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Reflexões sobre a Avaliação: O Que É Avaliar?, Notas de estudo de Crescimento

As reflexões de sandra nunes sobre as práticas avaliativas aprendidas durante o curso c523a-13_14 sobre avaliação de aprendizagens dos alunos. Ele aborda o papel da avaliação na sociedade, sua finalidade, a transformação de erros em oportunidades, a diferença entre avaliar e classificar, a diversificação de meios de aprendizagem, a clarificação das 'regras do jogo', a importância de testes escritos bem construídos e a classificação e certificação. Uma reflexão sobre a importância da avaliação na formação profissional e na melhoria do ensino.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

VictorCosta
VictorCosta 🇧🇷

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O QUE É AVALIAR?
OITO REFLEXÕES PARA
UMA NOVA AVALIAÇÃO
TRABALHO INDIVIDUAL FINAL
CURSO C523A-13_14 – AVALIAÇÃO DAS
APRENDIZAGENS DOS ALUNOS – REFLETIR
SOBRE AS PRÁTICAS AVALIATIVAS
FORMANDA: SANDRA NUNES
FORMADOR: JOAQUIM MORGADO
ENTIDADE FORMADORA: CFAE MATOSINHOS
LOCAL: Matosinhos
DATA : 2014-08-12
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O QUE É AVALIAR?

OITO REFLEXÕES PARA

UMA NOVA AVALIAÇÃO

TRABALHO INDIVIDUAL FINAL

CURSO C523A-13_14 – AVALIAÇÃO DAS

APRENDIZAGENS DOS ALUNOS – REFLETIR

SOBRE AS PRÁTICAS AVALIATIVAS

FORMANDA: SANDRA NUNES

FORMADOR: JOAQUIM MORGADO

ENTIDADE FORMADORA: CFAE MATOSINHOS

LOCAL: Matosinhos

DATA : 2014-08-

Apresentação O presente trabalho tem dois objetivos: por um lado, pretende ser um testemunho da reflexão que acompanhou as oito sessões do curso de formação sobre a avaliação das aprendizagens dos alunos e, por outro lado, pretende dar conta de um percurso de crescimento profissional pessoal com desejável impacto na prática avaliativa.

Desenvolvimento

1ª sessão – avaliar é… inevitável (e reflete a sociedade em que se inscreve). O curso de formação teve início a 26 de março de 2014, a menos de um mês da comemoração dos 40 anos da Revolução dos Cravos. Tive a oportunidade de refletir, então, sobre a escola enquanto espelho do contexto político e social do nosso país. Será que a avaliação dos alunos mudou efetivamente com a revolução? O caráter contínuo e sistemático da avaliação, a finalidade, o objeto e o processo de avaliar dariam o mote para o primeiro debate, o desbravar do terreno para tornar os professores formandos mais autoconscientes das suas práticas avaliativas, logo, mais responsáveis.

2ª sessão – avaliar é… ajudar os estudantes a melhorar a sua performance (e por vezes “ordená-los num pódio”) Avaliar, com que finalidade? A questão da 1ª sessão pairava no ar. A avaliação, na sua regulamentação atual, tem por finalidade prioritária a melhoria do ensino, expressão que é repetida nos diplomas legais: “melhorar o ensino” (Dec. Lei 139/2012, cap. III, artº 23 3; “promoção do sucesso escolar” (Despacho Normativo 24 A/2012, secção I, Art. 1º). Faz sentido, neste contexto, que a avaliação assuma uma feição predominantemente criterial, avaliando o aluno por referência aos critérios de avaliação definidos pelas escolas e às metas curriculares em vigor. A avaliação normativa, que tem por objetivos hierarquizar e selecionar os estudantes, não está, contudo, excluída.

6ª sessão – avaliar é… clarificar as “regras do jogo”. A transparência é uma das condições para uma avaliação justa. José Augusto Pacheco (2002) refere-se à avaliação como um jogo de que todos têm de conhecer as regras. Daqui decorre a importância de que os estudantes se apropriem dos critérios de avaliação (Carlos Cardoso, coord., 1994). Domingos Fernandes (1994) alerta para a falácia da objetividade na avaliação (“Não há instrumento de avaliação que dê uma imagem completa, nítida e definitiva da realidade”), um argumento convincente a favor da avaliação formativa alternativa (Domingos Fernandes, 2005), que acompanha a aprendizagem do aluno em vez de apenas se centrar nos resultados. Rosa Pereira de Melo e Helena Freitas (2006) destacam a importância do portfolio na criação de uma alternativa à forma tradicional de avaliar, por apresentar, em relação ao teste escrito, as vantagens da monitorização do processo e do contínuo feedback, que devem conduzir o aluno a uma ação para melhorar a sua aprendizagem.

7ª sessão – avaliar é… aplicar testes escritos bem construídos. Reconhecer as fragilidades de um teste escrito: seria este o principal desafio da 7ª sessão. Face a este exercício prático, foi “desmascarada” a ilusão de que o teste escrito é “o” instrumento de avaliação por excelência. O teste é um espelho, mas muito enganador. Se não for bem elaborado e, sobretudo, se não houver formação do professor para aprender a construí-lo, refletirá a imagem, não do estádio de conhecimentos do aluno, mas apenas da incapacidade do professor.

8ª sessão – avaliar é… classificar e certificar. Pierre Merle (2006) designa por “fetichismo da avaliação” a noção de que a nota “permite a estima dos pais”, é o “equivalente de um salário”, em suma, é vista como uma “alavanca psicológica e pedagógica muito poderosa”. Se assim é, não deveriam os professores debater de forma mais profunda a fiabilidade das notas e esforçar-se por torná-las mais justas? Foi o que fizemos na última sessão da formação. A aplicação de uma fórmula à avaliação contínua suscitou polémica, concluindo-se que é mais facilmente aplicável a disciplinas cujo currículo é claramente cumulativo e na quais os testes são globalizantes.

Conclusão

Procurei isolar, em oito pontos, as respostas possíveis à questão – O que é avaliar?. Naturalmente, estas oito possibilidades não se excluem, antes se complementam. A sua fundamentação teórica inscreve-se na linha do construtivismo que perpassa por toda a bibliografia de referência. É este modo de estar na avaliação, mais reflexivo e antidogmático, que pode e deve provocar mudanças na prática avaliativa. Pela minha parte, pretendo começar por algo muito simples, como testar um instrumento de avaliação que nunca havia aplicado; ou corrigir os testes com a consciência de que sou influenciada por uma multitude de fatores (de que me apercebia, ou não). Mas o que de fundamental retirei do curso de formação foi a perceção de uma abordagem integradora da avaliação nas tarefas de sala de aula, algo que já procurava implementar, só que de modo intuitivo. Tive dificuldade em distinguir critérios de avaliação de indicadores, mas penso que o desafio está ganho. E foi bastante reconfortante ouvir a perspetiva de que a recolha de informação (diagnóstica, formativa) não tem de corresponder a uma classificação obsessiva, muito embora seja para avaliação. Em História dizemos que as mentalidades são as estruturas mais perenes, mais resistentes à mudança. Mas quando se alteram, todas as revoluções são possíveis.