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Este documento examina a relação entre os engenheiros ambientais e o controle de doenças transmitidas pela água, especialmente aquelas propagadas pelo mosquito aedes aegypti e outras doenças infectocontagiosas. Além das arboviroses, existem diversas formas de contrair doenças de veiculação hídrica, seja por ingestão ou contato com água e alimentos contaminados. Para combater a propagação dessas doenças, é essencial planejar uma gestão integrada em saúde, com a colaboração entre profissionais de saúde e engenheiros ambientais. Estes profissionais desempenham um papel fundamental na concepção de projetos estruturais e socioambientais que visam minimizar os impactos ambientais das atividades humanas e promover o desenvolvimento sustentável. O documento também aborda a história do saneamento básico no brasil, as disparidades na cobertura de saneamento entre áreas urbanas e rurais, e a importância de investimentos em infraestrutura básica para a prevenção de doenças de veiculação hídrica.
Tipologia: Teses (TCC)
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Acadêmica do curso de Pós Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental
RESUMO: A infraestrutura sanitária inadequada pode desencadear sérios problemas de saúde, incluindo doenças de veiculação hídrica. O papel crucial do profissional de Engenharia Ambiental é assegurar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, a equidade social e a qualidade ambiental. Esta pesquisa teve como objetivo central examinar a relação entre os engenheiros ambientais e o controle de doenças transmitidas pela água, em especial aquelas propagadas pelo mosquito Aedes aegypti e outras doenças infectocontagiosas. O método utilizado foi o levantamento bibliográfico, de caráter exploratório e descritivo. Além das arboviroses, existem diversas formas de contrair doenças de veiculação hídrica, seja por ingestão ou contato com água e alimentos contaminados. Para combater a propagação dessas doenças, é essencial planejar uma gestão integrada em saúde. Além dos profissionais de saúde, como médicos sanitaristas e enfermeiros, os Engenheiros Ambientais desempenham um papel fundamental na concepção de projetos estruturais e socioambientais. Cada real investido em saneamento resulta em uma economia significativa, estimada entre R$ 4,00 e R$ 8,00 em custos com medicina curativa. Portanto, os profissionais de Engenharia Ambiental têm o potencial de reduzir as transmissões de doenças de veiculação hídrica, promovendo simultaneamente o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Palavras-chave: doença; saneamento; saúde integrada; engenharia ambiental.
ABSTRACT: Inadequate health infrastructure can trigger serious health problems, including waterborne diseases. The crucial role of the Environmental Engineering professional is to ensure harmony between economic development, social equity and environmental quality. The central objective of this research was to examine the relationship between environmental engineers and the control of water-borne diseases, especially those spread by the Aedes aegypti mosquito and other infectious diseases. The method used was a bibliographical survey, of an exploratory and descriptive nature. In addition to arboviruses, there are several ways to contract waterborne diseases,
whether through ingestion or contact with contaminated water and food. To combat the spread of these diseases, it is essential to plan integrated health management. In addition to health professionals, such as public health doctors and nurses, Environmental Engineers play a fundamental role in the design of structural and socio-environmental projects. Each real invested in sanitation results in significant savings, estimated between R$4.00 and R$8.00 in curative medicine costs. Therefore, Environmental Engineering professionals have the potential to reduce the transmission of waterborne diseases, simultaneously promoting economic, social and environmental development.
Keywords: disease; sanitation; integrated health; environmental engineering.
Neste estudo, foi utilizado um método de pesquisa básica, por meio de levantamento bibliográfico exploratório e descritivo, para investigar a relação entre as atividades dos Engenheiros Ambientais e as doenças de veiculação hídrica. Foram analisados 120 trabalhos na base de dados da SciELO, sem restrição temporal, a fim de obter uma compreensão abrangente do tema.
A análise dos materiais levantados revelou a importância da atuação dos Engenheiros Ambientais na prevenção e controle de doenças de veiculação hídrica, destacando a necessidade de uma abordagem integrada entre os profissionais de saúde e os engenheiros para promover a saúde pública e o desenvolvimento sustentável.
