tema Comportamento
Problema Qual o perfil do consumidor de iPhone na cidade do Lubango: bairro
Mapunda...?
Título O Perfil do consumidor...
Tabela 1: clarificação do problema (Martins 1994:10)
Em seguida, importa realçar a pertinência de se investigar o problema.
Nesta parte, geralmente fala-se das consequências de não se investigar sobre a
temática ou da urgência de se investigar (Gil 1991). Em terceiro, responde-se aos
objectivos do trabalho. Enquanto que o objectivo geral não passa do problema
mais um verbo no infinitivo, os específicos se resumem em acções prácticas ou
desdobramento do objectivo geral (Silva e Menezes 2005), todos eles indicando
uma acção passível de mensuração, rumo à resolução do problema, fazendo o uso
de verbos apropriados, alguns destes dispostos na tabela 2 abaixo
2
. Através dos
objectivos se torna possível vislumbrar até onde se pode chegar, bem como a
contribuição que a pesquisa ira proporcionar.
Alinhamentos Verbos
Determinar estágio cognitivo de
conhecimento
apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registar,
relatar,
repetir, sublinhar e nomear;
Determinar estágio cognitivo de
compreensão
descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar,
expressar,
identificar, localizar, traduzir e transcrever;
determinar estágio cognitivo de
aplicação
aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar,
inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;
Determinar estágio cognitivo de
análise
analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater,
diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e
experimentar;
Determinar estágio cognitivo de
síntese
articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e
esquematizar;
Determinar estágio cognitivo de
avaliação
apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar,
preferir, selecionar, validar e valorizar.
Tabela 2: verbos para os objectivos. (Adaptado Silva & Menezes 2005)
Em seguida fala-se da metodologia ou método, como usado em alguns
contextos. Nesta fase dispõe-se o caminho a se percorrer para se alcançar os
objectivos preconizados (Kumar 2011). Algumas vezes, juntando ou trocando a
posição dos pontos quarto e quinto, pode-se falar do tipo de pesquisa, quanto a
natureza : básica ou aplicada; quanto a abordagem : qualitativa, quantitativa e
mista; do ponto de vista dos objectivos : exploratória, descritiva, explicativa, do
ponto de vista dos procedimentos : bibliográfica, documental, experimental,
levantamento, estudo de caso ou expost-facto , para citar algumas (Gil 1991;
Kumar 2011); os objectivos, a população, o processo de amostragem e os
instrumentos de recolha de dados deviam ser sucintamente dispostos e algumas
vezes, como os dados serão tratados ou tabulados devem também merecer realce.
Segue-se a etapa de apresentação dos resultados que por sinal tem sido confundida
com a fase seguinte, a da conclusão. Neste ponto, segundo (Gil 1991), apenas os
resultados mais importantes devem ser apresentados de forma sintética De igual
modo, na conclusão, outra fase portanto, trabalha-se com os pontos apresentados
nos resultados, trazendo assim coerência no texto. Só se conclui a partir dos
resultados apresentados.
2
Para mais sugestões de verbos a serem usados nos objectivos, consultar https://urless.in/2z5Ww
A última fase, muito negligenciada, deve-se apresentar as implicações da
conclusão. É nesta fase onde podemos dar conta da novidade trazida pelo estudo.
Outrossim, as implicações são muitas vezes fontes para futuras pesquisas. Estas
devem ser dispostas de formas que o leitor saiba como emprega-las. Em outras
palavras nesta fase tornam-se interessantes o projecto e o argumento em
detrimento do facto, evitando-se assim a mesmice (Kumar 2011).
Palavras-chave
Frisamos no ponto anterior que o resumo não beneficia apenas o autor mas
também o leitor, então as palavras-chave não fogem a regra. Elas beneficiam o
autor de maneiras que cada vez mais pessoas poderão aceder ao trabalho e desta
maneira ser reconhecido ou até mesmo confrontado, tudo em prol da ciência. Já
para o leitor, este terá mais uma opção para leitura.
