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o questionário na pesquisa científica, Provas de Construção

instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica, ... (características físicas) e o pré-teste, imprescindível para o ...

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pamela87
Pamela87 🇧🇷

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O QUESTIONÁRIO NA PESQUISA CIENTÍFICA
Anivaldo Tadeu Roston Chagas
Mestre em Administração pela USP e professor da
Universidade Católica de Campinas
1 – INTRODUÇÃO
Segundo Parasuraman (1991), um questionário é tão somente um conjunto de
questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. Embora
o mesmo autor afirme que nem todos os projetos de pesquisa utilizam essa forma de
instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica,
especialmente nas ciências sociais.
Parasuraman afirma também que construir questionários não é uma tarefa fácil e que
aplicar tempo e esforço adequados para a construção do questionário é uma necessidade, um
fator de diferenciação favorável. Não existe uma metodologia padrão para o projeto de
questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa
importante tarefa no processo de pesquisa científica.
O objetivo deste trabalho é reunir as recomendações de diversos autores a respeito da
construção de questionários. Procura-se discutir a construção de um questionário
apresentando uma sugestão de tarefas e cuidados a serem tomados, dentro de uma seqüência
lógica, objetivando que esse instrumento de coleta de dados tenha eficácia para a finalidade a
que se destina. Após esta introdução, este trabalho está estruturado como segue: no item 2
discute-se os tipos de erros que podem ocorrer em um processo de pesquisa e são citadas
algumas das possíveis fontes de diferenças nos resultados. Dessa forma procura-se mostrar a
importância de serem observados os diversos cuidados necessários para que o questionário
seja bem construído e bem aplicado e assim ser reduzido consideravelmente o nível de erro.
No item 3 aborda-se de maneira global a elaboração de um questionário, definindo-se seus
componentes e os passos para sua elaboração. No item 4 são discutidas as principais decisões
a serem tomadas para a elaboração, procurando-se sempre minimizar os viéses. Essas
decisões envolvem o conteúdo das perguntas, o formato das respostas, a formulação das
perguntas e sua seqüência. São abordados também a apresentação e o lay-out do questionário
(características físicas) e o pré-teste, imprescindível para o aprimoramento prévio desse
instrumento, com vistas a se atingir mais rápida e economicamente os objetivos da pesquisa.
No item 5 apresentamos nossas conclusões sobre o assunto e, finalmente, no item 6 a
bibliografia consultada.
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O QUESTIONÁRIO NA PESQUISA CIENTÍFICA

Anivaldo Tadeu Roston Chagas Mestre em Administração pela USP e professor da Universidade Católica de Campinas 1 – INTRODUÇÃO Segundo Parasuraman (1991), um questionário é tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projetos de pesquisa utilizam essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências sociais. Parasuraman afirma também que construir questionários não é uma tarefa fácil e que aplicar tempo e esforço adequados para a construção do questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável. Não existe uma metodologia padrão para o projeto de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica. O objetivo deste trabalho é reunir as recomendações de diversos autores a respeito da construção de questionários. Procura-se discutir a construção de um questionário apresentando uma sugestão de tarefas e cuidados a serem tomados, dentro de uma seqüência lógica, objetivando que esse instrumento de coleta de dados tenha eficácia para a finalidade a que se destina. Após esta introdução, este trabalho está estruturado como segue: no item 2 discute-se os tipos de erros que podem ocorrer em um processo de pesquisa e são citadas algumas das possíveis fontes de diferenças nos resultados. Dessa forma procura-se mostrar a importância de serem observados os diversos cuidados necessários para que o questionário seja bem construído e bem aplicado e assim ser reduzido consideravelmente o nível de erro. No item 3 aborda-se de maneira global a elaboração de um questionário, definindo-se seus componentes e os passos para sua elaboração. No item 4 são discutidas as principais decisões a serem tomadas para a elaboração, procurando-se sempre minimizar os viéses. Essas decisões envolvem o conteúdo das perguntas, o formato das respostas, a formulação das perguntas e sua seqüência. São abordados também a apresentação e o lay-out do questionário (características físicas) e o pré-teste, imprescindível para o aprimoramento prévio desse instrumento, com vistas a se atingir mais rápida e economicamente os objetivos da pesquisa. No item 5 apresentamos nossas conclusões sobre o assunto e, finalmente, no item 6 a bibliografia consultada.