O Saneamento no Brasil
As comunidades indígenas já se preocupavam com o saneamento. Para o próprio consumo, os indígenas armazenavam a água em talhas de barro e argila ou até mesmo em caçambas de pedras. Com os dejetos, também havia um cuidado especial, haja vista que delimitavam áreas usadas para as necessidades fisiológicas e para deposição de detritos. No Brasil, a história do saneamento básico também se confunde com o aparecimento e a formação das cidades. No início do século XIX (período colonial), o abastecimento de água era feito através de coleta em bicas e fontes, nos povoados que então se formavam. Com a chegada da família real no Brasil, deu-se início à implantação de uma infraestrutura mínima, com a execução de obras tais como pontes, estradas e abastecimento de água à população (MOREIRA, 1998). No século passado, desde a década de 1950 até o seu final, o investimento em saneamento básico no Brasil ocorreu pontualmente em alguns períodos específicos, com um destaque para as décadas de 1970 e 1980, quando existia um "predomínio da visão de que avanços nas áreas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento resultam na redução das taxas de mortalidade". Nesse período, foi consolidado o Plano Nacional de Saneamento (Planasa), que deu ênfase ao incremento dos índices de
atendimento por sistemas de abastecimento de água, mas que, em contrapartida, não contribuiu para diminuir o déficit de coleta e tratamento de esgoto, o que é ainda verificado atualmente (SOARES, BERNARDES e CORDEIRO NETTO, 2002). Entende-se ainda, como salubridade ambiental, o estado de higidez (estado de saúde normal) em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar (GUIMARÃES, CARVALHO e SILVA, 2007). O crescente desenvolvimento tecnológico e a intensa urbanização desordenada não perdoaram o homem das doenças associadas à pobreza e à falta de saneamento básico, principalmente nos países em via de desenvolvimento, como o Brasil (BUSS, 2007; BRASIL, 2016). Essa estreita relação entre "doença e falta de saneamento" aflige o direito constitucional do brasileiro em duas esferas primordiais: o direito à saúde e o direito ao saneamento. Atualmente, o setor tem recebido maior atenção governamental e existe uma quantidade significativa de recursos a serem investidos. No entanto, esses investimentos devem, além de gerar os benefícios já esperados quanto à melhoria da qualidade da água e dos índices de saúde pública, atender aos padrões mínimos de qualidade, sendo definidos pela legislação específica do setor, com a finalidade de garantir a sustentabilidade dos mesmos. O novo marco legal do saneamento básico (lei nº 14.026/2020) é fruto de intensas discussões no setor nos últimos dois anos, desde a edição da medida provisória nº 844 de 06 de julho de 2018, que pretendia uma maior abertura do mercado de saneamento básico para empresas privadas, entre outras mudanças. Salienta-se que o saneamento básico, conforme disposto no inciso I do art. 3º da lei nº 14.026/2020, é o conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de: (i) abastecimento de água potável; (ii) esgotamento sanitário; (iii) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e (iv) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Profissionais qualificados e engajados são essenciais para promover soluções sustentáveis em saneamento, buscando melhorar as condições ambientais e de saúde da população. A engenharia ambiental desempenha um papel crucial nesse contexto, garantindo o manejo responsável dos recursos naturais em prol do bem-estar humano.
A conscientização da sociedade, aliada a políticas públicas eficazes e investimentos em infraestrutura, são fundamentais para garantir o acesso universal a serviços de água e esgoto. Somente com esforços conjuntos será possível reduzir os impactos das doenças de veiculação hídrica e promover uma vida mais saudável e sustentável para todos.
Políticas Públicas e Investimentos
Para alcançar uma infraestrutura sanitária robusta e uma gestão hídrica eficaz, é essencial que os governos adotem políticas públicas abrangentes e destinem recurso suficientes para esses setores. Isso inclui a formulação de marcos legais claros. A criação de incentivos para investimentos privados e públicos, e o estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação contínuos.
O cumprimento dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU particularmente o ODS 6, que visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos, deve ser uma prioridade para os governos, Investimentos em infraestrutura sanitária e gestão hídrica são fundamentais, não apenas para alcançar esses objetivos, mas também para promover a equidade social, melhorar a saúde pública e garantir a sustentabilidade ambiental.
As doenças de veiculação hídrica apresentam uma estreita relação com a má gestão ou a ausência de infraestrutura sanitária, que abrange desde a rede de drenagem de águas pluviais até o abastecimento de água potável, bem como a coleta, transporte, tratamento e destinação adequada de efluentes domésticos e resíduos sólidos. Estudos demonstram que a carência de um ou mais desses serviços básicos contribui para o aumento da incidência de doenças transmitidas pela água contaminada, seja por ingestão, contato direto ou pela criação de poços de água parada, favorecendo a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
A integração da gestão de saúde com investimentos em infraestrutura básica resulta em benefícios econômicos, ambientais e sociais significativos, reduzindo tanto a incidência quanto os custos associados a doenças de veiculação hídrica. Além disso, essa abordagem pode diminuir as filas nos serviços de saúde, promovendo ambientes mais saudáveis e propícios ao bem-estar da população, o que contribui para um avanço notável da sociedade como um todo.
Nesse sentido, os profissionais de Engenharia Ambiental desempenham um papel fundamental na promoção da saúde urbana, juntamente com os médicos sanitaristas, uma vez que investir em saneamento básico implica em economia direta nos gastos com saúde pública. Estudos apontam que cada real investido em saneamento pode resultar em uma economia de até oito reais nos custos de saúde pública, impulsionando indiretamente o desenvolvimento econômico. É importante ressaltar que indivíduos saudáveis são mais produtivos, têm maior capacidade de estudar e trabalhar, o que contribui para avanços tanto a nível individual quanto social.
Ampliar a conscientização sobre a importância da infraestrutura sanitária e a gestão adequada dos recursos hídricos é essencial para a promoção da saúde pública e o bem- estar da sociedade como um todo. Investir em medidas preventivas e na melhoria da qualidade dos serviços de saneamento é crucial para garantir um futuro mais saudável e sustentável para as gerações presentes e futuras.
planejamento em saneamento. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, p. 1713-1724,