Quando se escreve, a princípio, espera-se que o documento seja lido. Mas
para ser lido, o mesmo precisa ser indexado—um conjunto de acções que visam
identificar e descrever conteúdos de documentos, de acordo com seus assuntos,
por meio da atribuição de termos de uma linguagem de indexação, também
chamada de linguagem documentária (Cendón 2000), conforme representação
temática na figura 1 abaixo (A representação de documentos), e posteriormente
publicado (disponibilizado) de alguma maneira, em periódicos ou outro tipo de
base de dados.
Uma vez publicados, os documentos serão encontrados através dos
resumos e/ou palavras-chave. De acordo com Cendón (2000), os instrumentos de
indexação, são valiosos para os pesquisadores, na medida em que estes podem
obter informações recentes sobre tópicos ainda não publicados em fontes
secundarias como livros, sendo que as palavras-chave jogam aqui um papel
preponderante.
Figura 1: A representação de documentos (Cendón 2000)
gráfico 1 tema gráfico 2-importãncia
Quase 87 % dos resumos estudados, dispõem a seguinte frase: o presente
trabalho...tem como tema.... este facto pode, a priori, criar a ideia de que a maioria
dos resumos dispõem do tema_._ Entretanto, nem sempre essa ideia é assertiva, daí a
necessidade premente de se analisar minuciosamente o que segue a esta celebre
frase. Se não vejamos o excerto 1 abaixo:
excerto
3
Primeiro se considerarmos o critério acima sugerido por Martins (1994),
que defende o tema como sendo mais geral, representando uma área de estudo,
entendemos que por existirem muitos detalhes, o disposto no excerto em epígrafe
não parece ser um tema. Se tivéssemos de identificar o tema no excerto 1, talvez
seria “ Conflitos Laborais ”. Algo para além disso estaria fora do espectro do tema.
Mesmo que quiséssemos ver o disposto no excerto 1 como título, ainda assim
faltariam pormenores que delimitariam o título, até porque no contexto escolar
vários são os protagonistas e nenhum esta mencionado, dificultando ainda mais a
tarefa do leitor.
Já no gráfico 2 acima, sobre a disposição da importância do tema e de se
investigar sobre o tema, apenas cerca de 13% dos resumos apresentam a
importância de se investigar o tópico. Porém uma grande maioria de 86% perde
assim uma grande oportunidade de chamar a atenção e ao mesmo tempo seduzir o
leitor a publicar, ler, aprovar, publicar ou até mesmo comprar o trabalho (Gil
É porém importante que tanto o tema como a importância de se investigar
o problema sejam por um lado escrutinados no processo de aprovação dos
projectos e monitorados pelos tutores e corpo de jurado, e por outro lado estejam
patentes no resumo sob pena de o mesmo não ser informativo e cativante o
suficiente, capaz de reter o leitor e portanto digno de ser armazenado numas salas
da instituição.
3 os excertos apresentados são retratos apenas dos 15 resumos revisados
Sobre os objectivos
Frequência Percentagem
Percentagem
Valida
Percentagem
Cumulativa
Valid sim 11 73,3 73,3 73,
nao 4 26,7 26,7 100,
Total 15 100,0 100,
Tabela 4: Apresenta os objectivos
Se atentarmos para a tabela 4, não obstante a maioria dos resumos
analisados, 73 %, dispõem os objectivos, o que se pode traduz em boa práctica—
alguns contendo apenas o geral e outros acrescentam os específicos, 26% não
dispõem nem de um nem de outro, dificultando assim a tarefa de qualquer leitor
que encontre o trabalho (Hartley 2010). Mesmo os objectivos dispostos, nem
sempre são claros outros ainda talvez óbvios de mais para constarem no resumo,
como nos excertos 2 e 3 abaixo:
excerto 2
Qualquer leitor ficaria intrigado em primeira instância ao ver dois
objectivos dispostos, um no princípio e outro no final, no excerto 2 acima. Não
obstante seja o segundo o que mais faz sentido, faz-se necessário a rectificação do
palavreado sob pena de confundir o entendimento do leitor. Outrossim, tem sido
costume, o uso do verbo identificar nos objectivos específicos. Entretanto se for
usado como objectivo geral, era aconselhável vermos os objectivos específicos,
para entendermos de facto o que o autor tem idealizado. De outra maneira não será
possível vislumbrar até onde se pode chegar, bem como a contribuição que a
pesquisa ira proporcionar (Silva e Menezes 2005).