Espera-se que este trabalho seja útil para futuras pesquisas, que suportadas por questionários bem elaborados conseguirão atingir mais rápida e economicamente seus objetivos. 2 - ERROS EM UM PROCESSO DE PESQUISA Em um processo de pesquisa podem ocorrer dois tipos de erros. São eles os erros amostrais e os erros não-amostrais. O primeiro está ligado a falhas nos processos de escolha da amostra e da determinação do seu tamanho. Quanto aos erros não-amostrais, inúmeras são as fontes de sua ocorrência; entre elas, questionários de dados mal elaborados, com questões tendenciosas ou dúbias e a escolha e/ou o uso incorreto de escalas de medição. A mensuração sempre ocorre em situações complexas, onde diversos fatores influenciam as características medidas e o processo de mensuração, podendo gerar erros não amostrais. De acordo com Selltiz et al. (1974), a variação entre resultados individuais, num instrumento de medida aplicado a um grupo de pessoas, decorre de certo número de fatores contribuintes. Parte da variação pode ser entendida como resultante de diferenças reais, entre os indivíduos, quanto à característica que está sendo medida; parte dela representa erros na mensuração. O problema básico na avaliação de resultados de qualquer mensuração é o de definir o que deve ser considerado como diferenças reais na característica medida e o que deve ser considerado como variações devidas a erro de mensuração". Selltiz et al. (1974) apontam algumas das possíveis fontes de diferenças nos resultados, num grupo de indivíduos: a) Diferenças verdadeiras na característica em análise. Idealmente, todas as diferenças encontradas em um processo de mensuração deveriam referir-se, exclusivamente, às diferenças reais quanto ao que se pretende medir; b) Diferenças reais em outras características relativamente estáveis do indivíduo, influindo nos resultados. Poucas técnicas de que dispõe o cientista social permitem medidas puras de qualquer característica. Resultados obtidos num grupo refletem não apenas diferenças na característica que está sendo medida, mas também diferenças em variáveis tais como grau de formação, inteligência, personalidade, as quais vem contaminar os resultados de um questionário de atitude ou as avaliações de um observador; c) Diferenças devidas a fatores pessoais passageiros, tais como disposição momentânea, estado de fadiga, saúde, distração, etc.;

a) Identificação do respondente. Neste ponto colhe-se apenas o nome do respondente, deixando-se seus dados gerais para o final, do questionário, com vistas a se evitarem viéses, conforme explicado mais adiante; b) Solicitação de cooperação. É importante motivar o respondente através de uma prévia exposição sobre a entidade que está promovendo a pesquisa e sobre as vantagens que essa pesquisa poderá trazer para a sociedade e em particular para o respondente, se for o caso; c) Instruções. As instruções deverão ser claras e objetivas ao nível de entendimento do respondente e não somente ao nível de entendimento do pesquisador; d) Informações solicitadas. É efetivamente o que se pretende pesquisar; e) Informações de classificação do respondente Os dados de classificação do respondente normalmente deverão estar no final do questionário. Pode ocorrer distorção se estiverem no início porque o entrevistado poderá distorcer as respostas, caso seus dados pessoais já estejam revelados no inicio da pesquisa. 3.2 - Passos para elaboração de um questionário Para se elaborar um questionário deve-se seguir o seguinte roteiro: a) Estabelecer uma ligação com : · O problema e os objetivos da pesquisa; · As hipóteses da pesquisa; · A população a ser pesquisada; · Os métodos de análise de dados escolhidos e/ou disponíveis. A determinação das informações a serem buscadas deve fluir naturalmente neste momento do processo, desde que as etapas precedentes da pesquisa tenham sido meticulosamente elaboradas. O desenvolvimento do questionário está ligado à formulação exata do problema a ser pesquisado e ao objetivo da pesquisa b) Tomar as decisões referentes aos seguintes pontos da pesquisa: · Conteúdo das perguntas · Formato das respostas desejado · Formulação das perguntas · Seqüência das perguntas · Apresentação e lay-out

. Pré-teste No próximo item abordaremos mais detalhadamente as decisões supracitadas, fundamentais para a elaboração do questionário. 4 - DECISÕES PARA A ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 4.1 - Decisões sobre o conteúdo das pergunta s Com relação ao conteúdo das perguntas, pode-se tentar verificar fatos, crenças quanto a fatos, crenças quanto a sentimentos, descoberta de padrões de ação e de comportamento presente ou passado. Destes itens, os mais difíceis de serem medidos são sentimentos e crenças quanto a fatos, já que são muito íntimos às pessoas, que nem sempre estão dispostas a externá-los. É necessário também que o pesquisador faça algumas reflexões, do tipo: a pergunta é realmente necessária? qual a sua utilidade? Estas perguntas desdobram-se nas seguintes questões: a). O assunto exige uma pergunta separada, ou pode ser incluído em outras b) perguntas? c). Existem outras perguntas que já incluem adequadamente este ponto? d). A pergunta é desnecessariamente minuciosa e específica? e). Várias perguntas são necessárias sobre o assunto desta pergunta ou uma é o suficiente? f). Deve-se evitar o uso de abreviação. Não se deve tratar dois assuntos complexos em uma mesma pergunta. g). Todos os aspectos importantes sobre este tópico serão obtidos da forma como foi elaborada a pergunta? h) Em perguntas de opinião, interessa saber os graus de favorabilidade/desfavorabilidade, ou basta saber se é a favor ou contra? i) As pessoas têm a informação necessária para responder a pergunta?O pesquisador deve examinar cada assunto, a fim de se certificar se é esperado do respondente que ele seja capaz de fornecer a informação desejada, ou seja, se ele é o portador da informação e se é capaz de lembrar-se dela. Costuma-se usar alguns "filtros", para detectar se o indivíduo tem ou não a informação desejada. Não basta, porém que se esteja abordando a pessoa certa, é preciso saber se ela é capaz de se lembrar