excerto 3
Embora estejam dispostos os objectivos no excerto 3 acima, qualquer leitor
gastaria muito tempo tentando entender o que o autor quer de facto dizer. A
princípio o leitor podia entender que a pesquisa seria apenas feita aos professores
ou ainda envolvendo a área directiva. Mais adiante ao se deparar com a expressão
excerto
excerto 6
Por questões de tempo e espaço, selecionamos apenas estes 3 excertos (4,
e 6), cuja as metodologias (também existentes na maior parte dos resumos
revisados), não passam de um copy past do trecho:
[ ....tendo sido usados os métodos teóricos e empíricos. Os
teóricos auxiliaram na sustentação de todo o enquadramento teórico do
tema, tais como: método histórico-lógico, método de análisee síntese,
método dedutivo, método indutivo e método de triangulação. Os métodos
empíricos: estatístico, análise documental, revisão de fontes
bibliográficas, qualitativo e quantitativo, ajudaram no processamento e
tratamento da informação obtida apartir da aplicação do inquérito por
questionário... .]
Retirados de outros trabalhos já defendidos, sem merecer uma citação,
nem tão pouco uma análise durante a avaliação, esta prática fraudulenta (a) não
justifica a disposição coerente desta parte do resumo, nem (b) demonstra domínio
do que de facto se requer nesta parte.
Num segundo cenário sobre a percentagem daqueles que não dispõe a
metodologia 46,6%, um crescendo que pode ser não apenas indicador de pouco
discernimento por parte do autor do trabalho, mas também pode demonstrar a falta
de Rigor pelo menos na fase de avaliação como se atenta no excerto 9 abaixo:
excerto 9
Neste excerto existe apenas uma tipificação da investigação. Entretanto, não
se percebe em nenhuma parte do resumo os instrumentos usados para se chegar as
conclusões. Esta práctica omite duas partes importantes do resumo (a) a de
demonstrar as habilidades do autor de resumir os passos para se obter os e dados
(b) a oportunidade persuadir o leitor a decidir ler o trabalho (Kumar 2011).
Urge-se no entanto, a necessidade de se garantir que esta parte esteja não só
patente, mas bem elaborada e sucinta, dispondo o tipo de pesquisa quanto as várias
facetas, os instrumentos e a amostragem. Até porque nesta etapa não se escolhe a
metodologia, mas se adequa ao tipo de pesquisa e resultados que se pretende
alcançar.
Sobre os Resultados Conclusões e Implicações
Resultados
Frequência Percentagem
percentagem
valida
percentagem
cumulativa
Valid sim 6 40,0 40,0 40,
não 9 60,0 60,0 100,
Total 15 100,0 10 0,
Tabela 5: Apresenta os resultados mais importantes
A tabela 5 acima apresenta dados sobre os resultados. Nela se pode lêr que
apenas 6 dos trabalhos revistos apresentam os resultados de forma clara. Nem
todos os resultados entretanto, cobrem cabalmente ou o tema ou os objectivos,
como se pode inferir no excerto 10 abaixo:
excerto 10
Se por um lado vemos os resultados que compõem as causas, por outro
lado, a falta algum palavreado sobre as consequências, visto que o tema deste
trabalho tem a ver com as causas e consequências da sinistralidade rodoviária.
Ademais, Gil (1991) realça que nesta fase, deve-se dispor os resultados mais
importantes do trabalho de forma sumarizada. A não ser verdade, a exemplo dos
mais de 50% dos resumos revistos, que não apresentam resultados, e como
exposto no excerto 11 abaixo, o leitor fica confuso sem saber o que encontrou no
terreno. Tal acção é passível de forcar o leitor a declinar a continuidade da leitura
imediatamente, partindo para outra pesquisa.
excerto1 3
Curiosamente no excerto acima, preenche-se os espaços de aspectos
importantíssimos com a disposição de como estão organizados os capítulos, num
claro desconhecimento dos pressupostos do resumo. A não disposição de uma ou
duas linhas sobre a novidade da investigação demonstra a fraca capacidade de
sintetização por parte do autor, e por outro lado, motiva o leitor a não continuar
com a leitura (Swales e Christine 2009). É portanto, necessário que num resumo
informativo se tenha o pressuposto do ponto conclusivo a que se chega pelo facto
de ali constar a novidade da investigação.
Implicações
Quando apresentadas, as implicações servem de tijolos sendo postos numa
ampla construção científica. Uma vez lidas pelos stakeholders primários
4
acha-se
novidade, a ponto de se adaptar, adoptar, contratar, promover ou até mesmo
comprar a investigação. Porém nem sempre isso ocorre nos trabalhos revisados
neste artigo. Por exemplo, na tabela 7 abaixo, apenas perto de 7% dispõem as
implicações—a contra partida do autor. Se alguns trabalhos já defendidos fossem
parar na instituição investigada, provavelmente não se teria elementos suficientes
para se contornar a problemática e ai surge a pergunta se de facto estamos
produzindo ciência.
Frequência Percentagem
Percentagem
Valida
Percentagem
Cumulativa
Valid sim 1 6,7 6,7 6,
nao 14 93,3 93,3 100,
Total 15 100,0 100,
Tabela 7: Apresenta as implicações
Sobre as Palavras-chave
Pelo menos quase todos os resumos revisados trazem um conjunto de
palavras que se acredita serem representativas do trabalho. Entretanto, nem todas
foram selecionadas tendo em conta o real objectivo delas, como se atenta nos 3
exemplares (14, 15 e 16) abaixo:
4 aqueles que beneficiam directamente da investigação feita (Swales e Christine 2009).
excerto1 4
excerto
excerto1 6
Se no primeiro excerto (14), os termos Bairro e Só-Frio parecem não
serem necessariamente úteis para este campo, no segundo (15) , mesmo depois da
confusão conceito dos termos (o que parece ter pouco sentido) , se as palavras
estivessem dispostas em frases : papel da família; educação dos filhos/alunos,
talvez tivesse mais respaldo. Já no terceiro (16), embora em Inglês, a tradução da
palavra Sex, ao invés de Sexual [como se encontra na versão em português],
desvirtua totalmente o sentido que se pretendia na frase original, fazendo com que
o material seja encontrado numa busca totalmente fora daquilo que o documento
de facto trata não despertando assim qualquer atenção para a leitura. Vale porém
lembrar que os instrumentos de indexação [palavras-chave], são valiosos para os
pesquisadores, na medida em que [se bem dispostos] estes podem obter
informações recentes sobre tópicos ainda não publicados em fontes secundárias
como livros (Cendón 2000). Pelo que se requer mais atenção nesta parte do
resumo.
Sobre o Abstract (a versão em Inglês)
A versão do resumo em Inglês—Abstract, não passa de uma tradução dos
aspectos constantes na versão portuguesa. A guisa de exemplo, se o resumo em
português não observa as váriasfacetas discutidas neste artigo, não será diferente
na versão Inglesa. Outrossim, se por um lado os próprios estudantes aparecem
como fazedores dos Abstracts, como resultado do aprendizado durante as aulas,
então há razões de regozijo pelo menos por parte dos professores de Língua
Inglesa. Entretanto se buscam qualquer tipo de ajuda externa, não teria tamanho
mal, se após a submissão dos mesmos houvesse um escrutínio por parte dos
especialistas através da respectiva regência. Porém a realidade sugere uma quase
total subalternização das áreas competentes, relegando-se assim um modelo
Laissez-Faire (Cendón 2000), cujo o resultado, embora ainda pequeno, mas na
contramão da Sapiência , já se começa a colher.
Investigations. Chicago: University of Chicago Press.
Silva, E. L. & Menezes, E. M. (2005). Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. (3ª ed.) Florianópolis: UFSC.
Swales, J. M. and Christine B. F. (2009) Abstracts and the Writing of Abstracts.
Michigan MI: University of Michigan Press.
Yumiko, K. N. (1994). A Elaboração de Informações Documentárias: em Busca
de Uma Metodologia. (Tese de doutoramento). São Paulo: ECA/USP,
Disponível em https://repositorio.usp.br/item/000738731 Acessado aos 29
de Dezembro 2020.